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@vet.todo.dia Tristeza Parasitária ?Complexo de duas enfermidades causadas por agentes etiológicos distintos, porém com sinais clínicos e epidemiologia similares: Babesiose e Anaplasma. Babesiose bovina causada pelos protozoários Babesia bovis e Babesia bigemina; • Filo Apicomplexa • Ordem Piroplasmida • Família Babesiidae Anaplasmose causada Rickettsia Anaplasma marginale. • Filo Proteobacteria • Ordem Rickettsiales • Família Anaplasmataceae. : são intraeritrocitários e a enfermidade que causam é devida a destruição dos eritrócitos do hospedeiro. Babesiose Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Anaplasmose Rhipicephalus (Boophilus) microplus, moscas (mosca do estábulo), butucas e mosquitos e instrumentos. Ciclo de vida dos carrapatos Larva Metalarva Ninfa Metaninfa Macho + fêmea Fêmea ingurgitada Ovos no solo Período parasitário: Mínimo: 18 dias Médio: 21 dias Máximo: 26 dias @vet.todo.dia Babesiose Reprodução: sexuada (hospedeiro invertebrado) e assexuada (hospedeiro vertebrado). A anemia hemolítica ocorre devido a fissão binária dentro das hemácias. Transovariana: transmissão para ovos e larvas. Transestadial: quando a infecção persiste de um estágio para o outro, em carrapatos de dois ou três hospedeiros que se alimentam em hospedeiros diferentes. B. bigemina Fêmea adulta se infecta e transmite para a progênie Ninfa e a adulto transmitem B. bovis Fêmea adulta se infecta e transmite para a progênie Larva transmite e perde a infecção B. bovis inoculada no bovino por larvas do carrapato a partir do primeiro dia de parasitismo. B. bigemina inoculada pelo estágio ninfa I, ou seja, cerca de 8 dias após a fixação das larvas. Carrapato infectado transmite esporozoítos Multiplicam-se nos eritrócitos (fissão binária) = merozoítos Eritrócitos se rompem e liberam os merozoítos Carrapato se alimenta de sangue infectado Parasitas vão para o útero e ovos Quando passa de larva para ninfa vai para a glândula salivar @vet.todo.dia Elevada morbidade e mortalidade adultos primo-infectados (animais infectados pela primeira vez). Bezerros protegidos por imunidade não específica até a idade de 7-10 meses. Condições climáticas períodos mais ou menos longos sem a infestação por carrapatos levam a queda do nível de anticorpos contra os agentes. Ou seja, se o animal ficar 8 meses sem o contato com o agente ele perde a sua imunidade. Áreas livres: áreas quem não tem a doença. Áreas endêmicas ou estabilidade enzoótica: os bezerros recém-nascidos recebem anticorpos através do colostro, que os protegem durante os primeiros meses de vida. A exposição gradativa desses animais ao vetor e, consequentemente, ao parasito, é responsável pelo desenvolvimento da imunidade ativa, que resulta em menor ocorrência de casos clínicos de babesiose. Ocorre infecção em aproximadamente 100% dos bezerros entre 3-4 meses de idade, com doença inaparente. Áreas instáveis: locais onde os animais ficam sem o contato com a doença por algum tempo e perdem a imunidade. Risco alto de infecção. Perda da imunidade passiva entre 4 meses e 3 anos (média de 8 meses). Escassez de carrapatos ou uso inadequado de acaricidas. Epizootias (epidemias nos animais). Forma periférica (Babesia bigemina): alta parasitemia, anemia hemolítica, icterícia, hemoglobinúria, acidose metabólica. Forma viscerotrópica (Babesia bovis): eritrócitos infectados também podem ficar no endotélio capilar ou pós-capilar. Isso induz a formação de protusões na membrana do eritrócito responsáveis pela adesão. Esta forma é frequentemente associada à forma cerebral da babesiose. Animal apresenta hipotensão, alteração da coagulação e há formação de trombos. Como ocorre a formação de trombos: 1. Liberação de substâncias farmacologicamente ativas destruição das hemácias. 2. Distúrbios de coagulação (metabolismo do fibrinogênio): hipercoagulabilidade 3. Infecção aguda: aumento da atividade de agentes vasoativos - calicreína, bradicinina, histaminas estase sanguínea favorece adesão entre eritrócitos e destes ao endotélio vascular formação de trombos. 4. Antígenos na membrana do eritrócito favorece adesão destas células aos receptores das células endoteliais. @vet.todo.dia Anaplasmose : o Anaplasma entra no eritrócito invagina a membrana celular forma um vacúolo divide-se e forma um corpúsculo de inclusão (são mais numerosos na fase aguda). : há uma evidência de resposta auto-imune durante a fase aguda, parcialmente responsável pela anemia. O baço tem importante função no desenvolvimento e manutenção da imunidade, pois os eritrócitos são rapidamente removidos da circulação, sem evidência de hemólise intravascular. ç : • Babesia varia de 7 a 10 dias • Anaplasma é superior a 20 dias. • Mucosas hipocoradas, apatia, orelhas caixas, debilidade; • Aguda/subaguda/crônica; • Febre (40 a 42C); • Icterícia; • Anorexia; • Taquicardia; • Taquipnéia; • Anemia; • Hemoglobinúria (ausente Anaplasma marginale); • Transtornos de locomoção, tremores musculares, agressividade e quedas com movimento de pedalagem; • Hiperexitabilidade, convulsões, opistótono, coma e morte. Pode variar de acordo com: • Idade do hospedeiro animais mais velhos são mais susceptíveis; • Animais jovens resistência natural quadro menor intensidade (anemia e duração da parasitemia) anticorpos no colostro, persistência do timo, hemoglobina fetal (mais resistente à infecção por Babesia); • Estado nutricional; • Raça (raças europeias são mais susceptíveis que os zebuínos); @vet.todo.dia • Estado imunológico: imunodeprimidos são mais susceptíveis; após a primo-infecção recidivas: estabelecimento gradual de imunidade; sem reinfecção por 8 meses: menor resposta imunológica; • Virulência do agente; • Grau de infestação (carrapatos/inóculo; • Associação com outros patógenos, hemoparasitos. • Clínico epidemiológico; • Sinais clínicos; • Histórico; • Métodos direitos: esfregaço (fase aguda) – sangue ponta da cauda ou orelha (bovino), PCR, necropsia (lesões e histopatológico); • Métodos indiretos: ELISA, RIFI, Teste de Conglutinação Rápida (TCR), Teste de Fixação de Complemento (FC) e hemograma. Hemograma: • Anemia hemolítica progressiva (é uma anemia regenerativa); • Hematócrito baixo; • PPT aumentada; • Trombocitopenia. Esfregaço sanguíneo: Diagnóstico diferencial Doenças que podem causar anemia e icterícia: • Verminose – Haemonchus; • Leptospirose; • Intoxicação por plantas tóxicas; Anaplasma marginale Babesia @vet.todo.dia • Clostridium oedamatiens tipo D (sin. Clostridium haemolyticum); • Desequilíbrios alimentares (intoxicação por cobre, deficiência de fósforo). • Suporte (tentar minimizar os sinais clínicos), transfusão sanguínea (casos graves); • Babesicida – derivados da diamidina; • Anaplasmicida – tetraciclinas; • Dupla ação – imidocarb e associaçõesde diamidina com oxitetraciclina. Os derivados da diamidina são recomendados na dose de 3-3,5mg/kg de peso vivo, por via intramuscular. Única aplicação é suficiente para o controle de infecção por B. bigemina, enquanto que B.bovis requer 2-3 aplicações, com intervalos de 24 horas. O imidocarb é um antiparasitário pertencente ao grupo das carbanilidas. Tem como mecanismo de ação impedir a absorção, pelo protozoário, de hipoxantina e ácido oróico, necessários à síntese de purina e primidina, bloqueando assim, a síntese de ácido núcleico do parasito. Imunidade não é duradoura tentativas de promover exposição controlada ao agente. Interessante não eliminar todos os parasitas. Quimioprofilaxia: tratamento com doses sub-terapêuticas – doenças em níveis subclínicos, para o desenvolvimento do estado de portador. As drogas que podem ser usadas é a mesma do tratamento, contudo, o animal pode se tornar resistente aos medicamentos. Controle de vetores (carrapatos): manter desafio o ano todo, não erradicar o carrapato. Vacinas: vacinas vivas, inativadas, DNA recombinante (clonagem de genes que expressem proteínas imunogênicas, experimental). Áreas livres: deve-se evitar a entrada de agentes e vetores e proteger os animais daí originando antes de serem transportados para regiões infectadas. Áreas de estabilidade enzoótica: deve-se manter uma população mínima de carrapatos, capaz de manter o rebanho imune. Áreas endêmicas: deve-se evitar a superinfestação por carrapatos, através de um manejo racional e eficaz, como por exemplo, a aplicação de banhos estratégicos. @vet.todo.dia ç • Bovinos criados em áreas livres sempre que forem importados para áreas endêmicas deverão ser vacinados; • Em áreas de instabilidade endêmica – nascimentos coincidirem com o período livre de carrapatos, é recomendável que se vacinem todos os bezerros, antes que o carrapato reapareça; • Nas áreas de estabilidade endêmica, somente é recomendável a vacinação ao importar animais de áreas livres ou de instabilidade endêmica ou quando for implantado um programa de controle intensivo do carrapato na própria fazenda. ç O que é: provocar deliberadamente a infecção com baixo número de parasitas para gerar uma resposta imune primária. Basicamente você pega o sangue de um animal contaminado e inocula em um animal saudável. • Clássica: inoculação de sangue de animal contaminado monitorar a infecção. Desvantagens: inóculo desconhecido (quantidade, virulência), pode transmitir outras doenças. • Moderna: utilização de inóculos padronizados.