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Exames laboratoriais em gastroenterologia 1 Exames laboratoriais em gastroenterologia Created Property Tags Exames laboratoriais em hepatologia Testes para avaliação da lesão hepatocelular (necrose hepatocelular) Aminotransferases Aumento dos níveis indica necrose hepatocitária (principalmente ALT). O valor não tem correlação com a extensão da necrose. Não tem valor prognóstico - o valor prognóstico é na queda aguda das transaminases - significa necrose grave, se associada prolongamento INR e aumento de bilirrubinas. Na doença avançada, geralmente os valores são normais. Ou seja, o aumento das aminotransferases está relacionado com a lesão aguda, não com a lesão crônica. Um paciente cirrótico crônico, não tem mais o que inflamar, logo não aumentará os níves de aminotransferases. Aspartato aminotransferase (AST), também chamada de TGO Catalisa a reação: aspartato + alfa-queroglutarato = glutamato + oxaloacetato Altas concentrações no citoplasma, principalmente nas mitocôndrias. Também está presente nos músculos esquelético e cardíaco, rins, pâncreas e eritrócitos. Importante marcadora de sofrimento celular, no sofrimento celular ela aumenta mais que a TGP, que está mais presente na membrana celular. @June 17, 2021 10:35 AM Exames laboratoriais em gastroenterologia 2 Valores normais: até 31 U/L (mulheres) e 37 U/L (homens) Alanina aminotransferase (ALT), também chamada de TGP catalisa a reação: alanina + alfa-queroglutarato = glutamato + piruvato encontrada em altas concentrações apenas no citoplasma do fígado, marcador mais sensível q o TGO. valores normais: até 31 U/L (mulheres) e 41 U/L (homens) Relação AST/ALT =1 : lesão aguda de hepatócito tgo > tgp e principalmente quando ast/alt > 2: muito importante indicação de lesão hepática por álcool em etilistas. Desidrogenase lactea (DHL) Observada em lesões hepatocelulares de modo geral. Útil na diferenciação entre hepatite aguda viral e lesão causada por isquemia ou paracetamol. Na primeira as aminotransferases sobem muito e a DHL pouco, na segunda o inverso. Quando ALT acima de 5x, relação ALT/DHL maior que 1,5 sugere hepatite viral. Valores normais: 24-480 U/L Testes para avaliação do fluxo biliar e lesão de vias biliares (colestase) Bilirrubinas: produto da degradação do radical heme das hemácias principalmente no baço. Radical heme → biliverdina → bilirrubina não solúvel (indireta, tem que estar conjugada com a albumina). A bilirrubina indireta chega aos hepatócitos pelos sinusoides, onde então é conjugada com o ác. glicuronico, é transportada até o retículo endoplasmático e é excretada pelos canais biliares → intestino → fezes. Quando só existe bilirrubina indireta aumentada (hemólise, erotropoiese ineficaz, síndrome de Gilbert) você pode ter icterícia, sem colúria e acolia fecal, uma vez que a molécula da bilirrubina indireta é muito grande para ser filtrada nos rins. Exames laboratoriais em gastroenterologia 3 Hiperbilirrubinemia indireta Aumento da produção de bilirrubina: hemólise, eritropoiese ineficiente, reabsorção de hematoma. Defeitos congênitos na captação ou conjugação da bilirrubina: síndrome de Gilbert (benigna) e síndrome de Crigher Najjar tipo I e II (pode levar a lesões cerebrais) Hiperbilirrubinemia direta Defeitos congênitos na excreção hepática: síndrome de Rotor, síndrome de Dubin Johnson. Defeitos adquiridos na excreção hepática: lesão parênquima hepático, obstrução biliar. O clearance renal da bilirrubina conjugada não permite que o nível sérico ultrapasse 30 mg/dl, quando na ausência de insuficiência renal ou hemólise. A elevação tem valor prognóstico na hepatite alcoólica, cirrose biliar primária e na hepatite aguda. Fosfatase alcalina (FA): produzida pelos ductos biliares. Também está presente em outros tecidos, principalmente ossos. Quando ocorre obstrução/ou compressão dos canais biliares será observado aumento da FA de origem hepática. Por exemplo em lesões malignas q crescem e comprimem os canais biliares. Na hepatopatia alcoólica, pode ocorrer uma colestase intrahepática e aumento da FA. Elevação em até 3 vezes - inespecífica. Acima de 3x → colestase Gamaglutamil transpeptidase (Gama GT) Não é encontrada nos ossos e placenta. Não eleva na doença óssea, nem na gravidez → confirma origem hepática da FA aumentada. Exames laboratoriais em gastroenterologia 4 Enzima microssomal → indução pelo uso de álcool e drogas (anticonvulsivantes e outras) - metabilismo no citrocromo p450. A elevação da Gama GT é um marcador de alcoolismo, mas não de hepatopatia alcoólica, quando elevada sozinha apenas marca indução enzimática. Pode ser elevada em até 10% sem estar relacionada com doenças. Testes para avaliação da função de síntese do fígado (suficiência hepática) Fígado sintetiza a maioria dos fatores e inibidores da coagulação Falta de fatores de coagulação: Perda da função dos hepatócitos Falta de "matéria-prima": vitamina K → é absorvida junto com a gordura (vitaminas A, D e K) Prática clínica TAP (tempo de atividade de Protrombina) → resultado em segundos, % e INR Albumina → proteína de síntese hepática Produção diária: 10 gramas Meia vida de 21 dias É menos sensível que o TAP para doenças agudas devido a meia- vida elevada, é mais útil em doenças crônicas. Fatores extra-hepáticos podem interferir, como: nutrição, perdas renais/intestinais e catabolismo proteico. Testes para estágio da cirrose Exames laboratoriais em gastroenterologia 5 Testes para investigação da etiologia da doença hepática (hepatites e doenças menos prevalentes) Classificação Child-Pugh: cirrose BEATA (mnemônico) Classificação de MELD → alocação do órgão na fila de transporte Exames laboratoriais em gastroenterologia 6 Marcadores tumorais e outros: Alfa feto proteína → proteína fetal que aumenta em inflamações do fígado e CHC (carcinoma hepatocelular). > 300 → CHC CA 19.9 → glicoproteina - mucina (neoplasias que produzem macina) → CA de pâncreas CEA → Antígeno carcinoembrionário → aumentado no CA colorretal, usado no controle pós-terapêutica para sinalizar possíveis metástases Calprotectina fecal → proteína citoplasmática dos neutrófilos. Auxilia diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais → outras doenças inflamatórias também podem aumentar a calprotectina, baixa especificidade. Elastase fecal → Enzima pancreática, não sofre metabolismo ou transformação até chegar no intestino. Importante para auxiliar no diagnóstico de insuficiências pancreáticas exócrinas. Teste respiratório de H. Pylori → Controle do tratamento do H. Pylori Exames laboratoriais em gastroenterologia 7
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