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FR707 Aula 3 - Antipsicóticos 08/04/2021 Psicose é um conjunto de distúrbios psiquiátricos graves, em que os pacientes podem sofrer perda de contato com a realidade, podem ter delírios, alucinações e também distúrbios de comportamento que podem impossibilitar a sua convivência social e prejudicar seu desempenho em tarefas cotidianas. A esquizofrenia é a psicose mais frequente nos pacientes em quem tem por características distorções do pensamento e da sua percepção da realidade. O seu intelecto é normal, porém as suas ações podem ser influenciadas por alucinações. Outro tipo de psicose é o transtorno de personalidade esquizotípica, em que os pacientes acreditam fortemente no sobrenatural, e se sentem constantemente ameaçados. O diagnóstico da esquizofrenia geralmente se dá pela presença de alucinações, como por exemplo, o paciente escuta vozes, em um intervalo de um mês. Devem ser excluídos o uso de drogas e álcool. Além disso, os pacientes geralmente apresentam os ventrículos cerebrais maiores do que o de pessoas sem a condição. Não existe uma teoria aceita para a causa da esquizofrenia, e não existem evidências de que ela esteja ligada à genética. A hipótese dopaminérgica da esquizofrenia é de que ela resulta do aumento da transmissão dopaminérgica. Então os fármacos têm como ação reduzir esse efeito, gerando uma ação antipsicótica. Nós temos cinco tipos de receptores dopaminérgicos, os cinco são acoplados à proteína G, podendo ser inibitórios (D1 e D5) ou inibitórios (D2, D3 e D4). Os fármacos para esquizofrenia geralmente vão atuar em D2. No entanto, esses receptores D2, além de atuar na cognição e no pensamento crítico, vão atuar também na memória, na motivação e na resposta emocional, além do controle do movimento. Não é possível inibir apenas algumas vias desses receptores, sendo assim, são causados os efeitos extrapiramidais, que podem ser tanto irreversíveis como por exemplo a discinesia tardia, e reversíveis (parkinsonismo). Como os pacientes precisam dos medicamentos em uso crônico, geralmente se usam outros meios para lidar com os efeitos adversos. A 1ª geração de antipsicóticos, são antipsicóticos típicos. Eles apresentam boa efetividade contra os sintomas da esquizofrenia, no entanto todos apresentam efeitos extrapiramidais severos. Além disso, também podem causar hipotensão, disfunção sexual e efeitos cardíacos, oftálmicos, gastrintestinais e genitourinários. São fármacos que possuem três anéis e uma amina, passível de ionização, com cadeia lateral. Todos os fármacos possuem um grupo eletronegativo com alta densidade eletrônica, fazendo com que o N, ionizado em pH fisiológico, se dobre formando uma estrutura ideal para se posicionar no lugar da dopamina. Na primeira geração temos a fenotiazina e o tioxanteno; a partir da modificação da meperidina, a butiferona; da modificação do haloperidol, difenilbutilpiperidinas (que tem uma ação mais prolongada do que as butiferonas); e as benzamidas. Para os pacientes mais agressivos, são utilizados os antipsicóticos de 2ª geração. Eles tem boa efetivada para tratar os sintomas mais negativos da doença, como catatonia, falta de iniciativa, isolamento social, apatia, indiferença emocional e pobreza de pensamento. Esses fármacos atuam nos receptores D2 e também nos receptores 5HT2A. No entanto, esses fármacos causam uma disfunção metabólica, aumentando a fome do paciente e consequente ganho de peso, além de problemas cardiovasculares. Eles são fármacos tricíclicos, com o anel central maior, tendo uma interação parecida com os fármacos de 1ª geração. O anel central maior, com 7 membros, tendo nitrogênio, oxigênio e enxofre como opções de heteroátomos. Eles têm menor interação dopaminérgica e por isso possuem menos efeitos extrapiramidais. FR707 Aula 3 - Antipsicóticos 08/04/2021 Uma terceira classe de fármacos são os benzisoxazóis e benzisotiazóis. Eles foram feitos combinando elementos estruturais dos fármacos de primeira geração. Eles apresentam boa afinidade D2/5HT2A.
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