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Objetivos: Desenvolver o senso de observação do médico Aprender a obter pistas para o diagnóstico Obter uma primeira Sequência do Exame Físico Geral 1. Nível de consciência/orientação no tempo e espaço 2. Fácies 3. Marcha 4. Atitude 5. Estado Nutricional 6. Mucosas 7. Pele 8. Estado geral 1. Avaliação do Nível de Consciência Alerta/Lúcido – está conversando. Nível de consciência máxima. Letárgico – necessidade de conversar com o paciente em tom de voz mais alto. Parece sonolento, mas abre os olhos, responde e volta a dormir. Obnubilado – sacuda gentilmente o paciente como se fosse acordá-lo. Abre os olhos, responde lentamente e parece confuso. Estupor/ Torpor – resposta ao estímulo doloroso com movimentos desordenados sem propósito e sons guturais, respostas verbais são lentas ou inexistentes. Coma – não há resposta a estímulos externos (dolorosos) ou internos (fome, frio). Escala de Coma de Glasgow Ectoscopia Letícia Avelar MED 105 Pontuação < 3 – Coma. Pessoa não abre os olhos, não fala nem se mexe ou reage à estímulos. Pontuação = ou <8 – considerado um caso crítico nas alterações dos níveis de consciência. Indica a intubação orotraqueal para a proteção da via aérea. Pontuação = ou >9 – não há necessidade de proteção da via aérea, porém, é necessária avaliação seriada para acompanhamento da evolução do paciente. Pontuação = 15 – é o máximo da escala. Significa que a pessoa abre os olhos espontaneamente, fala coerentemente e obedece a comandos de movimentos. Estado Mental Orientação Temporal – orientação quanto ao ano, mês, dia e hora. Orientação Espacial – estado, cidade, local especifico, bairro ou rua próxima. Decúbitos Fisiológicos Isocóricas - pupila de tamanho normal e a pupila contrai/diminui na luz Mióticas - pupila muito pequena e não abre, não tem resposta a luz. Midriáticas - pupila dilatada, não responde a luz. Se não passar é porque teve lesão cerebral e não vai reverter. Anisocóricas - pupilas diferentes, pode ser uma normal e a outra miótica/midríatica. Decúbito preferido – indica como o paciente prefere ficar no leito, desde que o faça conscientemente. Posição Antálgica – posição assumida, de forma espontânea, pelo corpo ou por uma de sus partes, de forma a atenuar a dor. Decúbito Lateral – deitado sobre o lado da dor. Ex: dor de origem pleurítica, reduzindo a movimentação dos folhetos pleurais Decúbito Ventral – deitado de bruço. Ex: cólica intestinal, cólica menstrual Decúbito Dorsal – com flexão de pernas e coxas sobre o quadril. Ex: processos inflamatórios pelviperitoenais. Genupeitoral/Prece Maometana – o paciente posiciona-se de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto apoia a cabeça ou a parte anterior do tórax sobre o travesseiro, solo ou colchão. Ex: pericardite e derrame pericárdico Posição de gatilho – caracteriza-se pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para frente. Ex: meningite / é mais comum em crianças Opistótono – tensão para trás, atitude decorrente de contratura da musculatura lombar, o corpo passa a se apoiar na cabeça e nos calcanhares, emborcando-se como um arco. Ex: tétano e meningite Posição Ortopnéica – paciente sentado no leito ou poltrona, tronco ereto, pernaspendentes, fica todo rígido, usa as mãos apoiadas na coxa para abrir a musculatura. Ex: asma, DPOC, COVID 19 2. Avaliação da Fácies Fácies – é a expressão fisionômica, em cuja composição incluem vários fatores, como a cor, a secreção sudoral e sabcea, o tamanho e o desenvolvimento dos ossos da face, tonicidade e mobilidade da musculatura, expressão dos olhos. Fácies Hipocrática Olhos fundos, parados e inexpressivos Lábios finos Batimentos das asas do nariz Rosto coberto de suor Palidez cutânea Discreta cianose labial Doença grave (estado agônico nas afecções que evoluem de modo lento) Fácies Renal Edema ao redor dos olhos Palidez cutânea Doenças renais – síndrome nefrótica e glomerulonefrite aguda Fácies Leonina Alterações produzidas pelas lesões da hanseníase Aspecto de cara de leão Pele espessa e com grande número de lepromas (nódulo cutâneo) de tamanhos variados Ausência de supercílios Nariz alargado Lábios grossos e proeminentes Bochechas deformadas Hipertireoidismo Exoftalmia/protrusão ocular Rosto magro Expressão de ansiedade ou espanto Podem apresentar aumento da glândula tireóide, fazendo uma saliência na região cervical. Fácies Mixedematosa Rosto arredondado Nariz e lábios grossos Pele seca, espessada e com acentuação dos sulcos Pálpebras infiltradas e enrugadas Supercílios escassos Cabelos secos e sem brilho Expressão apática Relacionada com o hipotireoidismo Fácies Acromegálica Excesso do hormônio GH Saliência das arcadas supraorbitárias Proeminencia das maças do rosto Maior desenvolvimento do maxilar inferior Aumento do nariz, lábios e orelhas Fácies Cushingoide Arredondamento do rosto Face em lua cheia Edema importante em região malar e pescoço, que torna a face arredondada Presença de acne Encontrada em pacientes com síndrome de Cushing primária ou em pacientes com uso de corticoesteróides Fácies da Paralisia Facial Periférica Assimetria da face Impossibilidade de fechar as pálpebras Repuxamento da boca para o lado Apagamento do sulco nasolabial Fácies Parkinsoniana A cabeça inclina-se um pouco para frente e permanece imóvel Olhar fixo Supercílios elevados Fronte enrugada Se parecem com uma figura de máscara Falta de expressividade facial Observada na doença de Parkinson 3. Avaliação da Marcha Distúrbios da Marcha: Astasia – impossibilidade de permanecer em pé Abasia – impossibilidade de andar Disbasia – dificuldade de andar Ataxia – perda da coordenação dos movimentos Marcha Parkinsoniana Caminhada em pequenos passos como se fosse dar uma pequena corrida Joelhos semifletido, a cabeça e o pescoço projetam-se para frente Membros superiores semifletidos e com tremores nas mãos Grande dificuldade para mudar a direção da marcha Aumento da cifose torácica Marcha do Hemiplégico ou Marcha Ceifante Espasticidade do membro inferior, o qual é projetado rigidamente, sem flexão no joelho, de fora para dentro Membro superior imóvel em flexão e adução e mão em pronação A perna tem de se arrastar pelo chão Lembra o movimento de uma foice em ação Mais comum em AVC Marcha Tabética ou Marcha Atáxica Marcha deselegante e grotesca Mantem o olhar fixo no chão e os membros inferiores são levantados abruptamente Marcha Parética Há fraqueza muscular (grupo muscular tibial anterior) Paciente arrasta a ponta dos pés gastando as pontas dos sapatos Marcha de galinha / Marcha escavante Marcha Espástica Aumento do tônus dos membros inferiores Paciente caminha com as pernas endurecidas, quase sem fletir o joelho Pernas desenvolvem trajetória de fora para dentro (marcha em tesoura) Marcha Cerebelosa Paciente caminha com pernas abertas 4. Avaliação da Atitude Ativo – indica como o paciente prefere ficar no leito, de forma espontânea. Passivo – o paciente não tem capacidade de escolher sua posição. 5. Avaliação do Estado Nutricional Medidas Antropométricas: Peso Altura Envergadura IMC Circunferências da cintura e abdome (ponto médio entre o rebordo costal e o ponto mais alto da crista ilíaca) Circunferência da panturrilha IMC Baixo peso: IMC < 18,5 Normal: IMC = 18,5 a 24,9 Sobrepeso: IMC = 25 a 29,9 Obeso: IMC igual ou maior que 30 Pacientes com edema não podem realizar o IMC Biotipo Normolíneo: equilíbrio entre membros e troncos / Ângulo de Charpy 90º Brevilíneo: pescoço curto e grosso, tórax alargado e volumoso, membros curtos em relação ao tronco, tendência para baixa estatura / Ângulo > 90º Longilíneo: pescoço longo e delgado, tórax afilado e chato, membros alongados, tendência para estatura elevada / Ângulo < 90º 6. Avaliação de Pele e Mucosas Coloração: Icterícia – pele amarelada Cianose – pele azul Palidez Hidratação: Turgor cutâneo na região anterior da coxa – “pinçar” Recolhimento rápido – hidratação adequada e turgor cutâneo preservado Avaliação da Mucosa Ocular Tracione a mucosa ocular Observe sua coloração Observe a sua hidratação A coloração normal é vermelho vivo, a sua mudança para tons róseos ou esbranquiçados estão relacionados a quadros de anemia. Habitualmente traduzimos como mucosa hipocorada, classificada em um sistema de cruzes (++/6+) Quando brancas, são chamadas de descoradas. Avaliação da Mucosa Oral Avalie a umidade da língua, paciente bem hidratado tem sobre de salina nas suas bordas Nos pacientes desidratados a língua fica ressecada Avalie o freio da língua, observe se ele está com tom avermelhado, corado. Em pacientes anêmicos fica róseo para esbranquiçado Enchimento Capilar Consiste em comprimir a polpa do dedo contra a unha até esta ficar branca e libertar a pressão. A recoloração do leito ungueal faz-se normalmente em cerca de 2 segundos. 7. Estado Geral Bom Regular Ruim Serão geralmente caracterizados de acordo com o aspecto geral do paciente, alterações nos sinais vitais, evidência das grandes síndromes clinicas e alteração do nível de consciência.
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