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Eduarda Michelin – ATM2024.2 DROGAS VASOATIVAS Conceito CHOQUE → quando o paciente não tem mais a capacidade de manter a perfusão e a manutenção do metabolismo de suas células, diminuindo a oferta de oxigênio e de alimentação, para fazer uso da glicose e do O2 para formação de ATP. Hipoperfusão orgânica com disfunção celular e morte. Conceito de PA/PAM = útil, mas não deve ser visto isolado. Como o paciente não consegue retirar a glicose e o O2, ele começa a fazer metabolismo anaeróbio, com um aumento da produção do lactato, culminando em uma acidose. Outros sinais: confusão mental, diminuição da diurese e sofrimento renal. Fases do Choque I. Fase Inicial: CHOQUE QUENTE. É quando há redução de pressão arterial com hipoperfusão dos órgãos. O corpo tenta manejar isso com aumento da frequência cardíaca (tentando aumentar débito cardíaco) e com vasodilatação momentânea da parte periférica tentado fazer com que ocorra a irrigação da melhor forma. II. Fase Seguinte: CHOQUE FRIO. Ocorre no decorrer do período (variável para cada tipo de choque) em que já há hipoperfusão, vasoconstrição difusa – tentando fazer aumento de manutenção da PA -, frequência cardíaca elevada, com extremidades frias, tempo de enchimento capilar retardado = é o choque propriamente dito instalado. Manejo / Suporte Hemodinâmico Precoce Quando antes eu manejar, antes eu consigo manter as células com maior tempo de durabilidade e vou evitar a morte celular e a lesão dos órgãos. Evitar piora e perpetuação das disfunções orgânicas. Oxigenação adequada + fluidos (não adianta utilizar drogas vasoativas sem fluido – pode até piorar a situação) + drogas vasoativas (para manutenção da PA)! Manejo antes da confirmação de causa! Eduarda Michelin – ATM2024.2 DROGAS VASOATIVAS Sistema Simpático = atua em tônus vascular → aumenta tônus, aumenta PA. É o sistema luta e fuga! o Fica na região toraco-lombar – a região da medula é o local onde há maior liberação dos neurotransmissores e maior ações dentro do que necessitados do simpático. É uma resposta “medular”, a inervação fica na região toraco-lombar. Sistema Parassimpático = o oposto. DROGAS VASOPRESSORAS = MIMETIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO. Vasopressores Adrenérgicos Atuam diretamente no sistema adrenérgico – no sistema simpático de estimulação. Aumentam tônus muscular para vasoconstrição e aumento de PA. Ionotrópicos Aumentam a força de contração e a força cardiovascular. Eduarda Michelin – ATM2024.2 Receptores Adrenérgicos Há duas grandes subdivisões (alfa e beta)! Receptores Adrenérgicos Alfa São as que mais atuam em tônus vascular – principais classes de medicações vasopressoras utilizadas! ALFA 1: aumenta entrada de cálcio. Ao receber estimulação, há aumento da entrada de cálcio na célula, provocando vasoconstrição e força de contração. o O cálcio que é jogado para dentro da célula é aquele que está dentro do retículo endoplasmático celular → então o cálcio que é “jogado para dentro da célula” já é intracelular, mas ele é “jogado” para dentro do citoplasma para ser funcionante; ou seja, há aumento da entrada de cálcio através da estimulação do reticulo endoplasmático. ALFA 2: potencializa e promove a ação celular e inibe a liberação de NE. O neuroestimulador estimula o receptor alfa-2 que está localizado no nervo simpático e estimula também o receptor alfa-2 localizado na membrana celular. Estimulando o alfa-2 na membrana celular, ele também vai ajudar e fazer com que ocorra a contração utilizando o AMP- cíclico. O AMP-cíclico, junto com o cálcio, faz a contração e aumenta a contratilidade dessa célula, aumentando, também, a parte metabólica dessa célula = promovendo a ação celular e ajudando a ação do cálcio. Ao mesmo tempo, esse estimulante age no receptor alfa-2 do sistema nervoso simpático, diminuindo a liberação do estimulante. É um feedback negativo para a célula “não cansar”, para não ocorrer fadiga celular. Receptores Adrenérgicos Beta Quando são estimulados de forma adrenérgica, eles aumentam a força de contração do coração! Quando uso betabloqueador, há redução de FC e PA, pois há bloqueio de tais receptores, impedindo seu efeito. BETA 1: receptores alocados principalmente na região do coração. Ao estimular esse receptor, há aumento do influxo de cálcio (por outro mecanismo, diferente do receptor alfa) e, consequentemente, aumento força de contração muscular local, ou seja, aumento da força de contração do coração, com aumento do DC. BETA 2: alocados na região do pulmão → fazem a broncodilatação. Com o aumento da força de contração do coração e aumento do débito cardíaco, há aumento da necessidade de O2. A broncodilatação serve para que ocorra relaxamento brônquico e para que ocorra maior troca gasosa, “liberando” mais oxigênio para ser utilizado nesse aumento de DC. Eduarda Michelin – ATM2024.2 BETA 3: localizados principalmente nos adipócitos. Não tem tanto efeito vasopressor, mas atua na lipólise, além de atuar na região pancreática. Alfa 1 e Beta 2 = antagonistas! O Alfa 1 e o Beta 2 são os principais responsáveis pela modificação de tônus vascular! O Alfa 1 aumenta a entrada de cálcio presente nas células da região dos nossos vasos e faz a contração → vasoconstrição. O Beta 2 dos vasos promovem vasodilatação. Ou seja, exercem efeitos adversos com o mesmo estímulo, com o neurohormônio adrenérgico. A maioria dos vasopressores tem efeito maior alfa, para promover a vasoconstrição. Em relação ao efeito beta, várias das medicações tem esses efeitos beta reduzidos, baixa. Hormônios Adrenérgicos Liberados Adrenalina (= epinefrina) e Noradrenalina (= noraepinefrina, precursor da adrenalina)! Os receptores alfa e beta não estão apenas envolvidos em força de contração e força cardíaca; também estão envolvidos na parte glicêmica, no metabolismo da glicose. As células alfa e beta responsáveis pelo metabolismo da glicose correspondem aos nossos receptores adrenérgicos. INSULINA = faz com que a glicose entre nas células através dos GLUTs e com que parte seja armazenada no fígado sob a forma de glicogênio. Ao jejum, preciso retirar açúcar de algum lugar → há inibição das células beta e estimulo da célula alfa. A célula alfa estimulada libera glucagon. Eduarda Michelin – ATM2024.2 GLUCAGON = hormônio que sai da célula alfa e vai lá no lactato, no aminoácido e na nossa musculatura (pega aminoácido da parte proteica) e faz a gliconeogênese, ou seja, transforma lactato e aminoácidos em glicose. Além disso, pega o glicogênio armazenado no fígado e faz a glicogenólise, ou seja, quebra esse glicogênio e transforma em glicose. Se estimula a parte alfa, eu vou inibir a insulina e vou liberar glucagon para formar mais glicose. O corpo entende que as células precisam de mais energia, assim, mais açúcar para ATP. Efeito Fisiológico de uma Droga Adrenérgica Aumento da atividade simpática; Midríase; Aumenta a sudorese e piloereção; Aumenta FC e força de contração cardíaca; Redução do peristaltismo e aumento da contração da musculatura dos esfíncteres gastrointestinais; Relaxamento da bexiga e contração do esfíncter interno. Drogas Vasoativas Adrenérgicas Vasopressores de Primeira Linha Independentemente do tipo de choque, a NORADRENALINA vai ser a minha droga de escolha! NORADRENALINA É a dose de escolha, primeira opção de escolha, independentemente do tipo de choque! É um precursor da adrenalina (não é a molécula pronta); tem um efeito rápido no momento que é injetado e ação duradoura. Não é feito em bolos, em doses de ataque, mas sim em bomba de infusão – doses em ml/h -. Atividade predominantemente Alfa, principalmente alfa-1, fazendo vasoconstrição. Efeito Beta faz um pouco de broncodilataçãoassociada e auxílio para a manutenção do débito cardíaco. Faz aumento de PA, com pouco efeito sobre a FC e DC (efeito Beta é baixo, mas ainda existe). Em ambiente de Urgência e Emergência, posso fazer 2 ampolas com 100ml de SG. Eduarda Michelin – ATM2024.2 Até 1 hora de infusão pode ser feito em periférico; após, tenho que usar cateter venoso central devido aos efeitos locais da medicação. DOPAMINA Dose dependente: o Efeito Beta em doses baixas → vasodilatação periférica, esplâncnica (baço e fígado) e renal, broncodilatação e alterações cardiovasculares. o Efeito Alta em doses altas → vasoconstrição e consequente aumento de PA. Não se faz mais doparenal, ou seja, uso de dopamina para melhora da perfusão renal. Já se tem estudos indicando que não se usa dopamina para choque séptico, por exemplo, pois ele aumenta a chance de arritmias, devido ao efeito Beta, e há maior taxa de óbito em 28 dias. “Doses muito baixas (<3ug Kg/min) podem dilatar seletivamente as circulações hepatoesplâncincas e renais, mas os ensaios controlados não demonstraram efeito protetor sobre a função renal”. ADRENALINA É o neurohormônio pronto e fabricado → rápido início de ação e efeito intenso e rápido (não tem ação duradouro). Por isso, é utilizado em situações de PCR, por exemplo. Só é usado em casos graves! Dose dependente: o Efeito Beta em doses baixas; o Efeito Alfa em doses altas. Nunca isolado → usar em associação com a noradrenalina para ter ação mais duradoura. o É utilizado em associação com a noradrenalina quando essa atinge a dose máxima, não tem mais como subir a dosagem que não vai fazer efeito (dose máxima = >1mcg/Kg/min). Mais do que isso, não faz efeito = nesses casos, se faz adrenalina em bomba de infusão associada a noradrenalina. Posso iniciar a partir de 0,6mcg/Kg/min. o Não há dose inicial específica de adrenalina – geralmente é adotado 0,6mcg/Kg/min. o Só é usado isolado em PCR A adrenalina quando em bomba vai causar mais arritmia e aumento do lactato – devido do aumento do metabolismo anaeróbico, causando acidose do paciente. Iniciar em 5mL/h e depois vai aumentando conforme efeito! Eduarda Michelin – ATM2024.2 VASOPRESSINA (ADH) É na verdade um hormônio específico antidiurético → aumenta a retenção de fluidos através da redução da diurese. É secretado principalmente quando o paciente se apresenta desidratado e quando há redução brusca da PA. Ela melhora a manutenção do intravascular. Posso fazer em associação à noradrenalina → adicionar vasopressina (até 0,03 U/min) à noraepinefrina (quando as doses de nora estão acima de 0,6mcg/Kg/min). Drogas Vasoativas Inotrópicas DOBUTAMINA É a droga de escolha! Aumento do DC através da força de contração cardíaca; Propriedade predominantemente Beta-adrenérgicas; Posso usar isolado ou com noradrenalina – geralmente começa a noradrenalina para aumentar a PA e após se faz associação com Dobutamina quando há necessidade de propriedade Beta adrenérgica (com efeito do DC para força de contração); Efeitos limitados sobre a PA; Doses baixas aumentam substancialmente o DC. LEVOSIMEDAM É uma medicação que aumenta a força de contração também. Ela liga-se a troponina C cardíaca e aumenta a sensibilidade ao cálcio, fazendo com que o complexo de sarcomero tenha maior força de contração. Ele é também um vasodilatador que abre canais de potássio sensíveis ao ATP no músculo liso vascular. Ele faz força de contração cardíaca e vasodilatação na periferia → faz aumento do DC com melhora da porção circulatória. Estudos recentes não demonstram benefício da droga em pacientes graves.
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