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Confirmação da Gestação

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Eduarda Michelin – ATM2024.2 
Confirmação da gestação, desenvolvimento intra-útero e sistematização do 
exame obstétrico 
O início do uso da ecografia obstétrica data de 1958, sendo que os maiores avanços 
ocorreram os maiores avanços, com o uso de transdutores de maiores frequências, doppler, 3D/4D. 
Não existem evidencias cientificas de efeito deletério ao feto pelo uso sistemático de US, 
porém, o US Doppler pode aquecer e gerar microbolhas de ar (inflamar o globo ocular). 
 Para criar microbolhas teria que ficar mais de meia hora com o transdutor em cima de um 
dos globos oculares; e de preferencia com o transdutor muito próximo do globo ocular. 
Ecografias: 
1º trimestre (vai até 11 semanas): via transvaginal até 10 semanas e via abdominal a partir de 10 
semanas. 
2º trimestre: sempre via abdominal; exceção para medida do colo (18/20-24 semanas) é via 
transvaginal/endovaginal (eco para avaliação do colo uterino – avaliar risco de parto prematuro por 
incompetência do colo → normalmente se pede junto com o morfológico). 
3º trimestre: via abdominal. 
Métodos para Datação da Gestação 
Laboratório: dosagem quantitativa de bHCG plasmática – normalmente positivo no final da 4ª 
semana. 
Exame físico: altura uterina, movimentos fetais, ausculta cardíaca (BCF a partir de 10-12 semanas). 
DUM: IG menstrual (1º dia da última menstruação); IG conceptual (a partir da fecundação → não 
costuma usar). 
Ecografia: melhor método para determinar IG, se realizada no 1º trimestre. 
Datação por Ecografia: para datação, será mais precisa se for realizada precocemente (1º 
trimestre). Quando feita no início da gestação, possui a menor variação (+/- meia semana para mais 
ou para menos) → quanto mais precoce, menor a variação. 
 Inicialmente, não enxergamos o embrião = visualizamos o saco gestacional → faz-se uma 
medida do diâmetro médio do saco gestacional por via transvaginal. 
o Saco gestacional é uma formação anecoica 
(estrutura escura), esférica, regular e de paredes 
lisas e ecogênicas (mais brilho que a parede do 
útero). Normalmente enxergamos entre 4-5 
semanas. 
o Na ecografia é importante analisar o número, 
localização, contornos e dimensões → datação 
através do diâmetro médio do SG. 
 DM = D1+D2+D3/3 
 Com embrião (1º trimestre): medida do CCN (comprimento céfalo-nádegas) ou comprimento 
longitudinal. É a primeira medida que vamos ter do embrião. 
Comprimento máximo obtido em plano sagital do ápice do polo cefálico até a extremidade 
caudal, sem os membros. Bebê em repouso – bebê muito fletido ou esticado alteram -. Utilizado 
até a 14ª semana. 
CCN é padrão ouro para datação, variação de +/- 5 dias. 
 2/3 trimestres: parâmetros fetais (biometria fetal)  medidas da cabeça, abdome e fêmur (pode 
utilizar tíbia e úmero). 
o Medidas da Cabeça: Diâmetro Biparietal (distância máxima entre a borda externa e a 
borda interna da calota craniana) os pontos de referência são foice, tálamos e 3º 
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ventrículo; boa precisão de datação até a 20ª semana; desvio-padrão aumenta 
acentuadamente com o avançar da IG; variações importantes de serem observadas: 
forma do crânio, apresentação, presença de oligodramnio, no final da gestação. 
Circunferência Cefálica  a partir de 24 semanas pode ser o melhor parâmetro das 
medidas cefálicas; sofre menos variações que o DBP; é obtida no mesmo plano de corte 
que o DBP; pode ser calculada automaticamente pelo aparelho ou indiretamente pelo 
diâmetro occipito-frontal + DBP. 
o Medidas do Abdome: Circunferência Abdominal  melhor parâmetro para avaliação 
do crescimento fetal e ganho ponderal de peso; é obtida através do corte transversal do 
abdome fetal ao nível de inserção do cordão umbilical. Pontos de referência: estômago, 
vasos portais, corpo vertebral e grandes vasos. Evitar movimentos corporais e 
respiratórios – a partir da 26/28ª, o bebê começa a fazer movimentos diafragmáticos -. 
Pode ser calculada automaticamente pela elipse ou pela fórmula (DAP + DT) x 1,56. 
o Medidas do fêmur: comprimento do fêmur  os 
ossos longos são os melhores parâmetros fetais para 
obtenção da IG no 3º trimestre (mais próximo ao fim 
da gestação, maior a margem de erro); podemos 
também medir o úmero mas não faz parte da rotina; 
medir todo o comprimento e não incluir os centros de 
crescimento – medidos tudo que está ossificado, parte 
mais branca -. 
1º TRIMESTRE 
 Diagnóstico de gestação (visualização do SG); 
 Localização do SG (tópico/ectópico) – dentro ou fora do útero; 
 Número de SG/embriões; 
 Gestação anembrionada – SG sem embrião ou vesícula vitelínica; 
 Vitalidade do embrião e diagnóstico precoce de óbito  BCF (a partir de 6 semanas, até a 8ª 
semana, a atividade cardíaca deve aparecer, embrião >/=5 mm); saco gestacional anormal: 
DMSG > ou = 8mm sem vesícula vitelínica por transvaginal, DMSG > ou = 16 mm sem embrião, 
forma aberrante ou distorcida, reação decidual < 2mm. Na dúvida, repetir em 5-7 dias → como 
o BCF, que as vezes pode demorar uns dias a mais. 
 Coriogenicidade e amniocidade em gestações múltiplas – quantidade de placentas e sacos 
gestacionais; 
 Datação da IG; 
 Rastreamento pela translucência nasa e osso nasal. 
 TN intracraniana. 
4-5 semanas: nidação do SG acontece, aproximadamente no 28º dia → b-HCG positiva, mas a 
ecografia é geralmente negativa. As vezes, é possível enxergar um espessamento do endométrio 
e/ou o corpo lúteo ovariano. 
o Final da 4ª semana: saco gestacional de 2-5 mm. Determinar localização, número e 
forma. 
o Conforme aumento, fazer a medida do diâmetro médio do saco gestacional (DMSG)  
D1 + D2 + D3/3. 
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5-6 semanas: aumento do saco gestacional e anel 
hiperecogênico do córion frondoso – parte da parede do SG 
começa a reagir com o endométrio e com o miométrio; começa a 
ficar mais brilhante -. 
o Final da 5ª semana: devemos visualizar a vesícula 
vitelínica (nutrição e hematopoese). 
o DMSG de 20 mm (via abdominal) ou 8 mm (via 
transvaginal) deve-se ver a vesícula vitelínica (anel). 
o Com 5,5 semanas: pequeno embrião e já pode existir 
atividade cardíaca. 
o Medida do CCN é de 1,5 a 2 mm. 
6-7 semanas: embrião de 2-3 mm – forma de “anel com pedra”. 
o DSMG maior que 16 mm deve ter embrião. 
o Embrião maior que 5 mm deve ter atividade cardíaca. 
o Medida: CCN. 
o Doppler já visualiza fluxo. 
7-8 semanas: aumento do SG e embrião. Embrião maior que a vesícula vitelínica. Vemos âmnio 
envolvendo embrião (fina lâmina anecoica envolvendo o embrião). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8-9 semanas: melhor diferenciação cabeça/tronco. Vemos os brotos dos membros. 
o Cabeça mais saliente – nesse período, a cabeça é a maior estrutura do bebê. 
o Percebemos o rombencéfalo (ventrículo cerebral único) → cisto na fossa posterior. 
o CCN → 16-24 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9-10 semanas: nítida diferenciação de cabeça e membros; visualização da foice do cérebro. 
o Membros mais salientes e aparecimento dos movimentos corporais. 
o Início do cordão umbilical. 
Anel = Saco Vitelínico 
Pedra do Anel = Embrião 
O âmnio se distende por completo, vai 
envolver o embrião e vai se aderir ao 
córion, que é a parede do SG. 
Círculo roxo = ventrículo cerebral único 
(aparência de cisto) 
Círculo rosa = hérnia fisiológica do 
cordão umbilical. Pode ocorrer até 12 
semanas; após, tem que desaparecer. 
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o Pode ter herniação fisiológica na inserção do cordão umbilical na parede anterior do 
abdome que deve desaparecer em até 12 semanas → cordão umbilical desproporcional 
ao tamanho do bebê. 
o CCN  24-33 mm. 
10-11 semanas: término do período embrionário. 
o Vemos a placenta, os núcleos de ossificação de ossos e crânio. 
o Face, tórax, abdome, membros, mãos e pés bem diferenciados. 
11-12 semanas: período fetal. 
o Todos os elementos anatômicos já estão definidos, inclusive o sexo– a única parte que ainda vai crescer é o SNC; todos os órgãos já 
estão formados. 
o Dimensões muito reduzidas. 
o SNC: representado pelos plexos coróides (sinal da borboleta) – os 
ventrículos são “gigantes” e os plexos também. 
o Inicio do período para Transluscência Nucal. 
 
 
12-14 semanas: final do 1º trimestre. 
o Membrana amniótica praticamente acoplada ao córion (não enxerga mais o amnio). 
o Período para Transluscência Nucal (11-14 semanas)  marcador fetal de rastreamento 
para más-formações e cromossomopatias. 
o Tubérculo genital ou phalus (futuro pênis ou clitóris): são iguais, têm o mesmo tamanho 
para ambos os sexos. É a inclinação que dará a probabilidade  masculino: inclinado 
anteriormente >60º; feminino: inclinado caudalmente <30º. 
Até 30% não respeitam essa regra, por isso que não dá para dar certeza! 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º TRIMESTRE 
Medidas fetais para datação são realizadas pela biometria fetal. 
 Medidas da cabeça: DBP, circunferência cefálica. 
 Medidas do abdome: CA e peso. 
 Medidas dos membros: fêmur e úmero (dificilmente usado). 
 Peso. 
 Placenta. 
 Líquido amniótico. 
 Situação e posição. 
 Movimentos e BCF. 
Utilização do DI para datação da gestação tem variação de até 2 semanas – muda especialmente 
por questões genéticas. O DI pode ser utilizado para investigar causas de sangramentos e avaliar 
bem estar, vitalidade, crescimento e morfologia fetal. 
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ECO morfológica/3D: 
o Morfológica: realizada no período de 20-24 semanas. Avaliação de toda a morfologia! 
o 3D/4D: para ver o rosto da criança no período de 26 a 30 semanas. Para diagnóstico em 
qualquer período. 
 É interessante realizar a ecografia transvaginal para avaliação do colo uterino junto 
com o morfológico. 
3º TRIMESTRE 
Grande variação na datação de 2-3 semanas → não indicado para datação! 
É um período indicado para avaliação do crescimento, posição, placenta, líquido e bem-estar fetal. 
Determinar peso → medidas devem ser feitas com muito cuidado; se o abdome estiver com 
movimento respiratório, precisa esperar para obtermos uma medida confiável. 
Menor capacidade de avaliar detalhes fetais. 
A parte morfológica não pode mais ser visualizada no terceiro trimestre (não tem como dizer se 
está tudo perfeitinho).

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