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1 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 OTITE EXTERNA Quadros inflamatórios da orelha externa; Causa predominantemente infecciosa; Pode comprometer qualquer tecido da orelha externa (pele e anexos, tecido subcutâneo, pericôndrio, cartilagem e osso. Anatomia da orelha externa A orelha externa é formada pelo pavilhão auricular (possui arcabouço de cartilagem elástica que fornece seu formato característico) e pelo conduto auditivo externo (CAE). A localização do pavilhão o torna exposto a traumatismos e patologias decorrentes da exposição solar prolongada. O CAE de um adulto mede, em média, 25mm. - CAE Porção lateral: estrutura cartilaginosa rica em folículos pilosos e glândulas sebáceas e apócrinas produtoras de cerúmen. Porção medial: estrutura óssea com epitélio delgado, privado de anexos epiteliais e com uma sensibilidade dolorosa maior do que aquela observada no conduto cartilaginoso. - INERVAÇÃO SENSITIVA DA ORELHA EXTERNA Fibras aferentes originadas de quatro pares cranianos: trigêmeo, facial, glossofaríngeo e vago, além de fibras do plexo cervical. Esse rico e peculiar padrão de inervação justifica o envolvimento da orelha externa em casos de otalgia secundária. Microbiologia Bactérias gram-positivas pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Corynebacterium (Turicella otitidis). Gram-negativos são raros, sendo Pseudomonas aeruginosa o mais comum. Usuários de prótese acústica apresentam uma maior prevalência do estafilococo coagulase-negativo, além de gram-negativos (Escherichia coli, Acinetobacter sp., P. aeruginosa) e fungos (Candida sp.). Cerúmen = mantém a flora microbiana normal no CAE / pH ácido do cerúmen torna o crescimento bacteriano e fúngico inviável. 2 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 OTITE EXTERNA DIFUSA (“orelha de nadador”) Celulite da pele e do tecido subcutâneo do CAE ocasionada por uma quebra na barreira protetora natural do conduto Facilitada pela presença de umidade no seu interior 1 e 4 casos por 100 indivíduos por ano Mais incidente no clima tropical e meses de verão Associada a traumatismo local com hastes de algodão ou outra forma de manipulação do conduto Quadro clínico Estágio clínico inicial denominado de pré-inflamatório: prurido, edema e sensação de plenitude Otalgia = sintoma mais característico do estágio inflamatório agudo, podendo refletir-se em toda a região periauricular. Manifesta-se à digitopressão do trágus ou durante a mastigação Pode ocorrer otorreia clara e inodora (casos graves: otorreia intensa e seropurulenta) Pode haver linfadenopatia cervical e febre Casos com resolução incompleta podem evoluir para estágio inflamatório crônico com pouca dor, mas com prurido e secreção persistentes (pele encontra-se espessada ou hipertrofiada, levando à obliteração parcial ou total do conduto, em geral não há mais produção de cerúmen) Microbiologia P. aeruginosa é o mais frequente, seguido de S. epidermidis e S. aureus (podem ocorrer concomitantemente) Exame microbiológico não é essencial na escolha terapêutica (pode ser necessário em casos recalcitrantes) Tratamento Limpeza meticulosa e frequente do CAE é a medida isolada mais importante Microssucção é o método mais efetivo para a remoção de resíduos em pacientes colaborativos de qualquer idade (uso de algodão na extremidade serrilhada de um porta-algodão também pode ser útil) O edema intenso das paredes do conduto pode, em alguns casos, dificultar a instrumentação adequada de toda a extensão do CAE. 3 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Quando houver necessidade do uso tópico de medicação, uma gaze hidrófila pode ser introduzida com cuidado profundamente no conduto, sendo a medicação aplicada na extremidade da gaze. Dessa forma, a medicação impregna na gaze e atinge áreas mais profundas do CAE. Medicações tópicas: - Polimixina + neomicina + hidrocortisona / 4x ao dia - Preparações com gentamicina são eficazes, mas não podem ser utilizadas em pacientes com perfuração da membrana timpânica (risco de ototoxicidade) / 4x ao dia - Ciprofloxacino ou ofloxacina (eficácia sobre patógenos mais comuns) / 2x ao dia - Uso de corticoide tópico auxilia na resolução dos sintomas relacionados à inflamação, assim como edema - Uso de antimicrobianos sistêmicos (quinolonas ou cefalosporinas) = indicado em casos de celulite ou extensão do processo aos tecidos periauriculares OTITE EXTERNA CIRCUNSCRITA (“FOLICULITE”) Inflamação da unidade pilossebácea na porção cartilaginosa do conduto Geralmente causada pelo S. aureus Principal sintoma: dor se intensifica à compressão do trágus Prurido comum no início (otorreia e perda auditiva pouco frequentes) Tratamento - Tratamento local com mupirocina tópica e AINEs - Caso haja ponto de flutuação: realizar drenagem - Coleção purulenta, febre ao redor da lesão, celulite, linfadenopatia reacional = uso de antimicrobiano sistêmico com ação contra estafilococo (dicloxacilina e a eritromicina) PERICONDRITE Inflamação do pericôndrio que reveste a cartilagem do pavilhão Dor intensa, calor, edema e eritema de parte ou todo pavilhão, exceto lóbulo Causas: piercings que transfixam a cartilagem (+ comum), doenças da pele (geralmente com eczema), herpes-zóster, acupuntura, esportes de contato e trauma cirúrgico também são relatados. P. aeruginosa e S. aureus sensível à meticilina (MSSA) 4 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Distúrbios autoimunes podem comprometer a cartilagem do pavilhão = policondrite recidivante (comprometimento auricular é o maior achado) Condrite geralmente está acompanhada de outras manifestações clínicas (artrite reumatoide, lúpus, eritematoso sistêmico, psoríase etc.). Tratamento: anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) a glicocorticoides ou mesmo agentes imunossupressores Tratamento Formação de abscesso subpericondral pode, em casos avançados, levar à necrose da cartilagem subjacente (tratamento: drenagem + debridamento) Fluoroquinolonas ou cefalosporinas de terceira geração OTOMICOSE Infecções fúngicas do CAE correspondem até 20% dos casos de otite externa Maior frequência: regiões tropicais Fator de risco: uso contínuo de gotas otológicas Sintomas: prurido e otorreia Aspergillus (A. niger, A. fumigatus) e Candida: isolados mais frequentes Tratamento Limpeza completa do conduto e uso de gotas acidificantes Antifúngicos tópicos, como o cetoconazol OTITE EXTERNA NECROSANTE Osteomielite do osso temporal e da base do crânio Potencialmente letal Consequente a quadro inicial de otite externa difusa Idosos, diabéticos e imunossuprimidos: grupo mais suscetível P. aeruginosa: agente causador (entretanto, S. aureus, Staphylococcus epidermidis, Proteus mirabilis Klebsiella oxytoca já foram identificados) Em imunocomprometidos o principal identificado é o Aspergillus fumigatus Fatores de risco em diabéticos: defeitos na imunidade celular, microangiopatia e alterações no pH Otalgia (mais intensa à noite) e otorreia (costuma ser purulenta e fétida), edema e hiperemia do CAE, sensibilidade e edema periauricular 5 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Com a progressão da doença a otalgia se torna lancinante e responde pouco aos analgésicos Achados específicos: tecido de granulação e pólipos (na porção posteroinferior do CAE) Paralisia de pares cranianos pode ocorrer, sendo o nervo facial o mais afetado (75%) Critérios obrigatórios para diagnóstico de OEN Sinais de otite externa que não respondem à terapia por 2 ou 3 semanas Tecidos de granulação ou microabscessos no nível da junção osteocartilaginosa no CAE Ausência de carcinoma no exame microscópico após biópsia incisional do tecido de granulação Tomografia computadorizada(TC) do osso temporal com contraste é o exame mais disponível e custo- efetivo - erosão do osso timpânico e da base do crânio, envolvimento de tecidos moles parafaríngeos e do sistema nervoso central e acometimento da mastoide, em geral por infiltração parafaríngea no entorno da tuba auditiva e posterior difusão para o CAE Ressonância magnética é importante para a avaliação da extensão da doença através do ápice petroso, espaços profundos da face e pescoço, além de órgãos intracranianos Tratamento Internação hospitalar = antibioticoterapia endovenosa, controle do diabetes melito e limpeza rigorosa do CAE Uso de terapia antimicrobiana contra pseudômona é essencial Ceftazidima + ciprofloxacino 4 a 8 semanas de tratamento Tratamento cirúrgico é limitado = apenas para debridamento do tecido necrosado e obtenção de material para cultura 6 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 OTITE MÉDIA AGUDA Processo inflamatório da mucosa da orelha média Presença de secreção, de início repentino ou agudo acompanhado de sinais de inflamação Conceito mais amplo = processo inflamatório da fenda auditiva (orelha média, porção cranial da tuba auditiva e células mastóideas) Toda OMA é uma otomastoidite aguda em potencial Maior incidência na infância Fisiopatologia Processo inflamatório da orelha média que culmina com a OMA se inicia, geralmente, nas vias aéreas superiores (mais precisamente na rinofaringe) Crianças: tubas pouco desenvolvidas, curtas, horizontalizadas e associadas a infecções frequentes das vias aéreas superiores = alta prevalência de OMA Contaminação por ascensão de vírus e bactérias da rinofaringe até a orelha média é o fator determinante na fisiopatologia da OMA Transudações da mucosa da orelha média dará origem à efusão, que, ao aumentar progressivamente de volume, provocará otalgia e abaulamento da membrana timpânica (MT) Vasos submucosos da orelha média e da própria MT ficam ingurgitados e tornam-se visíveis a otoscopia Pressão exercida pelas secreções projeta lateralmente a MT que pode haver ruptura espontânea dela, com drenagem para a orelha externa A dor diminui quando há saída de secreções para o CAE Fase de recuperação ou convalescença: gradativa diminuição do edema e ingurgitamento vascular, bem como a reabsorção e drenagem, através da tuba auditiva, das secreções acumuladas. Essa fase é chamada de OTITE COM EFUSÃO PÓS-OMA (pode durar uma semana até três meses) Epidemiologia e importância clínica 80% vão experimentar, ao menos, um episódio de OMA ao longo dos primeiros 24 meses de vida É, primariamente, uma doença da infância (pico entre 6 e 36 meses de vida e segundo pico dos 4 aos sete anos) Relacionada a complicações com mortalidade, tais como meningite bacteriana e abscesso cerebral Quando a primeira crise é antes dos seis meses de vida, aumentam muito as chances de novas crises durante a infância Sequelas: perda auditiva condutiva, pode levar à otite média crônica 7 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Naturalmente encontrados nas vias aéreas superiores Fatores de risco Etiologia Patógenos bacterianos mais envolvidos - Streptococcus pneumoniae - Haemophilus influenza - Moraxella catarrhallis Crianças portadoras de conjuntivite bacteriana purulenta, o hemófilo é o patógeno mais comum Diagnóstico Diagnóstico eminentemente clínico Equipamento com boa iluminação + treinamento médico para visualizar as anormalidades da MT = correto diagnóstico Surgimento abrupto de otalgia: sintoma mais frequente Otorreia de surgimento abrupto e recente Febre é característica, porém não obrigatória Lactentes: irritabilidade, recusa alimentar, choro, ato de manipular e puxar a orelha Concomitância de sintomas de infecção de vias nasais superiores, tais como coriza e obstrução nasal, são comuns Otoscopia com adequada visualização da MT é essencial para o diagnóstico 8 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Tratamento Uso de analgésicos (paracetamol, ibuprofeno, dipirona) + acompanhamento da evolução (benigna e autolimitada, na maioria dos casos) da doença + decisão criteriosa do uso de antibióticos Escolha antibiótica 9 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Prevenção e acompanhamento Timpanotomia com inserção de tubos de ventilação = opção de tratamento para otites recorrentes OMA RECORRENTE: 3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em 1 ano Prevenção: - vacinação conjugada pneumocócica e vacinação anual para influenza - não amamentar a criança deitada, e sim inclinada - ausência total de exposição ao tabaco - tratamento de comorbidades (rinite, rinossinusite, hipertrofia de tonsila faríngea e refluxo gastroesofágico) - acompanhamento após uma crise de OMA (não resolução da efusão após 3 meses se caracteriza como cronificação) - em otites com otorreia se observa microperfuração timpânica que tende a se cicatrizar espontaneamente RINITE ALÉRGIA Inflamação no tecido do nariz e de estruturas adjecentes, decorrente da exposição a alérgenos Sintomas: rinorreia, espirros, prurido e congestão nasal Pode se iniciar em qualquer faixa etária, com pico de incidência na infância e adolescência Doença crônica mais comum no mundo Persistente: quando se manifesta em mais de 4 dias da semana e por mais de 4 semanas seguidas Intermitente: menos de 4 dias da semana em um período menor que 4 semanas seguidas Diagnóstico Essencialmente clínico Baseado na fusão entre história clínica e testes diagnósticos Testes diagnósticos são baseados na demonstração de IgE específica para antígenos inalatórios na pele (teste cutâneo) ou no sangue (IgE específica), como RAST e IMUNOCAP Diagnóstico de IgE total não auxilia no diagnóstico, muitos indivíduos assintomáticos podem ter testes positivos para IgE específica que são clinicamente irrelevantes Pacientes que necessitam realmente de um diagnóstico de alergia detalhado são os pacientes com rinite alérgica perene com sintomas moderados a graves 10 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Antecedentes familiares e pessoais de atopia e fatores de risco História familiar está relacionada ao desenvolvimento de rinite A genética determina a gravidade e especificidade dos sintomas Existe associação com eczema, urticária e alergias do sistema digestivo Sintomatologia Início dos 5 aos 20 anos Prurido pode envolver nariz, palato, olhos, faringe, laringe e ouvidos Rinorreia clara, sendo posterior (roncos, secreção pós-nasal e limpeza constante da faringe e laringe) e/ou anterior (espirros e limpeza frequente do nariz) Obstrução nasal pode ser bilateral com aumento exagerado do ciclo fisiológico nasal Obstrução intermitente (pode alterar de uma fossa nasal para outra) Congestão intensa: anosmia ou hiposmia e perda do paladar Sintomas oculares: prurido, lacrimejamento, hiperemia conjuntival Disfunção tubária: estalidos nos ouvidos Mal-estar, cansaço, irritabilidade, agitação para dormir Exame físico Indíviduos com rinite tem na face edema das pálpebras e cianose periorbitárias, devido à estase venosa secundária à obstrução nasal crônica Prega presente acima da ponta da pirâmide nasal Linhas de Dennie-Morgan: pregas na pálpebra inferior Exame das fossas nasais revela mucosa dos cornetos hiperemiada ou pálida, edematosa ou secreção hialina Anormalidades do crescimento craniofacial, também associadas à obstrução nasal crônica, costumam ser presentes: rosto alongado, boca sem fechamento dos lábios, eminências malares planas, narinas estreitas e mandíbula retraída Exame otológico pode apresentar otite média secretora11 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Exame endoscópico das fossas nasais e rinofaringe Utilização do otoscópio permite apenas visualização da porção anterior do nariz (vestíbulo nasal e cabeça dos cornetos inferiores Endoscópio: avaliação da porção média das cavidades nasais, como o corpo dos cornetos e o meato médio Exames complementares específicos TESTE CUTÂNEO - Teste de puntura (prick test): leitura de várias substâncias simultaneamente. Resultado em 20 a 30 minutos IMUNOGLOBULINA E ESPECÍFICA PRESENTE NO SANGUE - Deve ser indicada quando não for possível indicar os testes cutâneos (dermatite atópica extensa) CITOLÓGICO NASAL - Avaliação das secreções nasais, obtidas diretamente ou por meio de uma "escova", seca e fixada em uma lâmina - Alérgicos: significativa porcentagem de eosinófilos - Rinite infecciosa: elevada porcentagem de neutrófilos Tratamento não medicamentoso CONTROLE AMBIENTAL SOLUÇÕES SALINAS: limpeza de muco nasal, crostas e restos celulares. Tratamento mais conservador Tratamento medicamentoso DESCONGESTIONANTES - Alívio da congestão, não tem efeito sobre prurido e espirros, pode diminuir rinorreia - Descongestionantes orais são agonistas alfa-adrenérgicos que podem reduzir a congestão - Podem ser administrados por vias tópicas ou sistêmicas - Efeitos adversos: insônia, palpitação e irritabilidade 12 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 - Não devem ser utilizados por mais de 5 a 7 dias pelo risco de desenvolvimento de taquifilaxia e efeito rebote do edema da mucosa e consequente rinite medicamentosa - Reduzem o fluxo sanguíneo da mucosa para cerca de 30 a 40% o que, a longo prazo, pode gerar destruição do epitélio e perfuração septal CROMOGLICATO DISSÓDICO - Capaz de estabilizar a membrana dos mastócitos, diminuindo sua degranulação - Inibe a entrada de cálcio na célula, diminuindo sua disponibilidade intracelular -> diminui a liberação de histamina - Controla espirros, rinorreia e prurido, tendo pouca ação sobre obstrução - Efeito pleno em 2 a 4 semanas - Efeito colateral: irritação local e espirros - Seguro para utilização em crianças ANTI-HISTAMÍNICOS CLÁSSICOS - Prevenção da reação da histamina com o receptor H1 por agonismo inverso - Age como agonista inverso da histamina pelo local do receptor H1 e auxilia na redução da hiper- reatividade das vias aéreas e aumenta a mobilidade ciliar no epitélio nasal - Anti-histamínicos clássicos ou de primeira geração estão associados a efeitos colaterais indesejáveis, tais como efeitos anticolinérgicos, aqueles associados ao sistema nervoso central, como a sedação, e os resultantes de interações medicamentosas ANTI-HISTAMÍNICOS NÃO CLÁSSICOS - Não sedativos - Primeira escolha - Alguns possuem metabolismo extenso, outros não ANTILEUCOTRIENOS - Bloqueiam a ação dos leucotrieno envolvidos no processo inflamatório na asma e na rinite alérgica - Efeito anti-inflamatório e broncodilatador - Montelucaste: mais utilizado - Eficácia na rinorreia, nos espirros, no prurido e na obstrução nasal 13 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 CORTICOSTEROIDES TÓPICOS - Monoterapia mais efetiva - Padrão-ouro - Tempo de início de ação mais demorado (12h) - Mais efetivo que a combinação de anti-histamínico e antileucotrienos - Único aprovado para uso em gestantes: budesonida IMUNOTERAPIA - Imunoterapia com extratos alergênicos é a única forma de tratamento da rinite alérgica capaz de alterar a evolução natural da doença - Deve ser utilizado por período mínimo de 3 anos RINITES NÃO-ALÉRGICAS RINITES INFECCIOSAS: virais bacterianas e fúngicas RINITES NÃO INFECCIOSAS: grupo heterogêneo Definição e diagnóstico Não são mediadas por reação de hipersensibilidade do tipo I Diagnóstico essencialmente clínico Rinorreia, espirros, prurido, obstrução nasal (hiposmia e roncos associados, eventualmente) São mais tardias Antecedentes familiares inexistentes Pesquisa de IgE negativa Exame citológico nasal ajuda na diferenciação da rinite Rinite idiopática Obstrução nasal, secreção retronasal e rinorreia profusa Espirros e pruridos nasais não estão presentes Adultos de 40 a 60 anos, geralmente Pode ser desencadeada por odores fortes, irritantes, alterações de temperatura e umidade Tratamento: corticosteroide tópico nasal. Casos mais graves necessitam de um curto prazo de corticosteroide oral 14 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Rinite eosinofílica não alérgica (RENA) Presença de eosinofilia nasal + teste cutâneo e dosagem de IgE normais Indivíduos acima de 20 e 30 anos que apresentam rinorreia, espirros e pruridos Tratamento: corticosteroides tópicos nasais + remoção cirúrgica dos pólipos nasais, se houver Rinite irritativa Causada por um ou mais agentes irritantes (produtos químicos, poluentes, etc) Agentes irritantes atuam diretamente sobre as terminações nervosas da mucosa, provocando mecanismos reflexos, vasodilatação e transudação de líquidos, por meio do sistema nervoso autônomo parassimpático Tratamento: afastamento do agente irritante + corticosteroides tópicos nasais + descongestionantes orais Rinite ocupacional Desencadeada por agentes irritantes presentes no trabalho Tratamento: uso de máscaras protetoras e filtros de ar Rinite medicamentosa Uso prolongado de vasoconstritores tópicos Congestão nasal com edema e vermelhidão na mucosa nasal, que se torna friável Tratamento: corticosteroide tópico nasal + descongestionantes sistêmicos Se houver alteração nasal anatômica pode-se recomendar cirurgia Rinite induzida por fármacos Medicações com efeito no sistema cardiovascular, como alfa e beta bloqueadores, com frequência ocasionam sintomas de rinite, diminuindo o tônus simpático e levando à vasoconstrição de veias locais Rinite hormonal Pode ocorrer durante a menstruação, com o uso de contraceptivos com elevado nível de estrogênio, hipotireoidismo e acromegalia 15 Larissa de Camargo Subtil – ATM 2024/2 Rinite gestacional Congestão nasal nas últimas seis semanas ou mais de gravidez Desaparece até 2 semanas depois do parto Tratamento: lavagem nasal Rinite do idoso Tratamento: lavagem nasal + anti-histamínicos de segunda geração Rinite do atleta Exercício físico: vasoconstritor Tratamento: anti-histamínico de segunda geração e/ou corticosteroide tópico Rinite gustativa Manifestam os sintomas ao entrarem em contato com alimentos condimentados e quentes, apresentando uma rinorreia clara e profusa ao iniciarem a refeição Tratamento: anticolinérgicos tópicos nasais antes das refeições
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