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Eduarda Lima (UFCA – T31) Diuréticos - Drogas que promovem aumento da taxa de fluxo de urina, promovendo excreção de Na+ (natriurese) em associação com cloro e outros íons; - Esses medicamentos funcionam impedindo a reabsorção de sódio. Classificação Inibidores da anidrase carbônica (atuam no túbulo proximal); Diuréticos tiazídicos (túbulo contorcido distal); Diuréticos de alça (alça de Henle – ramo ascendente espesso); Poupadores de potássio (túbulo coletor e ducto coletor – muito fracos); Diuréticos osmóticos (ao longo de todo o néfron). - Para o diurético fazer efeito, ele deve entrar na célula que compõe o néfron e depois entrar no filtrado (deve ser secretado para o rim, não atua no sangue); - Sempre que usar diuréticos, a quantidade de sódio que chega ao túbulo coletor e ao ducto coletor é maior, pois não foi reabsorvido antes > tentando recuperar, a célula principal do túbulo coletor vai reabsorver parte do Na+ e excretar potássio no lugar; - Quanto mais potente o diurético, mais sódio passa no túbulo coletor e mais potássio será trocado (maior chance de hipocalemia). Inibidores da Anidrase Carbônica Mecanismo de ação: - Inibindo a anidrase carbônica, o bicarbonato (HCO3-) não vai se dissociar em CO2 e H2O para ser reabsorvido; - O HCO3- não absorvido vai atrair o Na+ e os dois serão secretados (NaHCO3); - Também bloqueia a anidrase de dentro da célula do néfron, não conseguindo formar H+ que é importante para reagir com o bicarbonato, formando ácido carbônico (H2CO3); - O Na+ arrasta H2O; - Esse medicamento é considerado fraco, porque sozinho o bicarbonato pode se dissociar em CO2 e H2O, mas é um processo lento, a anidrase acelera o processo; - Então, à medida que o bicarbonato segue no néfron (na alça e no túbulo distal), ele pode se quebrar e ser reabsorvido, recuperando parte do bicarbonato que não foi reabsorvido no túbulo proximal; - Logo, o bicarbonato vai ser excretado na urina, mas não em grande quantidade; - Principal representante: Acetazolamida; Meia-vida: 6-9 horas; 100% absorvido por v.o.; Via de eliminação: Rim. Usos terapêuticos: - Glaucoma de ângulo aberto (há anidrase carbônica no olho - aumenta a pressão intraocular) – Pode ser aplicado em colírio; - Epilepsia (porque causa acidose (mas alcaliniza a urina pela perda de bicarbonato do corpo) – lentifica o SNC, Eduarda Lima (UFCA – T31) canais de sódio demoram mais para abrir, despolariza com maior dificuldade); - Alcalose metabólica (excreta bicarbonato). OBS.: Não trata hipertensão arterial e edema por ser muito fraco; Reações adversas: - Reações sulfonamida-símiles (acetazolamida é uma sulfa – pode causar reação alérgica e alteração hematológica); - Acidose metabólica; - Hipocalemia (todo medicamento que excreta sódio, leva junto potássio); - Sedação e parestesias (depressão do SNC pela acidose). Diuréticos Tiazídicos - Melhor tolerado, muito usado, bom custo-benefício; Mecanismo de ação: - Atua no túbulo contorcido distal bloqueando o cotransporte sódio-cloreto; - Como não são reabsorvidos, passa direto arrastando a água; - Como está atuando no final do néfron, esse sódio perdido (não reabsorvido) não será recuperado. OBS.: Os diuréticos tiazídicos, no túbulo contorcido distal, ativam receptores do PTH, ou seja, aumentam a reabsorção do cálcio (muito bom para pacientes com hipertensão + osteoporose). Ex.: Se o paciente tem cálculos renais com principal componente sendo cálcio, os tiazídicos trataria ou pioraria a condição? Trataria, porque retira cálcio do filtrado para o sangue (reabsorção). - Representantes: Hidroclorotiazida, clortalidona, clorotiazida, indapamida; - Diferença entre eles é o tempo de meia-vida; Ações farmacológicas: - Aumenta excreção de Na+, K+, Mg++, Cl-; - Diminui a excreção de Ca++; - Diminui a excreção de ácido úrico (durante a secreção do diurético para o filtrado (sec. tubular), ele compete com o ácido úrico pela mesma proteína transportadora – o diurético segue e o ácido úrico fica preso no organismo); - Ações vasodilatadoras (estimulam a produção de PGs, como a PGI2/prostaciclina – endotélio vascular – vasodilatadora e antiagregante plaquetário). OBS.: Freio diurético: Mácula densa percebe que o néfron está sendo forçado a trabalhar e reduz a filtração glomerular – o efeito do medicamento não cai com o tempo por causa do efeito vasodilatador (efeito de manutenção). Farmacocinética: - Bem absorvido por v.o.; - Ligação as proteínas plasmáticas de 80%; - Excreção renal – Secreção tubular (durante essa secreção é que o diurético vai atuar); - Metabolização hepática. Posologia: - Hidroclorotiaziada 12,5-25mg por dia v.o. (meia-vida longa). Eduarda Lima (UFCA – T31) Usos terapêuticos: - Hipertensão arterial; - Insuficiência cardíaca (diminui edema/volemia); - Edema; - Hipercalciúria idiopática – Prevenção de formação de pedras. Reações adversas: - Hipocalemia; - Hipercalcemia; - Hiperuricemia; - Hiperglicemia (aparentemente, é por causa que a queda de potássio no plasma reduz a liberação de insulina pelo pâncreas); - Alterações nas lipoproteínas (aumento de LDL, colesterol total e triglicerídeos) – Mecanismo não conhecido; - Impotência e diminuição de libido. Diuréticos de Alça - Considerado de alto teto ou alto limiar; - Representantes: Furosemida, ácido etacrínico, bumetanida, torsemida; Mecanismo de ação: - Atuam no ramo ascendente espesso da alça de Henle bloqueando o cotransporte sódio-cloreto-2 potássios; - É um mecanismo forte, porque ao bloquear esse cotransporte, impede não só a reabsorção desses íons, mas também leva junto cálcio, magnésio e água; Furosemida: - Absorção intestinal: 50 a 75%; - Ligação proteica: 95%; - Excreção renal (60 a 80%) – Secreção tubular; - Metabolização hepática (20 a 40%); - Meia-vida: 1,5 a 3,5h; - Posologia: 20-80mg 2 a 3x dia v.o.; - Excreção 15-25% do sódio filtrado. Ações farmacológicas: - Ações vasodilatadoras: Produção de prostaglandinas vasodilatadoras, principalmente PGI2; Redução da responsividade para angiotensina II (consequência das PGs); Abertura dos canais de potássio (consequência das PGs). - Aumenta excreção de sódio > Aumenta excreção de H+ e K+; - HCO3- não excretado – Alcalose metabólica (por causa da excreção do H+). Usos terapêuticos: - Insuficiência renal aguda; - Edema agudo de pulmão; - Hipertensão resistente; Eduarda Lima (UFCA – T31) - ICC crônica. OBS.: Geralmente, é sempre condições que os tiazídicos não tratam. Reações adversas: - Hiperuricemia; - Hipocalemia; - Hipocalcemia; - Hipomagnesemia; - Hipofosfatemia; - Hiperglicemia; - Ototoxicidade (sensação de assobios agudos no ouvido – evitar associar com outros medicamentos ototóxicos, como aspirina, vancomicina, amicacina, anfotericina B). Diuréticos Osmóticos - O próprio fármaco puxa a água; - Representante: Manitol (não absorvido v.o. – aplicado e.v., meia-vida 0,25-1,7 h); - Não interagem com receptores (entra na corrente sanguínea, passeia e sai na urina levando a água junto); - Não bloqueiam diretamente o transporte renal; - Pressão osmótica na luz tubular; Reações adversas: - Desidratação; - Hiponatremia (puxa água e os íons podem ir junto) – Dor de cabeça, náusea e vômitos – Tem diurese e natriurese; - Edema pulmonar (em pacientes com ICC) – Mecanismo transitório, em um primeiro momento, antes do efeito diurético, puxa a água dos tecidos para os vasos, logo, esse excesso de volume dentro do vaso pode transitoriamente piorar o edema (coração com dificuldade de bombear o volume – Sobrecarga na circulação) – Assim que o efeito diurético começa, será revertido. Poupadores de Potássio - Vão ser associados com outros diuréticos - Representantes: Amilorida,triantereno, espironolactona, eplerenona; Bloqueadores dos canais de sódio: - Mecanismo de ação: Bloqueia o canal de sódio, o sódio não será reabsorvido e o potássio não será excretado; - Amilorida (melhor escolha de poupador): Meia-vida 21 h / Triantereno: Meia-vida 4h; - Reações adversas: Hipercalemia, náusea, vômito. Antagonistas da aldosterona: - Mecanismo de ação: Bloqueia o receptor mineralocorticoide da aldosterona, impedindo a produção dos canais de sódio, de potássio e bomba sódio-potássio ATPase, impedindo a troca sódio e potássio; - Espironolactona, canrenona (metabólito da espironolactona), eplerenona; - Mais indicados para quem tem excesso de aldosterona; -Reações adversas: Hipercalemia, ginecomastia, impotência, redução da libido, hirsutismo (principalmente espironolactona).
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