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Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso Nefrolitíase/ litíase ou calculose urinária 》existência de um ou mais cálculos no interior do aparelho urinário 》 Os cálculos são estruturas cristalinas que alcançaram tamanho suficiente para causar sintomas ou serem percebidos por exames de imagem 》Apesar de a urina ser frequentemente supersaturada por sais de cálcio e oxalato, na maioria das pessoas não se formam cálculos 》mecanismo exato da supersaturada > cristalização > litíase urinária 》nefrolitíase deve ser diferenciada da nefrocalcinose, na qual há deposição difusa de cálcio nos rins incluindo parênquima principalmente porção medular 》hiperparatireoidismo primário, acidose tubular renal distal e hipervitaminose D são causas comuns de nefrocalcinose 》configura em uma condição em que o trato urinário superior (Rim) ou porções inferiores (Ureter) encontra-se injuriado pela presença de entidades sólidas chamadas cálculos. 》Nefro (rim) + Litos (Pedra) = Pedra no Rim - Nefrolitíase. Fisiopatologia 》Provavelmente há desequilíbrio entre solubilidade e precipitação de sais na urina 》 O produto da solubilidade (PS, zona de subsaturação) é o produto de concentração no qual existe equilíbrio entre a porção cristalina e a solvente , não havendo formação de novas partículas 》 O produto de formação (PF, zona de cristalização espontånea) refere-se ao produto de concentração no qual haverá precipitação, em velocidade significativa, mesmo sem a inclusão de materiais pré-formados ou outras superfícies cristalinas 》 Soluções `com concentrações abaixo do PS não possibilita a formação de cristais. Mas quando produto de concentração está maior que o PS inicia-se a nucleação> primeira fase de formação de qualquer subståncia cristalina. 》 Calculo de oxalato de cálcio > início no interstício medular. Essas placas formariam na membrana basal dos ramos finos da alça de Henle, crescendo pelo interstício até se projetarem , erodindo para o espaço urinário subepitelial 》Os cálculos formados por deposição de cálcio são os mais comuns, correspondendo 70 a 80% dos casos 》Cálculos de ácido úrico constituem aproximadamente |0 a 15% dos casos 》Os cálculos de estruvita são formados por fosfato amoníaco e magnésio representam aproximadamente 5 a 10% dos cálculos Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso Fatores de Risco 1. Baixo Volume Urinário ▪A nefrolitíase representa um distúrbio de concentração urinária O objetivo do tratamento é modificar a concentração dos fatores litogênicos A concentração urinária de cálcio, por exemplo , pode ser diminuída reduzindo-se excreção de cálcio ou aumentando-se o volume urinário. 2. Hipercalciúria ▪excreção urinária de cálcio maior que 4 mg/kg/dia ou até 300 mg/dia, no homem, e 250 mg/dia, na mulher. ▪Afeta cerca de 5% da população normal e até 50% dos pacientes litiásicos ▪Apesar de o mecanismo preciso da hipercalciúria não estar ainda definido, existe consenso quanto à ocorrência de algumas anormalidade fisiopatológica ●Aumento primário na absorção intestinal de cálcio por aumento dos níveis séricos de vitamina D e/ou aumento na expressão dos receptores intestinais Para vitamina D Em indivíduos com excreção normal de cálcio, cerca 20% do cálcio dietético é absorvida. Em portadores de hipercalciúria, essa taxa corresponde a 30%, ●Aumento na perda renal de cálcio por aumento da carga filtrada de cálcio ou por redução na reabsorção tubular de cálcio. ▪ a excreção renal de cálcio aumenta em hipercalciúricos pela diminuição da reabsorção tubular de cálcio > principalmente nos túbulos proximais> em vez de aumento da filtração de cálcio; •Aumento primário na reabsorção óssea estudos demonstraram diminuição da densidade óssea e aumento de fraturas em portadores de hipercalciúria idiopática ▪A redução de densidade mineral óssea tem sido relatada em jovens, de ambos os sexos portadores de hipercalciúria e nefrolitíase ▪Pacientes hipercaliciúricos, mesmo quando submetidos a restrição dietética de cálcio excretam maiores quantidades de cálcio que indivíduos normais Sugere-se participação do osso na patogênese da hipercalciúria pelo aumento de atividade das interleucinas 1 e 6, potentes agentes reabsortivos ósseos, do sistema RANK-RANKL- osteoprotegerina, do receptor para a vitamina D (VDR) e da esclerostina, entre outros ▪Os principais fatores de risco conhecidos são: 》 questões dietéticas (baixa ingestão hídrica, dieta pobre em cálcio e rica em proteína animal e sódio); 》 história prévia pessoal ou familiar de nefrolitíase; 》 infecção urinária de repetição; 》 uso de medicamentos (aciclovir, sulfadiazina e indinavir); 》 hipertensão, diabetes e obesidade. Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso 》 aumentando com os casos de Diabetes, Sd Metabólica e resistência insulínica (acidificação urinária) 》 Aquecimento global >Menor volume urinário 》 Populações de risco: Trabalhadores com alta exposição ao calor (churrasqueiros, cozinheiros, exposição solar, caldeiras, etc) Tipos de cálculos Oxalato de cálcio ♡75% dos casos; ♡Geralmente são pequenos; ♡ São radiopacos (vistos na radiografia). ♡ Apenas 5% da hipercalciuria é secundária (mieloma, TB,amiloidose, etc) CAUSAS: 1. Hipercalciúria idiopática ♡ocorre uma excreção urinária de cálcio maior que 4mg/kg (doença intestinal, renal, reabsortiva); 2.Hiperoxalúria > 40 mg/dia (superprodução de oxalato de cálcio); •Dietética Excesso de consumo de oxalato e seus precursores (p ex, vitamina C, Espinafre, amendoim, chocolate e beterraba)e baixa ingestão de cálcio são fatores de risco. •Entérica Pode ocorrer após ressecção intestinal, doença de Crohn "ou síndromes disabsortivas •Primária hereditárias tipo 1 (80% dos casos) 3.Hiperuricosúria > 600 mg/dia (excesso na excreção de ácido úrico pelos rins); 4.Hipocitratúria > 320 mg/dia (baixa concentração de citrato na urina); Acidose Tubular Renal (excreção de íon hidrogênio ou a reabsorção de bicarbonato filtrado estão prejudicadas) 5.Hiperparatireoidismo primário (aumento de PTH); Dieta rica em sódio; Anormalidades estruturais TRATAMENTO ♡Ingesta hídrica: manter diurese > 2000 a 2500 mL/dia ♡pH urinário: manter entre 6 e 7 ♡Dieta: cálcio – não restringir, sódio, proteínas, Citrato de potássio ♡Tiazídicos(contribui para diminuir a excreção de cálcio, mantendo-o no organismo e aumentando a mineralização óssea). Fosfato de cálcio ♡6% dos cálculos encontrados. ♡São radiopacos (vistos na radiografia). ♡Decorrente de pH urinário alto (7 a 8). Ácido úrico - ocorrem principalmente devido urina persistentemente ácida (pH urinário < 5,5) bem como em situações de hiperprodução e excreção de ácido úrico; 7% dos cálculos encontrados; São radiolucentes (não são vistos na radiografia). CAUSAS Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso ♡Hiperuricosúria > 800 a 750 mg; ♡Acidose urinária (a solubilidade do acido úrico vai ser menor); ♡Baixo volume urinário; ♡Em casos de ingesta excessiva de purinas; Situações de aumento da produção endógena de ácido úrico (diabéticos e obesos); ♡Medicamentos (Pirazinamida, Diuréticos, Quimioterápicos e alguns Imunossupressores). Tratamento: Nesse caso é indicado alta ingesta hídrica (3 litros por dia); ♡Restringir o consumo de proteínas; ♡Promover a elevação do pH urinário através de alcalinizantes de potássio e de sódio (também diminuem a formação de cálculos de oxalato de cálcio). Estruvita ♡formam-se apenas em pacientes com infecção urinária crônica devido a microorganismo produtor de urease como Proteus e Klebsiella; no entanto, tem-se observado que mesmo bactérias não produtoras de urease, tal como Escherichia coli podem criar condiçöes litogênicas por centralizarem o processo de cristalização. ♡10% dos cálculos encontrados; Compostos por fosfato de amônio, magnésio e carbonato de apatita; ♡Associado a alta mortalidade e morbidade; Mais frequente em mulheres; Possui rápido crescimento e alta taxa de recorrência; É o tipo mais comum nos cálculos coraliformes. Possui fraca opacidade. Cálculoscoraliformes, Hematuria, piúria, pH alcalino, urocultura com Proteus mirabillis Cistina ♡podem se desenvolver em pacientes com cistinúria (doença autossômica recessiva caracterizada por uma inabilidade no manuseio dos aminoácidos dibásicos que vai levar a excreção excessiva de cistina, leva à litíase renal porque é um elemento pouco solúvel no pH urinário. ♡Cisteina, Ornitina, Lisina, Arginina ♡Cálculos hexagonais Tratamento ♡Ingestão hídrica: aumenta a solubilidade da cistina ♡Alcalinização urinária: a cistina aumenta sua solubilidade em ambientes alcalinos ♡Restrição salina e proteica: diminuem a eliminação de cistina ♡Penicilamina e tiotropina: medicações que aumentam a solubilidade da cistina na urina locais de impactação Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso 1. Junção Uropiélica (JUP): Ponto mais comum de obstrução. Padrão de dor: Lombar com Irradiação para o Flanco 2. Terço Médio: Padrão de dor: Dor em Flanco com Irradiação para Pelve + Região Inguinal e Genital 3. Junção Ureterovesical: Padrão de dor: Semelhante a uma Cistite – Disúria + Polaciúria + Urgência Miccional; Pode haver dor inguiniogenital com irradiação ao testículo/grandes lábios Diagnóstico Radiografia Simples de abdômen: não demonstra cálculos de ácido úrico e cálculos muito pequenos podem não ser visualizados. TC helicoidal de abdome e pelve sem contraste detecta todos tipos de cálculos USG:menor sensibilidade do que a TC, porque só vai mostrar cálculos extenso e não demarca o local da obstrução (bom para visualizar cálculos de ácido úrico e cistina); A avaliação metabólica completa consiste em dosagem de sangue e urina, incluindo pelo menos duas coletas de urina de 24 horas com dosagem urinária de cálcio, ácido úrico, oxalato, fósforo, cistina, citrato, sódio e creatinina. manisfestações clinicas ♡ Cólica Renal (surge subitamente e se torna insuportável em pouco tempo); ♡Dor no flanco que pode irradiar para virilha, testículos e grandes lábios (o cálculo interrompe a passagem de urina pelos ureteres, aumento a pressão da região. Com esse aumento de pressão, os nociceptores são estimulados causando a dor e dilatando o ureter); ♡Sudorese; Disúria; Polaciúria; Náusea; Vômito (inervação dos rins e estômago passam juntas pelo plexo celíaco); ♡ Febre; Hematúria macroscópica indolor; Perda de apetite; ITU. Anamnese Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso ♡Averiguar ocorrências prévias,idade na primeira crise, consequências e intervenções (hidronefrose, hospitalização, remoção de cálculos por litotripsia, endoscopia ou cirurgia) ♡Avaliar se houve bexiga neurogénica, infecções urinárias de repetição, diarreia crónica ou gota no histórico do paciente ♡Pesquisar sobre restrição de leite ou derivados, uso de medicações sem prescrição médica (p ex, vitaminas, antiácidos e suplementos de cálcio) e história familiar positiva de nefrolitíase *Indinavir: é uma droga inibidora da protease utilizada para tratamento do HIV *Topiramato: droga antiepiléptica que aumenta a prevalência de litíase renal por causar hipercalciúria e hipocitratúria. Atualmente muito utilizada para obesidade e profilaxia da enxaqueca. *Acetazolamida: diurético que causa ATR tipo 2 ♡INGESTA DE LÍQUIDOS do paciente -quantidade e composição Tratamento PACIENTE COM COLICA NEFRETICA-TERAPIA MÉDICA EXPULSIVA 1. Analgesia: ANEIS (1°opção), em casos de dor severa ou vômitos, a via parenteral deve ser recomendada. ⭐Opióides apenas em pacientes que não respondem ou que não toleram os AINES. 2. Bloqueadores alfa-1-adrenérgicos ⭐relaxam a musculatura lisa ureteral,e diminuiem o espaço no trato urinário, aumentando a chance de eliminação espontânea Obs em situações de insuficiência renal, doença péptica grave ou gestação, AINEs tem contraindicação absoluta ⭐Pacientes com cálculos </= 10 mm e sintomas bem controlados podem tentar a TME por 4-6 semanas. ⭐A droga de escolha na atualidade é o tamsulosin na dose de: 0,4 mg/dia, 1x ao dia por 7 dias ⭐Durante a TME deve se avaliar o paciente, com USG após 7-14 dias ⭐Se no prazo de 4-6 semanas o cálculo não for expulso a abordagem intervencionista deverá ser programada ⭐Hidratação mínima é tão eficaz ou até mais que hidratação vigorosa, portanto, a hidratação venosa é necessária apenas em casos de náuseas, vômitos, etc que causem franca desidratação INTERVENÇÃO UROLÓGICA ⭐Acima de 5 mm a probabilidade de eliminação espontânea diminui de forma progressiva, sendo extremamente baixa com cálculos maiores do que 10 mm. ⭐Cálculos impactados no ureter com > 10 mm de diâmetro devem ser removidos por alguma forma de intervenção urológica, pois sua chance de eliminação espontânea é remota. ⭐Ademais, é indicado também a intervenção em casos como: -Cálculo > 10 mm -Infecção urinária associada - Sintomas refratários ao tratamento clínico - Obstrução persistente e/ ou progressiva -Insuficiência renal aguda ⭐Existe 4 tipos de intervenção: 1- Litotripsia com ondas de choque extracorpórea (LOCE) Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso 2- Litotripsia por ureterorrenoscopia (endourológica) 3- Nefrolitotomia percutânea 4- Nefrolitotomia aberta Gestantes: Cateter duplo J é o método mais indicado. prevenção 1. Aumento da ingesta hídrica, de no mínimo 2-3 litros de água por dia. 2. Hipercalciúria idiopática- principal distúrbio metabólico relacionado a litíase renal. Se previne restringindo sal e proteínas animais, mas NÃO cálcio. Em alguns casos é recomendado o uso de diuréticos tiazídico (hidroclorotiazida) 3. Hiperoxalúria- redução de oxalato e gordura da dieta, suplementos orais de cálcio e colestiramina (quelante de oxalato e sais biliares), além do aumento na ingesta hídrica. 4. Hiperuricosúria- diminuir o ac.úrico sanguíneo através de menor ingestão de carnes vermelhas e medicamentos como alopurinol (100 mg/dia). Pode usar também citrato ou bicarbonato. ITU ☆A infecção do trato urinário ITU) é definida como presença de microrganismo patogênico detectado urina, na uretra, na bexiga, no rim ou na próstata Escherichia coli é a causa mais frequente de cistite simples (75 a 95% dos casos) ☆podem ser divididas em duas categorias anatómicas: 1. infecções do trato urinário baixo= CISTITE ☆cistites, uretrites, prostatites, ORQUITE 2, infecções do trato urinário alto = PIELONEFRITE ☆pielonefrites e abscessos perinefréticos 3.ITU não complicada 4. ITU Complicada: Alterações anatômicas, Estenose JUP ou JUV, rim em ferradura -Alterações funcionais= Refluxo vesico-ureteral, bexiga neurogênica -Imunossupressores -Transplantados, dç reumatológica -Homens: HPB 5.Aguda, é quando tem quadros isolados e eventuais 6. Recorrente, é quando tem mais de 3 episódios por ano ou 2 episódios nos últimos 6 meses. Condições do Hospedeiro que favorecem uma maior virulência: ♡Obstrução do trato urinário; Refluxo vesico uretral; Manipulação do trato urinário por sondas; Gravidez (pela compressão do ureter); Diabetes (pela Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso bexiga neurogênica); Nefrolitíase (pela obstrução e estase urinária); Distúrbios neurológicos (Traumatismo Craniano Encefálico, Traumatismo Raquimedular). ☆ A ITU é a mais comum das infecções intra hospitalares; ☆Acomete mais as mulheres (uretra é mais curta); ☆Cerca de 20% das ITUS vão necessitar de atendimento hospitalar; Cerca de 1% ocorre no RN do sexo masculino e 99% ocorrem pós RN e no sexo feminino; Metade das mulheres terão 1 episódio durante a vida e até 30% terão até os 24 anos. Principais Patógenos: ✔ Bactérias: -Escherichia Coli e Enterococus Faecalis (responsáveis por 90% dos casos). -Staphylococcus Saprophyticus (é comum de ocorrer nas mulheres jovens); Staphylococcus Epidermidis; Gardnerella Vaginalis (mais rara); Corineobactéria. OBS: Cerca de 30 a 40 % das ITUS intra hospitalares ocorre por GRAM – e dessas 80 a 90% são pela Escherichia Coli. ✔ Fungos: -Cândida (comum quando o paciente está em uso de sonda vesical ou fazendo uso de corticoide). ✔ Outros: -Ureaplasma;Pseudomonas Aeruginosas (comum em usuários de sondas vesicais); Chlamydia Trachomatis; Enterobacter (pacientes que estão em UTI). FISIOPATOLOGIA Vias de Contaminação: 1. Ascendente -via mais comum, o patógeno entra através da uretra e consegue chegar até a bexiga, ureter ou parênquima renal, nesse caso podendo levar a uma Pielonefrite. Os principais microrganismos envolvidos serão as bactérias do trato intestinal e periuretral. 2. Hematogênica -é mais rara de ocorre, nesse caso o paciente pode apresentar um quadro mais agravado como Pielonefrite aguda com febre. É mais comum de ocorrer nos pacientes que estão internados, em pacientes idosos e nos imunossuprimidos. -Microrganismos que estão relacionados a via hematogênica é Salmonella sp, Cândida, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa. ♡ Mecanismo de Ocorrência: A bactéria ou outro patógeno por meio da via ascendente ou hematogênica vai conseguir aderir ao tecido renal através de proteínas (adesinas). Com isso, esses patógenos colonizam a bexiga ou o rim e levam a uma diminuição do PH com diminuição do fluxo sanguíneo, aumento da concentração de amônia (que inativa o complemento) e diminuição da osmolaridade. Dessa forma, esse mecanismo pode levar a uma ITU que pode desencadear uma IRA. Quando o paciente tem ITU de repetição ele vai ter lesões renais constantes. No local dessas lesões vai ocorrer depósito de fibrinas e colágeno que vão levar a uma fibrose. Essa fibrose pode desencadear uma IRC Quadro clínico Polaciúria, urgência urinária, disúria Dor em flanco/ região do ângulo costovertebral Em homens com HPB pode ocorrer irritação do trígono vesical e dor na defecação Sintomas sistêmicos: febre, calafrios, adinamia, náuseas, vômitos, mialgia e artralgias e lassidão. CISTITE Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso A cistite ( uma forma de ITU) é a infecção sintomática da bexiga que, além de ter grande número de bactérias, está associada com: disúria, cólicas abdominais inferiores, polaciúria e urgência estiver presente existe uma infecção parênquima renal. Complicada em pielonefrite CISTITE AGUDA NÃO COMPLICADA Fatores de Risco: Sexo feminino,Cateter Vesical de demora ou necessidade de sondagem vesical de alívio -Litíase vesicaL, Diabetes Mellitus, Anomalias urológicas, Bexiga Neurogênica, Obstrução urinária, Relações sexuais recentes, História de ITU prévia, Uso de preservativos, diafragmas e uso de espermicida Manifestações clínicas: Disúria, Frequência urinária aumentada/polaciúria Urgência miccional, Dor suprapúbica, Noctúria, TenesmO * A hematúria também é frequentemente observada. -Sem sinais sistêmicos Atenção para diagnóstico diferencial de sintomas vaginais!!!! *Uretrite aguda por: Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Infecções por vírus herpes simples, Vaginite secundária a Candida spp ou Tchichomonas vaginalis. -Essas condições podem ser diferenciadas pela história clínica, exame físico e testes laboratoriais simples. Diagnóstico – CLÍNICO! ☆EAS paciente pode apresentar piúria (mais de 8 leucócitos na mulher e mais de 5 leucócitos no homem). ☆Teste de Nitrito se o nitrito estiver positivo indica presença de enterobactérias. ☆Urocultura com Antibiograma será considerado como positivo quando (mais de 100.000 unidades formadoras de colônia).Se o paciente tem sintomas mas a urocultura veio negativa temos que investigar fungos. Tratamento - Terapêutica empírica Primeira linha: 1. Nitrofurantoína: -100 mg 6/6h por cinco a sete dias -Não usar quando TFG <30, ou oliguria/anuria - perda da eficiência -Toxicidade pulmonar (tosse, pneumonite, fibrose), IRA -Não é droga de escolha em idosos 2. Sulfametoxazol-Trimetoprim (Questionável): -800/160 mg 12/12h por 3 a 7 dias 3. Fosfomicina: -3 gramas de pó misturado em água, dose oral única -Não deve ser usada se houver suspeita de pielonefrite 4. Norfloxacino 400mg 12/12h 3 a 5 dias Segunda Linha: *Amoxicilina-clavulanato: 500 mg 8/8h 5 a 7 dias *Cefalexina: 500 mg 6/6h 5 a 7 dia *Ciprofloxacina: 500 mg 12/12h 5 a 7 dias *Cefuroxima: 500mg 12/12h S e 7 dias Marc 1| Além da dor| Clínica Integrada II Isabella Afonso Pielonefrite ☆Infecção do parênquima Renal. Por essa definição, a pielonefrite é uma ITU complicada, independentemente das características do paciente. Sinais ou sintomas de doença sistêmica ☆Febre, Calafrios ☆Rigidez ou estado mental alterado ☆Dor no flanco ☆Sensibilidade no ângulo costovertebral ☆Náuseas ☆Vómitos ☆Mialgia Sinais e Sintomas Urinários ☆Disúria, Polaciúria, Urgência Miccional, ☆Dor suprapúbica ☆Hematúria Tratamento 1. Ambulatorial ☆Quadros leves ☆Reavaliação precoce 2. Internação ☆Moderada a Grave ☆Doença Obstrutiva ☆Avaliar risco de bactéria resistente: -Uso prévio de ATB (3 meses) -Internação recente -Institucionalização Se baixo risco de bactéria resistente ☆Ciprofloxacino 500mg 12/12h 7 a 10 dias ☆Levofloxacino 750mg 1x dia 7 a 10 dias ☆Ceftriaxona 1 a 2g 1x dia 7 a 10 dias ☆Cefuroxima 500mg 12/12h 7 a 10 dias ☆Amoxicilina-Clavulanato 875/125mg 12/12h 7 a 10 dias Se alto risco de bactéria resistente ☆Ciprofloxacino 500mg 12/12h 7 a 10 dias ☆Cefuroxima 500 mg 12/12h 7 a 10 dias ☆Levofloxacino 750mg 1x dia 7 a 10 dias (Se não tiver usado quinolona previamente) ☆Ertapenem 1g 1x dia 7 a 10 dias ☆Gentamicina 5mg/Kg 1x dia 7 a 10 dias Bacteriuria assintomática ☆Presença de bactéria na urina SEM sintomas urinários/sistêmicos ☆Urocultura > 105 UFC/mL ☆Homem -> um resultado positivo ☆Mulher -> dois resultados positivos ☆Rastrear e tratar apenas: Gestantes ☆ E submetidos a Procedimentos urológicos