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Victoria K. L. Cardoso Hemofilia e doença de Von Willebrand Introdução Coagulopatias: ● Doenças hemorrágicas hereditárias ou adquiridas por deficin̂cia de proteínas (fatores) de coagulação. ○ Quando hereditária, não tem cura ● Principal manifestação: hemorragia - de qualquer tipo. ● Tratamento: uso contínuo de infusão de concentrados do fator deficiente ou de hemocomponente. Coagulopatias hereditárias: ● Lembrar que TODA deficiência de fator É HEMOFILIA (inclusive a doença de Von Willebrand). Hemofilia Conceito: doença hemorrágica hereditária, por deficiência ou diminuição do fator VIII (hemofilia A - mais comum) ou do fator IX (hemofilia B - doença de Christmas - menos comum). Genética: ● Herança recessiva ligada ao sexo, resultdo de mutaçĩes nos genes que codificam os fatores VIII ou IX, ao longo do cromossomo X. ● Acomete exclusivamente o sexo masculino, por não possuirem o alelo x normal. ● A mulher costuma ser portadora da doença, pois ela tem um alelo X normal. ○ Mas, raras vezes pode ter uma mulher com os dois alelos alterados. Obs: não ter casos de hemofilia na família NÃO impede de ser hemofilia. Mutação do gene do FVIII: hemofilia A. Mutação do gene do FIX: hemofilia B. Manifestações clínicas: ● Manifestações hemorrágicas mais comuns: hemartroses, sangramento intraocular e hematomas musculares. Victoria K. L. Cardoso ● Outros sangramentos: gengival, nasal, pele, subcutâneo, urinário, gastrintestinal e em SNC. ● Articulações mais afetadas: 1. Ombro. 2. Cotovelos. 3. Quadril. 4. Joelhos. 5. Tornozelos. História clínica: ● Período neonatal: sangramentos (10-50% dos pacientes), hemorragia intracraniana (1-4%) e lesões iatrogênicas frequentes. ● Após 1 ano: sangramento de partes moles, hemartroses e hematomas. ● Adultos: hemartroses e hematomas. Obs: em hemofílicos leves e moderados, o diagnóstico pode ser tardio. Complicações crônicas: principalmente artropatia hemofílica. ● Hemartroses de repetição - estão associadas a degeneração celular (artropatia hemofílica), causando: ○ Dor. ○ Deformidades articulares. ○ Impotência funcional grave. ● Hemartroses repetidas - causam: ○ Hipertrofia da sinóvia. ○ Lesão da cartilagem. ○ Lesão óssea. Diagnóstico laboratorial: ● Hemograma: normal ou com anemia, por conta dos sangramentos. ○ Contagem de plaquetas: normais. Victoria K. L. Cardoso ● Avaliação da coagulação: ○ Tempo de sangramento (TS) e retração do coágulo (RC): normais. ○ TAP (via extrínseca): normal. ○ TT: normal. ○ Tempo de coagulação: normal ou aumentado. ○ TTPa (via intrínseca - FVIII e FIX: prolongado. ● Diagnóstico definitivo: dosagem do fator VIII e do fator IX - DIMINUÍDOS OU AUSENTES. Tratamento: ● Vigência de sangramentos: aplicação de concentrado de fator de coagulação específico. ○ Dependendo da localização e ou da extensão do sangramento, o tratamento pode ser continuado. ● Não tem cura, então o paciente faz reposição do fator defciente. ● Utilização de gelo no local de artrose; imobilização e fisioterapia. ● Desmopressina (DDAVP): análogo sintético do hormônio pituitário vasopressina - libera o FVIII e o FvW das células endoteliais. ○ Para hemofilia A leve. ● Antifibrinolítico: para sangramento de mucosas. Obs: deve-se utilizar apenas os medicamentos recomendados pelo médico, pois alguns medicamentos (como antiinflamatórios e AAS) podem causar sangramento. Doença de Von Willebrand Conceito: é uma doença autossômica dominante, de quadro variável por disfunção plaquetária, por conta de alteração no fator VIII, pois a subdivisão procoagulante é carreada pelo fator de Von Willebrand (adesão plaquetária). Quadro clínico: ● Sintomatologia: ○ Sangramentos entre leve e moderado, que variam com a intensidade da doença. ○ Presença de hematomas. ○ Sangramentos menstruais prolongados. ○ Sangramentos nasais. ○ Sangramentos excessivos após pequenos cortes. ○ Gengivorragia e equimoses fáceis. Classificação: ● Tipo 1� mais comum (60-80% dos casos). ○ Defeito quantitativo, onde a concentração do FvW fica entre 20-50% do valor normal. Victoria K. L. Cardoso ○ Causa sangramentos entre leves e moderados. ● Tipo 2� é um defeito qualitativo e acomete 20-30% dos casos. ○ 2A; mais comum - aqui o FvW tem dificuldade de se unir às plaquetas e há diminuição de grandes multímeros. ○ 2B: o FvW tem muita dificuldade de se unir às plaquetas, por isso há diminuição da circulação livre de FvW. ○ 2M: não há ausência de grandes multímeros, mas eles não têm a mesma capacidade de ligação às plaquetas. ○ 2N: o FvW perde a capacidade de ligação com o fator VIII. ● Tipo 3� é o mais grave, caracterizado pela deficiência total do FvW - o paciente tem sangramentos severos. Diagnóstico: ● Levar em conta a presença de sintomas, a história familiar e o estudo laboratorial. ● Diagnóstico laboratorial: ○ Aumento do TS. ○ Aumento do TTPA. ○ Diminuição do FVIII. ○ Diminuição da agregação com ristocetina. ○ Diminuição do FvW e do fator de ristocetina. Victoria K. L. Cardoso ● Testes específicos: ○ Dosagem de antígeno de Von Willebrand - feita por ensaio imunológico - boa sensibilidade para os tipos 1 e 3. ○ Agregação induzida pela ristocetina. ○ Determinação de multímeros. Obs: testes de mistura que não corrige = presença de anticoagulante (anticorpo). Obs: testes de mistura que corrige = presença da doença. Victoria K. L. Cardoso Alterações da coagulação Interpretação dos testes de triagem nos distúrbios hemostáticos
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