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MECANISMO DE PATOGENICIDADE E SOBREVIVÊNCIA DOS MICRORGANISMOS (4)

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MECANISMO DE PATOGENICIDADE E SOBREVIVÊNCIA DOS MICRORGANISMOS
Como a bactéria consegue passar as barreiras e conseguir sobreviver 
· Fatores que influenciam a patogenicidade e sobrevivência de microrganismos: Barreiras físicas e químicas contra a infecção (como a pele, com a sua microbiota – protege contra outras bactérias patogênicas; acidez estomacal – matam e inibem o crescimento bacteriano, se forem muitos, normalmente, conseguem passar; microbiota normal; muco no trato respiratório que atrapalha a fixação das bactérias e o, cílios atrapalha a adesão de microrganismos – tem doenças que podem descamar e acabar com essa forma de proteção), incluindo a microbiota; imunidade; patogênese microbiana vai contra essas barreiras, é a forma como ele causa doença, como consegue burlar essa barreira 
· MICROBIOTA HUMANA: uma colônia de alta diversidade de microrganismo entre bactérias e fungos que colonizam o corpo externamente (pele e membranas mucosas) e mantem uma relação simbiótica, auxiliam o corpo, agindo de forma benéfica, protegendo contra patógenos, por exemplo, e, podem ser fungos, vírus e bactérias. A microbiota contribui para a saúde e o bem-estar do hospedeiro por meio da geração de produtos microbianos e inibindo o crescimento de microrganismos perigosos, ocupam o espaço de outras bactérias, fazendo com que as patológicas não consigam ficar . Em contrapartida, o hospedeiro disponibiliza diversos microambientes que permitem o crescimento microbiano.
A microbiota normal dos mamíferos se desenvolve a partir da exposição à microrganismos após o nascimento*. Existem diferenças, uns falam que adquirimos uma microbiota intrauterino e outro acreditam que venha após o nascimento pois o contato com o canal vaginal do parto, conforme ela respira e se alimenta vai adquirindo uma população de bactérias, que não se alteram muito, somente no sistema gastrointestinal, por conta da alimentação 
Diferentes populações de microrganismos colonizam diferentes locais de acordo com as condições do ambiente (pH, temperatura, umidade, tudo influenciam a população de bactperias)
Antes do parto os lactobacilos do trato genital se multiplicam rapidamente e estes se tornam os principais organismos no intestino do bebê.
Através da respiração e alimentação outros microrganismos são introduzidos nos organismos e permanecerão neste habitat para o resto da vida, ditando como a microbiota vai se formar 
A microbiota normal é altamente diversa e pode diferir significativamente entre os indivíduos, mesmo em uma determinada população. 
O corpo humano não é um ambiente uniforme. Dessa forma, diferentes populações de microrganismos colonizam diferentes locais dos indivíduos, devido a sua capacidade de acessar o suporte nutricional e metabólico em locais específicos do corpo.
Cada região do corpo como a pele, o trato respiratório e o trato gastrintestinal difere química e fisicamente umas das outras, sendo um ambiente seletivo, onde o crescimento de determinados microrganismos é favorecido ou não. Assim, cada um desses diferentes ambientes suporta o crescimento de uma microbiota diversificada e regionalmente única.
- A microbiota normal ajuda à impedir o crescimento excessivo de microrganismos patogênicos. Esse fenômeno é denominado antagonismo microbiano (competição com as bactérias patogênicas, protegendo contra a colonização), ou exclusão competitiva, envolvendo a competição entre os microrganismos. A microbiota normal protege o hospedeiro contra a colonização por patógenos ao competir por nutrientes, ao produzir substâncias prejudiciais aos invasores e afetar condições como o pH e a disponibilidade de oxigênio.
- Quando o equilíbrio entre a microbiota normal e os patógenos é alterado, o resultado pode ser o surgimento de doenças. Por exemplo, a infecção gastrintestinal por Clostridium difficile (através de mão suja, ambiente contaminado... se instalando no intestino e é muito resistente, e, libera toxinas, causando danos na parede intestinal, gerando diarreia. Não é eliminada por qualquer antibiótico e, depende da pessoa; vem do desequilíbrio da microbiota normal - causado pelo antibiótico, é adquirida pelo ambiente. Epitélio do intestino descama e sempre desenvolve por conta do tratamento com o antibiótico pois o de amplo espectro podem causar uma grande supressão da nossa flora, dando espaço suficiente e tecido para a clostridium se instalar e multiplicar)
- A relação simbiótica entre o microrganismo e seu hospedeiro pode se modificar em determinadas situações, onde esses microrganismos tonam-se patogênicos (quando estão em local errado ou em grande quantidade no local certo pode tornar nossa microbiota patogênica, como a cândida, que causa candidíase ou a E. coli, que se for pra bexiga pode causar uma cistite e uma infecção urinária, até atingir os rins). Estes microrganismos são chamados oportunistas. Não causam doença em seu habitat normal em um indivíduo saudável, mas podem causar doenças em outros ambientes ou causam doença se estiverem em grandes quantidades.
- Quando um indivíduo possui uma infecção assintomática, ou foi colonizado por microrganismos que são patógenos potenciais, essa pessoa é chamada de carreador e pode transmitir esse microrganismo para outras pessoas. Não apresenta sintomas, mesmo tendo o patógeno e, por isso, passa a sua doença para diversas pessoas, como a meningite, corona-vírus...
- Existe grande evidência de que a microbiota é importante e influência diversas funções no corpo humano, e parece estar ligada a doenças, como a obesidade (controle do peso), doença inflamatória intestinal (DII), resposta imune de forma geral e a resistência a doenças infecciosas. Importante para o metabolismo, para proteger de doenças, produção exacerbada de fatores inflamatórios... depende da dieta 
· MUCOSAS: células epiteliais fortemente associadas que fazem interface com o ambiente externo. As membranas mucosas revestem os tratos urogenital, respiratório e gastrintestinal (pode ser mais ou menos densa, dependendo do local). Tem a função nesses tecidos de secretar muco com a finalidade de inibir a adesão microbiana. Atrapalha a bactéria patogênica a se aderir mas, também dificulta a nossa microbiota a se instalar. 
· PELE: Os microrganismos da microbiota aderem à superfície mucosa e a colonizam, mas também colonizam tecidos não mucosos como a pele, tanto em regiões mais secas como em regiões mais úmidas. Depende da característica da pele de cada um, do clima, se é úmido ou seco, quantidade de sebo produzido. Estimula a defesa, influencia algumas doenças (como doenças de pele – rosácea) 
MICROBIOTA DA PELE: O principal microrganismo da pele é o Staphylococcus epidermidis. Normalmente não é patogênico, contudo pode causar doença em determinados locais, válvulas cardíacas artificias e próteses de articulações. Pode crescer em próteses, cateteres, contaminando no momento de colocar mas, de forma geral, faz parte da nossa microbiota e não ocasiona problemas. Tem facilidade em criar biofilme.
A pele varia quanto à sua composição química e ao teor de umidade, podendo ser separada em microambientes: pele úmida (axila e o umbigo), pele sebácea (lado do nariz, a parte de trás do couro cabeludo) e pele seca (antebraços). Espécies do fungo (levedura) Malassezia (Malassezia furfur) também são encontradas na pele de indivíduos saudáveis. Fungo que convivemos normalmente mas, em grande quantidade pode causar problemas 
A pele mais oleosa, por exemplo, favorece gêneros de bactérias diferentes, levando ao desenolvimento de acne (propionibacterium)
FATORES QUE INFLUENCIAM:
1. Quando o indivíduo possui baixa resistência imunológica, como no caso de pacientes com HIV/Aids, ou naqueles em que a microbiota normal está comprometida, Candida e outros fungos também podem colonizar, causando graves infecções de pele. Problemas sérios relacionados a microrganismos simples 
2. Climas quentes provocam aumento na temperatura e umidade da pele, aumentando a densidade da microbiota cutânea, assim como os climas frios também alteram a diversidadede organismos e reduz a densidade microbiana. Pode ser algo bom ou ruim
3. A idade do indivíduo também altera a microbiota. Por exemplo, crianças possuem uma microbiota mais variada (não tem hormônios sexuais), e carregam um número maior de bactérias gram-negativas potencialmente patogênicas do que os adultos. Ou idosos também 
 4. A higiene pessoal interfere na microbiota, pois indivíduos pouco asseados geralmente apresentam maior densidade populacional microbiana na pele.
· MICROBIOTA DO TRATO RESPIRATÓRIO: 
Uma grande quantidade de microrganismos coloniza o nariz, garganta e boca. Os brônquios e alvéolos em geralmente não possuem microrganismos ou estão em quantidades baixas mas, ainda protegem o organismo
NARIZ: colonizado por uma variedade de estreptococos e estafilococos, sendo o Staphylococcus aureus a espécie mais significativa. 
GARGANTA: uma mistura de estreptococos, espécies Neisseria e S. epidermis. Ocupam a mucosa para impedir o crescimento de patógenos como Streptococcus pyogenes, Neisseria meningitis e S. aureus. Espécies que são parecidas com as patógenas
BOCA: estreptococos são a maioria, sendo o Streptococcus mutans relacionado com a formação de placa bacterina (bactérias aderidas nos dentes). A bactéria Streptococcus sanguinis também está associado a endocardite sub-aguda (risco de endocardite – bactéria se instala em algum tecido e crescem, como em válvulas cardíacas, quando caem na corrente sanguínea). 
Pulmão era considerado que não tinha bactérias, mas, tem microbiota que gera um nível mínimo de inflamação, que ajuda o corpo a criar uma resposta mais fácil em caso de infecção
TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR: As bactérias penetram no trato respiratório superior a partir da respiração, porém a maioria delas fica presa no muco das vias nasal e oral, sendo expelidas com as secreções nasais, ou engolidas (morrendo no ácido do estômago). Um grupo restrito de microrganismos coloniza as superfícies mucosas respiratórias, estes são os estafilococos, estreptococos, bacilos difteroides e cocos gram-negativos. Patógenos em potencial como Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae são encontrados na microbiota normal da nasofaringe de indivíduos sadios.
NO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR: r (traqueia, brônquios e pulmões) de adultos saudáveis não apresenta uma microbiota residente expressiva. Apesar do grande número de organismos potencialmente capazes de alcançar essa região durante a respiração, somente alguns conseguem. Alterações nossa microbiota pode resultar em pré-disposição à doenças respiratórias, que pode ter sido ocasionada por outras bactérias. 
Doença respiratória altera a microbiota, que pode facilitar a infecções por outros patógenos
· NO TRATO GASTROINTESTINAL: Os nutrientes do bolo alimentar deslocam-se ao longo da coluna do trato gastrintestinal e à medida que eles o fazem, estabelecem contato com comunidades microbianas em constante mudança. Muitos nutrientes importantes são produzidos pela microbiota endógena durante a digestão. Maior densidade de bactérias. Conforme o bolo anda, ele vai entrando em contato com outras microbiotas. Várias coisas podem influenciar a microbiota, como a temperatura em que você vive, a sua dieta, local em que se encontra, fatores genéticos, se o parto foi normal ou cesária...
ESTÔMAGO: É uma barreira química natural devido ao pH ácido (pH 2), mas alguns microrganismos conseguem colonizar o estômago. A Helicobacter pylori é o organismo mais comumente observado. Coloniza a parede estomacal de muitos, mas não de todos os indivíduos, podendo provocar úlceras em hospedeiros suscetíveis. Algumas das bactérias que colonizam o estômago correspondem a organismos encontrados na cavidade oral, os quais são introduzidos pela passagem dos alimentos, pode causar úlceras e, consequentemente, câncer pois consegue se adaptar ao pH ácido 
INTESTINO DELGADO: O duodeno, adjacente ao estômago, é bastante ácido, e sua microbiota normal assemelha-se àquela encontrada no estômago. Do duodeno ao íleo, o pH torna-se gradativamente menos ácido, havendo um aumento no número de bactérias. Geralmente são encontrados estreptococos, lactobacilos e o fungo Candida albicans.
As bactérias correspondem a cerca de um terço do peso da matéria fecal. Organismos que habitam o lúmen do intestino grosso são continuamente removidos pelo fluxo do material, e essas bactérias eliminadas são continuamente substituídas. A taxa de crescimento das bactérias no lúmen corresponde a uma ou duas duplicações por dia.
INTESTINO GROSSO: bactérias que utilizam os nutrientes derivados da digestão dos alimentos como um frasco de fermentação in vivo. Organismos aeróbios facultativos, como E. coli, estão presentes, embora em menor número do que outras bactérias. Os aeróbios facultativos consomem qualquer oxigênio remanescente, tornando o intestino grosso estritamente anóxico
As bactérias da flora intestinal têm um papel importante em doenças. 
1. E. coli é a principal causadora de infecções do trato urinário. 
2. B. fragilis é uma importante causadora de peritonite associada a perfuração da parede intestinal após um trauma, apendicite ou diverticulite. 
3. Enterococcus faecalis causam infecção do trato urinário e endocardite. 
4. Pseudonomas aeruginosa causa diversas infecções principalmente em pacientes imunossuprimidos. Muito resistente a antibióticos
Terapias com antibióticos podem suprimir a flora normal e permitir que microrganismo produtores de toxina como o Clostridium difficile possam crescer, causando colite pseudomembranosa.
As bactérias produzem vitaminas, reações de glicosidades, metabolismo de esteroides (ácidos biliares e outras substâncias
A nossa alimentação e o que a bactéria consome da nossa alimentação pode influenciar hormônios e o sistema nervoso central 
· PROBIÓTICOS: culturas vivas de bactérias intestinais que podem promover benefícios à saúde. Ou seja, em teoria a microbiota pode ser manipulada, alterando, regulando ou reforçando a flora normal para aumentar os benefícios positivos de certas bactérias selecionadas, melhores e mais saudáveis para o organismo 
Reforçar a sua microbiota influencia na resposta inflamatória, no controle de pH correto, melhorar as barreiras, atuar na produção de hormônios e enzimas... 
A administração de antibióticos inibe o crescimento do patógeno alvo, mas também de bactérias sensíveis ao antibiótico presentes na microbiota normal. Na ausência da flora normal completa, patógenos oportunistas, como Staphylococcus, Proteus, Clostridium difficile (causa colite) resistentes a antibióticos, ou a levedura Candida albicans, podem estabelecer-se e alterar funções ou causar doenças. A microbiota normal é restabelecida de forma bastante rápida nos adultos. O processo de recolonização do intestino, pode ser acelerado pela administração de probióticos. Utilizado para evitar que você tenha muito nutrientes para que as bactérias patogênicas não se multipliquem. Competem com patógenos e facilitam a multiplicação das bactérias da microbiota, para que se reestabeleça de forma mais rápida e fácil, ao mesmo tempo que desfavorece a multiplicação dos patogênicos 
Quando para de usar, a população da bactéria vai reduzindo, até que volte ao normal. Se não houver uma boa alimentação, que favoreça a microbiota, pode ser que ela não volte a normalidade. 
· MICROBIOTA DO TRATO UROGENITAL: os rins e a bexiga foram até pouco tempo considerados estéreis; no entanto, a uretra é colonizadas por bactérias aeróbias facultativas gram-negativas. Essas bactérias também são encontradas na bexiga, como bactérias do gênero lactobacilos, estreptococos e estafilococos, mas, com uma quantidade populacional baixa, que também competem (nutrientes) com as bactérias patogênicas e atrapalham diretamente o crescimento delas 
A vagina da mulher adulta é ligeiramente ácida (pH 5), e contém quantidades significativas de glicogênio. O Lactobacillus acidophilus (microbiota) fermenta o glicogênio presente na vagina, produzindo ácido láctico, que mantém um ambiente local com pH ácido. Um desequilíbrionessa microbiota favorece o surgimento de doenças. Outros organismos, como leveduras (espécies de Torulopsis e Candida), vários estreptococos e E. coli podem também estar presentes. Antes da puberdade, a vagina é alcalina, e não produz glicogênio. Após a menopausa, a produção de glicogênio é interrompida, o pH eleva-se e a microbiota volta a assemelhar-se àquela presente antes da puberdade.
Mesmo se a bactéria enfrentar todas essas barreiras, vai enfrentar nosso sistema imune: 
· IMUNIDADE: 
INATA: é a capacidade do organismo em reconhecer e destruir patógenos e/ou seus produtos. Geralmente ocorre a fagocitose do invasor e inflamação, o que leva a febre. Resposta rápida, macrófagos, por meio de fagocitose digerem os microrganismos
ADAPTATIVA: é a resposta do organismo quando a imunidade inata não elimina rapidamente o patógeno. O organismo adquiri a capacidade de reconhecer e eliminar o patógeno utilizando anticorpos específicos (também chamada de imunidade humoral). Aumenta a resistência do sistema imune a doença. É a produção de anticorpos, uma resposta específica contra o patógeno. Linfócito T apresenta o antígeno para o TH (auxiliares), ativando células citotóxicas, para matar células infectadas (que tem o antígeno), ativam também os linfócitos B, que geram células de memória para produzir anticorpos (plasmócitos) contra o patógeno – tem um tempo de vida longo, IgG - juntamente com respostas inflamatórias.
O antígeno é reconhecido por células B, que se diferenciam em plasmócitos e produzem anticorpo
Diferentes tipos de anticorpos, com tempo de vida diferentes e formatos dirferentes: IgG: meia vida longa, sendo muito eficiente, intensificando a fagocitose, o ataque imunológico e o anticorpo passado de mãe pra filho na placenta ou pelo leite; perde ao longo do tempo pois só tem o anticorpo, não tem a célula de memória. 
IgM: início da infecção, não dura tanto tempo. Doença na fase aguda 
IgA: nas mucosas, anticorpo das entradas, protegendo bastante onde se encontram secreções e, também possuem meia vida longa mas, ainda vem depois do IgM
IgD: papel intermediário entre a produção de IgM e IgG e no reconhecimento do antígeno, não tem um papel tão expressivo quanto ou outros. Tempo curto. Papel importante para produção de anticorpos 
IgE: reações alérgicas, possivelmente lise de vermes parasitários 
· INFECÇÕES: acontece quando o microrganismo supera todas as barreiras e o sistema imune. Podem ser transmitidas de hospedeiro para hospedeiro, como a tuberculose. Já o botulismo não é transmitida entre hospedeiros, é causado pela toxina produzida pela bactérias. Quando uma doença é transmissível, esta é chamada de contagiosa.
Epidemia: é uma infecção que ocorre mais frequentemente que o usual em uma determinada população 
Pandemia: é uma epidemia de distribuição global. 
Algumas infecções permanecem em estado latente (invasor nunca será 100% eliminado – normalmente ele não se reproduz – pode ter sintomas depois, em caso de imunossupressão – episódio recorrente; no intervalo entre um pico da doença agudo e outro, não se encontra o patógeno e não se transmite a doença), outras levam a um estado crônico (episódio agudo da doença e a doença progride, sempre encontra o patógeno, mesmo sem sintomas e, a pessoa sempre transmite).
Pode também ser curada, com ajuda de medicamento ou não 
· PATOGENICIDADE: é a capacidade de um microrganismo em causar uma doença, sobrevivendo/superando a capacidade de defesa do hospedeiro, e esta é uma propriedade única de cada patógeno. Precisa de encontrar uma porta de entrada correta, ele vai ter que se estabelecer no ambiente, tendo que superar a nossa microbiota, a nossa defesa, se multiplicar utilizando nossos nutrientes, para causar doença e contaminar outros hospedeiros. 
1. A patogenicidade vai depender também do nível resistência e suscetibilidade do potencial hospedeiro a este microrganismo. (imunorresistentes)
2. O patógeno oportunista somente causa doença na ausência da resistência normal do hospedeiro. Normalmente não causa doença 
· VIRULÊNCIA: capacidade relativa de um patógeno em provocar doenças, ou seja, é o grau de patogenicidade. A virulência não é um fator constante, depende de diversas características e, dentro de uma mesma espécie pode ter variáveis que a tornem menos ou mais. pode ser estimada por experimentos através do cálculo da dose infectante (DI50), ou seja, dose infectante para 50% da população observada em experimento (cepas podem precisar de menos quantidade de agentes para causar a doença). A potência de toxinas produzidas pelo patógeno pode ser estimada por experimentos através do cálculo da dose letal (DL50), ou seja, dose letal para 50% da população observada em experimento (dose infectante para matar 50% dos camundongos em teste, por exemplo – menos patógeno necessário, mais virulento ele é)
· PATOGÊNESE MICROBIANA: é o mecanismo pelo qual os microrganismos causam doenças. Esse processo se inicia a partir da adesão de microrganismos patogênicos as células hospedeiras, invadindo o tecido, causando infecção e consequentemente doença. Pessoa é esposa, ele tem que aderir ao tecido, invadir, se multiplicar nesse tecido e, com isso, causa infecção, da resposta inflamatória imunológica, que pode causar dano tecidual (os sintomas podem aparecer por danos causados por patógenos – toxina produzida pelas bactérias, por exemplo). 
· FATORES QUE INFLUENCIAM A PATOGENICIDADE: 
1. Porta de entrada: membranas mucosas: possuem uma microbiota que inibe/compete com o crescimento de patógenos. A maior parte das infecções se inicia nas mucosas que fazem a interface com o ambiente externo. Por exemplo, mucosas dos tratos urogenital, respiratório e gastrintestinal. Essas mucosas secretam muco com a finalidade de inibir a adesão microbiana (o muco atrapalha e, se ela consegue se aderir do mesmo jeito, vamos ter a nossa microbiota competindo por nutrientes, tentando não deixar ele se espalhar)
A pele quando íntegra é impenetrável para a maior parte dos microrganismos (barreiras físicas). Alguns microrganismos conseguem ter acesso através de folículos pilosos e ductos sudoríparos. Alguns fungos conseguem crescer na camada queratinizada da pele a partir dai infectar a pele (não invadem mas se estabelece nesse ambiente queratinizado outros conseguem chegar em tecidos musculares, adiposos)
Via parental: quando um microrganismo é diretamente depositado nos tecidos ou mucosas através de danos na barreira como em injeções, cortes, ferimentos, cirurgias etc. Doenças transmitidas por fluidos e sangue, principalmente, como doenças virais (HIV, hepatite)
2. Número de microrganismos invasores: tem que ter uma quantidade mínima. Se o número for pequeno, provavelmente serão eliminados pelo organismo. Ou seja, a virulência de um patógeno é estimada pelo cálculo da DOSE INFECTANTE (DI50 - dose infectante para 50% da população observada). O mínimo é a dose infectante, que pode ser utilizado usando cobaias
3. Aderência do patógeno ao tecido: Esta é realizada através de moléculas de superfície chamadas adesinas ou ligantes (glicoproteínas ou lipoproteínas). Geralmente estão localizadas no glicocálice, fimbrias, pili ou flagelos (todas essas estruturas auxiliam os microrganismos a conseguir se ligar a superfície. Quando se aderem tendem a se agrupar e compartilhar nutrientes). Os microrganismos quando aderidos a uma superfície, podem se agrupar e compartilhar os nutrientes em comunidade, formando um biofilme. Estima-se que os biofilmes sejam cerca de 65% de todas as infecções bacterianas em humanos. Ocorre quando entra pela porta de entrada certa e, dai se aderem. Normalmente interagem com o tecido, e é realizado através de proteínas de superfície 
Muitas são difíceis de serem retiradas. Podem ser controladas por quórum sensing, que a própria quantidade de bactérias faz elas pararem de se multiplicar, liberando toxinas, por exemplo 
4. Cápsula bacteriana (impede a fagocitose) e parede celular: a cápsula aumenta a virulência por impedir a fagocitose do microrganismo. Algumas proteínaspresentes na parede podem aumentar a virulência de microrganismos, por exemplo, aumentando a resistência a ambientes ácidos, inibindo a fagocitose ou tornando a parede resistente a digestão por fagócitos (componentes da parede celular e podem atrapalhar a fagocitose ou tornar a estrutura da bactéria mais estável – faringite bacteriana, por exemplo, que, caso não seja tratada pode levar a febre reumática). Glicocálice, quando é firme, é a cápsula, que impede a fagocitose, escapando do sistema imune. 
5. Sobrevivência intracelular (alguns são fagocitados e sobrevivem dentro delas): Existem diferentes mecanismos que auxiliam a bactérias a sobreviver de forma intracelular. 1) Inibição da fusão da bactéria capturada pelo fagossomo com o lisossomo, evitando assim enzimas de degradação. 2) Inibe a redução do pH do fagossomo, o que reduz a atividade das enzimas do lisossomo. 3) A bactéria se liberta do fagossomo para o citoplasma da célula de defesa, onde não há enzimas de degradação. A invasão das células depende da interação de proteínas de superfície chamadas invasinas e receptores específicos na célula. Vão ser fagocitadas mas, podem inibir a fusão da vesícula com o lisossomo, conseguindo sobreviver dentro da célula; pode acontecer a fusão mas altera o pH, atrapalhando as enzimas e a bactéria não é degradada; pode se libertar, não é degradada e se multiplica no citoplasma. Não são todas as bactérias que escapam do sistema imune desse jeito 
6. Produção de enzimas específicas (degradam tecidos para se espalhar): Essas enzimas com diferentes atividades podem ser produzidas e são liberadas para o meio extracelular (EXOENZIMAS), com a finalidade de ajudar na multiplicação e também de proteção. Causa danos nos tecidos pela produção de enzimas, para fugir do sistema imune
COAGULASE à convertem o fibrinogênio em fibrina, formando uma malha de coágulo protegendo a bactéria da fagocitose (atrapalha o alcance do sistema imune). Ex: Staphylococcus aureus e Yersinia pestis.
CINASE BACTERIANA à que degradam os coágulos formados para isolar uma infecção. Ex: estreptoquinase do Streptococcus pyogenes.
PROTEASE IgAà que destroem os anticorpos IgA produzidos nas mucosas para impedir a adesão de microrganismos. Ex: Neisseria meningitidis e Neisseria gonorrhoeae.
HIALURONIDASE à hidrolisa o ácido hialurônico presente nos tecidos, auxiliando na dispersão no organismo a partir do sitio de infecção. Esta relacionada com necrose do tecido (estreptococos). Auxilia a sua dispersão no tecido, auxiliando infecções que causam danos no tecido, por exemplo
COLAGENASE à quebra o colágeno e facilita a disseminação de gangrena gasosa (Clostridium).
7. Produção de toxinas
8. Variação antigênica: Alteração de antígenos de superfície, dessa forma o patógeno não é mais reconhecido pela imunidade adaptativa (anticorpos) e não é mais afetado. Alguns microrganismos podem ativar genes alternativos que causam alterações antigênicas. A pequena diferença entre um antígeno (molécula de superfície que é reconhecida pelo anticorpo) e outro atrapalha o anticorpo, não o reconhecendo. Muitas vezes é o mesmo que ela usou para aderir no receptor mas, pode ter um antígeno e pode ter outra coisa que auxilia a aderir no tecido. Podem apresentar mais de um antígeno, para formar anticorpoma
9. Plasmídeos: podem expressar fatores de virulência, fatores de resistência... A conversão lisogênica é importante devido a bacteriófagos que codificam fatores de virulência, como a toxina diftérica, neurotoxina botulínica e a toxina shiga de E. coli O157. Carregam informações de interesse para poder repassar. Quando possui plasmídeos, é considerada mais virulenta e, pode carregar genes de produzir toxinas
10. Ilhas cromossômicas (ilhas de patogenicidade). As ilhas cromossômicas são material genético adicional, dessa forma bactérias da mesma espécie possuem diferenças de genoma e de patogenicidade. Ilhas cromossômicas que codificam fatores de virulência necessários para que haja patogenicidade são chamadas de ilhas de patogenicidade. Pode ter transposons, que são raros, e são basicamente porções do DNA que se move sozinho, que se autocliva e se autotransfere para porções diferentes, podendo ir para plasmídeos 
· Como os patógenos bacterianos danificam as células do hospedeiro?
1. Utilização dos nutrientes do tecido invadido para sobreviver e se multiplicar. Liberam enzimas no meio, sideróforos e homelisinas, que removem o ferro de proteínas transportadoras através de uma ligação mais forte com o ferro. Usam nutrientes do nosso tecido para se multiplicar e poder liberar substâncias para roubar outros nutrientes
O ferro é necessário para o crescimento da maioria das bactérias, mas a concentração livre no organismo é muito pequena. O ferro esta ligado a proteínas como a lactoferrina, transferrina, ferritina e hemoglobina.
Os sideróforos são proteínas liberadas no meio que removem o ferro da sua ligação estável por possuírem uma afinidade e ligação mais fortes com ferro (tem mais afinidade pelo ferro do que as nossas proteínas)
O complexo sideróforo-ferro se liga a receptores de superfície na bactéria e é absorvido.
Alguns patógenos se ligam diretamente, através de receptores, à proteínas como a hemoglobina. Quando a concentração de ferro esta baixa, alguns patógenos produzem exotoxinas que destroem as células do hospedeiro liberando ferro
2. Dano direto ao tecido na região da invasão a partir do uso de nutrientes e geração de produtos metabólicos residuais. Pode causar morte, alteração de pH, toxinas, e se dispersam pelo tecido
A utilização de nutrientes da célula hospedeira e produtos residuais de metabolismo causa o rompimento dessas células.
Após sua liberação os patógenos podem se dispersar pelo tecido e para outros tecidos em quantidades maiores.
3. Produção de toxinas. As toxinas causam danos no tecido local infectado, e são capazes de causar danos em tecidos distantes quando transportadas pelo sangue. Algumas toxinas causam febre, distúrbios cardiovasculares, diarreia, danos no sistema nervoso e choque. As toxinas podem ser dividas em exotoxina e endotoxina. Pode ser danos sistêmicos, danos aonde não tem nada a ver com o local da bactéria 
São substâncias venenosas produzidas pelos microrganismos, que são transportadas pelo sangue e podem ter efeitos graves ou fatais. Ex.: febre, distúrbios cardiovasculares, diarreia e choque; inibem síntese de proteínas, destroem células, danificam o sistema nervoso. A capacidade de produzir toxinas é chamada de toxigenicidade. As intoxicações são causadas pelas toxinas produzidas pelo organismos e não somente pelo crescimento microbiano em quantidade. São divididas primeiramente em exotoxinas e endotoxinas
Exotocina são liberadas, durante o crescimento e metabolismo ou quando ela morre, muitas vezes tendo esses genes em plasmídeos. Classificação - as exotoxinas são separadas de acordo com o tecido alvo, como neurotoxina, hepatotoxinas, enterotoxinas etc.. Outras são nomeadas pela doença que causam, como a toxina diftérica e a toxina tetânica. Outras de acordo com a bactéria, toxina botulínica e enterotoxina colérica
SUBTIPOS DE EXOTOXINAS: TOXINAS AB: tem duas subunidades (um pedaço A e um pedaço B), uma que se liga ao receptor e, a outra tem a ação em si da toxina. Ela se liga, é internalizada e, dentro da célula, se separam, liberando o A, que tem a ação (inibir síntese proteica, alterar a estrutura da célula...) e a porção B continua dentro da vesícula, que é exocitada e liberada, que pode ser reutilizada, ligada a outra porção A para atacar outra célula. B se liga no receptor e A tem ação (liberada dentro da célula), enquanto a B é reutilizada 
TOXINAS CITOLÍTICAS: levam a morte celular, porque formam poros na membrana, que altera o equilíbrio eletroquímico da célula (entrada e saída rápida de componentes, gerando um desequilíbrio). 
A morte celular é vantajoso porque dá nutrientes para ela e pode chegar em outras partes do tecido
SUPERANTÍGENO: faz com que a apresentação do antígeno dure muito tempo, gerando um estímulo exacerbadoe gera sintomas inespecíficos e exagerados (febre muito alta, alterações na PA, pode chegar a choque e a morte). Pode ocorrer com ausência ou presença de antígeno (força uma interação). A bactéria pode liberar toxina na corrente sanguínea. Basicamente engana o sistema imune, como se tivesse uma infecção em todos os sintomas. Não tem um tecido alvo, pode atacar qualquer tecido de forma inespecífico, causando mais dano do que eliminando as bactérias em si. 
As endotoxinas são produzidas pela gram negativa. É o lipopolissacarídeo (LPS) estrutural, faz parte da porção lipídica externa da parede celular da maioria das bactérias gramnegativas. A endotoxina também é chamada lipídeo A. São responsáveis pela toxicidade da Escherichia, Shigella e Salmonella. Todas as endotoxinas produzem o mesmo efeito independente do tipo de bactéria. Os sintomas são calafrios, febre, fraqueza, dores generalizadas, e em alguns casos, choque, aborto e morte. Sempre tem febre, os outros sintomas não necessariamente vão ocorrer. Só é liberada quando ocorre o rompimento da parede. A inflamação está sempre associada a febre (todo anti-inflamatório é antitérmico) 
4. Induzem reações de hipersensibilidade.
· PORTAS DE SAÍDA: Os microrganismos também possuem portas de saída preferenciais que estão relacionadas com as portas de entrada. As portas de saída são essenciais para disseminação do microrganismo, promovendo a ocupação de outros hospedeiros e a propagação da doença. Portas de saída comuns: trato gastrintestinal e respiratório. O trato urogenital é a porta de saída de DSTs. Algumas das principais formas de saída são as secreções, excreções, corrimentos ou descamação de tecidos. O sangue infectado também pode ser usado como uma porta de saída para transição de doenças, como as transmitidas por mosquitos (malária e febre amarela), e por seringas, agulhas contaminadas ou contato com sangue contaminado por feridas (Aids e hepatite).
Porta de entrada na quantidade correta -> adesão -> penetração ou evasão das defesas do hospedeiro -> danos as células (aparece sintomas – maior quantidade de organismos) -> porta de saída, normalmente é a mesma da entrada

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