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1 Geografia Tensões geopolíticas atuais Objetivo Entender as causas e os agentes dos principais conflitos. Se liga Tal como a aula passada de “Geopolítica mundial”, este é um conteúdo bem extenso e que vai se complementando ao longo das aulas. Na página inicial, na parte da Biblioteca, você pode clicar em “Geografia” para encontrar os conteúdos de Geopolítica no tópico “Geografia Geral”. Curiosidade Como esses temas são atuais, não deixe de assistir ao Dose de Atualidades no canal do Descomplica, no YouTube. Teoria Tensões geopolíticas atuais Durante a Guerra Fria, a maioria dos conflitos seguia a lógica da bipolaridade, ou seja, geralmente envolvia os EUA (Estados Unidos da América) ou a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Após a queda do Muro de Berlim e o colapso da URSS, a humanidade presenciou uma mudança nas dinâmicas da geopolítica mundial. Com a Nova Ordem Mundial e a multipolaridade, as tensões geopolíticas passaram a envolver diversos Estados-Nações, como Rússia, China, Irã, Israel e os Estados Unidos. O 11 de setembro e a Geopolítica americana No ano de 2001, aconteceu o atentado terrorista dentro do território norte-americano, ataque realizado por uma organização terrorista chamada Al-Qaeda. Esse atentado irá marcar significativamente nossos estudos na área de geopolítica. Inicia-se, então, a Doutrina Bush (nome do presidente dos Estados Unidos na época, George W. Bush). Essa doutrina defendia ataques preventivos contra países que possivelmente abrigassem células terroristas, com o argumento de que o inimigo, agora, era invisível. Após a adoção dessa doutrina, as tensões entre radicais islâmicos e o Ocidente ficou cada vez maior, e os atentados terroristas se intensificaram, atingindo outros países. Os atentados ajudaram a justificar ainda mais a intervenção americana no Oriente Médio, uma região que possui uma grande diversidade étnica, religiosa e uma grande quantidade de petróleo. Portanto, pode-se identificar uma relação importante nessa dinâmica, a relação entre petróleo e Guerra ao Terror. https://www.youtube.com/watch?v=hZ0TOKVsawg&list=PLgIWHtlPYF80d3Z-2jbs-c8nLrPlx2QKP 2 Geografia Tensões na Península Coreana A divisão na Península Coreana teve início durante a Guerra Fria. Em 1950, iniciou-se a Guerra das Coreias (1950-1953), quando as tropas norte-coreanas atacaram o sul de surpresa, invadindo e ocupando a capital Seul. Os sul-coreanos responderam ao ataque com tropas enviadas pelo general Douglas McArthur, batalha na qual conseguiram a vitória e a desocupação da capital. Com a ofensiva sul-coreana, a China interveio no combate, ajudando diretamente a Coreia do Norte. Em 27 de julho de 1953, foi assinado um armistício na cidade de Panmunjom, divisa entre os dois países, em que foi acordado o cessar-fogo e o fim de uma guerra que deixou muitos mortos e nenhum vencedor. Dessa forma, ficou estabelecida a divisão das Coreias nos limites do paralelo 38º. Figura 1. Localização do paralelo 38º. No final dos anos 90, Kim Jong-il, que sucedeu o pai, compromete-se a desmantelar seu programa nuclear, mas a promessa não dura muito tempo e um míssil balístico de longo alcance é testado. Depois do atentado de 11 de setembro, em 2002, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, incluiu o país no que classificou de “Eixo do Mal”, junto ao Iraque e ao Irã. A partir desse momento, a Coreia do Norte avança com seu projeto de desenvolver um míssil balístico capaz de transportar uma ogiva nuclear cada vez mais distante. Questão da Crimeia A Crimeia é uma região ao sul da Ucrânia, que faz fronteira com a Rússia. A tensão na região da Crimeia existe desde a queda da URSS. A população dessa região, em sua ampla maioria, é russa e possui maiores relações com Moscou do que propriamente com Kiev (capital da Ucrânia). A região tornou-se palco de uma intensa instabilidade política. Figura 2. Região da Crimeia. 3 Geografia Os problemas internos da Ucrânia intensificaram-se quando o então presidente Viktor Yanukovich rejeitou um acordo que se comprometeu a realizar com a União Europeia, o que ampliaria as relações do país com o bloco. Essa decisão foi diretamente influenciada pela Rússia, uma vez que a Ucrânia é um dos seus principais parceiros comerciais no continente europeu. Liderados pela oposição, iniciou-se uma onda de protestos pelo país. Diante disso, alguns meses sucederam-se com o agravamento das tensões, em que prédios públicos foram ocupados, as ruas incendiadas e a repressão aos manifestantes intensificada. Após a revogação de uma lei que reconhecia o russo como língua oficial na região da Crimeia, o clima ficou ainda mais tenso. Com isso, grupos militares pró-Rússia assumiram o controle político da região. Em um plebiscito, não reconhecido pela União Europeia, a Crimeia se tornou independente e posteriormente pediu para ser anexada pela Rússia. Com isso, os países da União Europeia, além dos Estados Unidos, anunciaram o descontentamento com a decisão, iniciando uma política de articulação de um provável bloqueio econômico e/ou comercial à Rússia. Essa península possui importância econômica e estratégica, configurando-se como uma importante via de ligação entre o Mar Negro e o Mar de Azov, além de ser uma das mais importantes bases militares na região. Crise venezuelana A Venezuela declarou estado de emergência em maio de 2016. Desde então, a situação piorou drasticamente. O país enfrenta uma crise política e econômica. Os índices de violência são altíssimos, os mercados estão desabastecidos e a inflação parece não dar descanso. Mas como a Venezuela chegou nessa situação? Primeiro, é importante entender o viés político dessa crise. Durante 14 anos, a Venezuela foi governada pelo militar populista Hugo Chávez. O ex-presidente era muito carismático e conseguiu a simpatia das classes mais baixas com um discurso de combate à pobreza e corrupção. Não é ao acaso que o político foi reeleito diversas vezes. Em 2013, Chávez veio a falecer de um câncer e quem assumiu o governo foi seu sucessor, Nicolás Maduro. Acontece que Maduro não tem o mesmo carisma que o seu antecessor, tampouco é um gestor nato. Com menor apoio popular e político, adotou uma postura ditatorial em seu governo. Uma das suas medidas foi empossar, sem aviso prévio, uma Assembleia Constituinte para escrever uma nova Constituição, que seria usada nas próximas eleições. Claramente, o povo foi às ruas protestar. Maduro não deixou barato e enviou tropas militares para investirem contra os manifestantes. O número de presos políticos cresceu e a tortura se tornou sistemática. Segundo, o país enfrenta uma crise econômica decorrente da queda do preço do petróleo. Essa commodity é uma das bases da economia venezuelana e afetou drasticamente a relevância do bolívar no cenário internacional. A moeda perdeu praticamente todo o seu valor e, hoje, 82% da população venezuelana encontra- se em um estado de pobreza. Diante dessa situação calamitosa, milhares de venezuelanos buscam sair do país. Colômbia e Peru são os principais destinos, abrigando, respectivamente, 1 milhão e 500 mil refugiados, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. No Brasil, estima-se que 100 mil venezuelanos entraram ilegalmente. Tal movimento ocorre principalmente pelo estado de Roraima, e muitos se deslocam para as cidades de Pacaraima e Boa Vista. Atualmente, a situação não melhorou. A Venezuela possui duas assembleias, uma eleita pelo povo e outra criada por Maduro, e dois presidentes em igual situação, tendo Juan Guaidó, líder da oposição e do Legislativo, se autodeclarado presidente em janeiro de 2019. Estados Unidos, Brasil e diversos outros países reconhecem Guaidó. China, Rússia e outros países reconhecem Maduro. Recentemente, a Rússia declarouapoio militar ao governo de Maduro, e os Estados Unidos iniciaram um embargo econômico ao governo de Caracas. A oposição liderada por Guaidó já tentou conquistar o apoio das forças militares venezuelanas, mas estas se mantêm fiéis ao governo de Maduro, garantindo sua continuidade. Maduro passa a ser cada vez menos querido pela população, que é duramente reprimida nos protestos. O diálogo entre essas forças opositoras parece difícil. 4 Geografia Exercícios de fixação 1. Qual é a associação entre a Doutrina Bush e os conflitos recentes no Oriente Médio? 2. Qual país de origem persa que no contexto da Guerra ao Terror passou a ser um dos principais inimigos dos Estados Unidos? a) Arábia Saudita. b) Coreia do Norte. c) Irã. 3. Qual a principal preocupação geopolítica relativa à Coreia do Norte? a) Dependência econômica da cadeia produtiva mundial b) Preocupação com a produção de armamento nuclear c) Capacidade de projeção militar global 4. A doutrina da _________________, que passa por um teste na atual crise entre _________________ e _________________, nasceu na Guerra Fria, quando as duas potências da época afirmavam que qualquer ataque teria represálias apocalípticas. a) Destruição mútua assegurada – Estados Unidos - Venezuela b) Dissuasão nuclear – Estados Unidos – Coreia do Norte c) Dissuasão nuclear - Ucrânia – Rússia 5. Relacione a charge abaixo com o conflito envolvendo Ucrânia e Rússia pela Crimeia. Fonte: http://vozdaturquia.com/ 5 Geografia Exercícios de vestibulares 1. O geógrafo brasileiro Jose William Vesentini, referindo-se à dissolução da União Soviética, escreveu "Novos países, problemas antigos" (2010). Esse título serve para explicar o início dos confrontos entre a Rússia e a Ucrânia, tendo como foco a disputa pela península a) de Kola. b) de Yamal. c) da Crimeia. d) da Geórgia. e) de Kamtchatka. 2. Observe o mapa da distribuição dos drones (veículos aéreos não tripulados) norte-americanos na África e no Oriente Médio. Em suas declarações, o governo norte-americano justifica o uso dos drones, principalmente, como a) proteção militar a países com importantes laços econômicos com os EUA, principalmente na área de minerais raros. b) necessidade de proteção às embaixadas e outras legações diplomáticas norte-americanas em países com trajetória comunista. c) meio de transporte para o envio de equipamentos militares ao Irã, com a finalidade de desmonte das atividades nucleares. d) um dos pilares da sua estratégia de combate ao terrorismo, principalmente em regiões com importante atuação tribal/terrorista. e) reforço para a megaoperação de espionagem, executada em 2013, que culminou com o asilo de Snowden na Rússia. 6 Geografia 3. Avaliando o ataque aéreo aos EUA, em 2001, o sociólogo Octávio Ianni afirmou: Quando analisamos os acontecimentos de 11 de setembro, precisamos resgatar o sentido de história. Quando vistos isoladamente, os atentados perdem vários significados e parecem coisa de um “bando de fanáticos”. Mas, na realidade, os atentados foram apenas um fato em uma cadeia muito complexa de acontecimentos. Revista Ciência Hoje, setembro de 2002. Assinale a alternativa que contém um fato que faz parte desta complexa cadeia. a) Crescente interferência dos EUA na política interna de outros países. b) Aumento dos conflitos geopolíticos entre os EUA e os novos países industriais. c) Interesse dos EUA em explorar economicamente as extensas terras do Afeganistão. d) Competição entre os EUA e o Japão pelo domínio geopolítico sobre a Ásia. e) Interesse dos ex-países socialistas em dominar geopoliticamente o mundo. 4. (Uerj 2013) Observe a imagem abaixo, do episódio ocorrido nos Estados Unidos, no dia 11 de setembro de 2001. Disponível em: blogs.estadao.com.br “A queda das torres do World Trade Center foi certamente a mais abrangente experiência de catástrofe que se tem na História, inclusive por ter sido acompanhada em cada aparelho de televisão, nos dois hemisférios do planeta. Nunca houve algo assim. E sendo imagens tão dramáticas, não surpreende que ainda causem forte impressão e tenham se convertido em ícones. Agora, elas representam uma guinada histórica?” ERIC HOBSBAWM (10/09/2011). www.estadao.com.br A guinada histórica colocada em questão pelo historiador Eric Hobsbawm associa-se à seguinte repercussão internacional da queda das torres do World Trade Center: a) concentração de atentados terroristas na Ásia Meridional b) crescimento do movimento migratório de grupos islâmicos c) intensificação da presença militar norte-americana no Oriente Médio d) ampliação da competição econômica entre a União Europeia e os países árabes e) intensificação do controle aéreo, restringindo a quantidade de voos pelo mundo 7 Geografia 5. (Enem 2020) No caso do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a ênfase está posta no traçado de uma estratégia geral de desarticulação, não só dos inimigos reais como dos potenciais, inserida na concepção preventiva que supõe que a mínima dissidência é um sinal de perigo e de guerra futura. Deve-se ter capacidade para responder a uma guerra convencional tanto quanto para enfrentar um inimigo difuso, atentando simultaneamente para todas as áreas geográficas do planeta. Trata-se, sem dúvida, da estratégia com pretensões mais abrangentes que se desenvolveu até agora. CECENA, A. E. Hegemonias e emancipações no século XXI Buenos Aires: Clacso, 2005 (adaptado). Tomando o texto como parâmetro, qual tendência contemporânea impulsiona a formulação de estratégias mais abrangentes por parte do Estado americano? a) Erradicação dos conflitos em territórios. b) Propagação de organizações em redes. c) Eliminação das diferenças regionais. d) Ampliação de modelo democrático. e) Projeção da diplomacia mundial. 6. (Uerj 2020) Um mundo de muros: as barreiras que nos dividem Um mundo cada vez mais interconectado tem erguido muros e cercas para bloquear aqueles que considera indesejáveis. Das 17 barreiras físicas existentes em 2001 passamos para 70 hoje. Alguns separam fronteiras. Outros dividem a mesma população. Alguns freiam refugiados. Outros escondem a pobreza. Ou o medo. Ou a guerra. Ou a desigualdade. Ou a mudança climática. Adaptado de folha.uol.com.br, setembro/2017. Os objetivos prioritários para a construção das barreiras físicas apresentadas nos mapas 1 e 2 são, respectivamente: a) estratégia militar e política demográfica b) rivalidade étnica e polarização ideológica c) antagonismo comercial e restrição religiosa d) isolamento econômico e segurança ambiental e) bloqueio comercial e diferença cultural 8 Geografia 7. “Depois de enfrentar problemas financeiros, que repercutiram na situação política interna, as monarquias do Golfo Pérsico se beneficiam de um fluxo extraordinário de divisas, graças ao alto preço do petróleo. (...) em todos esses países, há dois denominadores comuns: Estados ineficientes e perdulários e desemprego alto. O desemprego atinge a geração jovem, do chamado ‘baby boom’ da alta do petróleo dos anos 70. Os desempregados se escoram no generoso sistema de proteção social, outro traço comum dessas monarquias, que têm como tradição, calcada nos petrodólares, garantir o conforto dos cidadãos do nascimento à morte. (...) Essas regalias, que sempre amorteceram qualquer descontentamento político, tiveram que ser revistas nos últimos anos, por causa do alto custo da Guerra do Golfo, bancado sobretudo pela Arábia Saudita...” O texto permite estabelecer uma relação de causa e efeito entre a) miséria e dívida externa. b) austeridade e petrodólares. c) preço do petróleo e estabilidade política. d) gastos excessivos e baixo preço do petróleo. e) incompetência administrativae esgotamento do petróleo. 8. Leia a matéria: Coréia do Norte faz teste com bomba e Trump chama ato de “hostil e perigoso”. O regime afirma ter executado sua sexta prova nuclear, que provocou forte tremor. El Pais, 03/09/2017. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/03/intemacional/1504412077_373562.html. Acesso: 03/09/2017. Sobre o contexto geopolítico na península coreana, está correto afirmar: a) O Tigre Asiático em questão apresenta um regime hostil ao ocidente desde a época da Guerra Fria. b) O Japão é o aliado regional da Coréia do Norte, mas a pressão sobre o regime de Seul não tem sido eficaz. c) Os Estados Unidos reagiram militarmente aos testes norte-coreanos desferindo ataques cirúrgicos ao território do país. d) A Rússia apoia abertamente os testes realizados pelo regime de King Jong-un. e) O regime norte-coreano parece não se intimidar com as ameaças do ocidente nem com a pressão de sua aliada, a China. https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/03/intemacional/1504412077_373562.html 9 Geografia 9. Leia o texto a seguir. Os dois aviões de passageiros que terroristas islâmicos lançaram, há cinco anos, contra as torres gêmeas do World Trade Center se tornaram um marco na história contemporânea. Lidos em conjunto com a extinção do bloco socialista na esfera da União Soviética, no início dos anos 1990, os atentados da Al Qaeda em Nova York demarcam um “antes” e um “depois”. FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 11 set. 2006, p. A2. O DEPOIS, de acordo com o texto, caracteriza-se a) pela ação dos Estados Unidos em combater o terrorismo mundial mediante acordos bilaterais intermediados pela ONU. b) pela disseminação mundial da ação de grupos terroristas ligada às questões políticas e/ou religiosas. c) pela emergência de governos populistas, na América Latina, dificultando as ações antiterroristas do governo estadunidense. d) pelo estímulo à implantação de barreiras alfandegárias, para proteger os interesses nacionais. e) pelo surgimento das estruturas protecionistas do Estado de bem-estar social, visando melhorar a qualidade de vida da população. 10. (ESPM 2015) Em relação à crise político-territorial entre Ucrânia e Rússia, podemos afirmar que a) A Rússia é contrária a saída da Ucrânia da União Europeia. b) A porção ocidental da Ucrânia é majoritariamente russa e desejosa de ingressar na União Europeia. c) A Rússia pretende instalar ogivas nucleares na Crimeia e a Ucrânia é contra. d) A porção leste da Ucrânia é área de atuação de separatistas russos. e) As grandes jazidas de petróleo da parte ocidental da Ucrânia, onde reside a maioria da população russa, é o fator de tensão maior. Sua específica é humanas e quer continuar treinando esse conteúdo? Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios. https://dex.descomplica.com.br/enem/geografia/exercicios-tensoes-geopoliticas-atuais 10 Geografia Gabaritos Exercícios de fixação 1. Após os atentados terroristas de onze de setembro em solo americano, os Estados Unidos deram início à Doutrina Bush. Essa doutrina é, na verdade, uma tradução da política externa americana de maior intervencionismo militar em outros países. Assim, com acusações de abrigar células terroristas, diversos países do Oriente Médio foram invadidos ou tiveram bases militares americanas instaladas em seus territórios. Tais ações ampliaram os conflitos no Oriente Médio. 2. C O Irã é o grande herdeiro do Império Persa e se tornou um dos principais inimigos americanos no contexto da Doutrina Bush. 3. B A principal questão relativa à Coreia do Norte é o desenvolvimento e produção de armas nucleares. Tal ação gera repercussões regionais e globais sobre a possibilidade de ataques. A Coreia do Norte não possui capacidade de projeção militar global, com porta aviões e submarinos que possam estar localizados em diversos oceanos ao mesmo tempo. 4. B As questões envolvendo Estados Unidos e Venezuela ou Ucrânia e Rússia não envolvem uso de armamentos nucleares, mesmo que um ou outro país detenha esse tipo de armamento. O desenvolvimento militar norte-coreano pautado na produção de armas nucleares é entendido como fundamental pelo país, por uma questão de defesa. Tal ação segue o princípio da dissuasão nuclear, uma vez que um país pensaria duas vezes antes de atacar a Coreia do Norte, pelo fato dela possuir esse tipo de armamento. 5. A charge faz alusão à Crimeia (formato de urna), que, após a realização de um referendo, se separou da Ucrânia (serrote) e aprovou a unificação com a Rússia (mãos dadas). Exercícios de vestibulares 1. C O autor cita o conflito entre Rússia e Ucrânia, que tentou se aproximar da União Europeia, mas parte da população, até mesmo culturalmente, apoia a posição da Rússia. Fato é que, ao tentar aproximação, o governo Russo ameaçou parar de comercializar gás natural, recurso do qual os países do leste europeu possuem muita dependência. Além disso, reanexaram a Criméia, uma ponta territorial estratégica que estava sob domínio da Ucrânia. 2. D O uso dos drones no continente africano e no Oriente Médio insere-se nos interesses de contenção do terrorismo. 11 Geografia 3. A No texto, é dito que “os atentados foram apenas um fato em uma cadeia muito complexa de acontecimentos.” Dessa frase é possível interpretar que os Estados Unidos estiveram envolvidos direta ou indiretamente em diversos conflitos pelo mundo. Logo, essas interferências podem gerar uma revolta por parte de alguns povos. Nesse contexto, a Doutrina Bush e sua lógica de guerra ao terror ampliou a interferência militar norte-americana em diversas regiões do planeta, sobretudo no Oriente Médio. 4. C Os atentados de 11 de setembro serviram como argumento para a intensificação da presença militar norte-americana no Oriente Médio. 5. B O texto aborda a questão da organização em rede como um elemento de complexidade na formulação de estratégias geopolíticas de um Estado. Um excelente exemplo disso é a abordagem de enfrentamento ao terrorismo adotado pela Doutrina Bush no início do século XXI. É necessário combater o inimigo de forma convencional, atacando sítios militares, ao mesmo tempo que é necessário enfrentar sua capacidade de organização em rede, na qual células terroristas espalham-se por diversos países, utilizando as tecnologias para atuar de forma desconcentrada. Essas organizações em rede complexificam a geopolítica, estabelecendo inimigos diretos e inimigos possíveis, demandando políticas específicas para as relações internacionais. 6. A Há muitos muros no mundo; ainda que o objetivo geral seja sempre o mesmo, o de separar, a motivação para construí-los varia bastante. No caso dos dois mapas apresentados, isso é muito nítido. No primeiro mapa, a Coreia do Norte, reconhecidamente o país mais fechado do mundo, preocupou-se em construir barreiras físicas que fazem parte de sua estratégia militar para com o seu histórico antagonista, a Coreia do Sul. As motivações são bem diferentes no caso dos países europeus, nos quais a distribuição espacial das barreiras físicas demonstra a política de contenção de fluxos migratórios e de refugiados oriundos dos países subdesenvolvidos da Ásia e da África. A maior parte das barreiras está localizada no sul- sudeste do continente e/ou da União Europeia, justamente porque é nesse quadrante que se concentra a maioria dos fluxos populacionais que chegam por terra às nações dessa parte do mundo. (Revista UERJ) 7. C O texto relaciona que a estabilidade política de algumas ditaduras no Oriente Médio é possibilitada pela entrada de divisas do petróleo. Assim, por mais que a população apresente descontentamentos com esses governos, a seguridade social garantida por eles amortece o desgosto político. Todavia, essaquestão precisou ser revista por causa do custo da Guerra do Golfo. Com um sistema de proteção social menos generoso, a instabilidade política tende a crescer. 8. E No ano de 2017 e início de 2018, a tensão geopolítica na península coreana aumentou consideravelmente, inclusive contando com a participação americana na questão. A Coreia do Norte tem, principalmente, na China e Rússia os seus principais aliados na região e no mundo. Mesmo com pedidos e avisos da China para não continuar com os testes nucleares, a Coreia do Norte prosseguiu com os exercícios. Durante 2018 e 2019, observou-se uma aproximação dos Estados Unidos, Coreia do Norte e Coreia do Sul, porém ainda é cedo para afirmar que as relações diplomáticas na região são completamente estáveis. 12 Geografia 9. B O “depois”, segundo o texto, refere-se à mudança ocorrida no pós-Guerra Fria, em que o inimigo era o comunismo, e hoje, o “inimigo é invisível”. 10. D A proximidade territorial e cultural de parte da Ucrânia agrava a disputa de influência que se dá na área entre União Europeia e Rússia. A Ucrânia possui forte dependência do gás natural russo, e, quando tentou se aproximar da União Europeia, sofreu sanções e teve parte do seu território, a Crimeia, reanexado à Rússia.
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