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Anatomia interna -Dente jovem: aspecto anatômico normal -Alteram a parte interna do dente: idade, cárie, abrasão, erosão, doença periodontal. · CAVIDADE PULPAR: -Onde se aloja a polpa, reproduzindo a morfologia externa do dente -Possui 2 porções: coronária e radicular (nos dentes anteriores é virtual, pois não há assoalho na câmara). -Não é visível -Sensibilidade tátil apurada -Radiografia -Estudo da anatomia -Formação da imagem no dente -Em dentes unirradiculares: 4 paredes = V, L, M e D -Em dentes multirradiculares: 6 paredes = V, L, M, D, oclusal (ou teto) e assoalho) · CANAL RADICULAR: -Formado por 2 cones justa postos, unidos pelo seu ápice: 1 dentinário (maior), que se abre para a cervical e 1 cementário (menor), que se abre para a apical. -Geralmente seguem o trajeto externo da raiz -A união dos 2 cones recebe o nome de limite CDC (canal dentinho cementário). -Nem todos os canais são acessíveis, por isso, trabalhamos no principal. -A porção apical, pode se abrir na forma de delta, por onde entra feixe vásculo-nervoso. -No caso de delta ou canais acessórios, nossos instrumentais não atingem -> usa soluções irrigadoras. DENTES SUPERIORES: *INCISIVOS E CANINOS: -Acompanham a anatomia externa, geralmente unirradiculares os superiores possuem canais mais volumosos, conoides e retos. Os inferiores, canais mais estreitos devido ao achatamento mésio-distal. *Incisivos centrais superiores: -Raízes largas e retas; leve inclinação no sentido vestibular -> limais mais finas e flexíveis. -Raiz = reta = 75% -Número de raiz = 1 *Incisivos lateral superior: -Variação: curvatura apical para distal -Apresenta as maiores variações anatômicas -Raiz = triangular com achatamento MD -Raiz maior que o do central -Número de raiz=1 *Canino superior: -Dente mais largo -Abertura por palatina -Raiz = porção apical curva para distal (DV) -Número de raiz =1 OBS: possui ombro palatino: projeção do dente na parede lingual/palatina na entrada do canal radicular. Auxilia na ponta de eleição para abertura. *1° pré-molar superior: -Raiz = V maior e curva P P reta ou inclinada V -Geralmente apresenta 2 raizes (pode ter RARAMENTE 1 ou 3) *2° pré-molar superior: -Geralmente (maioria das vezes) possui 1 raiz. *1° molar superior: -Coroa: predomínio do diâmetro VP > MD. -Tri ou tetracuspidado -Raízes = 3 raízes -> 2V e 1P -Raiz MV é ligeiramente mais curva e pode apresentar 2 canais radiculares. -Direção: MV distal DV reta ou MV P vestibular -Há uma inclinação na raiz palatina. *2° molar superior: -Possui geralmente 3 raízes -> 2V e 1P -Raízes menos divergentes e mais retilíneas -Direção: MV distal DV reta P reta DENTES INFERIORES: *Incisivo centra inferior: -Raiz mais achatada -Canal achatado (MD) -Canal único -Raiz = reta (65%) *Incisivo lateral inferior: -Raiz = única e achatada *Canino inferior: -Coroa maior que o do superior. -Raiz = única e reta -Canal achatado sentido MD *1° pré-molar inferior: -Raiz = única e achatada M -1 Canal radicular *2° pré-molar inferior: -Maior que o primeiro -Raiz = única e achatada -Canal reto *1° molar inferior: -2 raízes -> 1M com 2 canais e 1D com 1 canal -5 cúspides -Direção: M distal D reta/D *2° molar inferior: -2 raízes-> 1M e 1D -Direção: M distal D reta/D · TAMANHO DA CÂMARA PULPAR: -Podem sofrer alteração devido a deposição de dentina mais internamente em um local que precisa de proteção. Ex: deposição de dentina em lesão cariosa, para proteger a polpa. -Variação: canal bifurcado -Variação: canal fusionado (ilha de dentina, dente mais achatado). A medida que vai alargando o canal, a ilha de dentina é removida. Abertura da câmara pulpar -É a fase operatória inicial do tratamento endodôntico que apreende a abertura da câmara pulpar e que tem como consequência a remoção do teto da câmara pulpar através da realização de desgastes compensatórios, a fim de que possamos ter uma forma definitiva da cavidade intra coronária, para que possam ser feitas a limpeza e a antissepsia. É necessário remover todo o teto, pois sua presença dificulta o acesso aos canais radiculares, além disso, ele favorece a permanência de restos da polpa dentária e de microrganismos. Esse acesso deve ser sempre feito pela palatina, já que após o tratamento do canal será colocado um material restaurador provisório, além da questão estética. · OBJETIVOS: -Visualização da entrada do (s) canal (is) radiculares -Fazer com que os canais se tornem acessíveis de uma forma direta, desde a sua entrada até a região apical. OBS: essa abertura deve ser realizada de uma forma ideal para que as demais fases do tratamento não sejam prejudicadas. Quando a abertura é feita de forma incorreta, é impossível fazer uma limpeza e modelagem do canal radicular adequada (preparo químico-mecânico – PQM). · MATERIAIS UTILIZADOS: -Brocas esféricas diamantadas (AR) números 1012, 1014 e 1015; -Brocas esféricas (BR) números 2 e 4; -Brocas tronco-cônicas (AR): possuem forma de ponta de lápis diamantada, e essa ponta é inativa, ou seja, não perfura, apenas corta em lateralidade. Números 3081 e 3082. Têm como função fazer o desgaste compensatório, que visa deixar as paredes da câmara pulpar divergentes e lisas, utilizadas nos incisivos, nos caninos e nos pré-molares; -Brocas endo Z: são tronco-cônicas, mas em vez de serem diamantadas, são multilaminadas com ponta inativa. Têm como função fazer o desgaste compensatório, que visam deixar as paredes da câmara pulpar divergentes e lisas, utilizadas nos molares; -Sondas exploradoras: são fundamentais para descobrir onde se encontra o teto da câmara pulpar. · PRINCIPIOS DE ABERTURA DA CAVIDADE DE ACESSO: -Remoção de todo o teto da câmara pulpar, a fim de retirar os remanescentes pulpares e expor os orifícios da entrada dos canais radiculares -Obter um acesso reto e livre até a primeira curvatura do canal radicular, quando houver. (geralmente ocorre mais em posteriores) -Preservar o assoalho da câmara pulpar, evitando sua perfuração e facilitando a localização da entrada dos canais, sendo que sua integridade tende a guiar os instrumentos -Conservação da estrutura dentária SADIA, pois a remoção excessiva de tecido dental enfraquece esmalte e dentina, favorecendo o aparecimento de fraturas coronárias -Manter estrutura dental suficiente para a permanência total do selamento provisório da cavidade de acesso, até a colocação da restauração definitiva no dente. · PREPAROS PRÉVIOS: -Geralmente, os dentes que necessitam de intervenção endodôntica não estão com sua coroa íntegra, estando afetados por destruições cariosas, restaurações extensas, fraturas, etc. -Devemos remover todo o tecido cariado antes do acesso à câmara pulpar, assim como restaurações fraturadas ou deficientes, coroas provisórias e coroas protéticas sempre que se fizerem necessário. EX: coroa protética provisória-> remove ela e faz o canal. Se for definitiva, tem que ver se tem infiltração se tiver faz o acesso onde já tem deficiência. -A angulação dentária, posição das cúspides, mudança na anatomia externa como a ocasionada pela presença de coroas protéticas entre outras, podem alterar a relação do longo eixo coroa-raiz -A radiografia periapical tirada com o posicionador ou pela técnica do paralelismo é de importância FUNDAMENTAL importância antes de realizarmos o acesso coronário – visualização do dente como um todo, do seu tamanho. -Além disso a radiografia pela técnica interproximal é um importante auxiliar na observação da anatomia interna coronária – distância da face oclusal-teto da câmara pulpar e do assoalho até a região de furca -Adequação do meio bucal – tratamento endodôntico prévio à instalação de coroas protéticas. · SEQUÊNCIA DA TÉCNICA DE ACESSO: -Ponto de eleição -Direção de trepanação -Forma de conveniência Ponto de eleição: -É a forma de contorno inicial. *Dentes anteriores: face palatina ou lingual, entre o cíngulo e o bordo incisal *Dentes posteriores: face oclusal, na fasseta central.Direção de trepanação: *Dentes anteriores: inicialmente perpendicular ao longo eixo do dente; ao atingir a câmara pulpar, ela deve ser direcionada para o longo eixo do dente, para evitar a perfuração da vestibular; nem sempre chegamos facilmente à câmara pulpar nesse momento, pois ela pode estar atrésica Dica: inicia-se a perfuração na perpendicular com uma broca esférica, no momento em que toda a parte ativa já estiver dentro da cavidade, já se direciona no sentido do longo eixo. *Dentes posteriores: em direção ao longo eixo. Forma de conveniência: -É o término da abertura, onde se coloca o isolamento e fica conveniente a forma para o canal. *IC e IL sup e inf: triangular com a base para bordo incisal. *Caninos sup e inf: forma losangular e ovoide *PM sup e inf: ovoide no sentido MD *MS: forma triangular com base voltada para V *MI: triangular ou losangular com base para M. · DESGASTE COMPENSATÓRIO: -Manobra que visa remover projeções que dificultam o acesso franco e direto dos instrumentaos ao interior do canal. · FASES DA ABERTURA CORONÁRIA EM DENTES ANTERIORES: 1) -Ponto de eleição = Face palatina = broca esférica 2) Forma de contorno 3) Direção de trepanação 4) Estender cavidade = forma de conveniência 5) Aprofundar a broca até atingir a câmara pulpar 6) Remove teto da câmara 7) Verificar se há remanescente de teto (sonda exploradora) 8) Preparo final da cavidade = paredes planas e divergentes= desgaste compensatório para o bordo incisal (Broca tronco-cônica) – 3081/3082 9) Colocar Isolamento Absoluto · FASES DA ABERTURA CORONÁRIA EM DENTES POSTERIORES: 1) Ponto de eleição = Face oclusal = Broca esférica 2) Direção de trepanação = Longo eixo do dente 3) Estender a cavidade = Forma de conveniência 4) Aprofundar a broca até atingir a câmara pulpar 5) Remover o teto da câmara 6) Verificar se há remanescente de teto 7) Preparo final da cavidade = paredes planas e divergentes para oclusal (Broca tronco-cônica Endo Z) 8) Isolamento absoluto PRÉ-MOLAR SUPERIOR: MOLAR SUPERIOR: MOLAR INFERIOR: -Quando há apenas um canal distal, ele é achatado; quando se desconfia de um segundo canal distal, são mais arredondados e há um desgaste mais para distal, dando o formato losangular. *Dica importante: principalmente em dentes que possuem a região de furca, montar a broca na caneta de alta rotação e colocar sobre a radiografia para se ter uma noção de quanto de desgaste será até chegar na polpa, sem que haja perfuração; indicada: INTERPROXIMAL. ERROS NA ABERTURA: -Macro abertura e micro abertura: A abertura não deve remover nem poupar excessivamente as estruturas dentais -Erros no preparo intracoronário: escolha errada no ponto de eleição; perfuração vestibular da coroa, formação de degrau ou perfuração de uma face proximal, abertura insuficiente ou inadequada; preparo inadequado da câmara pulpar; perfuração da câmara pulpar; forma de conveniência inadequada; abertura inadequada em câmara pulpar atrésica; broca pressionada contra o assoalho da câmara, obliterando a entrada dos canais radiculares; preparo muito extenso lateralmente e inadequado em profundidade. Isolamento do campo operatório · OBJETIVOS: -Possibilitar um campo seco, limpo e passível de antissepsia -Melhorar o acesso visual -Proteger o paciente -Impedir a deglutição e aspiração (substâncias e instrumentos) -Facilitar as manobras do profissional -Manter a boca aberta -Diminuir o diálogo -Economizar tempo · MATERIAIS: -Perfurador (Ainsworth) -Pinça porta-grampos (Palmer ou Brewer) -Arcos para isolamento (Young, Ostby ou Dobrável) -Lençol de Borracha -Grampos de isolamento *ANTERIORES: 210, 211, 212 *PRÉ MOLARES: 206, 207, 208, 209 *MOLARES: 200, 201, 202, 203, 204, 205, 26 ->Acessórios: -Marcadores para perfuração -Lubrificantes -Fio dental -Espátula de inserção -Barreira gengival (Top Dam) · ESTERILIZAÇÃO: -DESCARTÁVEIS: lençol de borracha, alguns acessórios -AUTOCLAVE: arcos, perfurador, pinça porta-grampos, grampos · TÉCNICAS: TÉCNICA 1: grampo antes do lençol de borracha (Stibbs) TÉCNICA 2: grampo após o lençol de borracha (Ryan) TÉCNICA 3: grampo e lençol ao mesmo tempo (Parulla) · FATORES LIMITANTES: -Dentes mal posicionados -Dentes sem forma de retenção -Grande perda de tecido dentário – coroa fraturada -Coroas (próteses) de porcelana -Próteses fixas -Aparelho ortodônticos fixos -Respiradores bucais -Pacientes de alto risco (condições sistêmicas) -Pacientes alérgicos a látex -Gengivectomia -Gengivoplastia -Osteotomia Biopulpectomia e necropulpectomia ->Nas biopulpectomias: -Após a abertura coronária, remover o tecido da polpa coronária com curetas afiadas, controlando o sangramento com irrigação e bolinhas de algodão estéreis -Em canais amplos e retos introduzir uma lima Tipo K de fino calibre, com movimentos de vai-vém, até o comprimento aparente do dente (CAD) – 2mm -Selecionar uma lima Tipo Hedstroen, penetrar até o CAD – 2mm, realizar rotação de 2 a 3 voltas e tracionar em direção oclusal contra as paredes do canal -Em dentes com canais atresiados e curvos a pulpectomia é realizada junto com o preparo do canal -> Nas necroses pulpares (Descontaminação progressiva): -Introduzir no terço cervical do canal, uma lima K de fino calibre calibrada na medida CAD – 2mm e fazer pequenos movimentos de vai-vém -Remover a lima, irrigar com hipoclorito, aspirar e irrigar -Reintroduzir o instrumento até o terço médio, repetindo os movimentos de vaivém -Remover o instrumento irrigar com hipoclorito, aspirar e irrigar -Reintroduzir o instrumento até o CAD - 2mm, repetindo os movimentos de vaivém Preparo químico-mecânico dos canais radiculares (PQM) - É um procedimento dinâmico que visa promover a limpeza, ampliação e modelagem de um canal radiculares, através de 3 situações distintas: instrumentação, emprego de soluções químicas auxiliares e irrigação/aspiração. · OBJETIVOS: -Limpeza, ampliação (para obturação) e modelagem do canal principal (aumentar o canal de acordo com a anatomia do dente) -Embora distintos, são alcançados simultaneamente durante o preparo. · LIMPEZA E DESINFECÇÃO: -Visam a eliminação de irritantes como os microrganismos seus produtos e tecido pulpar vivo ou necrosado. *Substâncias químicas (soluções irrigadoras): -Facilita o uso dos instrumentos -Remove restos orgânicos -Combate bactérias existentes ->Hipoclorito de sódio 0,5% – Líquido de Dakin 1,0% - Solução de Milton 2,5% - Solução de Labarraque 4,0 a 6,0% - Soda clorada ->Clorexidina 2% -Solução -Gel (usada juntamente com soro fisiológico) ->EDTA 17% -SOLUÇÃO AUXILIAR -Ácido Etileno Diamino Tetracético -Ação quelante – remove íons Ca, facilitando o preparo de canais finos e atrésicos por maleabilidade da dentina -Remove a “Smear Layer” -Utiliza-se como irrigante semi final, cerca de 1mL *Materiais utilizados Seringa descartável Agulha para irrigação - sem bisel, frouxa no canal, fina Sugador endodôntico (cânula) – metálico ou descartável* *Cuidados durante a irrigação -Não travar a agulha no interior do canal -Penetrar com a agulha no máximo a 3mm do ápice (para evitar possível extravasamento da solução) -Executar movimentos de vai-vém -Pressão leve no êmbolo, irrigação não é injeção OBS: Quanto maior a área do instrumento endodôntico, ou seja, quanto mais paredes ele toca, maior o risco de fratura. Ex: classe III, curva em formato de baioneta (dupla curvatura, consecutivamente). · AMPLIAÇÃO E MODELAGEM: -Visam, por meio da instrumentação, à confecção de um canal de formato cônico com o menor diâmetro para apical e o maior ao nível coronário -Depois de feitos, é chamada de canal cirúrgico. -Instrumentos -> Preparo e modelagem (brocas Gates e Largo) -Substâncias químicas auxiliares -> irrigação e aspiração · MOVIMENTOS DOS INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS: ->Movimento de rotação -Movimento útil na remoçãoda polpa radicular e em casos de retratamento -Em canais retos ->Movimento de exploração ou cateterismo -Pequenos avanços no sentido apical, discreto movimento de rotação à direita e à esquerda, pequenos retrocessos -Exploração da anatomia em canais de uma forma geral -Analogia do parafuso na parede: movimento no sentido horário – a lima se prende nas paredes do canal, mas para haver o corte da dentina, não pode deixar a lima voltar, pressionar no sentido apical ->Movimento de alargamento parcial -Alargamento em canais atrésicos -Instrumento de diâmetro um pouco maior do que o do canal ->Movimento de alargamento parcial alternado -Também chamado de forças balanceadas, oscilatório, rotação alternada, técnica de Roane. Instrumento de diâmetro maior que o canal -Preparo de canais CURVOS PRINCIPALMENTE *Vantagens e desvantagens do movimento de alargamento parcial alternado Vantagens: -Preparo de canal radicular centrado em relação ao seu longo eixo -Forma final do preparo é cônica -O profissional tem o domínio sobre o diâmetro e a forma final do canal, facilitando a obturação ->Diâmetro anatômico: -Diâmetro do canal radicular antes da sua instrumentação ->Diâmetro cirúrgico -Diâmetro obtido após o preparo do canal radicular ->Desvantagens: -O movimento de alargamento pode deixar áreas do canal não instrumentadas -Isso ocorre em canais achatados, onde nem sempre é possível utilizar instrumentos de diâmetros maiores · LIMITE APICAL DO PQM -O instrumento precisa chegar até o limite CDC, que se encontra em média de 0,5 a 0,75mm do ápice anatômico dental; ou seja, fica estabelecido como limite apical de instrumentação em 1mm aquém do comprimento total do dente · COMPRIMENTO DE TRABALHO -Limite apical de instrumentação – 1mm aquém do comprimento total do dente – limite CDC · COMPRIMENTO DE PATÊNCIA -Comprimento total do dente ou comprimento real do dente (CRD) · PATÊNCIA DO FORAME APICAL -Manutenção do canal principal desobstruído durante o preparo de um canal radicular – fundamental que não junte raspas de dentina · AMPLIAÇÃO DA CONSTRUÇÃO APICAL -É a ampliação e regularização da forma da constrição apical do canal radicular, ou seja, a criação do batente (anteparo) apical no meu comprimento de trabalho, local onde a obturação deve parar, travar o cone de guta-percha · INSTRUMENTAÇÃO SEGMENTADA -Os instrumentos endodônticos são utilizados em segmentos ao longo dos canais radiculares, podendo ser realizada no sentido ápice-coroa* (step-back) ou coroa-ápice (crown-down) -> Instrumentação segmentada ápice-coroa -Os instrumentos endodônticos em ordem crescente de diâmetro são empregados a distâncias menores que o comprimento de trabalho no canal radicular, após a realização do preparo apical – deixando uma forma cônica -Após o preparo apical, utilizamos de 3 a 4 instrumentos de diâmetros imediatamente superiores ao último instrumento apical para fazer um escalonamento -Escalonamento com recuo progressivo programado ou telescópico, quando utilizamos os instrumentos para escalonamento recuando 1mm entre eles do comprimento de trabalho -Escalonamento com recuo progressivo anatômico, quando utilizamos os instrumentos para escalonamento na mesma medida do comprimento de trabalho, introduzindo os mesmos no canal até encontrarem resistência · ODONTOMETRIA -É o procedimento que tem por objetivo obter a medida do comprimento real do dente -Importância: diminuir os traumatismos durante a instrumentação do canal (sobreinstrumentação) ou eliminar a possibilidade de uma instrumentação inadequada (subinstrumentação) -> favorecer sua correta obturação -Limite CDC – campo de ação do endodontista -Materiais: Limas, Régua e Radiografias -É necessário que o dente tenha uma borda ou cúspide definida e regular para servir de referência correta para o cursor Métodos para realização da odontometria -Método de Bregman -Método de Ingle -Método eletrônico (localizadores apicais/ foraminais) *Método de Ingle -Medir o dente (radiografia inicial) -Subtrair 2mm da medida -Ajustar o instrumento através do cursor -Introduzir no canal -Radiografar -Medir a diferença entre a ponta do instrumento e o término do canal -Adicionar esta diferença ao comprimento inicial do instrumento (até ficar 1mm aquém do forame) -Introduzir no canal -Radiografar novamente para confirmar · DIÂMETRO ANATÔMICO -Diâmetro original do canal (escolha da lima) -Lima tem que estar presa no canal, se estiver solta estamos perdendo tempo · Por experimentação de limas · TÉCNICA DE INSTRUMENTAÇÃO PROPOSTA: -Após a abertura coronária, certificar-se de completa remoção de cárie, colocar o isolamento absoluto, irrigar/aspirar e manter a câmara pulpar inundada com a solução irrigadora -Exploração e dilatação inicial com limas tipo K ou Flexofile, por exemplo, #0,8, #10 e #15, no CAD – 2mm – movimento de cateterismo -Lembrar que essas limas são para canais atrésicos, como é o caso dos molares. Cada canal indica o diâmetro que o instrumento deve ser utilizado -Para a maioria dos casos, exploração e dilatação inicial com limas, por exemplo #15, #20 e #25, no CAD – 2MM ->Preparo inicial -Irrigação/aspiração e inundação constantes -Preparo da entrada dos canais e terço médio com brocas de Gates (1 e 2 para canais estreitos; 3 e 4 para canais amplos) e Largo (1 para canais estreitos; 2 e 3 para canais amplos) -Movimentos de penetração e retirada (Brocas de Gates) com leve pressão no sentido anti-curvatura (Brocas de Largo), sem fazer movimentos de pêndulo -Trabalhar sempre na porção reta do canal -Fazer movimento de penetração e retirada do canal no máximo de 3 a 4 vezes ->Preparo apical -Fazer a odontometria e obter o comprimento real do dente e consequentemente, o comprimento de trabalho (CRD – 1MM) -Limpeza do forame (patência) deve ser até o CRD -A instrumentação deve ser até o CRT -Definir o IAI (INSTRUMENTO APICAL INICIAL) #diâmetro anatômico -Utilizar PELO MENOS 4 limas a partir do IAI no CRT (ex: se IAI foi 20, usar 20, 25, 30 e 35 pelo menos) -O último instrumento é chamado de IAF (INSTRUMENTO APICAL FINAL) #diâmetro cirúrgico e deve ter no mínimo o diâmetro #25 – todas devem atingir o CRT ->Preparo do canal -Escalonamento pelo método anatômico -Todos os instrumentos usados no escalonamento (4 instrumentos – se IAF for 35: 35, 40, 45 e 50), deverão estar calibrados no comprimento de trabalho, mas só penetrarão no canal até sentirem resistência, sem terem que atingir o comprimento de trabalho -Preparo químico-mecânico (PQM) está finalizado. -Neste momento, optamos ou pela obturação do canal radicular, ou pela colocação de medicação intracanal Medicação intracanal · OBJETIVOS -É função da medicação intracanal em endodontia combater microrganismos que resistiram à limpeza e sanificação do sistema de canais radiculares proporcionada pelo preparo químico-mecânico -Controlar a reação inflamatória que ocorre após o preparo do canal radicular, reduzindo a inflamação radicular e a sintomatologia – tecidos perirradiculares -Controlar a exsudação persistente (com apoio de medicações sistêmicas como antibióticos) – saindo pus constantemente -Solubilizar matéria orgânica (tecido pulpar necrosado) -Estimular a reparação por tecido mineralizado -Controlar a reabsorção dentária externa de origem inflamatória · SANEAMENTO DA CAVIDADE PULPAR -Meios mecânicos: instrumentação -Meios químicos: soluções irrigadoras + medicação intracanal -O canal vazio funciona como um tubo de ensaio para a recontaminação microbiana do mesmo -Zonas de propagação bacteriana: sistema de canais radiculares: luz do canal, massa dentinária (paredes do canal), canais acessórios, delta apical e região periapical -Após o PQM, removidos os tecidos necróticos, os microrganismos restantes se tornam bastante susceptíveis a uma medicação moderada e não irritante -Instrumentação e irrigação -Substâncias químicas auxiliares: hipoclorito de sódio 2,5%, clorexidina 2% e EDTA 17% -Medicação intracanal: Tricresol/Formocresol, PMCC, Hidróxido de Cálcio e Otosporin-Qualquer seja o fármaco escolhido, deve atuar como antisséptico -Características de um antisséptico ideal: capacidade antimicrobiana, largo espectro, biocompatibilidade, atividade prolongada, não induzir reações alérgicas, não manchar as estruturas dentárias, fácil manuseio -Classificação química · Derivados fenólicos --Potentes antimicrobianos. Podem exercer seus efeitos pelo contato direto e pela liberação de vapores. -Ex: Paramonoclorofenol Canforado (PMCC) -Uso apenas na câmara pulpar – podem causar uma severa inflamação periapical · Aldeídos -Potentes antimicrobianos. Podem exercer seus efeitos pelo contato direto e pela liberação de vapores. -Ex: Tricresol Formalina ou Formocresol -Apenas na câmara pulpar · Halógenos -Possui atividade antimicrobiana satisfatória -Ex: Iodofórmio -Não muito usado, pois geralmente alteram a cor de estruturas dentais irreversivelmente · Bases ou Hidróxidos -Atividade microbiana por contato e estímulo à formação de barreira mineralizadora -Hidróxido de cálcio · Corticosteroides -Possuem efeito inibitório frente à exsudação e à vasodilatação associadas à inflamação Ex: Otosporin · Antibióticos -Não são superiores aos antissépticos comuns -Risco de aumentar a resistência bacteriana -Ex: Metronidazol -A medicação intracanal utilizada para casos envolvendo dentes portadores de polpa VIVA (por motivos diversos como tempo, habilidade do profissional não foi concluído) está associada ao uso de um anti-inflamatório (corticoides, bases) ou um antimicrobiano (aldeídos) – Otosporin ou Formocresol/Tricresol -Para casos envolvendo dentes portadores de polpa MORTIFICADA (necrose pulpar) utiliza-se basicamente compostos antimicrobianos representados pelos derivados fenólicos, aldeídos e bases (Paramonoclorofenol – PMCC – ou Formocresol/Tricresol, Formalina) · Hidróxido de Cálcio -É um pó branco, com pH alcalino, pouco solúvel em água, com alto poder bactericida ->Veículos (mistura com o Hidróxido de Cálcio) -Inertes (sem ação antimicrobiana): água destilada, soro fisiológico, soluções anestésicas, óleo de oliva, glicerina*, polietilenoglicol*, propilenoglicol* (*mistura mais viscosa, escoa melhor pelo canal radicular. Soro fisiológico e água destilada deixam a mistura mais ressecada) -Biologicamente ativos: PMCC, Clorexidina, Iodeto de potássio -Capacidade antimicrobiana e antiinflamatória -Biocompatibilidade (não irriga região periapical se ultrapassar o forame apical) -Largo espectro -Atividade prolongada -Barreira física -Solvente de matéria orgânica -Inibição da reabsorção radicular -Limitações: eficaz apenas quando agem por contato e apenas após fazer o PQM por espaço necessário para colocada do material (necessário preencher todo o canal radicular), sua mistura com soluções inertes é de pouca efetividade frente a alguns tipos de bactérias anaeróbias ->Associação Hidróxido de Cálcio/PMCC -Pasta HPG (Hidróxido + Paramono + Glicerina): potencializa a ação isolada do hidróxido de cálcio aumentando o espectro bacteriano *Pasta HIPG (com adição de iodofórmio) · TÉCNICA DO CURATIVO -Otosporin -Inundar o canal -Bolinha de algodão na entrada do canal radicular para evitar que o material provisório (OZE, CIV ou Fosfato de Zinco) -Selamento provisório para evitar infiltração salivar -Nos casos de POLPA VIVA, onde o preparo do canal foi concluído totalmente, utiliza-se como medicação intracanal de escolha PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO – misturada com veículo viscoso como glicerina -Hidróxido de Cálcio -Preparar a pasta na placa de vidro -Preencher o canal – lentulo (na baixa rotação) -Bolinha de algodão -Selamento provisório -Nos casos de RETRATAMENTOS onde o preparo do canal, por motivos diversos como tempo, habilidade do profissional, etc, não foi concluído, utiliza-se como medicação intracanal, o PMCC (paramonoclorofenol canforado) -PMCC/Tricesol -Bolinha de algodão molhada na medicação (por evaporação) -Selamento provisório -Nos casos tanto de POLPA NECROSADA ou nos RETRATAMENTOS, onde o preparo do canal foi concluído totalmente, utiliza-se como medicação intracanal de escolha Pasta de Hidróxido de Cálcio com PMCC (Pasta HPG) *IMPORTANTE: a secagem prévia do canal radicular deve ser feita por meio das cânulas de aspiração e cones de papel absorventes estéreis para melhor difusão e aproveitamento da Medicação Intracanal (MIC) · SELAMENTO SIMPLES -Uso de 1 material selador provisório. EX: IRM, Pulpo San, CIV -Tempo de ação: fármacos que utilizam meio aquoso – 7 a 10 dias; meio pastoso – até 30 dias. *Cuidados -Dente em infra-oclusão -Não mastigar sobre o dente -Analgésico se for preciso -Retornar se houver dor persistente Obturação dos canais radiculares -Preenchimento de toda a extensão do canal radicular (entrada até o CT), anteriormente preparado, com um material inerte (que não tem função medicamentosa) que sele permanentemente esse espaço de maneira mais hermética possível, estimulando o processo de reparo apical e periapical · OBJETIVOS: -Eliminar a infiltração coronária e prevenir a proliferação bacteriana (coroa devidamente restaurada) -Selar o ápice frente aos fluídos dos tecidos periapicais (que podem estar contaminados) -Selar os irritantes remanescentes do canal radicular -Materiais endodônticos fluidos ou pastosos são usados em conjunção com materiais sólidos ou semi-sólidos, biologicamente aceitos, para que se estabeleça um selamento adequado do sistema de canais radiculares; · MATERIAIS OBTURADORES -Materiais sólidos -> cones -Materiais pastosos/fluidos -> cimentos · TIPOS DE CONES ->Cones de Guta-Percha -Mais utilizado -Composição: guta-percha (25%), óxido de zinco (65%), radiopacificadores e plastificadores *Cones calibrados – possuem diâmetro correspondente aos instrumentos que usamos *Cones auxiliares ou acessórios – cones FM (fine médium) e M (médium) *Vantagens: -Adaptação fácil às irregularidades do canal sendo usado em várias técnicas de obturação -Biocompatível -Bem radiopaco -Podem ser plastificados com facilidade por meios químicos e físicos, conforme a técnica empregada -Possuem estabilidade dimensional nas condições de uso -Não alteram a cor da coroa dental (o cimento sim) -Podem ser facilmente removidos facilmente *Desvantagens: -Apresenta pouca resistência mecânica à flexocompressão (rigidez), dificultando seu uso em canais curvos e atresiados (necessita de um bom preparo com as limas e as brocas de gates e largo) -Baixa adesividade – acompanhado de cimento -Podem ser deslocados pela pressão vertical, provocando uma sobreobturação (cone ultrapassando o forame apical) durantes os processos de compactação -Devem ser conservados em local fresco e protegidos da luz solar -Podem ser desinfetados pela imersão em Hipoclorito de sódio a 2,5% por 1 minuto e depois lavados em soro fisiológico -Ou clorexidina a 2% · CIMENTOS -Material coadjuvante promovendo a adesão dos cones entre si e com as paredes *Propriedades de um cimento endodôntico ideal: -Ser facilmente manipulável e propiciar um tempo de trabalho longo (pelo menos 20 min) -Ser estável dimensionalmente, sem contrair após a inserção -Selar o canal lateral e apicalmente, ajustando-se à sua anatomia interna complexa -Não ser afetado por fluidos teciduais ou salivares -Inibir o crescimento bacteriano -Ser radiopaco e identificável nas radiografias -Não alterar a cor do dente -Não ser irritante aos tecidos perirradiculares -Ser impermeável à umidade e não ser poroso -Ser estéril -Ser de fácil inserção e remoção do canal -Biocompatível ->À base de OZE ->Que contêm hidróxido de cálcio ->Ionômero de Vidro ->Resinosos ->À base de silicone · PROPRIEDADES DOS MATERIAIS OBTURADORES -Biocompatibilidade -Atividade antimicrobiana – não função medicamentosa, mas selar os remanescentes de microrganismos impedindo sua proliferação -Adesividade (cimento) -Estabilidade dimensional (cone) -Selamento -Solubilidade -Escoamento · MOMENTO DA OBTURAÇÃO -Após o procedimento de limpeza e modelagem do canal – PQM -Ausência de sinais (edema, fístula) e sintomas -Canal sem exsudação persistente · TÉCNICASDE OBTURAÇÃO -Compactação (condensação) lateral e vertical * -Técnica híbrida de Tagger -Termoplastificação Condensação lateral e vertical *Materiais e instrumental -Cones de guta-percha (principal e acessórios) -Cones de papel absorvente -Régua calibradora milimetrada -Cimento endodôntico -Placa de vidro e espátula -Espaçadores* -Lamparina -Calcadores* -Restaurador provisório *Seleção do cone principal: -A medida do diâmetro do IAF como base do cone principal · IAF até diâmetro #40: cones auxiliares ou acessórios M (primeira opção) ou FM (segunda opção) como cone principal; caso não seja possível utilizar os cones M ou FM, optamos pelos cones calibrados n 15 a 40 (terceira opção) · IAF acima do diâmetro #40: cones calibrados (n. 45 a 80) como cone principal -Obs.: para que possamos utilizar os cones M ou FM como cone principal, devemos calibrar (nos orifícios da régua) os mesmos com os respectivos diâmetros do IAF *Confirmação do cone principal -Teste visual – se o CRT foi 22mm, o cone principal deve ter 22mm (se visualmente não chegou, nem adianta prosseguir nos outros testes) -Teste táctil – ligeira pressão para ver se o cone está preso no CRT -Teste radiográfico *Compactação lateral -Após a seleção e prova do cone principal, procedemos à secagem do canal com cones ou pontas de papel correspondentes à última lima utilizada no IAF -O cone principal deve ser levado ao interior do canal radicular com cimento endodôntico na sua ponta e pincelado contra as paredes do canal -Posicionar o cone principal ao nível do CT -O uso de espaçadores abre caminho para a colocação de cones acessórios até o total preenchimento do canal -Confirmar radiograficamente *Corte do excesso de material -Cortar os cones com calcador de Paiva aquecido, sendo que para dentes anteriores fazer o corte à 2mm do colo clínico dos dentes e para posteriores na entrada do canal -Aquecer o mais calibroso primeiro *Condensação Vertical -Com calcadores frios e de menor calibre, empurrando a massa obturadora para dentro do canal radicular Limpeza da cavidade (câmara pulpar) – bolinha de algodão embebida em álcool · SELAMENTO PROVISÓRIO -Preencher a cavidade com cimento provisório, remover o isolamento e verificar a oclusão -Fazer a radiografia final Remoção da obturação do canal radicular – Retratamento -O sucesso de um tratamento endodôntico pode ser caracterizado como ausência de doença perirradicular após um período de proservação suficiente (aprox. 1 ano e meio) -O insucesso endodôntico quase sempre resulta de falhas técnicas – presença de microrganismos · FASES OPERATÓRIAS (falhas): ->Falta de observação dos princípios básicos: assepsia, saneamento, respeito aos tecidos dentais ->Preparo incorreto da câmara pulpar: acesso direto à câmara pulpar ->Preparo inadequado do canal: evita-se através de: conhecimento da anatomia e princípios básicos, paciência, treinamento, sem improvisação, cuidado Fatores Microbianos: infecção intrarradicular e/ou infecção extrarradicular · ENVOLVIMENTO MICROBIANO INTRA-RADICULAR -Sub-obturação – sem patência no CRT, não atingiu limite CDC; erro no comprimento de trabalho e na instrumentação, na escolha do cone -Falta de compactação lateral; -Infiltração coronária como causa de fracasso · FATORES NÃO MICROBIANOS -Sobreobturação: cone principal passando do forame (corpo estranho) -Cistos · AVALIAÇÃO DO SUCESSO DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO Ausência de dor, tumefação e outros sintomas; ausência de fistula, da perda de função e evidência radiográfica de espaço do ligamento periodontal normal · INDICAÇÕES PARA O RETRATAMENTO ENDODÔNTICO -Obturação deficiente no canal radicular (sub ou sobre) -Exposição da obturação do canal radicular -Persistência de sinais e sintomas objetivos (dores, fístulas) -Presença de rarefações ósseas · FASES DO RETRATAMENTO · Remoção da restauração coronária · Remoção de retentores intrarradiculares (pinos e núcleos protéticos) · Remoção do material obturador do canal radicular -É o que difere retratamento do tratamento. -Canais obturados com cones de guta percha + cimentos ou pastas: lima K, LIMA HEDSTROEN, Brocas de Gattes e solventes como eucaliptol, xilol, óleo de casca de laranja, clorofórmio -Guta-Percha: Situação 1: cone frouxo no canal, pequena porção na câmara -> tração do cone com pinça clínica Situação 2: não conseguiu a remoção -> ultrapassam o cone em toda extensão – Lima K + Brocas de Gattes; tentar sua inteira remoção – Lima Hedstroen Situação 3: não conseguiu a remoção -> MÉTODO CLÁSSICO – uso de solventes *Método clássico: -Colocar o solvente na câmara -Introduzir o instrumento no canal -Limar sobre o cone -Irrigar com hipoclorito de sódio Obs.: Adaptar o cursor do instrumento -> comprimento aparente do dente na radiografia (CAD)-2MM; limpar o instrumento com gaze -> visualizar o que sai do canal -Atingindo o objetivo, dar início ao PQM de forma usual · Reinstrumentação do canal radicular · Medicação intracanal · Obturação do canal radicular Sugestão de técnica 1. Acesso à câmara pulpar e visualização da obturação anterior 2. Introdução das brocas de Gates n. 2, 3 e 4 3. Selecionar uma lima K de grande calibre (40 ou +) no CAD-2MM 4. Colocar solvente no canal (técnica da pinça – pega uma gota com a própria pinça e abre dentro do canal) 5. Abrir um espaço entre o material obturador e a parede do canal 6. Remover o remanescente com limas Hedstroen Preservação da vitalidade pulpar – proteções pulpares -Proteção pulpar indireta -Proteção pulpar direta -Pulpotomia · PROTEÇÃO PULPAR INDIRETA ->Indicações: cavidades profundas devido à cárie, fratura ou restaurações antigas onde NÃO houve exposição pulpar -Limpeza da Cavidade: Clorexidina 2%, Água de Cal, Flúor -Cimento de Hidróxido de Cálcio (Dycal, Hidro C) - forramento -IRM, Fosfato de Zinco, Ionômero de Vidro* - base -Restauração · PROTEÇÃO PULPAR DIRETA Capeamento pulpar -Indicações: cavidades profundas devido à cárie, fratura ou restaurações antigas onde HOUVE exposição pulpar *Após exposição do corno pulpar - Isolamento Absoluto - Curetagem - Lavar com Água de Cal - Hidróxido de Cálcio P.A. - Cimento de Hidróxido de Cálcio - Pulposan, Fosfato de Zinco, Ionômero - Restauração Pulpotomia -Remoção da polpa dental coronária viva, não infectada, conservando-se a porção radicular em estado de saúde e funcionalidade ->Indicações (em pacientes jovens): · Exposição traumática grande (acidental) · Grande exposição na remoção de dentina · Rizogênese incompleta, quando se faz necessário o tratamento conservador da polpa radicular · Canais inoperáveis ou inacessíveis *Técnica: - Anestesia - Isolamento absoluto - Assepsia - Remoção da dentina cariada - Abertura da câmara - Amputação da polpa coronária (curetas) - Irrigação (soro fisiológico ou água de cal) - Secagem (bolinha de algodão estéril) - Aplicação do hidróxido de cálcio (pasta) - Selamento Provisório (Pulposan + Ionômero/Fosfato Zn) *Cuidados pós-operatórios -Dente em infra-oclusão, radiografia de controle, recomendar ao paciente: evitar agentes agressores, ingerir um analgésico, explicar possíveis reações e retornar para uma nova consulta -Controle pós-operatório: exame clínico-radiográfico 30 a 45 dias após; -Resultados favoráveis: ausência de dor espontânea, resposta adequada às provas de vitalidade e à percussão, ausência de alteração periapical e reabsorção interna · TRATAMENTO DE DENTES COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA -Seja qual for o motivo do tratamento (cárie, traumatismo, luxação, etc.) quase sempre os dentes com formação incompleta da raiz necessitarão passar pelo processo da Apicigênese, Apicificação ou Revascularização Pulpar Apicigênese -Apicigênese é a terapia de complementação radicular em dentes jovens imaturos que apresentam a polpa com vitalidade e que sofreram exposição pulpar devido traumas ou fraturas coronárias, assim como a cáries dentárias e restaurações inadequadas -O tratamento de escolha é a Pulpotomia que consiste na remoção da polpa coronal, mantendo a polpa radicular vital e protegida por material biocompatívele a restauração do dente. -O hidróxido de cálcio tem sido o material mais utilizado; contudo, mais recentemente, o MTA, surgiu como um material alternativo, muito promissor. Além de estimular a neoformação dentinária, o MTA é biocompatível, apresenta atividade antibacteriana satisfatória, promove um selamento adequado e mais estável Apicificação -A apicificação é a terapia de indução do fechamento do forame apical, por meio da deposição de uma barreira de tecido duro, indicado para dentes jovens imaturos que estão com o tecido pulpar necrosado -O tratamento que prevaleceu por décadas, foi a limpeza e descontaminação do canal, com periódicas trocas de uma pasta de hidróxido de cálcio, durante um período médio de nove meses, até formar uma barreira calcificada apical, para posterior obturação -Com o MTA, também se pode “induzir” a apicificação, em tempo não tão demorado, introduzido-o na porção apical do canal, formando ali uma barreira indutora da Apicificação · REVASCULARIZAÇÃO PULPAR -Manobra clínica que tem por objetivo a indução da formação de um tecido conjuntivo com características semelhantes ao tecido periodontal que irá promover a complementação natural da formação radicular -A Revascularização Pulpar está indicada para os casos de Rizogênese Incompleta em dentes portadores de necrose com radioluscência periapical -Existem diferentes protocolos clínicos descritos, os quais em sua maioria realizam a desinfecção prévia do canal através de irrigantes com ação antimicrobiana e medicações intracanais de Ca(OH)2 ou feitas a partir de pastas de antibióticos. -A técnica que preconiza a desinfecção do canal radicular através de uma Pasta antibiótica, sugere a irrigação do canal radicular com Hipoclorito de Sódio a 5,25% -Posteriormente, o canal é seco e preenchido com uma Pasta contendo 3 tipos de antibiótico: Ciproflaxicina, Metronidazol e Minociclina -Após a desinfecção, a região apical é mecanicamente irritada para iniciar um sangramento no interior do canal e produzir um coágulo que deve preencher o espaço do canal até o nível da junção cemento-esmalte -Sobre esse coágulo é realizado o selamento cervical com MTA e ionômero ou resina composta sobre os mesmos -A grande vantagem da revascularização pulpar sobre a apicificação é a possibilidade do desenvolvimento radicular normal, sem a presença de paredes radiculares muito finas, o que pode induzir à uma fratura da mesma, acarretando à perda dental Semiologia e diagnostico em endodontia · INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO ENDODÔNTICO: -Alterações irreversíveis da polpa dental -Finalidade protética -Retratamento · ETIOLOGIA DAS ALTERAÇÕES PULPARES Fatores físicos *Mecânicos: traumáticos: acidentais, bruxismo, procedimentos clínicos (preparo de cavidades, restauração, movimentos ortodônticos, tratamento periodontal, desgaste oclusal) abrasão e erosão *Térmicos: procedimentos clínicos (preparo de cavidades sem refrigeração polimento de restaurações); material restaurador -condutibilidade em restaurações profundas mudanças bruscas de temperatura *Radiação Fatores químicos *Material restaurador - cimentos plásticos/resinosos metálicos *Drogas - antissépticos dessensibilizantes Fatores biológicos *Retratamento endodôntico: já passou pelo tratamento e não teve resultado. *Prótese fixa: quando um dente saudável necessita que seja instalado uma prótese, é necessário fazer tratamento endodôntico, pois a coroa do dente será desgastadaa e assim haverá diminuição da quantidade de dentina, gerando desproteção pulpar, deixando o dente sensível -> tem que fazer a obturação antes de colocar prótese. -Diagnóstico: anamnese (exame subjetivo), exame físico (exame objetivo), exames complementares · EXAME FÍSICO -Inspeção – elevações e depressões, fístula, lesões de mucosa, língua, palato, condições periodontais, processos cariosos, alterações dentárias, coloração alterada da coroa dental -Palpação – consistência dos tecidos, presença de dor, flutuação, mobilidade, temperatura -Percussão – avaliação e localização de alterações inflamatórias periapicais e periodontais; dor e som *Vertical: relacionado com problema periapical *Horizontal: relacionado com alteração periodontal -Mobilidade – problemas periodontais, problemas periapicais, fraturas ósseas e dentárias · EXAMES COMPLEMENTARES Radiográfico · Lesões cariosas proximais ou incipientes · Radioluscência periapical · Reabsorções · Fraturas · Perfurações radiculares · Configuração da cavidade pulpar · Hipercementose · Anomalias de forma e direção dos canais · Corpos estranhos · Avaliar trajeto de fístula OBS: radiografia panorâmica + periapical (interproximal) -> fechar diagnostico OBS: dente com comprometimento pulpar -> menos passagem de luz -> TRASNILUMINÇÃO Teste anestésico -Localização da dor primária que pode causar dor irradiada ou reflexa. -Funciona melhor na arcada superior. -Vai injetando anestésico até o dente parar de dor. Testes de vitalidade pulpar – teste elétrico, teste térmico, transiluminação e teste mecânico · Teste elétrico -Isolar o dente -Lubrificar a superfície dental coronária -Dial regulado em zero -Aplicar a ponta do eletrodo no dente -Aumentar a corrente -Testar o dente homólogo *Respostas: ->Polpa NORMAL – responde com grande intensidade de corrente ->Polpa HIPEREMIADA OU INFLAMAÇÃO AGUDA – responde com pequena intensidade de corrente ->Polpa NECROSADA – não responde ao teste · Teste térmico *CALOR -Isolar o dente -Umedecer a coroa dental -Preparar o bastão de guta-percha -Aplicar o bastão na coroa dental -Remover o estímulo *Testar o dente homólogo *Respostas: ->Polpa NORMAL – só responde após aplicação do estímulo por um longo período de tempo ->Polpa HIPEREMIADA OU INFLAMAÇÃO AGUDA – responde rapidamente ao estímulo e persiste por um tempo considerável ->Polpa COM INFLAMAÇÃO AGUDA EM FASE AVANÇADA – resposta violenta, com dor intensa ->Polpa NECROSADA – raramente responde ao teste *FRIO -Isolar o dente -Preparar o Spray congelante -Aplicar o spray na coroa dental -Remover o estímulo *Orientar o paciente *Testar o dente homólogo *Respostas: ->Polpa NORMAL – ligeira sensibilidade, cessa imediatamente ->Polpa HIPEREMIADA OU INFLAMAÇÃO AGUDA – dor severa; persiste após a remoção ->Polpa COM INFLAMAÇÃO AGUDA EM FASE AVANÇADA – alivia a dor ->Polpa NECROSADA – não apresenta dor · Transiluminação -Aplicar a fonte de luz na face palatina do dente; observar a corloração da coroa *Respostas: ->Polpa VITAL – coroa dental com coloração rosada ->Polpa NECROSADA – coroa dental com coloração acinzentada ou escurecida · Teste mecânico -Pequeno acesso na face palatina ou oclusal da coroa dental, com broca pequeno e sem anestesiar o dente *Orientar o paciente *Ao desgastar a dentina: ->Polpa VITAL – dente com sensibilidade ->Polpa NECROSADA – o dente não apresenta sensibilidade · DENTE SUSPEITO -Dor ausente ou presente -Modificação na coloração da coroa -Cárie muito profunda -Abertura da câmara pulpar -Área radiolúcida · PLANO DE TRATAMENTO Sequência preferencial: -Condições agudas e acidentais -Procedimentos conservadores da vitalidade -Tratamento endodôntico convencional -Condições crônicas -Tratamento cirúrgico complementar Alterações da polpa dental -Alterações circulatórias -Alterações inflamatórias -Necrose da polpa dental · ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS HIPEREMIA PULPAR -É a situação em que há excesso de sangue no interior dos vasos sanguíneos -Quadro clínico: -Dor provocada -Inspeção: cárie, restauração defeituosa ou recente área de abrasão, erosão ou atrição; -História da doença: dor com alimentos frios, açucarados ou ácidos; -Radiografia: normal, cárie ou restauração defeituosa -Agente térmico: dor repentina, de pouca duração; -Teste elétrico: responde com pouca intensidade de corrente; -Percussão normal, palpação normal, mobilidade ausente; -Tratamento: remoção ou correção da causa – testar a vitalidade da polpa após o desaparecimento dos sintomas -Prognóstico: favorável, se eliminar a causa, se não eliminar ->PULPITE – NECROSE · ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS PULPITEAGUDA REVERSÍVEL -Representa a fase inicial da alteração inflamatória do tecido pulpar -Pode evoluir para a forma irreversível, para a forma crônica ou para a necrose da polpa -Quadro clínico -Dor provocada: aguda/ intermitente/ localizada/ lancinante/ irradiada ou reflexa; -Radio: não mostra envolvimento periapical -História da doença: ao deitar-se: exacerbação; -Agente térmico frio e calor: aumenta a dor, que persiste após a remoção -Palpação e percussão: normal; -Mobilidade ausente; -Teste elétrico responde com pouca intensidade de corrente; -Inspeção: cárie, restauração de grande volume, fratura; -Tratamento: remoção da causa -Diagnóstico: polpa e dente favoráveis -Exposição da polpa: sangramento, tratamento endodôntico PULPITE AGUDA IRREVERSÍVEL Quadro clínico: -Dor espontânea – intermitente, no início constante, pulsátil, intolerável; -Agente térmico frio: aumenta a dor na fase inicial e alivia a dor na fase mais avançada; agente térmico calor: aumenta a dor na fase inicial e aumenta muito a dor na fase avançada; -Teste elétrico: responde com pouca intensidade de corrente; -Palpação e percussão: pode estar levemente dolorido; -Mobilidade ausente; -Inspeção: cárie, restauração de grande volume, fratura; -História da doença: á noite tem mais dor. -Radiografia: cárie, reincidência de cárie, falta de proteção pulpar, eventual espessamento do pericemento apical -Tratamento: endodôntico -Prognóstico: polpa – desfavorável e dente - favorável PULPITE CRÔNICA ULCERATIVA -Caracterizada pelo quadro de uma inflamação crônica ulcerada, com exposição pulpar -Quadro clínico: -Dor ausente – pode ocorrer, moderada; -Agente térmico – não produz dor acentuada; -Teste elétrico – não produz dor acentuada; -Inspeção – exposição pulpar, sondagem direta: pouca ou nenhuma dor; -Radiografia: cárie profunda, eventual espessamento do ligamento periodontal -Tratamento: endodôntico -Prognóstico: polpa – desfavorável, dente – favorável -A obstrução da exposição pode agudizar o processo PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA -Caracteriza-se pela intensa proliferação de tecido cronicamente inflamado, em polpa exposta, dotada de alta resistência -> PÓLIPO PULPAR -Quadro clínico -Dor ausente; -Agente térmico: não produz dor, pode responder, fracamente; -Teste elétrico – não produz dor; -Inspeção – grande destruição da coroa dental, massa avermelhada de tecido preenchendo toda a cavidade de cárie, insensível, sangra com facilidade -Não confundir com pólipo gengival -Radiografia: cárie profunda, exposição pulpar, eventual espessamento de perecimento apical. -Tratamento: endodôntico -Prognóstico: polpa – desfavorável, dente – quase sempre, favorável NECROSE DA POLPA DENTAL -É o resultado final das alterações da polpa dental; morte celular devido a enfermidades ou traumatismos -Quadro clínico -Dor ausente (muitas vezes); -Agente térmico frio: não produz dor; agente térmico calor: raras vezes pode responder, fracamente; -Teste elétrico: não produz dor; -Inspeção: escurecimento da coroa dental; percussão – responde, quando há comprometimento dos tecidos periapicais; -História da doença – sem sintomatologia, dor violenta que desapareceu; -Radiografia: cárie, restauração de grande volume, espessamento do pericemento, área de rarefação óssea periapical -Tratamento: endodôntico -Prognóstico: polpa – desfavorável, dente – favorável -Diagnóstico diferencial: Necrose pulpar (coroa marrom, cinza) X Calcificação pulpar (coroa amarela) Alterações apicais PERICEMENTITE (PERIODONTITE) APICAL -Inflamação do pericemento – tecido que recobre a parte externa da raíz -Pericementite apical aguda: é uma condição que implica no envolvimento inflamatória inicial das estruturas periapical; radiograficamente: espessamento do ligamento periodontal -Paciente relata que o dente é o primeiro a ser tocado ao ocluir (com sensibilidade) -Etiologia: ->Fatores traumáticos: há uma única situação com vitalidade pulpar, nas demais não há. -Vitalidade pulpar -Dor localizada, moderada, exacerbada ao toque vertical (teste de percussão), exacerbada à palpação apical), ligeira EXTRUSÃO dentária pela inflamação do ligamento periodontal; restauração sem ajuste oclusal adequado – toque prematuro e trauma *Ajuste oclusal com papel carbono se o paciente estiver anestesiado devido à perda sensorial momentânea -Dente sem vitalidade pulpar -Dor localizada, de moderada à acentuada, exacerbada ao toque vertical e à palpação apical, ligeira extrusão dentária -Situação: odontometria mal feita, trauma no forame apical ->Fatores químicos -Vitalidade pulpar negativa -Dor localizada, sensibilidade ao toque, sensação de dente crescido, ligeira extrusão dental; raio x: discreto aumento do espaço periodontal -Situação: solução muito concentrada ou falta de cuidado na irrigação ou na medicação intracanal (PMCC ou tricresol) – usar o isolamento; tratamento: remoção curativo, irrigação abundante (soro fisiológico), medicação à base de corticoide (otosporin) -Medicação sistêmica: analgésico e anti-inflamatório ->Fatores bacterianos -Sem vitalidade pulpar -Ligeira à moderada extrusão dentária -Sensação mais evidente de dente crescido -Dor localizada, de moderada à acentuada (pulsátil), exacerbada ao toque vertical e à palpação apical -Raio x: pequeno espessamento do espaço periodontal -Situação: rarefação óssea periapical, polpa necrosada pelo raio x sendo que o paciente não sente dor no dente em questão; lembrar que se há lesão periapical, o canal está cheio de microrganismos – tomar cuidado para não empurrá-los mecanicamente para o periápice com a lima. -Cuidado: penetração desinfetante (por terços) descontaminação do canal – penetrar no instrumento no terço cervical, tira, irriga, limpa o instrumento... -MIC com corticoide -Selamento coronário -Ajuste oclusal (infra oclusal) -Analgésico e antiinflamatório *Diagnóstico diferencial: -Abscesso dento alveolar – dor, extrusão, mobilidade mais acentuadas ABSCESSO DENTO-ALVEOLAR -Acúmulo de material infectado – exsudato (pus), devido a uma infecção bacteriana que se inicial no interior de um dente -Cuidado: penetração desinfetante ABSCESSO DENTO ALVEOLAR AGUDO -Fases evolutivas patogênicas: apical, óssea, subperiostal, flegmentosa (edema), submucosa, fistulização -Fases clínicas: -Inicial: características subjetivas (dor): evolução rápida, origem espontânea, prologada, contínua, intensa (insuportável), localizada -Sem vitalidade; coroa hígida, com cárie profunda ou restauração mal adaptada ou antiga, percussão hipersensível, mobilidade aumentada, extrusão súbita aumentada. Palpação: mucosa periapical alterada; linfonodos regionais: mole, doloroso e móvel; febre e sem edema evidente; raio x: espessamento de ligamento periodontal -Tratamento emergencial: anestesia, abertura coronária, isolamento absoluto, irrigação, descontaminação por terços, drenagem via canal, MIC com PMCC/tricresol, selamento coronário em infra oclusão e medicação sistêmica com analgésico e anti-inflamatório -Só receita o antibiótico caso o paciente relatar febre na anamnese -Em evolução: ausência de vitalidade pulpar, dor espontânea, pulsátil, contínua e difusa, acentuada mobilidade dentária e extrusão, sensibilidade ao toque vertical; edema difuso, consistente, sem ponto de flutuação (local onde o próprio organismo vai exteriorizar o pus); cefaleia, febre, prostração; CELULITE FACIAL (flegmão): aumento de volume disseminado, avermelhado, fibroso, com palpação *Tratamento emergencial seguido de tratamento endodôntico, com diferença que a drenagem além de via canal, ocorre na mucosa também; além disso bochecho com solução emoliente (água morna com sal, ou com listerine, periogard) -Evoluída: ausência de vitalidade pulpar; apresenta os mesmos sinais porém com uma intensidade diminuída pois o pus já foi todo formado e espalhado; edema localizado com ponto de flutuação extra ou intrabucal; cefaleia, prostração e febre *Tratamento emergencial com drenagem entra ou intracanal (não vai sair quase nada via canal) ABSCESSO DENTOALVEOLAR CRÔNICO -Ausência de vitalidade pulpar, assintomático, escurecimento coronário e FÍSTULA (pode ser intra ou extra oral) -Lesão periapical difusa inicialmente e circunscrita mais tardiamente -Tratamento endodôntico convencional -Não há necessidade da remoção cirúrgica da fístula ABSCESSO DENTO ALVEOLAR CRÔNICO REAGUDIZADO (FÊNIX) -Características clínicas (dor): origem espontânea, prolongada, contínua, intensa e localizada – características da fase EVOLUÍDA -Tratamento emergencial GRANULOMA -É uma massa de reação de granulação (tecido conjuntivo neoformado, com inflamação crônica) localizada ao redor do ápice radicular e formada em resposta a estímulos nocivos de baixa intensidade e longa duração, provenientes do canal radicular -Geralmente assintomático, vitalidade pulpar negativa; raio x: inicialmente espessamento pronunciado do pericemento apical, na fase avançada área radiolúcida em forma ovoide; -Tratamento endodôntico; se não for eficaz, faz-se cirurgia periapical (curetagem apical, apicectomia, obturação retrógrada) CISTO PERIAPICAL -Lesão de um dente despolpado, caracterizada pela formação de uma cavidade patológica circundada por epitélio e de parede formada por tecido conjuntivo condensado (cápsula) com material fluido ou semi-sólido; é independente -Vitalidade pulpar negativa, assintomático e de crescimento lento, área radiolúcida circular ou ovoide; inspeção: pode produzir elevação localizada, sensibilidade à palpação -Tratamento endodôntico -“imediata” cirurgia periapical Emergência e urgência na endodontia -Urgência não representa uma condição séria que necessite de intervenção imediata, a emergência exige tratamento imediato para o restabelecimento do conforto do paciente -Ex: uma restauração de um posterior que se soltou é uma situação URGENTE, pois pode ser uma dor moderada, não insuportável, pode ser marcada pra dali 2 dias, por exemplo. Entretanto, uma situação de abscesso dentário, principalmente em fase inicial ou de evolução, é uma EMERGÊNCIA devido à dor insuportável. · DORES DE ORIGEM PULPAR -Cárie -Hiperemia Pulpar (urgência) -Pulpite Aguda Reversível (urgência) -Pulpite Aguda Irreversível (Emergência) -Pulpites Crônicas – Ulcerativa ou Hiperplásica (urgência) ->Hiperemia e pulpite aguda reversível: os exames podem revelar retração gengival, cáries extensas, mas sem exposição pulpar. Nessas condições, geralmente a eliminação da causa cessa a dor ->Pulpite aguda irreversível: dor severa, contínua, intensa, espontânea e às vezes difusa; tratamento emergencial, seguido de endodôntico · DORES DE ORIGEM PERIRRADICULAR -Necrose pulpar com pericementite (periodontite) Apical Aguda (emergência) -Tratamento: limpeza completa do canal com técnicas progressivas de descontaminação. *Pericementite traumática com polpa vital – ajuste oclusal *Pericementite por traumatismo dental (concussão ou sub luxação), administrar medicação sistêmica (analgésico) -Necrose pulpar com abscesso periapical ou perirradicular ou dento-alveolar agudo (emergência) -Tratamento: limpeza completa do canal, além da drenagem cirúrgica quando necessário; o tratamento varia conforme o estágio de evolução do abscesso *Antibióticos apenas devem ser prescritos em casos de abscesso quando: 1. Há o desenvolvimento de edema generalizado, difuso (celulite) 2. Há envolvimento sistêmico com febre, mal-estar e linfadenite regional 3. Ocorre em pacientes debilitados e/ou com risco de desenvolver endocardite bacteriana · “FLARE-UP” -É uma emergência verdadeira que se desenvolve entre as sessões de tratamento endodôntico, sendo caracterizada por dor e/ou tumefação -Ex: paciente com necrose pulpar, começa o tratamento endodôntico e desenvolve dor após intervenção -O tratamento deve ser a remoção do curativo, irrigação abundante do canal com NaOCl (hipoclorito) a 2,5% ou Clorexidina 2%, revisão da instrumentação e verificação da patência do forame apical, seguido de MIC e selamento coronário, aliado à medicação sistêmica e ao dente em infra oclusão · DOR PÓS-OBTURAÇÃO -Um ligeiro desconforto após a obturação de canais radiculares é previsível -Se a dor for severa e persistente, o tratamento dependerá da situação: · Obturação adequada: deve-se prescrever um analgésico/anti-inflamatório, verificar a oclusão · Obturação inadequada: inicia-se o retratamento · Sobreobturação: analgésico/anti-inflamatório, verificar a oclusão e acompanhar o caso verificando se há necessidade de retratamento. Radiologia aplicada a endodontia · Panorâmica (ortopantomográfica): levantamento de saúde bucal geral · Oclusal – complemento de exame periapical; delimitação de grandes áreas patológicas (cistos, angulação de raízes) · Interproximal (“Bite Wing”) – cáries interproximais, profundidade de cavidades, relação teto-assoalho da câmara pulpar, nódulos pulpares, nível de crista óssea, perfurações coronárias · Periapical – comprimento total do dente e consequentemente o comprimento de trabalho; dente como um todo da coroa até as estruturas de suporte do dente · TÉCNICA DE CLARK -PMS – mesiorradial -MS – ortorradial -Canal MV (MS) – distorradial -MI – mesiorradial · TÉCNICA DE LE MASTER -Exame da área de molares superiores com sobreposição do arco zigomático no ápice dos dentes -Indicações: radiografia inicial, odontometria, prova do cone e final; na cirurgia parendodôntica; fraturas transversais radiculares -Consiste na colocação de um rolete de algodão entre o dente (coroa dental) e o filme proporcionando paralelismo. OBS: Quando executar um raio-x complementar pela técnica de Clark? 1) Quando na radiografia orto radial a imagem sugestiona um estreitamento progressivo num canal único, com interrupção de radiolucidez e a imagem do canal centralizado na raiz. 2) Quando no cateterismo houver dificuldade de penetração da lima · RECONHECIMENTO DA ANATOMIA ENDODÔNTICA ATRAVÉS DA ANÁLISE RADIOGRÁFICA ->Fatores sugestivos da presença de UM canal -Centralização da imagem do canal -Proporção em relação ao diâmetro mésio-distal da raíz -Imagem apical -Nitidez da imagem em toda extensão da raíz -Estreitamento uniforme e progressivo da imagem em direção ao ápice ->Fatores sugestivos da presença de um ou dois canais -Imagem nítida até o terço médio apenas -Imagem de 2 ápices ->Rastreamento ou contraste radiográfico em endodontia: contraste sólido - diagnosticar trajeto de fístula ou de bolsa periodontal, realizado com cone de guta-percha ou fio de aço · TRAUMATISMO DENTÁRIO -Maior incidência: 7 a 10/12 anos -Afeta na maioria a região anterior da boca, na maxila -Quedas ou acidentes em casa, escola ou acidentes automobilísticos -Fraturas Coronárias -Trincas -> acompanhamento e/ou aplicação de um verniz dessensibilizante -Fraturas de esmalte -> restauração convencional + acompanhamento -Fraturas de esmalte e dentina -> restauração convencional sem ou com proteção pulpar + acompanhamento -Fraturas com envolvimento de polpa -> capeamento pulpar, pulpotomia ou tratamento endodôntico, dependendo do grau de envolvimento e da idade do paciente (quanto menor a idade, maior a chance de sucesso) -Fraturas Corono-Radiculares -Sem envolvimento pulpar – tratamento restaurador + acompanhamento -Com envolvimento pulpar (mais comum) – tratamento endodôntico e restaurador + acompanhamento; núcleo e prótese -Fraturas Radiculares -Implica no envolvimento de cemento, dentina e polpa -Podem ser horizontais, oblíquas (mais comum) e verticais -Fraturas horizontais e oblíquas geralmente tem prognóstico favorável - EMERGÊNCIA *Tratamento: exame clínico e radiográfico com 3 tomadas radiográficas (Clark); reposicionamento dos fragmentados, quando possível, o mais próximo e contenção rígida (para imobilizar) com os dentes adjacentes por 3 ou 4 meses; acompanhamento. Quando não for possível reposicionar, avaliar o remanescente para possível tratamento endodôntico + núcleo e coroa, se necessário aliado ao tracionamento ortodôntico. -Fraturas verticais tem prognóstico sombrio – extração dentária -Complicações: necrose pulpar, calcificação radicular e reabsorções radiculares-Fraturas de Luxação Dental -São divididas em 5 classes: concussão, subluxação, luxação lateral, intrusão e extrusão -Concussão: nenhum deslocamento dental, mobilidade ausente e sensibilidade à percussão -Subluxação: sensibilidade à percussão mais evidente, ligeira mobilidade e nenhum deslocamento dental -Luxação lateral: deslocamento vestibular, palatina ou lingual, mesial ou distal -Intrusão: deslocamento em direção apical dentro do alvéolo -Extrusão: deslocamento em direção coronária *Tratamento: reposicionamento dental – quando possível – e contenção; acompanhamento clínico e radiográfico por um período mínimo de 4 meses; tratamento endodôntico em caso de perda de vitalidade pulpar -Consequências possíveis: alteração da cor da coroa, calcificações da polpa coronária e radicular, reabsorções internas e externas e anquilose (perda do ligamento periodontal e deposição de tecido ósseo) *Tratamento de reabsorções radiculares: -Reabsorção interna: PQM + curativo com hidróxido de cálcio (3 ou 4 semanas) e obturação do canal -Reabsorção externa: tampão com MTA, quando possível -Avulsão - “Separação” ou saída do dente do alvéolo dilacerando o ligamento periodontal -Resulta em danos às estruturas periodontais e necrose pulpar *Tratamento emergencial no local: reimplante do dente no local do acidente; manutenção do dente em saliva, leite, solução salina (soro fisiológico) ou água (menos desejável) *Tratamento emergencial no consultório: radiografias com angulações diferentes para análise do alvéolo (Clark), lavagem do alvéolo com soro fisiológico, reimplante do dente e contenção, antibioticoterapia (Tetraciclina de 7 a 10 dias), tratamento endodôntico entre 7 a 10 dias do acidente, restaurações necessárias, manutenção da contenção por, no mínimo, 4 meses; o reimplante deve ser feito nos primeiros 15 a 20 minutos para melhor prognóstico -A principal sequela desse tipo de traumatismo é a reabsorção (interna e/ou externa) · ANESTESIA EM ENDODONTIA -Anestésicos mais recomendados: Lidocaína 2%, Mepivacaína 2% (ambas de bloqueio regional) e Articaína 4% (infiltrativas) - todos com Epinefrina -Maxila: terminal infiltrativa, infraorbitária e bloqueio alveolar superior posterior -Mandíbula: infiltrativa, bloqueio mentoniano, bloqueio alveolar inferior (pterigomandibular) -Técnicas complementares: palatina (complemento para colocar o grampo do isolamento), sub-periostal, intraligamentar, intraóssea e intrapulpar · INSTRUMENTAÇÃO MECANIZADA NA ENDODONTIA -Possibilita diminuição do tempo para o preparo, menor estresse tanto para o paciente quanto para o profissional · Oscilatórios: movimentos no sentido horário e anti-horário com angulações fixas de 45°; podem ser usadas limas manuais ou limas próprias de titânio · Rotatórios: limas de Níquel-Titânio em sentido contínuo (360°) – perigoso em canal curvo, porém as limas são especiais, são de 3 a 6 vezes mais flexíveis que as de aço inoxidável (manuais) – sofrem deformação elástica, enquanto as limas manuais sofrem deformação plástica; é o sistema mais usado no mundo; devem ser levados e retirados do canal radicular preferencialmente girando e não por mais de 15 segundos, para evitar fraturas · Reciprocantes: associação entre o rotatório e o oscilatório; sua liga de NI-Ti melhorada (M-Wire) e seu movimento de rotação alternada permitem a preparação dos canais radiculares utilizando apenas um intrumento 29