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Fisiopatologia cardiorrespiratória – Tácia Gabriela Vilar dos Santos Andrade (@taciavilar) EDEMA AGUDO DE PULMÃO (Aula 6): EDEMA AGUDO DE PULMÃO é a acumulação do excesso de líquido no espaço extravascular dos pulmões, ou seja, no espaço alveolar. Pode ocorrer lentamente (insuficiência renal oculta) ou de forma súbita e marcante (insuficiência ventricular esquerda secundária a um IAM). É uma síndrome que caracteriza uma emergência médica, que resulta em: Hipoxemia; Aumento do trabalho respiratório; Diminuição da complacência pulmonar; Alteração da relação ventilação- perfusão. QF = KF (Pc – Pi) – KP (𝝅c – 𝝅𝒊) QF = taxa de filtração de fluídos; KF = coeficiente de transporte de água; KP = coeficiente de transporte de proteínas; Pc = pressão hidrostática capilar; Pi = pressão hidrostática intersticial; 𝜋x = pressão coloidosmótica capilar; 𝜋i = pressão coloidosmótica intersticial. Ocorre um desequilíbrio entre a pressão hidrostática capilar e a pressão coloidosmótica capilar, acarretando em um aumento da pressão hidrostática, isso provoca um mecanismo de expulsão do líquido do vaso, sendo encaminhado para o alvéolo pulmonar. CAUSAS: as duas se diferenciam pela pressão capilar pulmonar. Ocorre devido a um caso de hipertensão, que evolui para uma insuficiência do ventrículo esquerdo, ou seja, evolui para uma insuficiência esquerda. Ocorre por um desequilíbrio entre a pressão hidrostática elevada e a pressão intersticial normal, em proporções em que o líquido extravasado já não pode ser removido adequadamente. PROCESSO: Falência das câmaras esquerdas; Aumento da pressão diastólica final do VE (o sangue que deveria ser ejetado fica acumulado no VE); Aumento da pressão hidrostática vascular; Transmite-se para a pressão hidrostática capilar pulmonar, que se torna maior que a pressão intersticial normal; Extravasamento de líquido em proporções maiores do que a capacidade do sistema linfático pulmonar. Aumento da permeabilidade capilar pulmonar: comum em pessoas que apresentam deficiência de albumina, proteína responsável por manter o líquido dentro do capilar. Pressão coloidosmótica intravascular reduzida; Aumento da pressão negativa intersticial; Cardiogênico: elevação da pressão capilar pulmonar; aumento da filtração transcapilar. Não cardiogênico: aumento da permeabilidade pulmonar; aumento da filtração transcapilar. FISIOPATOLOGIA: EDEMA AGUDO DE PULMÃO CARDIOGÊNICO: NÃO CARDIOGÊNICO: Fisiopatologia cardiorrespiratória – Tácia Gabriela Vilar dos Santos Andrade (@taciavilar) Insuficiência pós-transplantes / linfangites (acometem o sistema linfático); Causa neurogênica (TCE, AVE). A etiologia dessa patologia é secundária de cardiopatias, que ocasionam uma falência do VE. Dentre as causas, temos: Isquemia miocárdica aguda; Hipertensão arterial sistêmica; Valvulopatia (estenose mitral, mixoma atrial, insuficiência mitral aguda [disfunção isquêmica, rotura da valva, degeneração mixomatosa]); Insuficiência mitral crônica (doença reumática); Miocardiopatia primária; Cardiopatias congênitas; Mixoma atrial (tumor dentro do átrio que aumenta a pressão nessa câmara). Causas não relacionadas a cardiopatias: Lesão encefálica ou hemorragia intracraniana; Feocromocitoma; SARA; Desnutrição severa; Síndrome nefrótica; Após drenagem torácica; Após transplantes; Linfagite carcinomatosa; Linfagites fibrosantes. Dispnéia aos esforços; dispneia paroxística noturna; tosse e sibilância. Sintomatologia dramática: ansiedade (sensação semelhante ao afogamento); agitação; sentado, com os membros pendentes; dispneia; precordialgia (dor cardíaca); expectoração rósea espumosa, associada aos demais sintomas, em casos extremos. ESTÁGIO I: distensão e recrutamento de pequenos vasos pulmonares. QUADRO CLÍNICO: ESTÁGIOS DO EDEMA PULMONAR: Fisiopatologia cardiorrespiratória – Tácia Gabriela Vilar dos Santos Andrade (@taciavilar) Aumento de trocas gasosas e difusão de CO2. Ocorre apenas dispneia aos esforços. O exame físico revela discretos estertores inspiratórios por abertura das vias aéreas colabadas. Ocorre uma redistribuição da circulação. ESTÁGIO II: edema intersticial. Ocorre compressão das vias aéreas menores. Pode haver broncoespasmo reflexo. Alteração da ventilação / perfusão leva a hipoxemia proporcional à pressão capilar. Taquipnéia por estimulação dos receptores J e de estiramento do interstício. Raio-X mostra borramento para-hilar. ESTÁGIO III: inundação alveolar. Hipoxemia severa e hipocapnia. Em casos severos pode haver hipercapnia. Secreção rósea espumosa. Estertores crepitantes em “maré cortante”. Raio-X mostra edema alveolar em “asa de borboleta”. Palidez cutânea e sudorese fria; cianose de extremidades; uso da musculatura respiratória acessória; taquipnéia; estertores crepitantes audíveis em extensão variável do tórax; sibilância difusa; ausculta cardíaca prejudicada pela respiração ruidosa; elevações pressóricas. Exames complementares: ECG, gasometria arterial; RX tórax; ecocardiograma; hemograma, eletrólitos, enzimas cardíacas, ureia e creatina; função hepática. São exames utilizados para indicar qual a possível causa de surgimento. EXAME FÍSICO: TRATAMENTO: Fisiopatologia cardiorrespiratória – Tácia Gabriela Vilar dos Santos Andrade (@taciavilar) Medidas gerais: manter o paciente sentado: reduzir pré-carga; diminuir o retorno venoso; favorecimento da musculatura respiratória. OXIGENOTERAPIA: sempre iniciar através dos sistemas de máscara, com fluxos mais altos, com o objetivo de manter a saturação de O2 > 95%. VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA COM PRESSÃO POSITIVA: * Observar as contraindicações: instabilidade hemodinâmica, uso de vasopressores, arritmias; trauma facial; risco de aspiração de secreções; instabilidade de cooperar; rebaixamento do sensório; sangramento gastrointestinal.
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