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SOI V – APG Duda Campos • Quando a infecção acomete o espaço subaracnóideo, é meningite • Quando a infecção compromete o tecido cerebral, cerebelo ou tronco encefálico, é encefalite • As infecções focais que envolvem o tecido encefálico classificam-se como cerebrite ou abscesso ASPECTOS BÁSICOS • O LCR (líquido cefalorraquidiano) desloca-se constantemente dentre os locais de produção no sistema ventricular até o espaço subaracnóideo e então para os principais pontos de reabsorção, situados no espaço subaracnóideo periencefálico, especialmente nas granulações de Pacchioni Alguns pontos anatômicos no sistema ventricular, críticos por serem muito estreitos, são mais suscetíveis à obstrução por processos expansivos: • Forames interventriculares de Monroe – estabelecem a comunicação entre cada um dos ventrículos laterais e o terceiro ventrículo • Aqueduto de Sylvius – faz a ligação entre o terceiro e o quarto ventrículos • Comunicação entre o quarto ventrículo e o espaço cisternal – por conta de reação inflamatória crônica que ocorre nas meninges da base do crânio – os dois forames laterais de Luschka e o forame central de Magendie Bloqueios ou dificuldade no trânsito de LCR determinam o aparecimento de hidrocefalia, global ou localizada, dependendo do ponto de obstrução Meningites são entidades clínicas que se caracterizam pela ocorrência de processo infecciosos nas meninges • Acometem a pia-máter, a aracnoide e o espaço contido estas membranas, o espaço subaracnóideo, no qual está contido o LCR. • O espaço subaracnóideo é contínuo, por isso o LCR envolve o cérebro e a medula, preenche as cisternas da base do crânio e envolve os nervos cranianos e o quiasma óptico *por isso, quando um agente infeccioso atinge esse sistema, espalha-se rapidamente por toda a sua extensão, incluindo o sistema ventricular. • o SNC consegue se defender de agressões causadas por agentes infecciosos – se essa infecção for limitada • Quando há outros efeitos, como edema, pode causar graves danos ao sistema nervoso A maioria das bactérias ataca de preferência as meninges, poupando o parênquima nervoso. Mas alguns vírus podem acometer as células do tecido nervoso, causando encefalites ou meningoencefalites. MENINGITES BACTERIANAS EPIDEMIOLOGIA • Forma mais comum de infecção do SNC • Antes, a H. influenzae era a responsável pela maior parte dos casos, mas depois de implantada a vacinação, isso mudou Agentes mais comuns: • Streptococcus pneumoniae – causa mais comum de meningite em adultos • Hemophilius influenzae • Neisseria meningitidis • Listeria monocytogenes • Estreptococos do grupo B Meningites bacterianas e virais SOI V – APG Duda Campos *pode ser causada por estafilococos ou enterobactérias, mas é muito raro MENINGITES MENINGOCÓCICAS Pode suspeitar: • Situação de epidemia • Quando a evolução for muito rápida e desfavorável • Quando o quadro clínico se iniciar com petéquias, rash cutâneo, grandes equimoses ou palidez acentuada das extremidades • Quando houver colapso circulatório • Se tiver petéquias ou rash cutâneo, indicação imediata de antibioticoterapia, mesmo que outras bactérias e vírus possam provocar alterações cutâneas parecidas • Diminui mais por conta da vacina quadrivalente - ACWY MENINGITE POR PNEUMOCOCOS • Acompanhadas por infecções pulmonares, otites, sinusites ou patologia vascular cardíaca • Mais chances de apresentar sequelas depois da recuperação • Maior mortalidade comparada com as outras • Fatores de risco: alcoolismo, diabetes, esplenectomia, hipogamaglobulinemia, deficiência de complemento, traumatismo craniano com fratura da base do crânio e rinorreia do LCR MENINGITES POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE • Acompanhadas de infecções em vias aéreas superiores ou otites, sobretudo em crianças • Diminui por conta da vacina conjugada MENINGITES POR STREPTOCOCOS DO GRUPO B • Ocorrem habitualmente em crianças com menos de um mês de vida • Responsáveis por 70% das meningites bacterianas nessa faixa etária • Em adultos, mais raro, 5% ETIOPATOGENIA Para atingir o sistema nervoso, as bactérias precisam vencer quatro etapas decisivas: 1) Aderir ao epitélio da mucosa da nasofaringe do hospedeiro e proliferar ali 2) São transportadas por meio das células epiteliais, e chegam na corrente sanguínea 3) Na corrente sanguínea, invadem o interior dos vasos subjacentes e sobreviver à ativação dos mecanismos de defesa inicias do hospedeiro – evitam a fagocitose por neutrófilos e a atividade bactericida 4) Atravessar a barreira hematoencefálica e hematoliquórica, atingindo o plexo coroide, infectando as células epiteliais do plexo, ganhando acesso ao LCR 5) Sobreviver e replicar-se no LCR Características dessas bactérias que fazem com que elas causem meningite: • Desarmam o IgA da mucosa secretando IgA- protease • Conseguem evasão em relação ao sistema complemento devido aos polissacarídeos de sua cápsula • As pilosidades da parede bacteriana desempenham papel fundamental na aderência ao epitélio da nasofaringe e na migração através da parede vascular • Quando chega ao LCR, as bactérias conseguem se multiplicar por conta dos mecanismos de defesa humoral pouco desenvolvidos no interior do sistema nervoso – os anticorpos são pouco específicos e muito poucos. SOI V – APG Duda Campos A migração de neutrófilos para o LCR é importante e ocorre em 3 fases: PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE TERCEIRA FASE *O exsudato pode provocar obstrução das vias normais de drenagem do LCR, ocasionando o aparecimento de hidrocefalia A hipertensão intracraniana observada nos pacientes com meningites agudas, especialmente as bacterianas, é do tipo comunicante – deve-se ao SOI V – APG Duda Campos acúmulo de LCR por deficiência de absorção, relacionada ao processo inflamatório. Geralmente o processo inflamatório nas meningites costuma restringir-se ao espaço subaracnóideo, ficando preservado o espaço subdural – mas em crianças, pode ser acometido. INDUÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA: 1) Lise das bactérias com a liberação de componentes da parede celular no espaço subaracnóideo 2) Esses componentes, que são moléculas de lipopolissacarídeo, ácido teicoico, peptidoglicanos do S. pneumoniae, induzem a inflamação meníngea por estimulação da produção de citocinas inflamatórias e quimiocinas pela micróglia, astrócitos, monócitos, células endoteliais e leucócitos do LCS 3) Resposta das citocinas – aumento da concentração de proteína no LCR e leucocitose 4) Alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica, alteração do fluxo sanguíneo cerebral 5) A aderência dos leucócitos às células endoteliais aumenta a permeabilidade dos vasos sanguíneos, (edema vasogênico) com extravasamento de proteínas plasmáticas no LCR, migração de leucóticos para o LCR, desgranulação e liberação de metabólitos tóxicos (edema citotóxico) 6) O exsudato causa obstrução no fluo e reabsorção do LCR, causando hidrocefalia obstrutiva, isquemia cerebral (edema citotóxico), diminuição do fluxo sanguíneo 7) Edema intersticial, vasogênico e citotóxico = Aumento da pressão intracraniana e coma QUADRO CLÍNICO • Diminuição da consciência • Crises convulsivas • Aumento da PIC • Febre e cefaleia, rigidez de nuca • Náuseas, vômitos e fotofobia 3 síndromes principais: HIPERTENSÃO INTRACRANIANA • Cefaleia intensa • Náuseas • Vômitos – geralmente precedidos de náuseas, mas pode ocorrer os vômitos em jatos, que não são precedidos de náuseas • Confusão mental • Sinais de elevação da PIC: deteriorização do nível de consciência, papiledema, pupilas dilatadase pouco reativas, paralisia do nervo craniano VI, postura de descerebração e a presença do reflexo de Cushing (bradicardia, hipertensão arterial e respiração irregular) • Complicação da HIC: herniação cerebral SÍNDROME TOXÊMICA • Sinais gerais de toxemia • Febre alta • Mal-estar • Agitação psicomotora • Achado de dissociação entre pulso (que se altera pouco) e temperatura (que atinge níveis elevados) SÍNDROME DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA Rigidez de nuca • Com o paciente deitado, é feita flexão anterior da cabeça – o paciente apresenta graus variáveis de resistência à execução da prova, com espasticidade muscular de natureza reflexa Sinal de Kerning • Com o paciente deitado, a coxa é fletida sobre o abdome, cerca de 90 graus, com a perna fletida em relação à coxa também em 90 graus. Quando há inflamação meníngea, o paciente resiste à extensão da perna Sinal de Brudzinski • Com o paciente deitado, ao se proceder à flexão anterior da cabeça, o paciente flete ligeiramente ambos os joelhos Sinal de desconforto lombar • Deitado, o paciente flete um dos joelhos • Depois, empurra vigorosamente a mão do examinador que, apoiada na região plantar do paciente, opõe resistência ao movimento • O sinal é positivo quando o paciente queixa-se de desconforto na região lombar *A presença de 2 das 3 síndromes sugere o diagnóstico de meningite aguda Em crianças, principalmente nas menores, o diagnóstico é mais difícil • Não tem queixa de cefaleia • Os sinais de irritação meníngea podem estar ausentes Achados mais frequentes em crianças: SOI V – APG Duda Campos • Febre • Irritabilidade • Prostração • Vômitos • Convulsões • Abaulamento de fontanela • Rigidez de nuca • Sinais e Kerning e Brudzinski – em metade das crianças com meningite DIAGNÓSTICO • A confirmação é feita pelo exame do LCR • Em paciente imunocompetente sem história de TCE recente, com nível de consciência normal e sem evidência de papiledema ou déficit neurológico focal, é seguro fazer a punção lombar sem exame de neuroimagem prévio Principais alterações: Aumento de pressão do LCR • Nas meningites bacterianas agudas, ocorre HIC acompanhada de aumento do volume líquido total por dificuldade na reabsorção do LCR no espaço subaracnóideo • Por isso ocorre hidrocefalia de tipo comunicante Aumento do número de células (pleocitose) • Principal alteração no exame de LCR • Muitas vezes encontrados valores elevados, tipo acima de 1.000 leucócitos por mm3 • Leucocitose polimorfonuclear Perfil citomorfológico mostrando predomínio absoluto de polimorfonucleares neutrófilos que podem atingir valores de 100% do perfil na fase mais aguda Proteínas totais elevadas • Geralmente acima de 100mg/dL por conta de alterações na barreira hematoencefálica Taxas de glicose • Muito baixas no LCR, geralmente inferiores a 10mg/dL e tendendo a zero Presença de bactérias no sedimento da amostra de LCR • No exame bacteriológico direto, através do método de Gram • Maior sensibilidade quando é feito antes de iniciar o antibiótico – mas quando é grave e tem a hipótese diagnóstica, deve começar o antibiótico mesmo que o exame seja prejudicado Culturas do sedimento • Às vezes ficam prontas só depois de 4 dias Pesquisa de antígeno bacteriano • Pode ser feta por contra-imunoeletroforese e provas de aglutinação do látex (mais sensível) Exames radiológicos, principalmente a TC, não são os exames de escolha para o diagnóstico de meningite. • A RM é preferível porque demonstra melhor áreas de edema e isquemia cerebrais Nessas situações que deve fazer exame de imagem antes do LCR: • Predomínio de HIC – principalmente na ausência de sinais toxêmicos ou quando são discretos • Quando tem crises convulsivas na fase inicial do quadro, principalmente quando não tem sinais nítidos de irritação meníngea ou o quadro toxêmico é pouco expressivo • Quando tem sinais de localização, mesmo na presença das três síndromes clássicas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Meningoencefalite viral, principalmente a causada pelo herpes simples, pode simular a apresentação clínica de meningite bacteriana – cefaleia, febre, alteração de consciência, déficit neurológico focal (disfasia, hemiparesia), crises convulsivas focais ou generalizadas • Os achados no LCR distinguem a encefalite viral da meningite bacteriana • Riquetsiose – febre maculosa das montanhas rochosas • Erliquioses • Infecções supurativas focais do SNC • Hemorragia subaracnóidea • Outras meningites: meningite química, hipersensibilidade induzida por fármacos, meningite carcinomatosa ou linfomatosa, associada a distúrbiosinflamatórios como LES, sarcoidose, síndrome de Behçet, apoplexia hipofisária, síndromes uveomeningíticas TRATAMENTO • Como é uma emergência, na maioria das vezes começa o tratamento antes de saber o agente etiológico causador • Uso de corticosteroides para diminuir a intensidade da reação inflamatória e a diminuição da agressão ao tecido cerebral quando iniciar o tratamento etiológico – dexametasona – inibe a produção de TNF alfa SOI V – APG Duda Campos pelos macrófagos e pela micróglia; o tratamento deve começar 20 minutos antes ou junto com a primeira dose de antibióticos • Antibioticoterapia • Opioides O tratamento empírico deve ser instituído sempre que a meningite bacteriana for uma hipótese diagnóstica importante Tratamento do aumento da pressão intracraniana (PIC) • Elevação da cabeceira do paciente 30 a 45 graus • Intubação e hiperventilação EVOLUÇÃO • Os pacientes com meningites bacterianas tratados de modo adequado costumam apresentar sinais de melhora em pouco tempo • Inicialmente, melhora a confusão mental e a febre • Os sinais de irritação meníngea melhoram mais tardiamente • O segundo exame de LCR deve ser feito 72 horas depois do primeiro – avaliar a evolução do processo inflamatório e comparar com a evolução clínica – diminuição de neutrófilos, glicose aumentando e redução na bacterioscopia • Esse segundo exame pode ser dispensado se os sintomas regridem quase por completo e o quadro clínico demonstra melhora muito expressiva • Mas se houver evolução lenta e dúvidas sobre o agente etiológico, deve-se fazer esses exames COMPLICAÇÕES • Abscessos cerebrais • Coleções subdurais • Ventriculites Se suspeita quando: • A melhora clínica inicial não se confirma nos períodos seguintes • O paciente apresenta piora no nível de consciência • Aparecem crises convulsivas • Há sinais focais ao exame neurológico • O exame de LCR exibe evolução mais lenta do que o esperado ou mostra sinais de agudização *nesses casos, usar neuroimagem: • TC • US – principalmente em recém-nascidos e em crianças antes do fechamento da fontanela bregmática • Ressonância magnética • Angiografia cerebral Sequelas comuns: • Redução da função intelectual • Déficits de memória • Crises convulsivas • Perda auditiva e tontura • Perturbações da marcha O risco de morte por meningite bacteriana aumenta com: • Nível reduzido de consciência à internação • Início de crises convulsivas nas primeiras 24h de internação • Sinais de hipertensão intracraniana • Idade baixa (lactância) ou maior de 50 anos • Presença de comorbidade • Choque ou necessidade de ventilação mecânica • Demora no início do tratamento MENINGITES VIRAIS • O quadro infeccioso parece com o das meningites bacterianas, mas é menos intenso Principais agentes: • Enterovírus • Vírus herpes simples • Varicela-zoster • Epstein-Barr *são agentes predominantemente intracelulares que atacam de preferência células mononucleadas • Ultimamente, reconhece a participação de herpes vírus nas meningites virais • Os mais frequentes são o HSV-2 e o da varicela-zoster • O HSV-2 costuma ser o responsável por meningites de repetição (Meningite de Mollaret) • Frequentemente, mas nem sempre, o quadro é precedido pelas clássicas lesões cutâneas do herpes genital, seguidas de dor localizada na região lombossacral que posteriormente se amplia até se transformar nos clássicos sinais de irritação meníngea • O vírus da varicela-zoster costuma apresentar o quadro clássico de meningite viral, porém pode ser acompanhado de fortes dores radiculares, na região intercostal ou na região perineal • Nem sempre há lesões cutâneas que possam fornecer subsídio diagnóstico SOI V – APG Duda Campos EPIDEMIOLOGIA • Nos climas temperados, aumenta os casos durante a primavera, verão e outono • Predomínio sazonal das infecções por enterovírus e pelos arbovírus no verão e outono QUADRO CLÍNICO • Cefaleia • Febre • Sinais de irritação meníngea associados a um perfil inflamatório do LCE • Cefaleia quase sempre presente, na maioria das vezes com localização frontal ou retro-orbitária, associada a fotofobia e dor aos movimentos oculares • Rigidez de nuca está presente na maioria das vezes, mas pode ser leve e manifestar-se apenas próximo ao limite de anteflexão do pescoço • Mal-estar, mialgia, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia • Letargia leve e sonolência • Estupor, coma e confusão mental acentuada não ocorrem na meningite viral, sugerem presença de encefalite DIAGNÓSTICO Feito pelo exame de LCR • Aumento do número de células, geralmente abaixo de 500 elementos por mm3 • Pleocitose linfocitária • Células de linhagem linfocitária, incluindo plasmócitos • E monocitária, habitualmente com participação de macrófagos • Proteínas costumam estar dentro da normalidade ou pouco elevadas • Taxas de glicose sem alterações • A pesquisa de bactérias e fungos é sistematicamente negativa • Mas o número de células pode ultrapassar 1000 por mm3, especialmente nas meningites por caxumba • Alguns vírus, principalmente do grupo dos enterovírus, podem ocasionar inicialmente resposta mediada por polimorfonucleares neutrófilos, que podem chegar a constituir mais de 90% do perfil citomorfológico • No estágio inicial, isso pode trazer dificuldades para o diagnóstico diferencial com as meningites bacterianas – a participação de polimorfonucleares costuma diminuir entre 8 e 48h após o início do quadro • Aumentos discretos nas proteínas podem ocorrer mais tardiamente, já na fase de diminuição do número de células A ocorrência de aumento de globulinas-gama duradouro, principalmente quando são observadas faixas de distribuição oligoclonal, sugere a presença de componente encefalítico na resposta inflamatória Como confirmar a etiologia viral? • Cultura para vírus – não é tão útil como cultura bacteriana • PCR • Testes sorológicos – determinação de anticorpos séricos é menos útil Outros exames laboratoriais • Hemograma • Provas de função hepática e renal • Velocidade de hemossedimentação • Proteína C-reativa • Eletrólitos • Glicose • Creatina-quinase • Aldolase • Amilase • Lipase *como o quadro clínico geralmente é benigno e a doença autolimitada, a pesquisa etiológica é feita mais nas formas graves e menos típicas *exames de imagem são normais nesse tipo de meningite – mas devem ser realizados em pacientes com alteração da consciência, crises convulsivas, sinais ou sintomas neurológicos focais, perfis atípicos do LCR ou tratamentos ou condições subjacentes que causem imunocomprometimento DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Doenças que podem simular esse tipo de meningite: • Meningite bacteriana não tratada ou parcialmente tratada • Estágios iniciais da meningite causada por fungos, micobactérias, neurossífilis (a pleocitose linfocitária é comum) • Infecções parameníngeas • Meningite neoplásica • Meningite secundária a doenças inflamatórias como LES • Meningite autoimune e por hipersensibilidade • Sarcoidose, síndrome de Behçet • Síndromes uveomeningíticas SOI V – APG Duda Campos TRATAMENTO • Sintomático • Uso de corticosteroides para os casos em que a resposta inflamatória é intensa e mantida ou acompanhada por HIC com manifestações clínicas importantes • Monitorar estado hídrico e o eletrolítico • Antibioticoterapia empírica até obter os resultados das culturas • Quando o exame do LCR mostra polimorfonucleares elevados, assume-se a etiologia bacteriana para fins de tratamento • Com 24h, repete o exame do LCR, se tiver diminuído drasticamente o percentual de neutrófilos, é meningite viral, podendo tirar a antibioticoterapia – porque a meningite bacteriana não evolui tão rápido assim no exame • Devem ser hospitalizados os pacientes imunocomprometidos, pacientes com alterações da consciência, crises convulsivas ou com sinais e sintomas focais sugerindo encefalite ou envolvimento do parênquima encefálico
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