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Não farmacológico: Mudanças no estilo de vida Pode controlar a hipertensão do paciente sem o uso de drogas, dependendo do grau de hipertensão ou pré-hipertenso. Decisão terapêutica segundo o RCV: Sem risco adicional, mesmo nos limítrofes: Tratamento não medicamentoso isolado. Risco adicional baixo e moderado, estágio 1: Tratamento não medicamentoso isolado p/ até 6 meses. Se não atingir a meta, associar tratamento medicamentoso. Risco adicional alto ou estágio 2 e 3: tratamento não medicamentoso + medicamentoso. Risco adicional alto, mesmo nos limítrofes: tratamento não medicamentoso + medicamentoso. Recomendações para segmento (considerar condição clínica FR/LOA): PAS <130 e PAD <85: Reavaliar em 1 ano. Estimular mudanças no estilo de vida PAS 130-139 e PAD 85-89: Reavaliar em 6 meses. Insistir em mudanças no estilo de vida PAS 140-159 e PAD 90-99: Confirmar em 2 meses. Considerar MAPA/MRPA PAS 160-179 e PAD 100-109: Confirmar em 1 mês. Considerar MAPA/MRPA PAS≥ 180 e PAD≥ 110: Intervenção medicamentosa imediata ou reavaliar em 1 semana. METAS: Hipertensos estágios 1 e 2, com risco CV baixo e moderado e HÁ estágio 3, a meta recomendada é < 140/90 mmHg Hipertensos estágios 1 e 2 com risco CV alto, a meta é < 130/80 mmHg Para pacientes com doenças coronarianas, a PA não deve ficar < 120/70 mmHg, particularmente com a diastólica abaixo de 60 mmHg pelo risco de hipoperfusão coronariana, lesão miocárdica e evento cardiovasculares. Tratamento não farmacológico: vantagens e benefícios Necessidade de equipe multiprofissional (médicos, enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogos, assistentes sociais\ag. comunitários de saúde, etc.) Influência favoravelmente os demais fatores de risco Contribui para aumentar a eficácia do tratamento farmacológico Relação custo/benefício favorável Atividade física moderada de forma contínua, 30 min. por dia, 5- 7 dias por semana. Treinamento aeróbico e resistido. Medidas anti-hipertensivas: Diminuição ou controle do estresse Descontinuação do tabagismo Controle das dislipidemias e diabetes Alguns parâmetros: Usar o IMC (peso em Kg/altura² em metro) Circunf. Abdominal (80cm/F e 94cm/H) Álcool até 30g. de álcool/d (60 ml de bebida destil. ou 250 ml de vinho ou 600 ml de cerveja) Redução de açúcares, massas, gorduras Ingesta adequada de: K, Ca, Mg Dieta: Fibras, laticínios desnatados Proteína da soja: exceto molho shoyu pelo excesso de sódio Ácido graxos insaturados Alho: alicina – reduz PA Oleaginosas: castanha, nozes Chocolate amargo: polifenóis, pelos efeitos vasoprotetores Café e chá: polifenóis, pelos efeitos vasoprotetores Farmacológico: Associado às mudanças do estilo de vida. Objetivos: Reduzir a morbimortalidade do hipertenso. Não se dá medicamento para baixar a pressão, mas sim controlar e colocar dentro da meta, reduzindo a morbidade e mortalidade do paciente. Os agentes anti-hipertensivos devem promover: Redução da PA e proteção cardiovascular, Redução do risco de: AVE, DAC, IC. Mayara Medeiros – 2020.1 Redução da mortalidade CV em até 20% e global em até 12%. Condições ideais (hipotensor): Eficaz por via oral Bem tolerado/mínimos efeitos colaterais (adesão ao tratamento) Administração em dose única diária Possibilidade de iniciar com doses fracionadas Não ser obtido por meio de manipulação (controle de qualidade) Ter propriedades cardioprotetoras diminuindo a morbimortalidade CV) Baixa interação medicamentosa (ser usado em associação) Respeitar um período de 3 à 4 semanas para manuseio da dose, salvo em situações especiais Relação vale-pico do hipotensor: Na hora 0 (quando se dá o remédio), a biodisponibilidade dele é grande e isso faz com que chegue ao efeito máximo que aquela droga pode induzir, podendo controlar a PA. Depois, ela vai diminuindo o efeito da droga, chegando ao vale (nesse caso, 24h), que é quando necessita fazer uso novamente da droga para que ela continue circulando na corrente sanguínea Agentes anti-hipertensivos: Diuréticos (A) Betabloqueadores (A) Bloqueadores dos canais de cálcio (A) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina I em II (IECA) (A) Bloqueadores dos receptores AT-1 da angiotensina II (BRA) (A) Alfabloqueadores, Simpatolíticos de ação central, Antagonistas da aldosterona Vasodilatadores de ação direta Inibidor ou bloqueador direto da renina (Alisquereno) – ação boa, preço elevado, não tem amplo uso ainda. (A) – todos têm uma evidência muito boa de que são bons hipotensores e que tem um efeito cardioprotetor muito bom Diuréticos: Atuam através da depleção do volume circulante e extracelular (efeito natriurético) e diminuição da Resistência Vascular Periférica Tiazídicos – clortalidona, hidroclorotiazida, indapamida (preferenciais com maior tempo de ação e são mais suave) De alça - furosemida, bumetanida (em casos de Insuficiência Renal e Insuficiência Cardíaca, são mais potentes) Poupadores de K – amilorida, espironolactona (atua no bloqueio da aldosterona, é uma das drogas de escolha para ser associada) (geralmente associados aos tiazídicos ou aos de alça) Uso dos diuréticos: Obesos Pacientes da raça negra Idosos acima de 60 anos Hipertensos volume-dependentes (grande retenção de líquidos) Betabloqueadores: Cardio seletivos (b1): atenolol, metroprolol, bisoprolol, esmolol, nebivolol. (Uso em pneumopatas crônicos, DM e na vasculopatia periférica; em baixas doses). Não cardio seletivos (b1 e b2): propranolol, nadolol, pindolol. (menor diminuição da FC, do inotropismo). Alfa e betabloqueadores (a1-b1-b2): carvedilol, labetalol. Mais utilizados em pacientes com I.C. Diminui o débito cardíaco (FC e a contratilidade), a secreção de renina e de catecolaminas (noradrenalina), a condução do nó AV. Tem ação antiarrítmica. Os efeitos colaterais estão relacionados a dose-dependência. Quanto maior a dose utilizada, mais chance de o paciente desenvolver efeitos colaterais. Também está relacionada a sensibilidade individual do medicamento. Utilizados em: Adultos jovens Pacientes com Síndrome Hipercinética (ansiedade, sudorese e F.C. alta sem nenhum motivo). Tremor essencial Cefaleia de origem vascular (enxaqueca-propranolol) Pacientes com Insuficiência Coronariana (utilizar um medicamento que atue no sistema renina-angiotensina- aldosterona, associado a um BB) Bloqueadores dos canais de cálcio (antagonistas dos canais de cálcio): Não Diidropiridínicos – podem deprimir a F. Sistólica Verapamil (fenilalquilaminas) Diltiazem (benzotiazepinas) Diidropiridínicos – efeito vasodilatador com mínima interferência na FC e na Função Sistólica Amlodipino, felodipino Nifedipino, nitrendipino, manidipino Lercanidipino, lacidipino Lavanlodipino Reduz a RVP por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas das arteríolas. Provocam vasodilatação indiretamente. Utilizado em: Pacientes com insuficiência coronariana Idosos acima de 60 anos Pacientes da raça negra Pacientes com arritmia associada (diidropiridínicos possuem mais efeito) Pacientes com vasculopatia associada – vasodilatação das arteríolas. Inibidores da ECA: Captopril Enalapril Ramipril Benazepri Fosinopril Lisinopril Perinopril Utilizados em: Pacientes com diabetes Pacientes nefropatas Pacientes com insuficiência cardíaca (Fração de Ejeção Reduzida) – utilizados em pacientes mesmo sem hipertensão Anti-remodelamemto pós-infarto Pacientes com gota, pacientes com renina elevada Utilização mais ampla Bloqueadores dos receptores AT-1: Losartana Valsartana Irbesartana Candesartana Telmisartana Olmesartana Nova classe: Bloqueador direto da renina - Alisquireno (bloqueia a conversão de angiotensinogênio em angiotensinaI) Sistema renina-angiotensina: O angiotensinogênio vai se transformar em angiotensina I e, entre isso, existe o inibidor direto da renina, essa medicação atua nessa fase do ciclo. Os IECA atuam bloqueando as vias ECA (vias que a angiotensina I se transforma em angiotensina II são ECA e não ECA). Via não ECA provoca vasodilatação, via ECA provoca vasoconstricção. Depois da angiotensina II, existem os bloqueadores dos receptores AT1 que provocam vasoconstricção e bloqueadores AT2 provocam vasodilatação. BRA bloqueiam receptores AT1 Simpatolíticos de ação central: Diminui a ativ. Simpática, reduz a noradrenalina e o reflexo dos barorreceptores, reduz os níveis plasmáticos de renina e a retenção de fluidos. Metildopa Clonidina Reserpina Moxonidina Alfabloqueadores: Reduz a resistência vascular periférica, sem mudanças no débito cardíaco. São pouco utilizados hoje em dia Prazosina Doxazosina Vasodilatadores de ação direta: Provocam relaxamento da musculatura lisa da parede arterial, diminuição da resistência vascular periférica. Hidralazina – potente vasodilatador, mas muito efeito colateral. Utilizada em casos extremos, quando não se consegue controlar de outra forma a PA do paciente. Efeitos adversos: Diuréticos: hipo ou hiperpotassemia, hiperuricemia, intolerância a glicose, ginecomastia, hipertrigliceridemia. Simpatolíticos centrais: sonolência, fadiga, secura na boca, disfunção sexual e hepática. Betabloqueadores: bradicardia, distúrbios da condução A-V, fadiga, disfunção sexual, hipertrigliceridemia, broncoespasmo, intolerância a glicose. Portadores de DPOC e asma tomar muito cuidado. Alfabloqueadores: Disfunção hepática Vasodilatadores diretos: taquicardia reflexa, cefaleia, flushing cutâneo, anorexia, náusea, vômito, retenção de líquidos, hirsutismo. Hidralazina, tem efeito muito potente, mas como possui muitos efeitos colaterais, se utiliza muito pouco. Bloqueadores dos canais de cálcio: cefaleia, tontura, rubor facial, edema maleolar, bradicardia - são dose-dependentes. Os diidropiridínicos provocam menos efeitos que os não- diidropiridínicos. Inibidores da ECA (e os BRA em menor proporção): hiperpotassemia, tosse seca (mais provoca afastamento ao tratamento), hipersensibilidade cutânea e na gravidez deve ser evitado. Inibidores direto da renina: aumento da CPK, tosse e na gravidez deve ser evitado. Efeitos favoráveis (em pacientes portadores): IECA: diabetes, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, infarto Diuréticos: insuficiência cardíaca, hipertensão sistólica do idoso Betabloqueadores.: angina, infarto, taquicardia, fibrilação atrial, tremor essencial, enxaqueca, hipertireoidismo Alfabloqueadores.: dislipidemia, prostatismo Bloqueadores dos canais cálcio: angina, diabetes, hipertensão sistólica do idoso. Não deve ser utilizado na I.C. Indicações – Grupos especiais: IECA BRA BB BCC Tiazídicos A. ald I. Cardíaca X X X X X Pós IAM X x X x DAC X x X x x DM/SM X X x X x IRC X X X AVE X X X Gestante Exceto atenolol Anlodipino x Metl dopa Combinações de hipotensores: Combinações em apresentações fixas mais utilizadas: Diuréticos tiazídicos c/ betabloqueadores Diuréticos tiazídicos c/ IECA Diuréticos tiazídicos c/ BRA: losartana + hidroclorotiazida Diuréticos em combinação: tiazídico ou diurético de alça + poupador de potássio Bloqueadores dos canais de cálcio c/ betabloqueador Bloqueadores dos canais de cálcio c/ IECA Bloqueadores dos canais de cálcio c/ BRA Bloqueadores dos canais de cálcio c/ diuréticos (não muito comum de encontrar) Diminui os efeitos colaterais, dose dependentes. Ao associar os medicamentos, a grande vantagem é que você controla a pressão através de dois mecanismos, por exemplo, um mecanismo que provoca a vasodilatação e outro que bloqueia o sistema renina- angiotensina-aldosterona. Fluxograma para tratamento da hipertensão arterial: Combinações anti-hipertensivos: Preferenciais: IECA + ACC IECA + Diurético BRA + ACC (diidropiridínico) BRA + Diurético Aceitáveis: Diurético + BB ACC (diidropiridínico) + BB ACC + Diurético IDR + Diurético IDR + ACC Diurético tiazídico + Diurético poupador de potássio Menos usuais: IECA + BB BRA + BB Não usuais: ACC (não diidropiridínico) + BB IECA + BRA IECA + IDR BRA + IDR Simpatolítico central + BB Combinações de fármacos no paciente com DAC: BB + IECA BB + BRA BB + ACC (diidropiridínico) Combinações triplas preferenciais: BB + IECA ou BRA + ACC (diidropiridínicos) BB + IECA ou BRA + diurético tiazídico Anti-hipertensivos e a sensibilidade à insulina: Classes de anti-hipertensivos Sensibilidade à insulina Diurético Betabloqueador Alfabloqueador Simpatolítico Central / Antagonista do Canal de Cálcio Inibidor da ECA Bloqueador do receptor da AII / Diuréticos e betabloqueadores devem, quando possível, ser evitados em pacientes diabéticos Indapamida é um diurético tiazídico e pode ser utilizado em diabéticos. Hipertensão arterial resistente: PA superior a 140 x 90 mmHg (Idosos 160 x 90). Na vigência de mudanças do estilo de vida. Em uso de 3 ou mais fármacos de diferentes classes com ações sinérgicas, sendo uma delas diurético, em doses máximas preconizadas e toleradas ou quando necessita de 4 fármacos ou mais para controle da PA. 12% – 15 % dos pacientes. Refratária: falência no controle da PA com 5 ou mais fármacos de diferentes classes, incluindo clortalidona e espironolactona. (bloqueador da aldosterona) 3,6% dos pacientes. Características clínicas e condições associadas a HAR: Características clínicas: Idade mais avançada, afrodescendentes, obesidade, PAS mais elevada, não dipper na MAPA, hipervolemia (mesmo em uso de diuréticos), ingestão excessiva de sal, sedentarismo, EAB (30%). Condições associadas: Presença de HVE, DM, síndrome metabólica, IRC, albuminúria. Fluxograma de avaliação da hipertensão arterial resistente: Fluxograma do tratamento da hipertensão arterial resistente: Causas de resposta inadequada: Efeito do avental branco Pseudohipertensão do idoso por artérias endurecidas/calcificadas Não aderência ao tratamento Excesso na ingestão de sal Doses baixas de hipotensores ou inativação rápida Associações inapropriadas, interações de drogas Apneia do sono, dor crônica, HA secundária Hiperventilação/ansiedade/síndrome do pânico Fumo, obesidade, medicamentos que elevam a P.A. Fatores que interferem na adesão ao tratamento: Aumentam: Sexo feminino Renda elevada Educação superior Nível cultural Elevado Casamento Diminuem: Queda rápida da PA com hipotensão Tratamento de longo prazo Juventude Tabagismo, alcoolismo Consumo elevado de sal Fatores sociodemográficos: Sexo Idade Baixa escolaridade Baixa renda Minorias raciais/etnicidade Acesso a transporte, distância e moradia em zona rural Situações de desastres e pandemia Fatores relacionados com o tratamento medicamentoso: Falta de medicamentos nos serviços de saúde Custo de aquisição dos medicamentos Efeitos adversos Esquemas posológicos complexos Esquema terapêutico inadequado Tratamento contínuo e prolongado Fatores relacionados com as equipes e o sistema de saúde: Relacionamento médico/paciente inadequado Ausência de atendimento em equipe multiprofissional Tratamento não individualizado Falha de identificar a não adesão Comunicação ineficaz Sobrecarga de trabalho da equipe de saúde Falta de atualização Fatores relacionados com o paciente: Negação do diagnóstico Falta de percepção do benefício do tratamento Conhecimento inadequado da doença e de seu tratamento Esquecimento de tomar a medicação Baixa motivação e autoestima Medo de dependência e dos efeitos adversos dos medicamentos Fatores relacionadoscom a doença: Ausência de sintomas Complicações a longo prazo Presença de outras comorbidades associadas Abuso de álcool e drogas ilícitas Interferência na qualidade de vida Recomendações para melhora da adesão ao tratamento: Revise adesão do paciente a cada consulta. Estabeleça a redução da PA a níveis normais com tratamento menos agressivo possível. Sugira como integrar a tomada das medicações às atividades diárias. Quando necessário, adicione hipotensores efetivos em doses crescentes, gradualmente. Conclusões: A alta prevalência e as baixas taxas de controle da Hipertensão Arterial são responsáveis pela maior parte da elevada mortalidade cardiovascular mundialmente. Torna-se necessária a implementação de efetivos programas de controle da pressão arterial visando a redução e mesmo a prevenção da mortalidade cardiovascular. Além do adequado controle da pressão arterial, o bloqueio do SRA é fundamental no tratamento e prevenção da doença cardiovascular. Atuação efetiva nos pré-hipertensos (limítrofes) pode retardar ou mesmo prevenir a instalação da hipertensão arterial. Situações especiais: Crianças e adolescentes: História familiar positiva Obesidade, dislipidemia Excesso de sal Sedentarismo Tratamento não medicamentoso Na gravidez: Metildopa Bloqueadores dos canais de cálcio diidropiridínicos (Anlodipino) Betabloqueadores HA prévia, no início da gestação, parto ou puerpério Eclâmpsia: HA, edema, proteinúria, alteração da função renal, função hepática, da coagulação e a fase convulsiva. M.A.P.A.: Indicações: HA resistente ou episódica Suspeita de HA: do avental branco. episódios hipotensão sintomática. Avaliação da eficácia terapêutica Dados avaliados: Médias pressóricas, descenso noturno Relação da pressão com: atividades, sintomas e medicamentos Episódios de hipotensão
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