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TCC - Thais Avelar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS CENTRO OESTE- DONA LINDU
BACHARELADO EM FARMÁCIA
THAIS AVELAR RIBEIRO
 
PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE POLIMORFOS DE TADALAFILA
Divinópolis, 2018
	
	UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS CENTRO OESTE- DONA LINDU
BACHARELADO EM FARMÁCIA
THAIS AVELAR RIBEIRO
 
PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE POLIMORFOS DE TADALAFILA
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Federal de São João del-Rei como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Farmácia, sob orientação do professor Carlos Eduardo de Matos Jensen
Divinópolis, 2018
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter guiado meu caminho até aqui, e ter me mostrado que isso é o que eu quero fazer, e que todo meu esforço tem valido a pena. Aqui, finalizo uma etapa muito importante na trilha desse caminho, que foi construído com muitas bênçãos e energias boas. 
Aos meus pais Gláucia e Ribeiro, minha gratidão será eterna. Se hoje estou aqui fazendo o que eu gosto, foi devido ao esforço, apoio, incentivo e amor de vocês durante todo momento. Agradeço a minha irmã Patrícia, por sempre torcer por mim. Vocês são meu porto seguro. Aos meus familiares, obrigada por estarem sempre ao meu lado também.
Agradeço ao meu orientador Carlos Jensen, por sempre me transmitir tranquilidade durante todo esse trabalho. Seu incentivo, paciência e suporte me ajudaram chegar até aqui. Meu muito obrigada. 
Aos meus amigos de Ouro Branco, os quais considero minha segunda família, agradeço por se fazerem presentes em cada momento da minha vida. Aos meus amigos de Divinópolis, obrigada por todo esse trajeto trilhado juntos, vocês fazem parte dessa história. 
E enfim, agradeço todos os mestres e farmacêuticos que de alguma forma contribuíram para minha formação, mostrando que é possível superar os obstáculos, e que as dificuldades só nos tornam mais fortes. Obrigada por compartilharem comigo dessa profissão tão linda. A profissional que me tornarei será um reflexo de vocês!
RESUMO
A habilidade de uma substância existir sob diferentes formas cristalinas caracteriza o fenômeno de polimorfismo. No âmbito farmacêutico, este evento pode levar a diferenças nas propriedades físico-químicas do fármaco, dentre elas, a solubilidade, a qual está intimamente relacionada com a biodisponibilidade do medicamento, refletindo assim, em sua eficácia clínica. A tadalafila foi descoberta na década de 90, e seu uso principal é no tratamento da disfunção erétil. Este fármaco apresenta alta permeabilidade e baixa solubilidade, pertencendo assim, à classe II do Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB). Sua baixa solubilidade representa um fator limitante para sua absorção e acredita-se que o polimorfismo possa ter papel importante nessa característica. Portanto, o objetivo deste trabalho foi o estudo de preparação e caracterização de polimorfos de tadalafila. Foram preparados dois polimorfos, o primeiro denominado polimorfo A, obtido por recristalização com etanol, enquanto o segundo polimorfo denominado polimorfo B, foi recristalizado em acetona. Foram realizadas análises na região do infravermelho em que se observou interações intermoleculares distintas entre os polimorfos refletindo em espectros diferentes. A análise térmica diferencial evidenciou o ponto de fusão da tadalafila e apresentou evento exotérmico a 200,2°C, contudo, não houve diferenças significativas entre os polimorfos. Na análise de difração de raio-X, os polimorfos se assemelham quanto ao local do pico no espectro, entretanto, a intensidade variou entre eles. 
Palavras-chave: Polimorfismo, tadalafila, biodisponibilidade.
LISTA DE FIGURAS
	Figura 1. Estrutura química da tadalafila ou (6R-trans)-6-(1,3-benzodioxol-5-il)- 2,3,6,7,12,12a-hexahidro-2-metil-pirazino [1', 2':1,6] pirido[3,4-b]indol-1,4-diona 
Figura 2. Comparação dos espectros absorção na região do infravermelho para a tadalafila A (A), tadalafila B (B) e tadalafila matéria-prima (MP). 
Figura 3. Curvas DTA para polimorfo B (B), polimorfo (A) e a matéria-prima utilizada no processo de recristalização (MP). 
Figura 4. Curva DTA destacando evento exotérmico em 200,2°C para polimorfo B (B), polimorfo (A) e matéria-prima (MP). 
Figura 5. Gráfico de difração de raio-X para polimorfo A (A), polimorfo B (B) e matéria-prima (MP).
	17
20
22
22
23
LISTA DE TABELAS
	Tabela 1. Principais bandas de absorção de acordo com o estiramento presente, para a tadalafila A (A), tadalafila B (B) e tadalafila matéria-prima (MP).
Tabela 2. Medidas dos ângulos de difração (2) e intensidade relativa (I/I0) da tadalafila 
	19
24
.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DSC: Calorimetria exploratória diferencial 
DTA: Análise térmica diferencial 
FTIR: Espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier
GMPc: Guanosina monofosfato cíclico
PDE5: Fosfodiesterase 5
PXRD: Difração de raios X de pó
SCB: Sistema de Classificação Biofarmacêutica
TG: Termogravimetria
TGI: Trato gastrointestinal
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS	iv
RESUMO	V
LISTA DE FIGURAS	vI
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS	vii
1.	INTRODUÇÃO	10
2.	OBJETIVO GERAL	11
2.1.	Objetivos Específicos	11
3.	REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	11
3.1.	Polimorfismo	11
3.1.1.	Impactos na produção farmacêutica	12
3.1.2.	Preparação e caracterização de polimorfos	14
3.1.3.	Técnicas Cristalográficas	15
3.1.4.	Técnicas Térmicas	15
3.1.5.	Técnicas Espectroscópicas	16
3.1.6.	Microscopia	17
3.2.	Tadalafila	17
4.	MATERIAIS	18
4.1.	Matéria-prima	18
4.2.	Reagentes e materiais	18
4.3.	Equipamentos	19
5.	MÉTODOS	19
5.1.	Preparação do polimorfo A de tadalafila	19
5.2.	Preparação do polimorfo B de tadalafila	19
5.3.	Caracterização dos polimorfos Tadalafila	19
5.3.1.	Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (IV)	19
5.3.2.	Análise Térmica	20
5.3.3.	Difração de raios-X	20
6.	RESULTADOS E DISCUSSÃO	20
6.1.	Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR)	20
6.2.	Análise Térmica Diferencial (DTA)	22
6.3.	Difração de raios-X	24
7.	CONCLUSÃO	25
8.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	27
27
	
INTRODUÇÃO
A ação terapêutica de um fármaco está intimamente relacionada à sua solubilidade no trato gastrointestinal (TGI). A baixa solubilidade predispõe a uma biodisponibilidade limitada ou variável após administração oral, o que reflete diretamente em variabilidade na resposta clínica do fármaco (VINESHA et al., 2013). Atualmente, estima-se que cerca de 40% dos fármacos comercializados e 75% das substâncias ainda em estudo e desenvolvimento, podem ser definidas como praticamente insolúveis em água e por consequência, com possível dificuldade de dissolução no TGI (WLODARSKI, K. et al., 2015).
Dentre os fatores relacionados à dificuldade de dissolução no TGI cita-se o polimorfismo do fármaco como uma das variáveis intrinsecamente envolvidas nessa dissolução. O polimorfismo pode ser definido como a habilidade de uma determinada substância existir sob uma ou mais formas cristalinas, com arranjos moleculares distintos. Dessa maneira, propriedades físico-químicas como, ponto de fusão, estabilidade, densidade, e em destaque, a solubilidade, podem variar entre as formas polimórficas. Sendo assim, a busca pela obtenção de polimorfos, para uma determinada substância, constitui-se como opção de trabalho e pesquisa na tentativa de se aumentar a biodisponibilidade de um fármaco (ROCHA, 2010).
A tadalafila é um fármaco que foi desenvolvido na década de 90 para tratamento de disfunções urinárias, e hoje, seu uso principal é no tratamento da disfunção erétil. Seu mecanismo de ação consiste na inibição seletiva da fosfodiesterase 5 (PDE5), potenciando a função erétil devido ao aumento na quantidade de guanosina monofosfato cíclico (GMPc). A GMPc determina o relaxamento do músculo liso e aumenta o fluxo sanguíneo nos corpos cavernosos (KRUPA et al., 2016; RUIZ, 2013). Além disso, há estudos que demostraram que a tadalafila reduz a pressão arterial pulmonarmédia, sendo seu uso aprovado na politerapia da hipertensão arterial pulmonar (HAP), em dose única (FREY e LANG, 2012). 
 A tadalafila é um fármaco que apresenta alta permeabilidade e baixa solubilidade no TGI, e por isso, esta inclusa na classe II do Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB). A baixa solubilidade representa um fator limitante para a sua absorção, o que implica em variabilidade na eficácia clínica. Além disso, sua biodisponibilidade relativa é calculada como sendo, em média, de 22%. Acredita-se que o polimorfismo possa ter papel importante na baixa solubilidade apresentada pela tadalafila (VYAS et al., 2009). Dessa forma, no presente trabalho foram estudadas e realizadas formas de preparação e caracterização de polimorfos de tadalafila, com o intuito de demonstrar diferenças entre eles e suas possíveis implicações. 
OBJETIVO GERAL
Preparar e caracterizar formas polimórficas do fármaco tadalafila.
Objetivos Específicos
· Obter diferentes polimorfos para a tadalafila. 
· Caracterizar os polimorfos de tadalafila
· Classificar os polimorfos obtidos baseado na literatura disponível.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Polimorfismo
De forma geral, os sólidos classificam-se em cristalinos ou amorfos. Aqueles que apresentam átomos, íons ou moléculas em arranjo periódico, ou seja, que regularmente se repete nas três dimensões, são os chamados sólidos cristalinos. Os sólidos amorfos não apresentam ordenação espacial, e no geral, tendem a ser mais energéticos que os cristalinos, compreendido então como um material de maior entropia. Por essa razão, muitas vezes apresentam algumas propriedades vantajosas como maior solubilidade e taxa de dissolução, sendo o seu uso justificado em algumas formulações farmacêuticas (PRADO e ROCHA, 2015). No entanto, podem apresentar menor estabilidade física e química, o que leva a uma maior tendência à cristalização e degradação, sendo assim, o seu uso deve ser abordado com cautela (HILFIKER, 2006). 
O termo polimorfismo é a habilidade de uma substância existir em duas ou mais estruturas cristalinas, levando a mudança na conformação molecular e espacial (ARAUJO et al., 2012). Ressalta-se que diferenças macroscópicas ou morfológicas não indicam, obrigatoriamente, a ocorrência do polimorfismo. Estas alterações podem ser resultado do processo de cristalização, onde o crescimento do cristal ocorreu por diferentes direções (GIRON, 1995; BOTTOM, 1999). 
As formas polimórficas podem existir na forma de solvatos, hidratos e amorfos. Quando ocorre cristalização dos compostos com moléculas de solventes em quantidades estequiométricas ou não, ocorre a formação de solvatos. Quando o solvente é a água, denomina-se hidratos. A forma amorfa compreende arranjos moleculares desordenados, onde não se observa uma estrutura cristalina definida (ATICI e KARLIGA, 2015; BRITTAIN, 2009). As diferentes formas cristalinas podem apresentar diferentes propriedades físicas e físico-químicas como estabilidade, solubilidade, perfil de dissolução, cristalinidade, pontos de fusão, índice de refração, cor, densidade, condutividade, difração de raio-X, espectro molecular, dureza e higroscopicidade (GIRON, 1995; BOTTOM, 1999). 
Impactos na produção farmacêutica
O processo de produção do fármaco e do medicamento envolve diversas etapas nas quais a forma cristalina do fármaco pode sofrer alterações. Sendo assim, se torna essencial a identificação e caracterização dessas formas cristalinas no processo de desenvolvimento do produto (ARAUJO et al., 2012). Além disso, é essencial a avalição de compatibilidade com excipientes, dos parâmetros de qualidade, das condições de armazenamento e a estabilidade do produto final (GIRON, 1998). 
No Brasil, a maior parcela de medicamentos comercializados se apresenta sob formas farmacêuticas sólidas de uso oral, e na sua maioria, na forma de comprimidos contendo fármacos cristalinos (SHEKUNOV e YORK, 2000). Muitas das propriedades do fármaco têm relação com sua estrutura física e propriedades químicas, como tamanho de partícula, fluxo de pó e densidade, capacidade de deformação, capacidade de transpor barreiras biológicas, e outras. Essas propriedades irão promover modificação nas características das formas farmacêuticas, destacando-se, a compressibilidade, perfil de dissolução, estabilidade, biodisponibilidade, uniformidade de distribuição de dose, e outros (PAYGHAN et al., 2010; LEE, ERDEMIR e MYERSON, 2011; ATICI; KARLIGA, 2015). 
Os diferentes arranjos dos íons ou moléculas no retículo cristalino dão origem às formas polimórficas, as quais apresentam energias de interação diferentes. Sob determinadas condições, a forma polimórfica de maior energia tende a se transformar na forma de menor energia, a chamada transformação polimórfica (ROCHA, 2010). É importante ressaltar que essa transformação pode variar de horas a anos para se concretizar no produto final, e pode vim a alterar a qualidade do medicamento que será dispensado, ainda que este esteja dentro do seu prazo de validade (GIRON, 1995). Ademais, a estabilidade da forma polimórfica tem grande relação com a escolha dos excipientes, além da tecnologia envolvida no processo (SHINGHAL; CURATOLO, 2004). A escolha de excipientes amorfos pode alterar as propriedades do medicamento, além disso algumas etapas de produção, cita-se a granulação, compressão, e revestimento, podem vim a induzir transição polimórfica do composto (ZHANG et al., 2004).  
 Todas essas possíveis alterações refletem diretamente na segurança e eficácia terapêutica do medicamento, dessa forma, deve-se ter conhecimento dos processos de fabricação além de um controle de qualidade rigoroso, para que seja possível determinar e controlar aspectos críticos, afim de evitar mudanças indesejáveis (STORPIRTIS et al., 2011; BONFILIO et al., 2012).
Dentre as diversas propriedades influenciadas pelo polimorfismo de fármacos, a biodisponibilidade é vista como a mais importante (ARAUJO et al., 2012). A biodisponibilidade está diretamente relacionada com a absorção, o que é essencial para determinar se uma concentração do princípio ativo irá alcançar o local de ação. O efeito terapêutico dos fármacos é dependente da sua concentração no sítio de ação, sendo assim, a absorção se torna um pré-requisito para que a maioria dos fármacos atinja esse local (AULTON, 2005). 
O Sistema de Classificação Biofarmacêutico (SCB) foi proposto por Amidon e colaboradores em 1995, e este fundamenta-se nas propriedades essenciais relacionadas com a absorção de fármacos, sendo as principais a solubilidade e a permeabilidade. Este sistema pode ser dividido em quatro classes, sendo: Classe I - alta solubilidade e alta permeabilidade; Classe II - baixa solubilidade e alta permeabilidade; Classe III - alta solubilidade e baixa permeabilidade e Classe IV - baixa solubilidade e baixa permeabilidade (AMIDON et al., 1995). O SCB serve de base regulatória na realização de ensaios de dissolução in vitro, pois assim, indivíduos saudáveis submetidos a estes testes, terão exposição diminuída aos fármacos analisados. Além disso, contribui na redução dos custos e do tempo necessários para o desenvolvimento dos insumos farmacêuticos (LENNERNÄS; ABRAHAMSSON, 2005).
Os fármacos pertencentes à classe I e a classe III apresentam uma alta dissolução quando preparados em formas farmacêuticas de liberação imediata. Sendo assim, polimorfos com diferentes solubilidades irão apresentar uma menor influência sobre a biodisponibilidade (ANSEL, POPOVICH e ALLEN, 2000). Contudo, fármacos que pertencem às classes II e IV podem apresentar variações devido modificações na formulação, flutuações fisiológicas e mudanças no estado sólido, como polimorfismo ou amorfismo (BONAMICI, 2009). Com isso, para estes fármacos a dissolução é tida como etapa crítica para a absorção. Para fármacos da classe II por exemplo, a existência de formas polimórficas com diferentes solubilidades pode alterar de forma tão expressiva a biodisponibilidade, que não se consegue estabelecer bioequivalência entre as formas sólidas. Nestas situações,o estudo de polimorfos e outras formas cristalinas, se torna essencialmente crítico, pois este fenômeno pode impactar tanto a solubilidade quanto a dissolução (BONAMICI, 2009). 
Na literatura, podemos encontrar alguns exemplos de polimorfismo em fármacos. Um clássico é o caso do Ritonavir, um medicamento usado para tratamento de pacientes portadores de HIV, pertencente à classe IV do SCB (LINDENBERG, KOPP & DRESSMAN, 2004). Inicialmente, logo após determinação de sua atividade como antirretroviral e proposição de forma farmacêutica oral, apenas uma forma cristalina era conhecida, estabelecida como forma I. Esta não foi eficaz quando administrada por via oral, necessitando que o medicamento fosse formulado em uma cápsula gelatinosa mole, onde o fármaco se encontraria dissolvido em veículo hidroalcóolico, composto principalmente por polietilenoglicol. Contudo, após alguns anos de lançamento do medicamento, variados lotes começaram a apresentar falhas no processo de dissolução, além de relatos de ineficácia clínica. A análise desses lotes revelou que o produto apresentava, precipitado dentro do invólucro de gelatina da cápsula mole, uma nova forma polimórfica até então desconhecida. Esta polimorfo foi denominado por II, sendo caracterizado por se mostrar 50% menos solúvel que a forma I. Devido a isso, todos os lotes de ritonavir, possivelmente contendo a forma II do fármaco, foram retirados do mercado consumidor, levando a grandes prejuízos financeiros para o laboratório responsável (CHEMBURKAR et al., 2000; MORISSETTE et al., 2003). Hoje o ritonavir é comercializado não mais na forma de cápsulas moles, mas na forma de comprimidos.
Outro exemplo que mostra o efeito do polimorfismo sob a dissolução e biodisponibilidade de fármacos foi relatado por Aguiar e colaboradores (1967) que estudaram o pró-fármaco palmitato de cloranfenicol. Este pró-fármaco apresentou problemas de qualidade e segurança atribuídos ao polimorfismo (SAIFEE et al., 2009; SINGHAL & CURATOLO, 2003). Foi descrita a ocorrência de transição polimórfica da forma B (metastável e mais solúvel no TGI) para forma A (estável, mas menos solúvel no TGI), que é terapeuticamente ineficaz. Ainda para o palmitato de cloranfenicol há descrição de uma terceira forma polimórfica denominada por forma C (instável e inativa). Esta transição foi identificada nos estudos de estabilidade do produto que indicaram a lenta conversão do polimorfo B em polimorfo A. Termodinamicamente as formas B e C podem se converter na forma estável A (CSAKURDA-HARMATHY & THEGE, 1997). 
Também pode ser citado como exemplo de relação entre o polimorfismo e efetividade terapêutica o mebendazol. Este fármaco apresenta três formas polimórficas, denominadas por A, B e C, e todas apresentam significativas variações de solubilidade e propriedades terapêuticas. Do ponto de vista da dissolução no TGI segue-se a seguinte ordem: B>C>A. Na prática farmacêutica a forma C é a preferida, pois atende suficientemente aos requisitos de solubilidade, mas também aos requisitos de segurança. A forma B, embora mais solúvel, traz consigo maior toxicidade oral. Já a forma A não tem atividade anti-helmíntica significativa. Os polimorfos do mebendazol podem ser obtidos pela recristalização: a forma A, a partir do ácido acético glacial; a forma B, do clorofórmio; e a forma C, a partir do metanol. Destaca-se ainda que, num possível lote do referido insumo farmacêutico, é possível se encontrar mistura dos polimorfos, ou seja, a combinação das três espécies. A proporção de A não pode ser superior a 30% pois, reduziria a atividade clínica do produto acabado (VILLIERS et al., 2005). 
Preparação e caracterização de polimorfos 
Existem diversos métodos que podem ser utilizados para obtenção das variadas formas cristalinas. Destacam-se a cristalização por fusão, a cristalização a partir de um solvente ou mistura de solventes, moagem, alteração do pH do meio e outros (PRADO e ROCHA, 2015). É importante ressaltar que os experimentos podem apresentar problemas de reprodutibilidade, e isso se deve ao fato que alguns parâmetros envolvidos no processo de cristalização, são de difícil controle e monitorização, como por exemplo, temperatura, taxa de evaporação de solvente, taxa de resfriamento e outros (MYERSON, 2002).
São encontradas diversas metodologias que podem ser empregadas na detecção e caracterização do polimorfismo. Dentre eles, estão métodos cristalográficos, espectroscópicos, térmicos e microscópicos. Muitas vezes, a caracterização é feita utilizando um conjunto dessas técnicas para se obter uma análise integrada, e dessa forma, se economiza amostra, tempo e custos operacionais (OLIVEIRA, 2016). 
É importante destacar que o conjunto dessas técnicas é uma prática essencial e bastante comum nos estudos de formulação e desenvolvimento de um produto. Através desse estudo é possível determinar quais parâmetros são de maior relevância no que diz respeito as características das matérias-primas, e seu respectivo impacto na formulação. Algumas vezes, apenas uma ou duas técnicas são necessárias para monitorar uma matéria-prima em uma rotina de controle de qualidade e posterior aprovação para entrada na produção de fármacos (PRADO e ROCHA, 2015).
Técnicas Cristalográficas 
A técnica por difração de raios-X irá refletir diferenças na estrutura do cristal, e devem ser utilizados para definição de um sistema polimórfico. Este método se divide nos métodos de policristais (pó) e monocristal, e é de escolha do pesquisador definir o método a ser utilizado. Os métodos baseiam-se na propriedade individual de cada cristal em desviar, em um determinado ângulo, a direção dos raios-X que são emitidos sobre ele. Cada forma do cristal apresenta ângulos de desvios únicos, dessa forma é possível caracterizá-lo (PRADO e ROCHA, 2015).
O método de difração de raios-X do monocristal é usado para determinar em detalhes a estrutura cristalina. Através do seu espectro, é possível recolher informações estruturais dos cristais, tais como, densidade, parâmetros de cela unitária, empacotamento molecular, ordem do cristal, conformação molecular, e padrão das ligações de hidrogênio. A técnica de difração de raios-X de pó (PXRD) é bastante utilizada para identificar qualitativamente as fases ou misturas de fases. Além disso, é umas das mais importantes técnicas para a caracterização e quantificação de polimorfos (ZACCARO et al., 2001).
Técnicas Térmicas
Um dos métodos mais antigos utilizados para identificação de compostos orgânicos, é a determinação do ponto de fusão. Contudo, esta técnica pode não ser a mais adequada, devido a existência de fatores que podem influenciar na determinação do ponto de fusão, como por exemplo, um aquecimento feito extremamente rápido (PRADO e ROCHA, 2015). Além disso, a temperatura observada pelo operador, pode não ser a temperatura em que realmente ocorreu a fusão. Dessa forma, este método não é o mais indicado para caracterização de polimorfos, dado que este pode não ser capaz de diferenciar polimorfos com pontos de fusão muito próximos. Sendo assim, a análise térmica torna-se uma opção interessante para caracterização de polimorfos (ALBERS, MELCHIADES e MACHADO, 2002).
A análise térmica combina um conjunto de técnicas, em que se monitora as propriedades físico-químicas de uma determinada substância em função da temperatura, enquanto isso, sob uma atmosfera específica, a amostra é submetida a um programa controlado de temperatura (PITALUGA, 2010). As técnicas mais utilizadas são a calorimetria exploratória diferencial (DSC), análise térmica diferencial (DTA) a termogravimetria (TG) (KISS et al., 1993).
O método de calorimetria exploratória diferencial (DSC) trabalha em função de um programa controlado de temperatura, onde mede-se a diferença de energia submetida à amostra e um material de referência em função da temperatura. Dependendo da técnica de medição utilizada, tem-se duas modalidades: a calorimetria exploratória diferencial com compensação de potência e calorimetria exploratória diferencial com fluxode calor. Na análise térmica diferencial (DTA) realiza-se a medição continua das temperaturas da amostra e um material de referência termicamente inerte, onde ambos serão aquecidos ou resfriados em um forno (IONASHIRO, 2004). 
Com a utilização de ambas as técnicas descritas acima, é possível acompanhar os efeitos de calor relacionados com as alterações químicas ou físicas da amostra, cita-se as transições de fase (fusão, ebulição, congelação, sublimação) ou reações de cristalização, dissociação, desidratação, de decomposição, que são capazes de provocar variações de calor (IONASHIRO, 2004).. 
	O método de TG consiste na variação da massa em função da variação de temperatura, sob uma atmosfera controlada (OLIVEIRA et al., 2011). No âmbito farmacêutico, esta técnica é aplicada para diversos fins. Além de seu uso ser descrito na caracterização de polimorfos, esta é citada também na determinação quantitativa de compostos voláteis, na análise da estabilidade de medicamentos, diferenciação de solvatos e anidros de determinada substância, na determinação de umidade e pureza e em estudos de cinética de degradação (PRADO e ROCHA, 2015; OLIVEIRA et al., 2011).
Técnicas Espectroscópicas
Caracteriza-se como espectroscopia vibracional a análise na qual a radiação eletromagnética é utilizada para estudo do comportamento vibracional de moléculas, onde é possível observar a absorção ou espalhamento dessa radiação (PASQUINI, 2003). As técnicas espectroscópicas vibracionais de mais uso são a de infravermelho e Raman. Estas são técnicas muito utilizadas na identificação e caracterização de formas polimórficas e isso se deve ao fato de serem técnicas sensíveis às conformações, às estruturas e ao ambiente de um composto (ZACCARO et al., 2001). A posição e a intensidade de uma banda vibracional são características das ligações em uma molécula. A vibração de uma determinada ligação na molécula irá gerar uma posição e intensidade de banda característico, dessa forma um determinado grupo químico da molécula terá bandas em regiões específicas do espectro, possibilitando a interpretação do espectro vibracional, e posterior caracterização do composto (DETOISIEN et al., 2011).
Microscopia
A microscopia fornece dados importantes como tamanho de cristal e morfologia, e estas informações podem indicar o polimorfismo. Contudo, esta técnica é considerada preliminar dado que não apresenta a resolução adequada na diferenciação de formas polimórficas, já que alterações na morfologia não confirmam existência de polimorfismo (ROCHA, 2010). Na análise microscópica, podem ser utilizadas a microscopia eletrônica de varredura ou microscopia óptica. Além disso, uma combinação com métodos analíticos descritos acima, por exemplo, também pode ser uma opção (RODRÍGUEZ-SPONG et al., 2004).
Tadalafila 
	
A tadalafila é um fármaco utilizado para o tratamento da disfunção erétil e é pertencente ao grupo dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5). É um fármaco comercialmente disponível na forma farmacêutica de comprimidos nas dosagens de 5 mg e 20 mg e apresenta como medicamento de referência o Cialis® (CHENG e CHOU, 2005). Os efeitos adversos mais observados com o uso da tadalafila são considerados leves a moderados, e os mais frequentes são, dor nas costas, tontura, mialgia, cefaleia e congestão nasal (RUIZ et al., 2013). 
A forma molécular da tadalafila é C22H19N3O4, e assim como outros inibidores da fosfodiesterase tipo 5, é estruturalmente constituída por heterociclos, grupos aromáticos e grupos carbonila. Além disso, apresenta um grupo indol, um grupo pirazina e um benzodioxol ligado ao C6, como mostrado na Figura 1 (RUIZ et al., 2013). Apresenta peso molecular de 389.411 g/mol, um logP de 1.7, com pKa estimado de 0.85. Além disso, sua solubilidade é de 3.2 (ug/mL), e descrita como praticamente insolúvel em água (PubChem Compound Database, 2018).
Devido ao fato de apresentar extenso tempo de ação (aproximadamente 36 horas) e pequeno potencial de causar anomalias na visão, a tadalafila vem ganhando uma boa aceitação clínica. Além disso, apresenta meia-vida de eliminação consideravelmente maior que a do sildenafil ou vardenafil, os quais são fármacos utilizados com propósito semelhante (CHENG e CHOU, 2005). A tadalafila é um fármaco pertencente à classe II do Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), sendo assim, apresenta solubilidade aquosa muito baixa (praticamente insolúvel), o que leva à sua fraca dissolução no trato gastrointestinal, resultando em uma biodisponibilidade variável. E vale ressaltar que, uma baixa biodisponibilidade pode levar a uma limitada resposta clínica ou não reproduzível do fármaco (VYAS et al., 2009).
 
Figura 1. Estrutura química da tadalafila ou (6R-trans)-6-(1,3-benzodioxol-5-il)- 2,3,6,7,12,12a-hexahidro-2-metil-pirazino [1', 2':1,6] pirido[3,4-b]indol-1,4-diona 
Estudos de patente destacam a existência de oito formas cristalinas da tadalafila (WIZEL et al., 2016). Além disso, acredita-se que o polimorfismo possa ser a principal causa da baixa solubilidade em água da tadalafila, e por esta razão, se torna importante o estudo e caracterização dos possíveis polimorfos existentes e suas respectivas propriedades físico-químicas. Dessa forma, se torna possível o aprimoramento da performance do fármaco, além de aumentar as possibilidades de trabalho no momento de design da formulação do produto (VYAS et al., 2009).
MATERIAIS
Matéria-prima
A matéria-prima de tadalafila foi previamente fornecida pela IBEROQUIMICA FARMACEUTICA LTDA (L: 17100040). 
	
Reagentes e materiais
· Etanol P.A., ISOFAR;
· Acetona P.A., ISOFAR;
· Filtro de papel 125mm;
· Vidrarias em uso no laboratório.
Equipamentos
· Balança analítica de 0,0001 de precisão, Shimadzu, AUY220. 
· Chapa aquecedora, NOVA, 11122067.
· Termômetro, Labortherm, N.
MÉTODOS
Preparação do polimorfo A de tadalafila 
Pesou-se 1g de tadalafila e transferiu-se para um balão de fundo redondo, e em seguida, adicionou-se 100mL de etanol. O balão foi levado a banho-maria sobre chapa aquecedora até atingir temperatura de 70-80ºC, e foi mantido nesta temperatura por 60 minutos para formação de uma solução límpida. Em seguida, a solução foi resfriada em banho de gelo para temperatura de 0-5ºC e mantida sob agitação por 60 minutos. Coletou-se o sólido formado por filtração, e este foi lavado com etanol refrigerado (~5ºC). Posteriormente, o sólido foi levado à estufa (60-70ºC) para secagem por 3 horas. O procedimento foi adaptado do proposto por SAJJA e colaboradores (2006).
Preparação do polimorfo B de tadalafila
Pesou-se 1g de tadalafila e transferiu para um balão de fundo redondo, e em seguida, adicionou-se 70mL de acetona. O balão foi levado a banho-maria sobre chapa aquecedora até atingir temperatura de 50-60ºC, e foi mantido nesta temperatura por 45 minutos. Em seguida, a solução foi resfriada para temperatura de 25-35ºC e mantida por 3 horas. Coletou-se o sólido formado por filtração, e este foi lavado com acetona. Posteriormente, o sólido foi levado à estufa (60-70ºC) para secagem por 3 horas. O procedimento foi adaptado do proposto por SAJJA e colaboradores (2006).
Caracterização dos polimorfos Tadalafila 
Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (IV)
As análises por espectroscopia de absorção na região do infravermelho (4000 - 400 cm-1) foram conduzidas no equipamento modelo FTIR IRAffinity-1 SHIMADZU, utilizando pastilhas de KBr. Os espectros obtidos são resultado da média obtida a partir de 32 varreduras realizadas com resolução de 4 cm-1.
Análise Térmica
Os experimentos de Análise Térmica foram obtidos simultaneamente em termobalança SDT Q600 TA Intruments, sob atmosfera inerte, com vazão aproximada de 100 mL min-1. As amostras foram pesadas em cadinho de alumina e aquecidas de 30 a 450°C, empregando-se uma razão de aquecimento de 10ºC min-1. Os dados obtidos foram analisados no software TA Instruments Universal Analysis 2000 e posteriormente plotados utilizando o programa Origin® Pro 8.0, Origin Lab Corporation.
Difração de raios-XOs difratogramas de raios-X de pó foram obtidos em aparelho Rigaku Geigerflex 2037, utilizando monocromador de cobre e radiação CuK = 1,54051, em ângulos de 2 variando de 4 a 50 graus e velocidade de varredura de 4.min-1. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Espectroscopia de absorção na região do infravermelho por transformada de Fourier (FTIR)
Os espectros obtidos para os polimorfos A (A), polimorfo B (B) e matéria-prima (MP) por espectroscopia de absorção na região do infravermelho estão representados na Figura 2. As principais bandas de absorção estão descritas na tabela 2. 
Tabela 2. Principais bandas de absorção de acordo com o estiramento presente, para a tadalafila A (A), tadalafila B (B) e tadalafila matéria-prima (MP).
	
	 Estiramento
	Banda de absorção
	
	MP
	A
	B
	N-H
	3331
	3327
	3313
	C-H
	2902
	2902
	2900
	C=O
	1678 -1649
	1678-1649
	1710-1660
	C=C
	1626
	1626
	1628
A primeira banda a ser observada foi a referente ao estiramento N-H de amina secundária. Esta banda está presente nos resultados das três amostras. Para o polimorfo A o estiramento N-H - υ(N-H) - foi identificado em 3327 cm-1 e para o polimorfo B o υ(N-H) foi percebido em 3313 cm-1. O perfil da banda é característico em função da possível ligação de hidrogênio intermolecular (N-H ... O) entre os grupos indol e os grupos carbonila do anel lactâmico de moléculas de tadalafila adjacentes. Frente à possibilidade de formação dessa ligação, o estiramento N-H da molécula tende a tornar-se menor, impactando no formato mais agudo da respectiva banda. As diferenças entre os polimorfos A e B não podem ser explicadas, mas podem sugerir a formação de ligação de hidrogênio com carbonilas diferentes. Para o polimorfo A, conforme dados cristalográficos, a ligação de hidrogênio intermolecular é estabelecida entre o hidrogênio da amina secundária e o oxigênio da carbonila C4 (MICLAUS et al., 2015). Frente ao deslocamento da banda para o polimorfo B, pode-se sugerir a ligação de hidrogênio intermolecular da amina secundária não mais como a carbonila C4, mas com a carbonila C1.
 
Figura 2. Comparação dos espectros absorção na região do infravermelho para a tadalafila A (A), tadalafila B (B) e tadalafila matéria-prima (MP).
No que refere às bandas em 2900 cm-1 e 2902 cm-1 a atribuição pode ser feita ao estiramento simétrico C-H - υ(C-H) - do grupo -CH3 alifático.
As bandas referentes ao estiramento das carbonilas - υ(C=O) - vinculadas à C4 e C1 são identificadas na região de 1649 cm-1 a 1710 cm-1 (CHOI e PARK, 2016). Os deslocamentos não são os mesmos para os polimorfos A e B. Ambas as carbonilas, considerando um produto de natureza cristalina, estão envolvidas em ligações de hidrogênio intermolecular. Estudos de MICLAUS et al. (2015) indicam que a carbonila de C1 faz ligação intermolecular do tipo dipolo-dipolo com C11 e que o oxigênio de C4 faz ligação com o hidrogênio da amina secundária. Destaca-se que as bandas correlacionadas ao polimorfo B absorvem em número de ondas superior às do polimorfo A. No espectro de absorção para o polimorfo A, as carbonilas tem υ(C=O) em 1678 cm-1 e 1649 cm-1, respectivamente referindo-se aos carbonos C1 e C4. Já a análise do espectro do polimorfo B mostra que os υ(C=O) estão deslocados e são identificados em 1710 cm-1 e 1660 cm-1. O deslocamento foi de 32 cm-1 para a carbonila de C1 e de 11 cm-1 para a carbonila de C4. Tal deslocamento é sugestivo de organização molecular distinta entre os polimorfos A e B, onde as adjacências sendo diferentes impedem que as mesmas interações intermoleculares sejam estabelecidas entre as moléculas de tadalafila.
Os estiramentos C=C - υ(C=C) - dos anéis aromáticos são percebidos em 1626 cm-1 para o polimorfo A e em 1628 cm-1 para o polimorfo B. Não há variação significativa no deslocamento e intensidade dos sinais. 
Ainda pela avaliação dos espectros de absorção na região do infravermelho a região onde há diferença significativa entre os polimorfos está na faixa de 920 cm-1 a 930 cm-1. Para o polimorfo B observa-se apenas uma banda 924 cm-1 enquanto que para o polimorfo A há identificação de duas bandas em 939 cm-1 e 922 cm-1.
A matéria-prima de partida para síntese dos polimorfos (MP), em função das bandas observadas no espectro de absorção na região do infravermelho pode ser correlacionada, incialmente, ao polimorfo A. Os espectros se mostraram sobreponíveis no que se refere aos deslocamentos das bandas. 
Análise Térmica Diferencial (DTA)
Os dois polimorfos preparados (A e B) e a matéria-prima (MP) foram submetidos à análise térmica diferencial (DTA). As curvas DTA estão apresentadas na Figura 3.
As curvas DTA para as diferentes amostras não se mostraram significativamente diferentes, sendo determinado apenas o ponto de fusão da tadalafila na faixa de 301,9º a 302,2 ºC. Ainda pela análise das curvas DTA pode-se perceber leve perturbação na linha de base na região de 200 ºC. A ampliação da curva, especificamente em região próxima a 200ºC (Figura 4) indica a presença de pequeno sinal exotérmico que pode ser atribuído à alguma transição onde há liberação de calor como, por exemplo, a ordenação molecular alcançando-se um material mais organizado ou, pelo menos, uma forma metaestável de maior estabilidade (IONASHIRO, 2004).
Figura 3. Curvas DTA para polimorfo B (B), polimorfo (A) e a matéria-prima utilizada no processo de recristalização (MP).
WIZEL e colaboradores (2006) descrevem a preparação e caracterização de diversas formas cristalinas da tadalafila, estabelecendo no seu perfil de DSC a temperatura de fusão característica na faixa de 301-303°C. WLODARSKI e colaboradores (2015) realizaram um estudo de dispersões sólidas contendo tadalafila e identificaram por DSC, picos exotérmicos relacionados à cristalização da amostra. Contudo, no presente trabalho não se pode afirmar que o evento encontrado se trata de um evento de cristalização, pois para isso, seriam necessários maiores estudos.
Figura 4. Curva DTA destacando evento exotérmico em 200,2°C para polimorfo B (B), polimorfo (A) e matéria-prima (MP).
Difração de raios-X
Os perfis de difração de raio-X das três amostras, polimorfo A (A), polimorfo B (B) e matéria-prima (MP) estão apresentados na Figura 5. Em relação ao polimorfo A os principais picos de difração são observados para 7.1°, 14.4°, 18.4°, 21.6°. Outros sinais estão indicados na Tabela 1. Já o polimorfo B apresentou diferenças principalmente quanto à intensidade dos picos sendo, respectivamente, os mais intensos observados em 18.4º, 10.4º, 7.1º, 12.4º e 20.8º. 
B
A
MP
Figura 5. Gráfico de difração de raio-X para polimorfo A (A), polimorfo B (B) e matéria-prima (MP).
WIZEL e colaborados (2006) descrevem em um documento de patente a existência de oito formas cristalinas da tadalafila, e suas respectivas análises térmicas e de raio-X. Neste documento, o polimorfo denominado de forma I, apresentou na análise de raio-X os seguintes picos: 7.3°, 10.6°, 14.6°, 18.5°, 21.8°. Dessa forma, foi possível correlacionar este polimorfo com o polimorfo A obtido neste trabalho. Para o polimorfo B, era esperado os resultados do polimorfo II descrito no documento, contudo, os picos e intensidade da análise condizem a forma denominada VII, que apresenta os seguintes picos: 17.6º, 7.0º, 13.3º e 20.9º. As intensidades entre eles foram levemente diferentes, o que não foi considerado nesse estudo significativo.
As intensidades de cada pico de difração diferem-se entre si porque a área total de cada face do cristal varia de acordo com o hábito do cristal, ou seja, as intensidades podem estar refletindo diferenças de cristalinidade das amostras (INOUE; HIRASAWA, 2013; RAD et al., 2017). Além disso, a diminuição da intensidade do pico, ou mesmo sua ausência, sugere perda de cristalinidade e possível mudança para fase amorfa. Essa característica é desejada para sistemas onde se objetiva aumento de solubilidade (VYAS et al., 2009). Dessa maneira, o estudo do perfil de difração de raios-X é essencial na análise de cristalinidade de substâncias, principalmente aqueles combaixa solubilidade como é o caso da tadalafila. 
Já os resultados para MP indicam que o insumo comercializado e adquirido para este trabalho se trata do polimorfo A.
Tabela 1. Medidas dos ângulos de difração (2) e intensidade relativa (I/I0) da tadalafila
	2θ (Graus)
	I/I0 (%)
	
	MP
	A
	B
	7,1
	100,0
	100,0
	52,7
	8,9
	5,2
	4,4
	16,3
	10,4
	19,9
	20,5
	83,6
	12,4
	26,9
	25,3
	42,0
	13,4
	18,2
	16,5
	9,2
	14,4
	68,5
	68,5
	34,4
	15,5
	19,2
	17,2
	22,0
	16,8
	27,2
	22,7
	12,8
	18,4
	63,2
	59,0
	100,0
	21,6
	65,4
	59,5
	67,7
CONCLUSÃO
O polimorfismo é um fenômeno que vem ganhando cada vez mais espaço na indústria farmacêutica devido aos impactos que podem vir a gerar. Um fármaco pode se apresentar sob diferentes formas polimórficas que podem variar quanto as suas características físico-químicas, e dessa forma, impactar todo o processo de produção do medicamento, bem como na sua biodisponibilidade. Com isso, o polimorfismo tem influência principalmente sobre fármacos de baixa solubilidade, onde o mesmo será fator limitante para sua absorção e consequente eficácia terapêutica. São diversas as técnicas disponíveis para caracterização de polimorfos e o método de escolha está diretamente relacionado com a informação que se desejada encontrar. É possível realizar análises térmicas, espectroscópicas, cristalográficas, moleculares, morfológicas ou ainda a combinação dessas técnicas. Sendo assim, o processo de caracterização de um polimorfo é essencial pois demonstra o comportamento e as propriedades de uma substância, e dessa maneira, se evita problemas na produção e orienta possíveis estratégias para aumento de solubilidade. Os resultados encontrados neste trabalho mostram que foi possível recristalizar a tadalafila de duas formas polimórficas distintas. Estes polimorfos puderam ser identificados por um conjunto de técnicas diferentes, sendo que por FTIR apareceram os primeiros indícios de diferenças. No DTA não se obteve informação que permitisse diferenciação dos polimorfos e por fim, a difração de raios-X garantiu a correlação e identificação dos polimorfos obtidos neste trabalho com as formas I e VII obtidas na patente. A existência de formas polimórficas diferentes da tadalafila implica em possíveis características físico-químicas distintas. Sendo assim, a partir destes dados têm-se a possibilidade de posterior avaliação das características farmacocinéticas dos polimorfos, onde será possível a avaliação da biodisponibilidade de cada um e assim, estabelecer a correlação in vitro-in vivo (IVIVC) do fármaco. 
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