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Ansiedade social

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SOI V – APG Duda Campos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Srta. B. era uma programadora de computadores de 29 
anos que se apresentou para tratamento após lhe ter sido 
oferecida uma promoção para um cargo de gerência em 
sua firma. Embora desejasse o aumento e a maior 
responsabilidade que viriam com o novo trabalho, que ela 
tinha concordado em tentar como um estágio, relatou que 
estava relutante em aceitar o cargo porque ele exigia 
interações frequentes com empregados de outras divisões 
da empresa, bem como falar em público ocasionalmente. 
Declarou que sempre tinha se sentido nervosa no meio de 
pessoas novas, que lhe preocupavam porque pensava que 
pudessem ridicularizá-la por “dizer coisas idiotas” ou por 
cometer gafes sociais. Também relatou se sentir 
“aterrorizada” em falar diante de grupos. Esses medos 
ainda não tinham interferido em sua vida social e em seu 
desempenho no trabalho. Entretanto, desde que iniciou 
seu estágio, a Srta. B. revelou que eles tinham se tornado 
um problema. Ela notou que, quando tinha de interagir 
com os outros, seu coração acelerava, sua boca ficava seca 
e ela se sentia suada. Nas reuniões, tinha pensamentos 
súbitos de que iria dizer alguma coisa muito boba ou 
cometer uma gafe terrível que fariam as pessoas rir. Como 
consequência, tinha faltado a várias reuniões importantes 
e saído mais cedo de outras. 
• Medo de situações sociais 
• Medo de se embaraçar em situações sociais – 
reuniões, apresentações orais, encontro com 
pessoas novas 
• Medos específicos de realizar determinadas 
atividades, como comer ou falar na frente dos 
outros, ou podem experimentar um medo vago e 
inespecífico de embaraçar-se 
• O medo é do embaraço que pode ocorrer na 
situação, não da situação em si 
EPIDEMIOLOGIA 
• Prevalência de 3 a 13% 
• As mulheres são mais afetadas que os homens 
• Idade de pico na adolescência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Comum entre os 5 e 35 anos 
COMORBIDADE 
• História de transtorno de ansiedade, transtornos 
de humor, transtornos relacionados a 
substâncias e bulimia nervosa 
ETIOLOGIA 
• Padrão consistente de inibição comportamental 
na infância – timidez grave à medida que 
crescem 
• Vínculo dos pais na infância – menos carinhosos, 
mais rejeitadores e mais superprotetores 
FATORES NEUROQUÍMICOS 
• Liberação de mais norepinefrina ou epinefrina 
do que pessoas não fóbicas 
• Mais sensibilidade a um nível normal de 
estimulação adrenérgica 
• Disfunção dopaminérgica 
FATORES GENÉTICOS 
• Parentes de primeiro grau de pessoas com 
ansiedade social têm 3x mais probabilidade de 
ser afetados com a condição 
DIAGNÓSTICO E QUADRO CLÍNICO 
Critérios do DSM-5: 
1. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais 
situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível 
avaliação por outras pessoas 
• Interações sociais: manter uma conversa, 
encontrar pessoas que não são familiares 
• Ser observado: por exemplo, comendo e 
bebendo 
Transtorno de 
ansiedade social 
SOI V – APG Duda Campos 
• Situações de desempenho: proferir palestras 
2. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas 
de ansiedade que serão avaliados negativamente – será 
humilhante ou constrangedor, provocará a rejeição ou 
ofenderá a outros 
3. As situações sociais quase sempre provocam medo ou 
ansiedade – em crianças, pode ser expresso chorando, 
com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de 
agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em 
situações sociais 
4. As situações sociais são evitadas ou suportadas com 
intenso medo ou ansiedade 
5. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real 
apresentada pela situação social e o contexto 
sociocultural 
6. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, 
geralmente durando mais de 6 meses 
7. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo 
8. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos 
efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de 
abuso, medicamento) ou de outra condição médica. 
 9. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem 
explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, 
como transtorno de pânico, transtorno dismórfico 
corporal ou transtorno do espectro autista. 
 10. Se outra condição médica (p. ex., doença de 
Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou 
ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva 
é claramente não relacionado ou é excessivo. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Diferenciar do medo adequado e da timidez 
normal 
• Agorafobia 
• Transtorno de pânico 
• Transtorno da personalidade esquizoide 
Um indivíduo com agorafobia sente-se, muitas vezes, 
confortado pela presença de outra pessoa em uma 
situação que provoque ansiedade, mas um com 
transtorno de ansiedade social fica mais ansioso pela 
presença de outra pessoa. 
Enquanto falta de ar, tontura, sensação de sufocação e 
medo de morrer são comuns no transtorno de pânico e 
na agorafobia, os sintomas associados com transtorno de 
ansiedade social geralmente envolvem rubor, tensão 
muscular e ansiedade em relação a escrutínio 
A diferenciação entre transtorno de ansiedade social e 
transtorno da personalidade esquiva pode ser difícil e 
exigir entrevistas e histórias psiquiátricas extensivas. 
A esquiva de situações sociais, muitas vezes, pode ser um 
sintoma na depressão, mas uma entrevista psiquiátrica 
com o paciente provavelmente revelará uma ampla 
constelação de sintomas depressivos. 
Em pacientes com transtorno da personalidade 
esquizoide, a falta de interesse em socializar, não o medo 
de socializar, leva ao comportamento social esquivo. 
CURSO E PROGNÓSTICO 
• Tende a começar no fim da infância ou no início 
da adolescência 
• Costuma ser crônico, mas pacientes que têm 
remissão dos sintomas tendem a permanecer 
bem 
TRATAMENTO 
• Psicoterapia 
• Farmacoterapia 
*as duas combinadas têm resultados melhores 
Medicamentos eficazes: 
• ISRS 
• Benzodiazepínicos 
• Venlafaxina 
• Buspirona 
Em casos graves: 
• IMAO irreversíveis e reversíveis 
*O tratamento do transtorno de ansiedade social 
associado com situações de desempenho muitas vezes 
envolve a utilização de antagonistas β-adrenérgicos um 
pouco antes da exposição a um estímulo fóbico. 
*A psicoterapia para o transtorno de ansiedade social em 
geral envolve uma combinação de métodos 
comportamentais e cognitivos, incluindo retreinamento 
cognitivo, dessensibilização, treinos durante as sessões e 
uma variedade de recomendações de tarefas de casa.

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