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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO – AOL 5 TEXTO 2 Lei contra estrangeirismos, proposta por Aldo Rebelo, é aprovada na CCJ Redação Portal IMPRENSA | 13/12/2007 Nesta quinta-feira (12), um projeto de lei proposto pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que busca promover, defender e proteger a língua portuguesa, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. De acordo com Rebelo, as muitas expressões estrangeiras utilizadas no Brasil dificultam, muitas vezes, a comunicação dos brasileiros. Segundo o projeto proposto, toda a vez em que for usada uma palavra estrangeira para uma comunicação ao público, o emissor da mensagem deve disponibilizar a tradução em português. Tal regra seria válida para os meios de comunicação de massa, informações em estabelecimentos comerciais e também para a publicidade. Além disso, Rebelo defende que existam comissões para que sejam sugeridas expressões em português para as estrangeiras normalmente usadas, especialmente nas áreas científicas e tecnológicas. Após a leitura dos textos acima e a reflexão a partir da temática proposta por eles, responda às seguintes perguntas em texto corrido (sugestão: um parágrafo para cada resposta): O USO DE ESTRANGEIRISMOS: EVIDÊNCIA DE LÍNGUA EM MOVIMENTO A influência dos estrangeirismos na língua portuguesa, especialmente os de origem inglesa, são muito presentes na linguagem oral e escrita. Imagino que isso se deva ao fato de o Brasil ser um país que foi formado por diversas culturas, línguas e povos, sendo consequente e comum o uso dessas palavras no nosso cotidiano. De acordo com o texto 1, Mafalda acredita que a palavra “living” faça parte da língua da gente, isso porque, na visão da personagem, a “língua da gente” refere-se à maneira como as pessoas se comunicam no dia a dia, usando muitas palavras estrangeiras. O termo “living” tem a ver com essa língua por ser mais utilizado e compreendido do que seu próprio equivalente na língua nativa, que é “sala de estar”. Tanto Mafalda quanto o ex-deputado Aldo Rebelo, autor do Projeto de Lei que busca proteger a língua portuguesa tratam, em seus textos, da presença dos estrangeirismos na nossa língua como um fato. A diferença é que, para Mafalda, o uso dos estrangeirismos já é algo comum, como a palavra “living” que, para ela, é mais conhecida. Ao se deparar com termo na língua nativa – “sala de estar”, a personagem ficou confusa, pois ela está acostumada a ouvir e falar o vocábulo estrangeiro. O deputado, por sua vez, acredita que o uso dos estrangeirismos não é algo que devesse ser considerado comum, e sim evitado, porque pode dificultar a comunicação. Diante do exposto, acredito que as visões de ambos sejam complementares, pois a reação de Mafalda ao se sentir confusa é uma amostra do quanto o uso dos estrangeirismos pode dificultar a comunicação e, por isso, devem ser evitados, que é o que o deputado defende em seu projeto. Com relação à visão do ex-deputado sobre o uso dos estrangeirismos, realizei uma breve pesquisa e encontrei algumas referências nas quais vários autores e pesquisadores em linguística assim como professores de línguas não acreditam que a língua portuguesa esteja sendo ameaçada pelos estrangeirismos, e consideram equivocados o projeto de lei de Aldo Rebelo e a crítica radical à concepção de língua que ele adotada. O professor de português Pasquale Cipro Neto, em seu livro “Ao Pé da Letra” (2001), fala que há algumas palavras que não podem ser traduzidas para o português, como “pizza”, por exemplo. Em entrevista ao Jornal do Brasil, em 2001, o ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Tarcísio Meirelles Padilha, disse que, apesar do projeto visar preservar a Língua Portuguesa, ele não acredita ser possível conter o uso de determinadas expressões e palavras. Para o linguista Kanavillil Rajagopalan, as línguas estão sempre em evolução, e nesse processo, entram em contato com outras línguas e incorporam novos vocábulos. Ele afirma, na reportagem publicada na revista eletrônica de jornalismo científico Com Ciência (2001), que este é um processo natural e que isso ao contrário, as enriquece. Por fim, o linguista Carlos Alberto Faraco afirma em seu livro Estrangeirismos: guerras em torno da língua (2012), que é impossível regulamentar a língua humana, pois a mudança é própria das línguas e não é possível mudar essa ação.
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