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Por @hasenvet MANEJO SANITÁRIO PARA BOVINOS DE CORTE O objetivo principal é manter a produção e a saúde animal no nível mais eficiente, capaz de propiciar retorno econômico máximo ao criador. Outros objetivos: manter a saúde do homem e dos animais; estabelecer criações saudáveis e zootecnicamente econômicas; evitar problemas ambientais e de manejo; higienizar o meio em que vivem os animais, reduzindo o número de agentes patógenos potenciais; prevenir doenças dos animais que podem ser transmitidas ao homem (zoonoses). Conceitos iniciais – • Higiene animal: conjunto das condições fornecidas ao animal que podem aumentar o bem-estar de um modo geral e incrementar consequentemente a eficiência da produção e a qualidade e segurança dos produtos animais. Para a OMS significa o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença (+produção). • Doença: alteração ou desvio do estado de equilíbrio de um indivíduo com o meio em que vive. - Quanto a etiologia: infecciosas e não infecciosas; - Quanto a duração: agudas ou crônicas. • Infecção: penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no homem ou animal. • Infestação: alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo sem penetração no meio interno. Importância da higiene e sanidade animal: - Melhor índice de conversão alimentar; - Maior taxa de crescimento; - Menor taxa de mortalidade. Manejo sanitário – Quarentena: realizar esse manejo com GTA (origem dos animais – áreas endêmicas), vacinas, realização de testes. Em lotes recém chegados ou em animais do rebanho. A. Clostridioses: Doença de origem bacteriana (bacilos gram positivos), causando infecção do sistema locomotor. C. chauvoei = Carbúnculo Sintomático C. botulinum = Botulismo C. tetani = Tétano. A transmissão se dá pela ingestão de esporos no solo, que se desenvolvem e multiplicam no TGI do animal, liberando toxinas e fatores de estresse. É eliminada após esporulação. Sintomas gerais: incapacidade de levantar, paralisia flácida, salivação intensa, decúbito lateral, convulsões, morte. Controle: vacinação (1° dose = 10 a 12 meses de idade; 2° dose = 30 dias pós; 3° dose = anuais), suplementação com fósforo (botulismo). Por @hasenvet B. Brucelose: Origem bacterina (cocobacilos gram negativos), causando infecção do sistema reprodutivo, sendo uma zoonose. A principal é a Brucella abortus. A transmissão: Entre bovinos: Zoonose: É uma doença que causa perdas na pecuária, como: aborto repetição de cio, bezerros fracos, diminuição na produção de leite, redução do tempo de vida produtiva, custo de reposição de animais, limitação na comercialização de animais. O controle é feito por meio da educação sanitária; vacinação; rotina de testes sorológicos; abate sanitário ou destruição dos animais reagentes; desinfecção das instalações e destruição de restos placentários, fetos abortados e secreções; piquetes maternidade (OBS); quarentena de animais introduzidos no rebanho; exame de saúde das pessoas envolvidas. Por @hasenvet C. Tuberculose: Origem bacteriana (bacilo gram positivo), causando uma infecção nodular dos linfonodos, pulmões e fígado, sendo uma zoonose. A mais importante é a M.bovis. Transmissão: É uma doença que gera queda no ganho de peso (doença crônica), diminuição na produção de leite (10 – 25%), descarte precoce, condenação da carcaça no abate, desprestígio e perda da credibilidade (propriedades), morte de animais. Os sinais clínicos: emagrecimento; hipertrofia ganglionar; dispneia; tosse seca, curta e repetitiva; lesões (nódulos) amarelados nos linfonodos. Podemos ter animais infectados, porém assintomáticos (+frequente). É uma doença que não tratamento. A prevenção e controle se dá por meio de instalações com ventilação e exposição direta à luz solar; higienização e desinfecção periódica da instalação; búfalas positivas devem se retirar da produção do leite; controle de sêmen; pasteurização e esterilização do leite; inspeção nos abatedouros. D. Leptospirose: Zoonose de origem bacteriana (Leptospira), que causa abortamento e natimortos, os que sobrevivem, ficam fracos, ictéricos, hemoglobinúricos e anêmicos. A transmissão se dá através do contato da pele ou mucosas com áreas contaminadas por ruina, fetos abortados e corrimentos uterinos de animais infectados; pela ingestão de alimentos ou água contaminados por leptospiras de ratos, animais silvestres e animais domésticos doentes ou portadores; após a infecção aguda, as leptospiras localizam-se normalmente nos ruins e órgãos da reprodução, sendo excretadas pela urina, durante meses ou mesmos anos. A prevenção e controle se dá por meio da vacinação do rebanho, controle de roedores, cerca ao redor de água parada ou lamaçais, uso de sêmen idôneo, destruição de cadáveres, fetos e placenta, tratamento (isolamento) ou descarte do animal doente ($). Por @hasenvet E. Febre aftosa: Doença viral responsável por gerar vesículas na boca e nos casos, sendo o Aphtovirus. Sinais clínicos: febre, vesículas, lesões nos cascos, anorexia, baixa produção de leite, salivação (período de 3-5 dias). O controle é feito por meio da vacinação, anotação do GTA (guia de trânsito animal), atenção as suspeitas (relatar ao Plano Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa). Animais positivos devem ser eutanasiados e deve-se passar um relatório ao MAPA. Por @hasenvet F. Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR): É uma doença viral de distribuição mundial causada pelo Herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1), gerando efeitos negativos na fertilidade, pois influencia na qualidade dos embriões, causa morte embrionária e aborto. A transmissão se dá pela monta natural, inseminação artificial e pelo contato vulva-focinho. G. Diarreia Viral Bovina (BVD): Afeta a prenhez, podendos causar: aborto, morte embrionária precoce e reabsorção; defeitos congênitos do bezerro a lesões teratogênicas; bezerros fracos; bezerros persistentemente infectados; mortalidade neonatal. * Controle e prevenção da IBR E BVD: isolamento dos animais, diagnóstico e descarte; desinfecção dos materiais em contato; compra de animais sem a doença (quarentena), vacinação (fêmeas 2 meses antes da estação de monta) em áreas endêmicas ou com alta incidência de aborto. H. Raiva: Doença viral fatal, que feta o SNC, sendo uma zoonose. O vírus da raiva é da ordem Mononegavirales, Família Rhabdoviridae e Gênero Lyssavirus. Por @hasenvet Os sintomas são: debilidade de membros; decúbito; flacidez da língua/mandíbula; espasmos e ataxia; depressão ou agressividade; movimentos involuntários da cabeça e lábios; mugidos frequentes; tremores; salivação. O controle é feito pela população de morcegos hematófagos e pela vacinação preventiva anual ou semestral. A instrução normativa n° 5 do MAPA estabelece que a vacinação deve ser iniciada a partir do 3° mês de vida, sendo a segunda dose após 30 dias da 1° dose, sendo uma vacina obrigatória em áreas endêmicas. I. Infestação por endo e ectoparasitas: O controle é feito por meio do uso de fármacos, com o foco sendo os bezerros. A vermifugação é feita aos 15 dias de idade, sendo dado uma dose de reforço 30 dias após. Os carrapaticidas são usados quando há a necessidade. 1) Endoparasitas – Nematódeos gastrointestinais e pulmonares, sendo o principal o cisticerco (cisticercose). Bunostomum sp (intestino delgado) Ostertagia sp (abomaso) Cooperia sp (intestino delgado); Strongyloides papillosus (intestino delgado) Dictyocaulus (pulmão); Trichostrongylus sp (abomaso) Haemonchus sp (abomaso) Trichuris sp (intestino grosso) Oesophagostomum sp (intestino grosso) Os sintomas baseiam-se em: emagrecimento progressivo, mucosas pálidas, pelos arrepiados e sem brilho; diarreias contínuas, lombo arqueado, ventreaumentado de volume, edema de barbela, crescimento retardado, morte. A profilaxia e controle é feito por meio de: exame de fezes para correta identificação dos parasitos; rotação das pastagens e piquetes; separação de animais adultos dos jovens; rebanho em bom estado nutricional; não gerar excesso de lotação de pastagens; cultivo de lavouras estacionais; vermifugação. Os principais fármacos utilizados são: ivermectina, levamisol, albendazol, abamectina, doramectina, mebendazol, febendazol, oxibendazol, tetramisol, triclorfon, moxidectina e closantel. 2) Ectoparasitas – Os mais comuns de serem encontrados são: berne, carrapatos e mosca dos chifres. O controle se dá pela limpeza das áreas, uso de medicamentos adequados e eliminação dos focos com tratamento dos animais afetados. Geram prejuízos uma vez que desvalorizam o couro, aumenta a predisposição a infecções cutâneas, aumenta os gastos e formas graves podem gerar a morte do animal. a) Carrapatos: Controle é feito pela limpeza anual dos pastos, divisão e rotação das pastagens e pelo combate direto com o uso de medicamentos Por @hasenvet Gera prejuízos pois promove a desvalorização do couro, predisposição a berne e bicheiras, retarda o desenvolvimento do animal, aumenta os gastos com carrapaticidas e mão-de-obra, além de gerar doenças transmitidas pelos parasitas (ex.: tristeza parasitária bovina).
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