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Aminoácidos *Atenção! Assimetria do carbono α (quiralidade) = atividade óptica Unidades fundamentais das proteínas; São ácidos orgânicos que contêm um grupo funcional carboxílico, um amino, um átomo de H e um radical orgânico R ligados a um mesmo átomo de carbono (C-α). *Em pH fisiológico, o grupo carboxila costuma estar dissociado (COO- = íon carboxilato) e o amino protonado (NH3+) A posição do grupo NH3 determina a classificação do AA em L ou D *Os AAs nas proteínas são sempre L-estereoisômeros *GLICINA *Único AA comum que possui dois radicais iguais, não apresentando isômeros ópticos Observação: Embora mais de 300 aminoácidos tenham sido descritos na natureza, apenas 20 deles são usualmente encontrados como constituintes das proteínas (únicos codificados pelo DNA) = aminoácidos comuns/primários Alanina, arginina, aspartato (ácido aspártico), asparagina, cisteína, fenilalanina, glicina, glutamato (ácido glutâmico), glutamina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, prolina, serina, tirosina, treonina, triptofano e valina LIGAÇÃO PEPTÍDICA (covalente) Ligação entre dois aminoácidos consecutivos em uma cadeia peptídica. Se dá entre o carbono do grupo carboxila de um AA e o nitrogênio do grupo amina de outro AA a partir da eliminação de uma molécula de água (condensação/síntese por desidratação) *Início da cadeia = resíduo aminoterminal (NH3 livre) *esquerda *RESÍDUO = unidade de AA numa cadeia polipeptídica, uma vez que há perda de átomos número de ligações peptídicas = nº AAs - 1 A) NUTRICIONAL Essenciais – não são sintetizados naturalmente; precisam ser obtidos na dieta isoleucina, leucina, lisina, fenilalanina, metionina, treonina, triptofano, valina e histidina (9) NÃO essenciais (naturais) – são sintetizados naturalmente CONDICIONALMENTE essenciais – sob determinadas condições biológicas não são capazes de serem sintetizados *exemplo: arginina nos recém nascidos B) DESTINO NO METABOLISMO (gliconeogênese) Glicogênicos – convertidos em glicose Cetogênicos – convertidos em corpos cetônicos *Glicocetogênicos = leucina e lisina classificação AMINOÁCIDOS INCOMUNS Formados a partir da modificação* de resíduos de aminoácidos pós síntese proteica (AAs já incorporados na cadeia peptídica) *adição de grupos químicos nas cadeias laterais Exemplos: 4-hidroxiprolina e 5-hidroxilisina (componentes do colágeno); 6-N-metil-lisina (constituinte da miosina) e γ-carboxiglutamato (encontrado nos fatores de coagulação sanguínea e na protrombina) *Caso especial: selenocisteína – formada durante a síntese proteica a partir da substituição do enxofre da cisteína pelo selênio Bruna Larissa → MED 52 C) QUANTO À CADEIA LATERAL (grupo R) APOLARES – cadeia lateral formada por hidrocarbonetos alifáticos/aromáticos/modificados (hidrofóbicos) Obs: Efeito hidrofóbico – os AAs apolares tendem a agrupar-se no interior da proteína POLARES NEUTROS (não carregados) – cadeia lateral contém grupamentos hidrofílicos que conferem solubilidade intermediária ao AA, mas que não se ionizam; tendem a formar pontes de hidrogênio POLARES BÁSICOS (carregados positivamente) – cadeia lateral contém grupos amina e está ionizada positivamente em pH neutro [forma protonada] *Obs: a histidina [híbrido de ressonância] em pH 7 pode tanto estar protonada quanto não carregada POLARES ÁCIDOS (carregados negativamente) – cadeia lateral contém grupos carboxílicos e está ionizada negativamente em pH neutro [forma desprotonada] ORGANOLÉPTICAS – incolores e levemente adocicados FÍSICAS – apresentam atividade óptica; sólidos com solubilidade variável; PF e PE elevados QUÍMICAS – substâncias de caráter anfótero (podem atuar como bases ou ácidos fracos - ionizam em proporção limitada) PROPRIEDADES ÁCIDO-BASE 1. IONIZAÇÃO Em solução aquosa, os grupos amino e ácido dos AAs encontram-se ionizados. Dependendo do pH, a forma catiônica (NH3+) ou a forma aniônica (COO-) irão predominar. No pH isoelétrico,entretanto, verifica-se uma neutralidade elétrica na molécula pelo predomínio do zwitterion [íon dipolar – positivo e negativo ao mesmo tempo] FORMA I = totalmente protonada; FORMA II = ponto isoelétrico; FORMA III = totalmente desprotonada 2. TITULAÇÃO (adição/remoção gradual de prótons através da adição de uma base em uma solução aquosa de ácido fraco ou vice-versa) Os AAs apresentam curvas de titulação características, que além de fornecerem medidas quantitativas de pK, predizem sua carga elétrica (através do pI) e mostram regiões de poder tamponante. *Obs: pI = média aritmética pK1 + pK2 (p/ AAs dipróticos) 3. TAMPONAMENTO Os valores de pK correspondem aos valores de pH onde o aminoácido funciona como um tampão (evita mudanças bruscas de pH) durante a titulação. Estágios de desprotonação {em uma titulação com NaOH, partindo-se de um pH ácido}: 1) desprotonação do grupamento COOH – De um modo geral, na curva de titulação de um AA, observa-se um aumento de pH até aprox. pH = 2, momento no qual o grupamento COOH perde seu próton [libera íon H+ ] (pK1) 2) desprotonação do grupamento NH3 Continuando-se a titulação, o pH se eleva progressivamente até aprox.. pH = 9, quando o NH3 perde seu próton (pK2) propriedades *O pI varia de acordo com o AA; forma catiônica – predomina abaixo do pI; forma aniônica – predomina acima do pI *forma catiônica – predomina abaixo do pHi; forma aniônica – predomina acima do pHi TITULAÇÃO DA GLICINA *pK = constante de equilíbrio para ionização (tendência de um grupo em fornecer um próton) [pontos de inflexão; parte onde a alteração resultante da adição da base/ácido é máxima] *A titulação completa-se quando a forma predominante do AA é a totalmente desprotonada (H2N...COO-) *Análise de AAs no diagnóstico de doenças FENILCETONÚRIA (PKA) – erro inato do metabolismo; doença metabólica genética causada pela ausência/diminuição da atividade da enzima fenilalanina hidroxilase, que metaboliza o aminoácido fenilalanina (Phe) em tirosina (Tyr). *Diagnóstico através do teste do pézinho ➢ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS *decorrentes do acúmulo de fenilalanina e déficit de tirosina, precursora de neurotransmissores – A PKA não tratada leva a sintomas como convulsões, retardo mental, atraso no desenvolvimento psicomotor, problemas comportamentais, odor característico evidente na urina ➢ TRATAMENTO – controle da ingestão de fenilalanina (dieta com determinada quantidade diária de phe, que varia conforme a idade e gravidade da doença) *AA essencial LISINÚRIA com intolerância às proteínas (LIP) – erro inato do metabolismo; defeito no transporte* dos aminoácidos dibásicos [AA+] (lisina, ornitina e arginina), resultando em uma baixa absorção intestinal e aumento da eliminação renal (na urina) dos mesmos *inativação total/parcial do transportador y-LAT1 ➢ CONSEQUÊNCIAS: defeitos na síntese proteica e no metabolismo do colágeno; mal funcionamento do ciclo da ureia = hiperamoniémia por intolerância proteica ➢ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – diarreia com recusa em alimentos ricos em proteínas, vômitos, perda de consciência pelo acúmulo de NH3, aumento do fígado e baço, cabelos finos e quebradiços, atraso de crescimento, hipotonia muscular e osteoporose ➢ TRATAMENTO – dieta hipoproteica e suplementaçãode citrulina [pode normalizar o ciclo da ureia e é precursora de arginina e ornitina] aminoacidopatias Peptídeos e proteínas CLASSIFICAÇÃO *não há consenso entre os autores • OLIGOPEPTÍDEOS – entre 2 e 10 aminoácidos (di, tri, tetra, penta) • POLIPEPTÍDEOS – mais de 10 aminoácidos • PROTEÍNA – mínimo de 100 AAs (segundo Lehninger) Cadeias (polímeros) de aminoácidos; Resultado da união do grupo α-carboxil de um AA com o grupo α-amina de outro AA, com liberação de uma molécula de água. INSULINA – hormônio peptídico produzido pelas células beta do pâncreas. É hipoglicemiante e composto por duas cadeias polipeptídicas de 21 e 30 AAs. GLUCAGON – hormônio peptídico produzido pelas células alfa do pâncreas. É hiperglicemiante e formado por 29 AAs. OCITOCINA – hormônio hipotalâmico secretado pela neurohipófise. Estimula a ejeção do leite materno e as contrações uterinas, sendo formado por 9 AAs. ADH/VASOPRESSINA – hormônio hipotalâmico secretado pela neurohipófise. Estimula a reabsorção nos túbulos renais e a vasoconstrição, sendo formado por 9 AAs. peptídeos de importância biológica ASPARTAME (dipeptídeo sintético) – aditivo alimentar utilizado para substituir o açúcar comum [adoçante]. É formado por fenilalanina e arginina *risco para portadores de fenilcetonúria BCAA (branch chain aminoacids) – suplemento formado por uma combinação de leucina, valina e isoleucina, AAs essenciais de cadeia ramificada. Estudos sugerem que eles desempenham um papel importante durante os exercícios físicos: aumentam a resistência e reduzem a fadiga muscular CREATINA – composto formado a partir de glicina, arginina e metionina sintetizado naturalmente pelo fígado, rins e pâncreas. Atua na fosforilação do ADP em ATP, desempenhando papel importante na produção da energia utilizada na contração muscular. É vendida como suplemento por auxiliar na hipertrofia e melhorar o rendimento em exercícios de força e potência muscular CARNITINA (dipeptídeo) – composto formado por metionina e lisina e sintetizado naturalmente no cérebro, rins e fígado. É vendida como suplemento alimentar* por atuar na oxidação lipídica a partir do transporte de ácidos graxos de cadeia longa para as mitocôndrias. *eficácia não comprovada aplicações industriais de peptídeos Bruna Larissa → MED 52 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO PRIMÁRIA – sequência linear de aminoácidos (resíduos); Estrutura mantida por ligações peptídicas e algumas pontes dissulfeto *Os AAs que compõem a cadeia podem ser identificados pela hidrólise química/enzimática total da proteína SECUNDÁRIA – forma que a cadeia polipeptídica assume no espaço (arranjo espacial dos átomos pelo dobramento/enovelamento de partes da cadeia); Estrutura mantida por ligações de hidrogênio. Os dois padrões estruturais mais comuns são a alfa-hélice e a folha beta-pregueada. *Início da conformação 3D TERCIÁRIA – enovelamento da cadeia polipeptídica como um todo (dobramento da estrutura secundária sobre si mesma); Estrutura mantida principalmente por pontes dissulfeto e por ligações eletrovalentes entre as cadeias laterais. *Continuação da conformação 3D QUATERNÁRIA – união de duas ou mais estruturas terciárias (associação de cadeias polipeptídicas) Observações: ➢ A estrutura primária condiciona todas as outras: a função e a conformação tridimensional da proteína dependem da sequência dos aminoácidos. *Qualquer mudança na sequência de AAs pode impactar a estrutura/função da proteína por completo Ex: Anemia falciforme Uma mutação genética que provoca a substituição da base nitrogenada T pela A ocasiona a troca do aminoácido glutamina pela valina na cadeia β da hemoglobina = HbS. Como resultado, o indivíduo produz hemácias com aspecto de foice, causando deficiência no transporte de gases. estrutura das proteínas ➢ Detalhamento da estrutura secundária: *Numa única proteína podem haver vários tipos de estrutura secundária α-hélice • Conformação helicoidal (organização dos AAs ao redor de um eixo longitudinal) • Cada volta da hélice contém 3,6 aminoácidos e os grupos R [cadeias laterais apolares] voltam-se para a parte externa da hélice, onde estão livres para interagir. • *A carbonila de um AA tem seu oxigênio ligado ao hidrogênio do grupo amino de outro AA da mesma cadeia por meio de pontes de hidrogênio folha-β-pregueada • Conformação em zigue-zague e esqueleto distendido • As folhas podem ser paralelas (pares de pontes de H igualmente separados = cadeias em mesmo sentido) ou antiparalelas (pares de pontes de H alternando entre estarem muito próximos e muito separados entre si = cadeias em sentidos opostos; são mais estáveis) • Os grupos R voltam-se para cima e para baixo do plano da folha. • *As pontes de hidrogênio são formadas semelhantemente à alfa-hélice, mas entre grupos NH e CO de diferentes fitas (envolve 2 ou mais segmentos polipeptídicos) alças, dobras e loops – conformações irregulares; trechos que estabelecem conexão entre estruturas secundárias, normalmente invertendo a direção da cadeia ➢ Ligações que mantêm a forma das proteínas: - Pontes de hidrogênio - Pontes dissulfero - Interações hidrofílicas/hidrofógicas - Interações ácido-base ➢ DESNATURAÇÃO = alterações na estrutura nativa de uma proteína, resultando em perda total/parcial e reversível/irreversível de sua função ou atividade biológica. *FATORES: variação de temperatura, pH, radiação UV, exposição à substâncias detergentes/solventes *Estrutura NATIVA – conformação tridimensional na qual a proteína apresenta suas propriedades biológicas naturais 1. Quanto à presença de grupos interligados SIMPLES (homoproteínas) - compostas apenas por aminoácidos CONJUGADAS – apresentam grupos prostéticos (radicais não peptídicos), os quais podem ser orgânicos [como vitaminas] ou inorgânicos [íons metálicos] ex: grupo heme da hemoglobina 2. Quanto à forma FIBROSAS – aspecto retilíneo (cadeias arranjadas em folhas ou feixes) ex: queratina, miosina, colágeno GLOBULARES – aspecto arredondado (cadeias enoveladas em formas esféricas) ex: hemoglobina, albumina, mioglobina classificação
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