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A VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial que considera HAS como PA maior ou igual a 140 x 90 mmHg, seguida pela maioria das instituições no Brasil. Em 2017, uma diretriz publicada pela American Heart Association (AHA) passou a considerar como hipertensão valores de pressão arterial sistólica (PAs) acima de 130 ou pressão arterial diastólica (PAd) acima de 80. Esses novos valores aumentaram em 14% a prevalência da doença no país. CONCEITOS NORMOTENSÃO: valores menores ou iguais a 120/80 mmHg. PRÉ-HIPERTENSÃO: valores de PAS 121 e 139 mmHg e/ou PAD 81 e 89 mmHg. Pré-hipertensos são mais propícios a desenvolver HAS e há maiores riscos de complicações. CLASSIFICAÇÃO Existem duas formas de HAS: a primária, ou idiopática, e a secundária, que surge em decorrência de outra patologia. Além disso, também pode ser classificada de acordo com o estágio. Estágio 1: PAS 140-159 e PAD 90-99 Estágio 2: PAS 160-179 e PAD 100-109 Estágio 3: PAS acima de 180 e PAD acima de 110 FATORES DE RISCO São fatores de risco para seu surgimento: fatores genéticos, excesso de peso, sedentarismo, idade avançada, raça negra, diabetes, estilo de vida relacionado a alimentação, consumo excessivo de sal e de álcool, tabagismo, depressão e estresse. Uma das doenças mais frequentes no mundo, com prevalência estimada em cerca de 30% da população (varia de país para país porque muitos não possuem dados oficiais, apenas estimativas). A prevalência pode ser maior em países subdesenvolvidos pois os fatores socioeconômicos influenciam nesse percentual. No Brasil, a prevalência é de 32,5%, esse valor aumenta com o avançar da idade, até atingir cerca de 75% dos pacientes acima de 70 anos. É a causa mais comum de uso de medicamentos de forma crônica e, ainda assim, mais da metade de seus portadores não mantém um bom controle pressórico. Está relacionada com um aumento progressivo do risco cardiovascular em medida proporcional aos valores pressóricos (quanto mais alto a PA, mais risco). Como forma de diagnóstico precoce e redução de morbimortalidade, o Ministério da Saúde preconiza que todo adulto com 18 ou mais anos de idade tenha sua PA aferida pelo menos a cada dois anos, na Unidades Básicas de Saúde. As sociedades norte-americanas recomendam que essa frequência seja no mínimo anual. H I P E R T E N S A O A R T E R I A L CONSIDERAÇÕES GENÉTICAS Para a maioria dos hipertensos, a doença representa um distúrbio poligênico, no qual uma combinação de genes atua em consonância com exposições ambientais para dar uma contribuição apenas modesta á PA. Diferentes subgrupos de genes podem levar a diferentes fenótipos associados à HAS, como obesidade, dislipidemia e resistência à insulina. Os genes identificados estão envolvidos na regulação da PA, como por exemplo, codificação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, peptídeo natriurético atrial, adrenorreceptor b2 e alfa-aducina. A desregulação Epigenética surgiu como uma característica da hipertensão, responsável pela “herdabilidade perdida”. Há uma série de fatores por trás da gênese da HAS, desde genéticos a ambientais, que culminam em aumento do nível de catecolaminas circulantes, aumento do volume intravascular, ativação do Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e aumento da resistência vascular periférica. PRESSÃO ARTERIAL: produto entre o débito cardíaco e a resistência vascular periférica. O débito cardíaco é o produto da frequencia cardíaca e o volume sistólico. O volume sistólico é determinado por 3 fatores: sobre a pré-carga (sangue que chega ao coração), sobre a pós carga (sangue que sai) e sobre a contratilidade. O débito cardíaco é uma grandeza diretamente proporcional a PA (se o débito aumenta, a PA aumenta também). A resistência vascular periférica possui diversas aplicações, mais em nível endotelial. VOLUME INTRAVASCULAR: o sódio é o íon extracelular em questão, e ele é determinante primário do volume de líquido extracelular. Quando a ingestão de cloreto de sódio excede a capacidade renal de excreção, o volume vascular pode aumentar e aumentar também o débito cardíaco. Porém, muitos leitos capilares têm a capacidade de autorregulação, então a resistência naquele leito vai aumentar. A elevação inicial na PA pode estar relacionada com aumento do DEC, porém com o tempo a resistência periférica aumenta e o débito cardíaco reverte para o normal. Assim, o sal com cloreto pode ativar mecanismos neurais, endócrinos/parácrinos e vascular, sendo que todos tem potencial de aumentar a PA. Á medida que a PA aumenta em resposta a alta ingestão de sódio, a excreção urinaria aumenta e o equilíbrio de sódio é mantido, chamando-se “pressão-natriurese”. A hipertensão dependente da NaCl pode ser consequência da redução da capacidade do rim de excretar sódio devido doença renal intrínseca ou aumento da produção de hormônio que retém sal (mineralocorticoide). A reabsorção de sódio pode estar aumentada pela maior atividade neural do rim, sendo necessária uma maior pressão arterial para atingir o equilíbrio de sódio. MECANISMO NEURAL A hipertensão arterial possui uma gênese do tipo neural, principalmente no reflexo barorreceptor, que ativa o sistema nervoso simpático (SNS) e o sistema nervoso parassimpático (SNPS). As atividades dos receptores adrenérgicos (norepinefrina, epinefrina e dopamina) são mediados por proteínas G e por segundos mensageiros intracelulares. Além da afinidade e da densidade do receptor, a responsividade às catecolaminas pode ser alterada pela eficiência do acoplamento do receptor-efetor no local “distal” a ligação do receptor (agonistas alostéricos). Os receptores adrenérgicos foram divididos em alfa e beta, e ainda em alfa1-2 e b1- 2. • Alfa1 – localizados nas células pós- sinápticas no musculo liso e promovem vasoconstrição. No rim, eles aumentam a reabsorção tubular de sódio. • Alfa2 – membranas pré-sinápticas dos terminais nervosos pós-ganglionares que sintetizam norepinefrina. Agem como controladores de feedback negativo, inibindo ainda mais a liberação de norepinefrina. • Beta1 – no miocárdio estimulam a taxa e a força da contração cardíaca, aumentando o débito cardíaco. Estimula liberação de renina a partir do rim. • Beta2 – relaxa o musculo liso vascular e resulta em vasodilatação. O reflexo barorreceptor é ativado quando há uma mudança abrupta nos níveis pressóricos, tanto para mais quanto para menos. A informação é transmitida até o sulco carotídeo ou arco aórtico, principais localização dos barorreceptores. O sulco carotídeo é sensível a mudanças para baixo e para cima da PA, enquanto o arco aórtico é mais sensível somente para mudanças para cima da PA. Através do seio carotídeo, a informação é direcionada para o centro motor, e chega no tronco encefálico, onde há estímulo simpático e parassimpático. O sistema simpático vai ser responsável pelo aumento da frequencia cardíaca, através de uma estimulação direta do nó sinusal, efeito sobre o músculo cardíaco, aumentando da contratilidade e do volume sistólico e vasoconstrição em veias e artérias. O sistema parassimpático vai ser responsável redução da frequencia cardíaca, através do nó sinusal. MECANISMO HUMORAL O mecanismo humoral é dado através da estimulação do sistema renina-angiotensina- aldosterona (SRAA), que por final, através do angiotensinogenio II, faz a vasoconstrição e, através da aldosterona, a retenção hidrosalina de sódio e de água. Isso tende a aumentar o volume e, consequentemente, a pressão arterial. A renina pode ser secretada diretamente na circulação ou ser ativada no interior das células secretoras e liberada como renina ativa. A secreção da renina é estimulada pelo (1) transportereduzido de NaCl na porção distal do ramo ascendente da alça de Henle, (2) redução da pressão ou do estiramento na arteríola aferente renal e (3) estimulação das células secretoras de renina pelo sistema simpático (adrenorreceptores b1). Por outro lado, a secreção de renina é inibida pelo (1) aumento do transporte de sódio no ramo ascendente grosso da alça de Henle, (2) pelo aumento do estiramento na arteríola aferente renal e (3) pelo bloqueio do receptor b1. Na circulação, a renina cliva o angiotensinogênio, formando um decapeptídeo inativo, a angiotensina I. Uma enzima de conversão converte a angiotensina I em angiotensina II ativo e inativa o vasodilatador bradicinina. A angiotensina II age por meio de receptores tipo 1 (AT1) nas membranas celulares, realizando vasoconstrição e secretando aldosterona pela zona glomerulosa suprerrenal. MECANISMO VASCULAR Ativação em nível endotelial, através de alguns fatores como a endotelina e o óxido nítrico. O diâmetro do lumem está associado com a elasticidade do vaso, e quanto maior elasticidade, maior acomodamento do aumento de volume e pouca alteração pressórica. Porém, em um sistema vascular semirrígido, um pequeno aumento do volume induz um aumento relativamente grande na pressão. A rigidez arterial pode representar uma causa de hipertensão. A pressão de pulso está relacionada com as propriedades funcionais de grandes artérias e com a amplitude e o momento de ocorrência das ondas incidentes e refletidas, e então, o aumento da rigidez arterial resulta em aumento da velocidade da onda de pulso. A consequência é o aumento da pressão sistólica aórtica e redução da pressão diastólica aórtica, ou seja, aumento da pressão de pulso. O índice de aumento aórtico é calculado com a razão entre da pressão arterial central e a pressão de pulso O endotélio vascular sintetiza e libera várias substâncias vasoativas, incluindo o óxido nítrico, um vasodilatador potente. A vasodilatação dependente do endotélio está comprometida nos pacientes hipertensos. A endotelina é um peptídeo vasoconstritor produzido pelo endotélio, e os antagonistas da endotelina oralmente ativos podem baixar a pressão arterial em pacientes com hipertensão resistente. CORAÇÃO Doença cardíaca é a causa mais comum de morte nos pacientes hipertensos, e a cardiopatia hipertensiva é o resultado de adaptações estruturais e funcionais que levam a hipertensão ventricular esquerda, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial coronariana aterosclerótica e doença microvascular e arritmias cardíacas, incluindo fibrilação atrial. O controle agressivo da HAS pode regredir ou reverter a HVE e reduzir risco de cardiopatia. CÉREBRO o AVC é a segunda causa mais frequente de morte no mundo e a PA elevada é o fator de risco mais forte pra AVC, sendo que a incidência de AVC aumenta progressivamente com o aumento dos níveis de PA, em particular da PAS em pacientes maiores de 65 anos. O tratamento reduz a incidência tanto de AVC isquêmico quanto o hemorrágico. Estudos clínicos sugerem que a terapia anti- hipertensiva tem um efeito benéfico na função cognitiva, embora isso continue sendo uma área ativa de investigação. O fluxo sanguíneo cerebral permanece sem alterações em uma ampla faixa de pressões arteriais por meio da autorregulação do fluxo sanguíneo. RIM É alvo e causa da hipertensão, sendo a doença renal primaria a etiologia mais comum da hipertensão secundaria. Os mecanismos de hipertensão relacionados com o rim incluem redução da capacidade de excretar sódio, excesso de secreção de renina em relação ao estado de volume e excesso de atividade do sistema nervoso simpático. Em contrapartida, a hipertensão é um fator de risco para lesão renal e DRET. Com lesão renal progressiva, há perda da autorregulação do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular, a qual resulta em um limiar de pressão arterial mais baixo para lesão renal e uma curva mais acentuada entre a pressão arterial e a lesão renal. O resultado pode ser um ciclo vicioso de lesão renal e perda de néfron que causa hipertensão mais grave, hiper filtração glomerular e ainda mais lesão renal. ARTÉRIAS PERIFÉRICAS os vasos sanguíneos contribuem para hipertensão, mas também são alvos para a doença aterosclerótica secundaria á PA elevada de longa duração. A doença vascular nos hipertensos também contribui para AVC, doença cardíaca e insuficiência renal. São 6 as primícias básicas relacionadas a técnica da aferição da pressão arterial. 1. PREPARO A primeira ação deve ser explicar o procedimento para o paciente, por mais obvio que seja. Além disso, deve ser feito em ambiente calmo, após 3 a 5 minutos de repouso do paciente. 2. PERGUNTAS Há 4 perguntas essenciais: há quanto tempo urinou pela última vez? (pressão tende a subir por a bexiga estão cheia), fez alguma atividade física hoje? (não pode ter feito nos últimos 60 minutos), fumou hoje? (não pode ter fumado nos últimos 30 minutos) e ingeriu café ou álcool por hora? (não pode ter ingerido nos últimos 30 minutos). 3. POSICIONAMENTO O paciente idealmente precisa estar sentado, pernas descruzadas, pés apoiados no chão com o dorso recostados. A altura do braço esteja à altura do coração e a palma da mão virada para cima. 4. PULSOS Localizar o pulso braquial para saber onde será posicionado o manguito e o estetoscópio. 5. MANGUITO O aparelho de pressão deve estar calibrado. O manguito não pode ter folgas, 2 a 3 cm da fossa cubital e não pode ser colocado e cima da roupa. O manguito precisa estar adaptado a circunferência do braço do paciente. A circunferência cobre pelo menos 40% do braço e o comprimento 80 a 100% do braço. 6. RUÍDOS PULSO RADIAL: deve ser palpado para estimar a pressão arterial sistólica. Ao insuflar o manguito, pode-se estimar a pressão quando o pulso desaparece. Evita o desconforto de inflar mais do que o necessário, evita também hiato auscultatório estimativa de PA. O manguito deve ser insuflado em 20 a 30 mmHg acima da estimativa feita pela radial. O valor da PA é determinado pela ausculta entre o primeiro e últimos ruídos dos sons de Korotkoff. FASES DE KOROTKOFF: • Fase 1: surgimento dos primeiros sons. • Fase 2: sons suaves e prolongados. • Fase 3: sons mais intensos e nítidos. • Fase 4: sons baixa intensidade e abafados. • Fase 5: desaparecimento dos sons. HIATO AUSCULTATÓRIO: quando ocorre o desaparecimento dos sons durante a deflação do manguito, entre o final da fase I e da fase II de Korotkoff. Ocorre em maior prevalência nos idosos, pois estes pacientes possuem um processo de arteriosclerose, calcificação natural ao longo do tempo das artérias. MANOBRA DE OSLER: ocorre quando o manguito é insuflado após o valor da PAS e a artéria radial continua sendo palpável. IMPORTANTE • Realizar a aferição nos dois braços, em um intervalo entre 1 e 2 minutos e sempre considerar a PA de maior valor. Existe diferença fisiológica entre os membros, mas uma diferença considerável pode ser patológica, como dissecção aórtica, arteriosclerose e vasculite de grandes vasos. • Use uma média de 2 ou mais aferições em 2 ou mais ocasiões para estimar o nível da PA. • Informar os níveis pressóricos para o paciente. Uma das maiores dificuldades no diagnóstico da HAS é o fato de ela ser uma doença silenciosa. Seus portadores permanecem assintomáticos por longos períodos, inclusive aqueles que têm manifestações de lesões em órgãos alvos (LOA). A pressão arterial tende a ser mais alta nas primeiras horas da manhã, logo após o despertar, do que em outras horas do dia (infarto agudo do miocárdio e o AVC são mais comuns nesse horário). As pressões arteriais noturnas costumam ser 10 a 20% mais baixas doque as pressões arteriais diurnas (associado ao aumento do risco de doença cardiovascular). ANAMNESE SINTOMAS: perguntar se o paciente tem sintomas como cefaleia (pacientes com HAS normalmente é uma cefaleia occipital), vertigem, síncope, turvação visual, dispneia, dor torácica, palpitação. FATORES DE RISCO: sexo e idade são fatores de risco. Além disso, perguntar se o paciente é diabético, dislipidêmico, histórico de alguma doença cardiovascular (infarto, AVE). ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS: renda, moradia, número de coabitantes. Aspectos socioeconômicos tem relação direta com a prevalência e tratamento indicado. ESTILO DE VIDA: atividade física x sedentário, alimentação, vive em ambiente muito estressante. HISTÓRIA FAMILIAR: familiares com histórico de hipertensão, doenças cardiovasculares e outros fatores de risco. TRATAMENTO PRÉVIO: para pacientes que já foram diagnosticados e desistiram do tratamento pela ausência de sintomas. EXAME FÍSICO TECNICA CORRETA DA AFERIÇÃO DA PA. DADOS ANTROPOMÉTRICOS: peso, altura, IMC, circunferência abdominal. FUNDOSCOPIA: Avaliar se o paciente tem Retinopatia hipertensiva. SOMATOSCOPIA: avaliar sinais característicos, como face em lua cheia, obesidade central, obesidade, sinais periféricos de doenças coronarianas. EXAME CARDIOVASCULAR: avaliar ictus, bulhas, sopros, frêmitos, turgência jugular patológica... EXAME DOS VASOS: avaliar através da palpação dos vasos periféricos e centrais, variação de consistência e elasticidade. EXAME NEUROLÓGICO: avaliar desde a marcha do paciente, até a força, sensibilidade, alguma paresia ou plegia. EXAMES LABORATORIAIS O pedido de exame laboratorial é individualizado, de acordo com o que o paciente precisa. Normalmente são pedidos: URINA: avaliar a presença de proteinúria, que pode significar uma lesão incipiente renal, excreção de albumina, ureia e/ou creatina sérica. POTÁSSIO: pode ajudar na descoberta de contraindicações de remédios, seja níveis altos ou baixos de potássio. Além disso, uma hipocalemia pode significar uma HAS secundária por hiperaldosteronismo. GLICEMIA E HEMOGLOBINA GLICADA: avaliar a variação da glicose nos últimos 3 meses. CREATINA: principal marcador de função renal. ÁCIDO ÚRICO: hiperuricemia é importante, principalmente, se utilizados diuréticos tiazídicos, que retem a excreção de ácido úrico e pode propiciar uma crise de gota. COLESTEROL: dislipidemia é fator de risco associado. EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: extensão do exame físico do cardiologista. Pode nos dar diversas informações como isquemias, arritmias, sobrecargas atriais e ventriculares e outros. RAIO X DE TÓRAX: Pode mostrar informações como área cardíaca, acometimento pulmonar, inversão de trama... DOPPLER RENAL: Reservado mais para pacientes com suspeita de hipertensão secundária do tipo renovascular. ECOCARDIOGRAMA: Para todos. Usado para avaliar função cardíaca, saber se tem algum déficit segmentar, valvulopatia, hipervolemia ou hipovolemia. TESTE ERGOMÉTRICO: Casos selecionados para pesquisa de isquemia e avaliação da capacidade cardiopulmonar (capacidade aeróbica). MAPA/MRPA: Possuem indicações para suspeita de HAS ou efeito do jaleco branco e hipertensão mascarada. Além disso, também serve para confirmação diagnóstica em casos suspeitos, avaliação da eficácia terapêutica e confirmação de HAS resistente e refratária. MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MAPA) O paciente fica com um medidor automático da pressão arterial em seu braço durante 24h, sendo realizadas medidas a cada 20 min (ideal), durante a vigília e o sono. Para ter validade, há necessidade de, pelo menos, 16 medidas diurnas e 8 medidas noturnas, preferencialmente em dia “normal” de semana. O paciente deve anotar as atividades para confrontar os valores ao longo das 24h. Método mais fidedigno, mas de difícil acesso. VANTAGENS: sem influência do médico, variação da PA em 24 horas, avaliação da PA no sono (descenso noturno), eficácia da terapia. DESVANTAGENS: adequação do manguito, distúrbios de movimento e arritmias cardíacas, desconforto do método, custo elevado. Descenso noturno: durante o sono, a tendencia é a redução do metabolismo e, consequentemente, da PA também. O normal esperado é uma redução entre 10 e 20% da PA durante a noite. Quando maior que 20%, diz-se acentuado. Quando a queda é menos de 10%, diz-se descenso atenuado (maior risco cardiovascular). Se não houver redução, diz- se que está ausente. RESULTADOS QUE CONFIRMAM DIAGNÓSTICO: MEDIDA RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MRPA) O paciente realiza as próprias medidas da pressão arterial em seu domicílio, com aparelho automático validado. Para ter validade, devem ser feitas três medidas pela manhã e novamente 3 medidas à noite, por, pelo menos, 5 dias. VANTAGENS: baixo custo, reduz idas ao médico, boa aceitação, promove maior adesão no tratamento posteriormente, bom valor prognóstico. DESVANTAGENS: não avalia descenso noturno, poucas medidas obtidas, semiotécnica duvidosa, risco de “autoajuste” de medicação. RESULTADOS QUE CONFIRMAM DIAGNÓSTICO: HIPERTENSÃO MASCARADA: há pressão elevada em medidas fora do consultório, porém é normal na medida durante a consulta. A prevalência é de 13%. Pode acontecer devido ao nível de estresse, bebidas alcoólicas e disfunção renal. EFEITO DO JALECO BRANCO: quando há diferença da PAS de 20 mmHg e/ou PAD maior ou igual a 10 mmHg, da pressão verificada em casa e no consultório. HIPERTENSÃO DO JALECO BRANCO: o paciente apresenta aumentos dos valores pressóricos em consultas médicas, com medidas fora do consultório normais, quando faz exames MAPA e MRPA. Pressupõe-se que esse aumento se dá pela ansiedade e estresse com a consulta. Há controvérsia quanto ao aumento do risco cardiovascular e necessidade de tratamento nestes pacientes. A prevalência é de 32%, e dentre esses, cerca de 55% desses pacientes apresenta HAS estágio I. AUTOMEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (AMPA) Realizada pelo próprio paciente, por familiares ou pessoas treinadas (exemplo: na farmácia), com aparelhos automáticos. É diferenciado da MRPA por não ter os horários sistematizados, podendo ser realizada em dias e horários alternados. É o método mais fácil e serve também para controle após início do tratamento. São complicações da HAS: • CARDIOVASCULAR: aumento do risco cardiovascular, doença arterial coronariana (DAC), infarto agudo do miocárdio (IAM), miocardiopatia hipertensiva, arritmias, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica. • CEREBROVASCULAR: acidente vascular encefálico (AVE), demência vascular, redução da capacidade cognitiva. • RENAL: doença renal crônica. • OFTÁLMICA: retinopatia hipertensiva. • VASOS: arteriosclerose. O diagnóstico de HAS é essencialmente clínico, feito pela medida seriada da pressão arterial em ao menos duas ocasiões (pela Diretriz Brasileira; o MS, entretanto, recomenda três aferições), obtendo valores médios acima ou igual a 140 x 90 mmHg. Habitualmente essa medida é realizada em consulta médica, mas há outras técnicas de aferição que podem ser empregadas, sobretudo na suspeita de HAS mascarada ou Hipertensão do Jaleco Branco. Deve-se ficar atento à alteração dos valores de referência para estes métodos, nos quais considera-se HAS valores médios diurnos acima de 130 x 80 mmHg ou em 24h acima de 125x75 mmHg. O primeiro passo no tratamento da HAS é conscientizar o paciente de que essa é uma doença crônica, cujo tratamento deve permanecer pelo resto de sua vida, evitando que ele pare de tomar os medicamentos por “não sentir nada” ou porque “a pressão controlou”. Quanto à terapia medicamentosa, existem diversas classes de fármacos e associações possíveis que podemser utilizadas, cada qual com suas indicações e contraindicações O tratamento se dá em cima do risco cardiovascular do paciente e possível mudança do estilo de vida, para então pensar se há necessidade de medicação, visando alvo terapêutico, escolher o melhor hipertensivo e quais estão disponíveis. RISCO CARDIOVASCULAR • Sexo: homens tem mais risco. • Idade: Homens maiores de 55 anos e mulheres maiores de 65 anos. • Tabagismo, dislipidemia, diabetes, obesidade. • História familiar: familiares homens menores de 55 anos e mulheres menores de 65 anos. • Histórico com lesão de órgão alvo: angina, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, ataque isquêmico transitório, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, retinopatia, doença arterial obstrutiva periférica. MAIS IMPORTANTES: diabetes, doença renal crônica e antecedentes de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA DIETA: A dieta tem total impacto na doença cardiovascular, na progressão da hipertensão e na qualidade de vida do paciente hipertenso. • DIETA DASH: dieta rica em frutas, legumes e baixo teor de gorduras. O benefício dela é independente da perda de peso. • DIETA DO MEDITERRÂNEO: Também é rica em frutas e legumes, tendo consumo de peixes e azeite de oliva. Impacto das duas é muito semelhante no prognóstico da hipertensão e são extremamente benéficas. PERDA DE PESO: É o maior impacto em relação a pressão arterial. Uma redução de 5% do peso corporal basal, pode reduzir de 20 a 30% da PA. ATIVIDADE FÍSICA: As recomendações gerais estabelecidas pela OMS sobre as atividades físicas para adultos são 150 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos de atividade aeróbica intensa por semana. INGESTA DE SAL: limite ideal é de 2g/dia. A média brasileira é de 11,4g/dia. CONSUMO DE ÁLCOOL: a recomendação é evitar o consumo, porém o ideal seria 1 dose/dia para mulheres e 2 doses/dia para homens. ALVOS TERAPÊUTICOS < 140/90 mmHg: pacientes HAS estágio I + baixo/moderado risco de CV, pacientes HAS estágio II + baixo/moderado risco CV e pacientes HAS estágio III. < 130/80 mmHg: pacientes HAS estágio I + alto risco CV e pacientes HAS estágio II + alto risco CV. < 150/90 mmHg: idosos. PARA QUAL PACIENTE DEVE-SE PRESCREVER ANTI- HIPERTENSIVO? Pacientes com alto risco de doenças cardiovasculares e pacientes HAS estágio II ou III. Pacientes HAS estágio I e com baixo risco de doenças cardiovasculares, o indicado é mudança do estilo de vida por 06 meses. Pacientes HAS estágio I e risco moderado de doenças cardiovasculares, o indicado é mudança do estilo de vida por 03 meses antes de iniciar tratamento com medicação. FLUXOGRAMA DO TRATAMENTO A monoterapia ou o uso combinado de medicações deve seguir as seguintes recomendações: Classificação dos anti-hipertensivos com base no seu local primário ou mecanismo de ação • Diuréticos • Betabloqueadores • Inibidores da enzima conversora de angiotensina • Antagonista do receptor de angiotensina II • Bloqueadores do canal de cálcio • Vasodilatadores • Agentes de ação central (alfa-antagonistas) • Alfa-bloqueadores DIURÉTICOS PRINCIPAIS REPRESENTANTES: furosemida, hidroclorotiazida, clortalidona, indapamida, espironolactona. O mecanismo exato envolvido na redução da pressão arterial pelos diuréticos não está bem estabelecido. Normalmente funciona bem nas primeiras semanas, mas depois disso nosso organismo consegue criar uma proteção contra a liberação de sódio, começando a liberar mecanismos compensatórios (aumenta atividade simpática, libra aldosterona...) O efeito hipotensor durante a terapia a longo prazo parece ser devido a redução da resistência vascular, o débito cardíaco retorna a valores anteriores aos do tratamento e o volume extracelular permanece um tanto reduzido. SUBCLASSES DE DIURÉTICOS: • Diuréticos de alça: furosemida • Diuréticos de t. contorcido distal: tiazidas • Diuréticos de t. coletor: espironolactona DIURÉTICOS DE ALÇA: FUROSEMIDA APRESENTAÇÃO: comprimidos de 40 mg. DOSE HABITUAL: 20 – 160 mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: 88% eliminado através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: Agem no ramo ascendente da alça de Henle, inibindo a proteína responsável pelo transporte de Na/K/2Cl. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 60% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito entre 30 a 60 minutos, o pico do efeito entre 1 e 2 horas e duração varia de 6 a 8 horas. São os diuréticos mais potentes, de ação rápida (em casos de crise hipertensiva), podendo agir mesmo que a função renal esteja comprometida. CURIOSIDADE: o nome comercial mais comum da furosemida é o “lasix”, e é traduzido como “the last six hours” justamente pelo tempo de atuação da furosemida. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: insuficiência cardíaca congestiva, edema. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (reação alérgica a algum componente da furosemida), insuficiência renal anúrica, hipopotassemia, hipovolemia, hipotensão, hipocalemia. Também não é indicado para gestantes e lactantes, pois atravessa a barreira placentária e é excretado no leite. CURIOSIDADE: a furosemida pode mascarar o uso de medicamentos como, por exemplo, anabolizantes que atletas podem usar para obter um rendimento maior, é considerado DOOPING em esportes de alto desempenho. EFEITOS ADVERSOS: hipocalemia (diminuição dos níveis de potássio), hipomagnesia (diminuição dos níveis de magnésio), aumento cálcio, aumento LDL (colesterol ruim), intolerância glicose (diabéticos), impotência sexual, hiperuricemia (aumento do ácido úrico), câimbras, alcalose metabólica, depleção de fluidos com desidratação e hipotensão, insuficiência renal, altas doses estão relacionadas com ototoxicidade (surdez) e nefrotoxixidade. DIURÉTICOS DE T. CONTORCIDO DISTAL: TIAZIDAS APRESENTAÇÃO: comprimidos de 25 a 50 mg. DOSE HABITUAL: 25 – 100 mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: agem impedindo a reabsorção de Na+ no túbulo contorcido distal. Promovem “leve” diurese. Inicialmente os diuréticos tiazídicos diminuem o volume extracelular pela interação com um cotransportador de NaCl sensível à tiazidas no túbulo contorcido distal, aumentando a excreção de Na+ e resultando em diminuição do débito cardíaco. CURIOSIDADE: Nos primeiros 28 dias de tratamento, o uso da hidroclorotiazida tem efeito puro diurético, e somente após esse período ela vai ter efeito vasodilatador. Por isso, para avaliar a eficácia do uso do medicamento relacionado aos níveis pressóricos, precisa ser após os primeiros 28 dias. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 65 a 75% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito em, mais ou menos, 2 horas, o pico do efeito se dá entre 1 e 5 horas e a duração varia de 6 a 12 horas. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: idosos, raça negra. Permitem ação anti-HAS lentas, são melhor indicadores em pacientes com renina baixa (normalmente negros e idosos). CONTRAINDICAÇÕES: insuficiência renal anúrica (TFG < 30), pacientes com gota (tiazida impede a excreção de ácido úrico), hipersensibilidade (alergia), insuficiência hepática, hipovolemia, hipotensão, hipocalemia. Também não é indicado para gestantes e lactantes, pois atravessa a barreira placentária e é excretado no leite. Em geral é um remédio seguro, mas pode causar algumas doenças como carcinoma basocelular e câncer de lábio, ambos contam na bula do remédio EFEITOS ADVERSOS: hipocalemia (diminuição dos níveis de potássio), hipomagnesia (diminuição dos níveis de magnésio), hipopotassemia (diminuição dos níveis de potássio), aumento cálcio, aumento LDL (colesterol ruim), hiperglicemia(diabéticos), impotência sexual (disfunção erétil), hiperuricemia (impede a excreção do ácido úrico, precipita crise de gota em indivíduos com predisposição), leucopenia, trombocitopenia, anemia, fraqueza, câimbras, hipovolemia. DIURÉTICOS DE T. COLETOR: ESPIRONOLACTONA Conhecida como diurético “poupador de potássio”, porque ela impede a ligação dos receptores da aldosterona. Aldosterona faz a retenção de água e de sódio, e excreta potássio. Quando é impedida, acontece o contrário: excreção de água e sódio e retenção de potássio. APRESENTAÇÃO: comprimidos de 25 mg, 50 mg e 100 mg. DOSE HABITUAL: 25 – 200 mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: é um antagonista da aldosterona que bloqueia seus receptores no túbulo contorcido distal, facilitando a excreção de Na+ e retenção de K+. BIODISPONIBILIDADE: superior a 90% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito em 2 a 3 dias e a duração varia entre 48 e 72 horas. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: insuficiência cardíaca. Devem ser utilizados em pacientes vulneráveis a hipocalemia. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergia), insuficiência renal anúrica, hipercalemia, pacientes portadores da doença de Addison (autoimune – distúrbios da glândula adrenal). EFEITOS ADVERSOS: ginecomastia (aumento do tecido mamário masculino), hipocalemia (redução dos níveis de potássio), hipermagnesia (aumento dos níveis de magnésio), nefrotoxixidade, câimbra, rash cutâneo, redução de libido. BETABLOQUEADORES PRINCIPAIS REPRESENTANTES: propranolol, metoprolol, bizoprolol, atenolol, nebivolol, carvedilol. ATENOLOL APRESENTAÇÃO: comprimidos de 25 mg, 50 mg e 100 mg. DOSE HABITUAL: 25 – 100 mg/dia. ABSORÇÃO: 50% no trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: através das fezes e urina. MECANISMO DE AÇÃO: inibe receptores β-1. (receptor cardíaco). DICA: β-1. CORAÇÃO E β-2 PULMÃO. • Betabloqueadores seletivos (β-1): bizoprolol, matoprolol, atenolol, nebivolol. • Betabloqueadores não seletivos (β-1 e β-2): propranolol, nadolol, pindolol. • Duplo-efeito (β-1 e alfa): carvedilol. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 46 a 60% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito em, mais ou menos, 60 minutos, o pico do efeito se dá entre 2 e 4 horas e a duração é de 24h no organismo. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, angina (primeira escolha porque dilata as coronárias), fibrilação atrial, insuficiência cardíaca (os que altera o prognóstico). É utilizado EM CASOS ESPECÍFICOS como monoterapia em pacientes com enxaqueca e síndrome de ansiedade. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergia), bradicardia, broncoespasmo em asma e DPOC (apenas para betabloqueadores não seletivos), bloqueio atrioventricular. Também não é indicado para gestantes e lactantes, pois atravessa a barreira placentária e é excretado no leite. CURIOSIDADE: betabloqueador também pode ser usado para DOOPING. Usado para ficar mais calmo. EFEITOS ADVERSOS: Bradicardia, broncoespasmo, distúrbio na condução atrioventricular, descompensação inicial da insuficiência cardíaca, distúrbios gastrointestinais, redução da libido e, até mesmo, impotência sexual. Foi feito uma metanálise com mais de 22 estudos, mais de 60 mil pacientes hipertensos inclusos, e concluiu-se que o uso de betabloqueadores pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA) PRINCIPAIS REPRESENTANTES: captopril, lisinopril, enalapril, perindopril, ramipril. ENALAPRIL APRESENTAÇÃO: comprimidos de 12,5 mg, 25 mg e 50 mg. DOSE HABITUAL: 50 – 150 mg/dia. ABSORÇÃO: 75% no trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: inibem a enzima conversora de angiotensina I (ECA), impedindo a formação da angiotensina II. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 75% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito entre 15 e 60 minutos após ingerido, o pico do efeito se dá entre 60 e 90 minutos e a duração entre 6 e 12 horas no organismo. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: insuficiência cardíaca, pós IAM, alteração de função renal. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergia), estenose bilateral de artéria renal, hipercalemia refratária, hipotensão, insuficiência renal, histórico de angioedema, uso concomitante de BRA. Também não é indicado para gestantes e lactantes, pois atravessa a barreira placentária e é excretado no leite. EFEITOS ADVERSOS: tosse seca, hiperpotassemia (aumento dos níveis de potássio), aumento inicial da creatinina, angioedema, erupção cutânea, hipotensão, hipercalemia, lesões cutâneas, sintomas TGI. A incidência de pacientes que usam IECA e tem tosse seca como efeito adverso varia entre 5 e 20%, sendo as mulheres chinesas as mais afetadas. Isso acontece porque quando o ECA é inibido, ocorre a liberação da bradicinina, que é um potente estimulante da tosse. Tratamento: suspensão da medicação. BLOQUEADOR DO RECEPTOR AT1 DA ANGIOTENSINA II (BRA) PRINCIPAIS REPRESENTANTES: losartana, candersatana, valsartana, olmesertana. LOSARTANA APRESENTAÇÃO: comprimidos de 25 mg, 50 mg e 100 mg. DOSE HABITUAL: 25 – 1—mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: 60% através da bile/fezes e 35% através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: antagonizam a ação da angiotensina II por bloquear especificamente os receptores AT1. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 33% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE A AÇÃO: começa fazer efeito após entre 1 e 4 horas, o pico do efeito se dá entre 5 e 6 horas e a duração é de 24h no organismo. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: insuficiência cardíaca, pós IAM, alteração de função renal. Também para pacientes que tomaram IECA e tiveram tosse. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergia), insuficiência hepática grave, hipercalemia refratária, hipotensão, estenose bilateral de artérias renais, insuficiência renal, uso concomitante de IECA. Também não é indicado para gestantes e lactantes, pois atravessa a barreira placentária e é excretado no leite. EFEITOS ADVERSOS: hiperpotassemia (aumento dos níveis de potássio), aumento inicial da creatinina, angioedema, erupção cutânea, hipotensão, hipercalemia, lesões cutâneas, sintomas TGI. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO PRINCIPAIS REPRESENTANTES: bloqueadores periféricos (nifedipino, anlodipino, nimodipino), bloqueadores mistos que atuam tanto na parte periférica quanto central (diltiazem), bloqueador central (verapamil). São divididos entre diidropiridínicos e não diidropiridínicos. DIIDROPIRIDÍNICOS: atuam direto na célula muscular lisa, gerando vasodilatação por conta da redução da resistência vascular periférica. Por isso, são chamados de “vasodilatadores periféricos”. Nesse grupo está o nifedipino, o anlodipino e o nimodipino. NÃO DIIDROPIRÍDINICOS: atuam no músculo cardíaco gerando vasodilatação e no sistema de condução reduzindo a frequencia cardíaca. Nesse grupo está o verapamil e o diltiazem. ANLODIPINO APRESENTAÇÃO: comprimidos de 2,5 mg, 5 mg e 10 mg. DOSE HABITUAL: 2,5 – 10 mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal ELIMINAÇÃO: 25% através da bile/fezes e 60% através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: primordialmente ocorre redução da resistência vascular periférica como consequência da diminuição da quantidade de cálcio (bloqueio dos canais de cálcio) no interior das células musculares lisas das arteríolas. BIODISPONIBILIDADE: varia entre 64 e 90% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito após entre 3 e 5 horas, o pico do efeito se dá entre 6 e 12 horas e a duração é de 24h no organismo. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: idosos, raça negra,insuficiência cardíaca. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergia), obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo, hipotensão, deficiência de glicerol quinase, insuficiência cardíaca descompensada ou choque cardiogênico (não-diidropiridínicos). EVITAR o uso para gestantes e lactantes, pois PODE atravessar a barreira placentária e sair no leite. EFEITOS ADVERSOS: cefaleia, palpitação, rubor, vasodilatação, edema periférico, taquicardia. VASODILATADORES PRINCIPAIS REPRESENTANTES: hidralazina e Minoxidil. HIDRALAZINA APRESENTAÇÃO: comprimidos de 25 mg, 50 mg e 100 mg. DOSE HABITUAL: 75 – 300 mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: 10% através das fezes e 52 a 90% através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: age direto na célula muscular lisa das arteríolas. Impedem o influxo de cálcio para dentro do reticulo sarcoplasmático, gerando vasodilatação. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 26 a 55% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito em cerca de 45 minutos, o pico do efeito se dá entre 1 e 2 horas e a duração é de 2 a 4 horas no organismo. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: crise hipertensiva, DAC. Pode ser feito em gestantes e lactantes. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergia), insuficiência de ventrículo direito (vasodilatador reduz o retorno venoso), insuficiência cardíaca de alto débito, hipotensão, lúpus idiopático. EFEITOS ADVERSOS: lúpus induzido por droga, cefaleia, angina, flushing (rubor), sintomas gastrintestinais. AGENTES DE AÇÃO CENTRAL (ALFA- AGONISTAS) PRINCIPAIS REPRESENTANTES: metildopa (primeira escolha para gestantes) e clonidina. CLONIDINA APRESENTAÇÃO: comprimidos de 0,1 mg, 0,15 mg e 0,20 mg. DOSE HABITUAL: 0,2 – 06 mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: 20% através da bile/fezes e 60% através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: estimula os receptores alfa adrenérgicos do sistema nervoso central, ocorrendo 2 coisas: (1) redução do fluxo simpático, que gera a vasodilatação e (2) diminuição do sinal de dor. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 75 a 95% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito em cerca de 30 a 60 minutos, o pico do efeito se dá entre 1 e 3 horas e a duração é de 8 horas no organismo. CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergia), galactosemia, BAV avançado. EVITAR o uso para gestantes e lactantes, pois PODE atravessar a barreira placentária e sair no leite. EFEITOS ADVERSOS: sonolência, cefaleia, fadiga, tonteira, erupções cutâneas, xerostomia (boca seca), dor abdominal. Efeitos adversos podem ser reduzidos pela aplicação transdérmicos. ALFA-BLOQUEADORES PRINCIPAIS REPRESENTANTES: doxazosina e prazosina. PRAZOSINA APRESENTAÇÃO: comprimidos de 1 mg, 2 mg e 4 mg. DOSE HABITUAL: 1 – 20 mg/dia. ABSORÇÃO: trato gastrointestinal. ELIMINAÇÃO: 10% através das fezes e 52 a 90% através da urina. MECANISMO DE AÇÃO: inibe receptores alfa adrenérgicos (pós-sinápticos), que gera vasodilatação. BIODISPONIBILIDADE: cerca de 50 a 70% (quantidade ativa da droga no nosso organismo). TEMPO DE AÇÃO: começa fazer efeito em cerca de 30 a 90 minutos, o pico do efeito se dá entre 2 e 4 horas e a duração entre 10 e 24 horas no organismo. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS: CONTRAINDICAÇÕES: hipersensibilidade (alergias), angina, depressão do sistema nervoso central na síndrome da íris flexível, priaprismo (ereção peniana prolongada). Também não é indicado para gestantes e lactantes, pois atravessa a barreira placentária e é excretado no leite. EFEITOS ADVERSOS: palpitações (mais comum), sonolência, cefaleia, fadiga, fraqueza muscular, principalmente em MMII (7%). ASSOCIAÇÃO Os medicamentos de primeira linha para tratamento da HAS primária são os iECA, BRA, BCC e diuréticos tiazídicos. Pacientes com pressão muito elevada (geralmente PAs> 20 mmHg do valor ideal ou PAd> 10) provavelmente não terão esses valores controlados com monoterapia, sendo necessário associar mais de uma classe anti- hipertensiva (a partir da HAS estágio 2 já está indicado o início do tratamento com duas medicações de primeira linha). Se a pressão continuar elevada após o uso de duas classes de anti-hipertensivos, uma terceira pode ser adicionada, sendo a combinação mais indicada a associação de iECA (ou BRA) + BCC diidropiridínico (ou betabloqueador) + diurético tiazídico (ou espironolactona). É considerada uma hipertensão resistente aquela que permanece descontrolada após o uso adequado de três classes de anti-hipertensivos, incluindo um diurético.
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