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Tutorial 10 - Fisiologia Cardíaca

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Problema 10 – Módulo VIII 
Ausculta Cardíaca 
Focos de Ausculta: 
 Foco Aórtico = 2º EI direito paraesternal. 
 Foco Pulmonar = 2º EI esquerdo 
paraesternal. 
 Foco Aórtico Acessório = 3º EI esquerdo 
paraesternal. 
 Foco Tricúspide = 4º/5º EI esquerdo 
paraesternal inferior perto do processo 
xifoide. 
 Foco Mitral = 5º EI na linha 
hemiclavicular. 
Bulhas Cardíacas: 
 B1 (TUM) – fechamento da válvula mitral e 
tricúspide. Componente mais importante. 
É mais alta que B2 no foco mitral e 
tricúspide, caso contrario indica 
hipofonese de B1. 
 
 B2 (TÁ) – fechamento das valvas aórtica e 
pulmonar. O componente aórtico pode 
ocorrer antes do som pulmonar (VE se 
esvazia mais rápido). 
Na expiração, B2 é única, porém na inspiração 
pode desdobrar-se, ocorrendo som aórtico 
precocemente em relação ao pulmonar, devido 
ao aumento do retorno venoso na inspiração. A 
válvula pulmonar fecha-se um pouco depois, 
tendo um atraso fisiológico. 
 B3 – som de baixa frequência associado 
ao aumento das dimensões ventriculares. 
Ocorre depois de B2 durante o 
enchimento ventricular e indica presença 
de ventrículo aumentado e pouco 
complacente. 
Nem toda B3 é patológica, ela pode ser detectada 
em gestantes sem cardiopatia, e em jovens 
saudáveis. 
O som normal é TUM-TA, mas quando tem B3, é 
TUM-TA-TA. 
 B4 – ruído telediastólico de baixa 
frequência originada da contração atrial 
ou distensão da parede ventricular. Em 
geral está presente em alterações 
estruturais cardíacas. É causada pela 
entrada de sangue no VE por causa da 
contração atrial. 
Ocorre em miocardiopatia hipertrófica, HAS, 
estenose aórtica e DAC. 
Exame Físico Cardiovascular 
 Inspeção – analisar a caixa torácica. 
 Palpação – palpar estruturas. 
 Percussão 
 Ausculta 
Quantificar os pulsos arteriais em cruzes + até 
++++ ou ausente. 
Aferir PA nos membros superiores dos dois 
lados. Quando maior que 20mmHg do normal, 
prestar atenção. 
Atentar para hipotensão ortostática (queda da PS 
maior que 20mmHg/PD maior que 10mmHg). 
 
Vários achados físicos não cardíacos e 
vasculares podem sugerir a presença de 
cardiopatias. 
Sempre avaliar o estado geral, nível de 
consciência, extremidades, mucosas, olhos, pele, 
extremidades, estruturas osteomusculares e 
abdomen 
PERFUSÃO PERIFÉRICA: status circulatório 
relacionado com a integridade da vascularização 
local e debito cardíaco. Deve-se avaliar a 
temperatura, coloração e o tempo de enchimento 
das extremidades. 
 O normal é menor que 2 s para encher. 
 >:3s – vasoconstrição por hipotermia, 
hipovolemia, ou baixo debito, além de 
obstrução arterial. 
 Pulsação capilar – sinal de Quincke. 
Encontramos em algumas situações que 
provocam dilatação dos capilares: banhos 
quentes, gestação, febre, anemia ou 
hipertireoidismo. 
E nas cardiopatias com grande diferencial de 
pressão como Ia e hipertensão sistólica 
CIANOSE – coloração azulada da pele e da 
mucosa observada nas extremidades corporais. 
Pode ser periférica ou central. 
Cianose por baixo débito cardíaco acompanha-se 
de má perfusão periférica e redução da 
temperatura local. 
BAQUETEAMENTO DIGITAL OU HIPOCRATISMO 
DIGITAL: ainda não se sabe a real causa, porem é 
relacionada á hipoxemia crônica. 
PULSO ARTERIAL: avaliar regularidade e a FC 
caso seja regular. Pode ser um pulso diferente 
da ausculta em cardiopatias como fibrilação 
arterial. Comparar pulsos dos dois lados. 
INSPEÇÃO TORÁCICA: deformidades em barril 
(DPOC), cifoescoliose, pectus excavatum ou 
carinatum. 
ICTUS CORDIS: paciente em decúbito dorsal 
com cabeceira elevada no máximo em 45 graus. 
A palpação deve ser realizada com a ponta dos 
dedos e com as regiões tênar e hipotênar, 
englobando as regiões apical e precordial, áreas 
paraesternais, aórtica, pulmonar, fúrcula e 
epigástrio. 
Pode ser visto como uma impulsão suave e 
abrupta na região dos 4 º e 5 º EIE, variando da 
região paraesternal esquerda à linha 
hemiclavicular e ocupando uma a duas polpas 
digitais. 
 O ictus não sendo visível, nem palpável no 
HE com o paciente em decúbito dorsal, 
deve-se colocar o paciente em decúbito 
lateral esquerdo. Esta manobra aproxima 
o coração da parede torácica, facilitando 
assim a palpação do impulso cardíaco. 
Em cerca de 50%das pessoas não se consegue 
palpar. 
Cardiopatias que aumentam o VD podem 
deslocar o ictus posteriormente, muitas vezes 
não sendo possível palpá-lo ou observá-lo na 
linha axilar anterior 
DICAS: caso o ictus seja palpado em mais de um 
EI, já é sinal de aumento de área cardíaca. Caso 
maior que 3 polpas, pode indicar cardiomegalia. 
Ciclo Cardíaco 
São os eventos entre o início de um batimento e 
o início do próximo – depende da frequência 
cardíaca FC (72bpm duração de 0,833s por 
batimento) 
Iniciado pela geração espontânea do potencial de 
ação no nó sinusal – difunde-se pelos átrios – 
passa pelo AV – atinge os ventrículos. 
Retardo de 0,1s no nó AV – permite a contração 
atrial e o esvaziamento do sangue para o 
ventrículo antes da contração ventricular. 
Diástole: fase de relaxamento, enchimento do 
coração com sangue. 
Sístole: fase de contração. 
 
ÁTRIOS: 
Contração responsável apenas por 20% a mais 
de volume para os ventrículos (80% do sangue 
passam passivamente). – empurra o sangue final 
pelas AV 
Variações de pressões: 
 Onda A- contração atrial. Direto aumenta 
4-6mmHg. Esquerdo aumenta 7-8mmHg. 
 Onda C- início da contração ventricular. 
Uma parte do sangue sofre refluxo para o 
átrio e o fechamento da AV em direção ao 
átrio aumenta a pressão nas câmaras 
atriais. 
 Onda V- final da contração ventricular. Os 
átrios estão se enchendo pelas veias e as 
AVs ainda estão fechadas. 
VENTRÍCULOS: 
Enchem-se durante a diástole com a abertura da 
AV após a sístole ventricular. Ao final da diástole 
atrial, os átrios se contraem dando um impulso 
adicional de 20% para o enchimento ventricular. 
 Período de contração isovolumétrica (1): 
início da contração ventricular aumenta a 
pressão e fecha as AVs, após 0,002-0,03s 
a pressão aumenta o suficiente para abrir 
as semilunares (se contrai sem esvaziar). 
 Período de Ejeção: pressão ventricular 
esquerda chega a 80mmHg (direita 
8mmHg), o sangue é empurrado para as 
artérias (válvulas abrem). 
60% do volume ventricular é ejetado na sístole. 
 Período de Relaxamento isovolumétrico: 
pressão intraventricular diminui, as altas 
pressões nas artérias recém-enchidas 
faz com que o sangue tende a voltar para 
os ventrículos (fechamento das valvas 
semilunares). O músculo continua 
relaxando, mas sem mudança de volume 
até cair a pressão e as AVs se abrirem 
Volumes: 
 Diastólico final – 110-120ml 
 Débito diastólico – 70ml 
 Sistólico final – 40-50ml (fica no 
ventrículo) 
 Fração de ejeção – 
60% 
CURVAS DE PRESSÃO 
AÓRTICA: 
Sistólicas – 120mmHg, no final da sístole a valva 
aórtica se fecha e a pressão se mantém. (há 
refluxo e uma diminuição breve da pressão). O 
sangue flui e cai até 80mmHg.

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