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Espirometria Conceitos Principais indicações ⤷ Diagnosticar doença obstrutivas e restritivas ⤷ Acompanhamento clínico (prognóstico, gravidade) ⤷ Monitorização da resposta terapêutica ⤷ Avaliação de risco pré-operatório (ver se precisa de suporte ventilatório pós cirurgia) Contraindicações ⤷ Hemoptise ⤷ Angina recente ⤷ Descolamento de retina ⤷ Crise hipertensiva ⤷ Edema pulmonar ⤷ Aneurisma de aorta torácica # Todas as contraindicações são casos nos quais não pode ter alteração da pressão. Principais parâmetros avaliados ⤷ Capacidade vital forçada (CVF) ⤷ Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) ⤷ Relação VEF1/CVF, conhecida como índice de Tiffeneau. Manobra de CVF e VEF ⤷ Manobra forçada: pedir para o paciente inspirar fundo e depois soltar todo o ar que conseguir e depois respirar fundo de novo. ⤷ Soprar pelo menos 6 segundos; em paciente com obstrução pelo menos 10 segundos. Teste de responsividade ao broncodilatador ⤷ Faz o uso do broncodilatador (SABA - costuma ser sabutamol - 400 mcg no adulto e 200 mcg na criança, faz 4 jatos) ⤷ Espera de 10-15 minutos e faz novamente a manobra forçada. ⤷ Devemos comparar o índice de Tiffenau e o VEF1 antes do broncodilatador e após o broncodilatador e observar se houve resposta → VEF1 aumento de 12% e 200ml (no Brasil podemos usar aumento de 7% também). → CVF aumento 350 ml (Brasil) Distúrbio ventilatório obstrutivo ⤷ O paciente consegue encher o pulmão de ar, mas tem dificuldade de colocar esse ar para fora = má oxigenação, podendo ser reversível (asma) ou irrreversível (DPOC) - ↓ do fluxo expiratório. ⤷ É avaliada através do índice de Tiffeneau, que deve estar < 70% pré BD. ⤷ Classificação de gravidade através do VEF1 = moderado (41-59%). Distúrbio ventilatório restritivo ⤷ O paciente tem dificuldade de encher o pulmão de ar, mas consegue colocar para fora. ⤷ Avaliado através do Índice de Tiffenau e da CVF reduzida. ⤷ Espirometria não avalia volume residual e por isso não conseguimos ver muito bem um padrão restritivo e laudamos como provável distúrbio restritivo. ⤷ Classificação de gravidade através do CVF = moderado (51-59%). Distúrbio ventilatório misto ⤷ VEF1/CVF reduzido e CVF reduzido no pré (mas mais reduzido que na obstrutiva) ⤷ Fazer cálculo da % da CVF - % do VEF1 → < 12% é um misto. PFE → > 12% é obstrutivo com CVF reduzido. ⤷ Gravidade pelo índice de menor valor. Casos da aula CASO 1 • Tiffenau: 0,83 - acima de 0,7 = normal – portanto não temos um padrão obstrutivo • Pode ser restritivo ou normal = olhar CVF. • CVF: 62% - abaixo de 80% = doença restritiva. • Grau leve. • Distúrbio ventilatório restritivo leve. CASO 2 • Tiffenau: 0,78 – não obstrutivo, podendo ser restritivo ou normal • CVF: 94% - acima de 80% = padrões espirométricos dentro da normalidade. CASO 3 • Tiffenau: 66% - padrão obstrutivo • CVF: 93% - normal (> 80%) • Após broncodilatador: ↑ de 22% e 680 mL do VEF1 = teste de broncodilatação positivo. • Gravidade: VEF1 de 68% = leve. • Distúrbio ventilatório obstrutivo leve com prova broncodilatadora positiva. CASO 4 • Tiffenau: 0,86 – não obstrutivo – logo, normal ou restritivo. • Avaliar CVF: 62% (< 80%) = Doença pulmonar restritiva. • Gravidade: leve. • Distúrbio ventilatório restritivo leve. CASO 5 • Tiffenau: 0,76 – não obstrutivo. • CVF 101 – normal e VEF1 95% - normal = padrão dentro da normalidade. • Avaliar pós broncodilatador: VEF1 aumentou 11% e 280 mL. ▻ Divergência: aumento maior que 12% ou de 7%? ▻ Se for 12%: teste negativo. ▻ Se for 7%: teste positivo. • Padrão dentro da normalidade com teste broncodilatador negativo (ou positivo). CASO 6 • Tiffenau: 0,38 = padrão obstrutivo. • VEF1 30% e CVF 62% (< 80% - pode ser misto ou obstrutivo com diminuição de CVF). • CVF – VEF: 32% - maior que 12% = obstrutivo com ↓ de CVF. • Gravidade: VEF1 30% = grave. • BD: variação de - 5% e – 40 mL no VEF1 = resposta negativa ao broncodilatador. • Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzido grave e com prova broncodilatadora negativa. CASO 7 • Tiffenau: 0,62 = padrão obstrutivo. • CVF 74% e VEF1 59% - CVF menor 80%! • CVF – VEF1= 15% (>12%) = padrão obstrutivo com CVF reduzido. • Gravidade: VEF1 59% - moderado. • BD: variação de VEF1 9% e 120 mL = prova broncodilatadora negativa. • Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzido moderado e prova broncodilatadora negativa. CASO 8 • Tiffenau: 0,75 – não obstrutivo. • CVF 102% e VEF1 94% = padrão dentro da normalidade. • BD: variação de VEF1 de 15% e 400 ml = prova broncodilatadora positiva. • Padrão dentro da normalidade com prova broncodilatadora positiva. CASO 9 • Tiffenau: 0,93 – não obstrutivo. • CVF 73 % (<80%) = padrão restritivo. • Gravidade: CVF 73% = leve. • BD: variação de VEF1 de 1% e 20 mL = teste broncodilatador negativo. • Distúrbio restritivo leve com prova broncodilatadora negativa. CASO 10 • Tiffenau: 0,68 = obstrutivo. • CVF 65% e VEF1 54% - CVF abaixo de 80% • CVF – VEF1 = 11% (< 12%) = Distúrbio ventilatório misto • Gravidade pelo de menor valor, que é o VEF1 54% = moderado. • BD: Variação de VEF1 de 4% e 90 mL = teste broncodilatador negativo. • Distúrbio ventilatório misto moderado com prova brondilatadora negativa. Asma Introdução Conceitos gerais ⤷ Até o momento, a causa da asma é desconhecida. ⤷ Ocorrem episódios de obstrução reversível ao fluxo respiratório, variam em intensidade e frequência. ⤷ Manifestações de dispneia, sibilos, tosse e sensação de aperto no peito, particularmente de noite e pela manhã ao despertar. ⤷ Podem estar assintomáticos nos intervalos entre as crises ou podem apresentar sintomas residuais. ⤷ Conceito mais importante: existe uma inflamação crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas inferiores (mesmo quando está assintomático). → Tipo especial de inflamação crônica – gera hipersensibilidade a diferentes estímulos → desencadeia broncoespasmo → Mecanismo pouco compreendido. → Edema de mucosa e formação de tampões de muco. ⤷ Processo inflamatório na parede de toda a árvore brônquica → Predomina em brônquios de médio e pequeno calibre. → Não atinge alvéolos (parênquima pulmonar). ⤷ Pacientes sem tratamento adequado com inflamação persistente = fenômeno de remodelamento brônquico → Alterações estruturais irreversíveis ▻ estreitamento luminal por fibrose. ▻ Hipertrofia/hiperplasia da camada muscular e de glândulas submucosas = hipersecreção de muco. ▻ Desnudamento epitelial. ▻ Edema de mucosa. → Obstrução fixa como na DPOC. → Pior prognóstico. ⤷ Crise asmática: desencadeada. por infecções, contato com alérgenos, mudanças climáticas, exercício físico, agentes químicos, fármacos ou estresse emocional. Epidemiologia ⤷ Uma das doenças crônicas mais comum – afeta 7-10% da população. ⤷ Maioria atópica = asma alérgica, com deflagradores os aeroalérgenos dos ácaros (poeira domiciliar), pólen, pelos de animais ou ocupacional. ⤷ Pico de incidência aos 3 anos de vida. ⤷ Muito comum que desapareça espontaneamente na adolescência e retorne na vida adulta. ⤷ Mais frequente em crianças do sexo masculino e em mulheres adultas. Fatores de risco ⤷ Atopia é o principal – tendência do sistema imunológico à formação preferencial de anticorpos IgE contra antígenos comuns do ambiente. → 1/3 dos atópicos tem asma. → Coexistência com rinite alérgica e dermatite (80%). ⤷ Tabagismo passivo ou ativo. ⤷ Obesidade. ⤷ Agentes infecciosos como vírus sincicial respiratório, Micoplasma, Chlamydophila. ⤷ Predisposição genética: se um dos pais tem,há 25% de chances do filho ter. ⤷ Vida urbana: poluição atmosférica. ⤷ Baixos níveis de infecção durante a infância. Patogênese Gênese da asma ⤷ Desequilíbrio imunológico = predomínio de formação de linfócitos Th2 (participam da reação alérgica). ⤷ Estimulo por secreção de citocinas de → Proliferação de mastócitos. → Produção de IgE por linfócitos B. → Recrutamento de eosinófilos à mucosa respiratória. ⤷ Mastócitos sinalizam para o sistema imune o contato com os alérgenos. ⤷ Liberação de mediadores que induzem ao broncoespasmo. Fenótipos asmáticos - Asma alérgica (extrínseca) ⤷ Forma predominante (> 80%) ⤷ Geralmente com início na infância e pacientes com história familiar ou pessoal de atopia (eczema, renite, alergia a alimentos ou medicamentos). ⤷ Inflamação eosinofílica. ⤷ Alergia à ácaros, baratas, cães, gatos, pólen, fungos. ⤷ Ótima resposta ao corticoide inalatório. - Asma não alérgica (intrínseca) ⤷ Início tardio, principalmente mulheres adultas. ⤷ Irritação direta da mucosa por substâncias tóxicas, como agentes químicos (comum ser de causa ocupacional). ⤷ Sem associação à atopia. ⤷ Inflamação neutrofílica, eosinofílica ou de pouca celularidade. ⤷ Menor resposta ao corticoide inalatório. - Asma por obstrução aérea fixa ⤷ Asma de qualquer tipo, de longa duração e que recebeu tratamento inadequado. ⤷ Perda irreversível da função pulmonar. - Asma relacionada à obesidade ⤷ Etiopatogenia desconhecida. ⤷ Perda de peso melhora o quadro. Repercussão funcional ⤷ ↑ Volume residual e da capacidade residual funcional = aprisionamento de ar. ⤷ Taquipneia/hiperventilação – ↑ eliminação CO2 = hipocapnia + alcalose respiratória. ⤷ Casos graves → hipoxemia → fadiga respiratória com uma insuficiência ventilatória aguda = hipercapnia (fatal). Quadro clínico História clínica ⤷ Episódios limitados de dispneia, tosse e sibilância, podendo haver sensação de aperto no peito. ⤷ Criança com respiração pesada. ⤷ Sintomas mais intensos de noite ou nas primeiras horas da manhã. ⤷ Geralmente tem algum desencadeador. ⤷ Tosse costuma ser seca. #Principais diagnósticos diferenciais ⤷ Insuficiência cardíaca. ⤷ Tromboembolismo pulmonar. ⤷ Obstrução de laringe ou traqueia. ⤷ Traqueomalácia. ⤷ Corpo estranho. ⤷ Esofagite de refluxo. #Doenças que tem asma como componente ⤷ Angeíte de Churg-Strauss. ⤷ Aspergilose broncopulmonar alérgica. ⤷ Pneumonias eosinofílicas. Exame físico ⤷ Taquipneia – em geral > 25 ipm. ⤷ Tempo expiratório prolongado em relação ao inalatório. ⤷ Saudação alérgica - ficar passando a mão no nariz (asma alérgica). ⤷ Em casos graves → Sinais de esforço = tiragem intercostal ou supraclavicular, batimento de asa de nariz, respiração abdominal. → Cianose central (lábios, orelha). → Pulso paradoxal (↓ exagerada da p. sistólica na inspiração). → Posição de tripé. ⤷ Ausculta: sibilos, que podem ser apenas expiratórios e são difusos, ou roncos. ⤷ Radiografia de tórax normal. ⤷ Exame do escarro sugestivo. → Cristais de Charcot-Leuden (cristais eosinofílicos). → Espirais de Curschmann (cilindro de muco nos bronquíolos). → Corpúsculos de Creola (células epiteliais descamadas). Provas de função pulmonar ESPIROMETRIA ⤷ ↓VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo. → Seu aumento após a prova broncodilatadora é um critério diagnóstico. → Quantifica gravidade ▻ Leve: VEF1 > 80% do previsto ▻ Moderada: VEF1 60-80% ▻ Grave: VEF1 < 60%. ⤷ ↓CVF: capacidade vital forçada – total de ar que sai dos pulmões após inspiração profunda seguida de expiração forçada. → Aprisionamento do ar – impede saída de parte dele. ⤷ Índice de Tiffenau = VEF1/CVF → Reduzido na asma. → Nas doenças obstrutivas, como asma e DPOC, o VEF1 se reduz muito mais que CVF, havendo queda do índice de Tiffenau. ▻ Nas doenças restritivas, ambos reduzem mas de forma equivalente e o índice não se altera. → < 70% é um padrão obstrutivo. → Espirometria normal não descarta asma → se sintomas sugestivos, fazer teste de broncoprovocação ⤷ FEF 25-75%: fluxo expiratório forçado entre 25-75% do ar foi expirado → Nesse momento, o ar vem das vias aéreas mais distais – mais acometidas na asma. → Encontra-se reduzido. → Exame mais sensível. ⤷ PFE: pico de fluxo expiratório (fluxo expiratório máximo – peak flow). TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO ⤷ Não é essencial. ⤷ Indicada para pacientes com história sugestiva de asma, mas com espirometria normal. ⤷ ↑ sensibilidade e ↑ valor preditivo negativo. → Pessoas sem asma podem ter o teste positivo, mas um asmático dificilmente terá esse exame normal. → Exame negativo exclui asma. ⤷ Não avalia controle da doença. #Reversibilidade após o uso de broncodilatador é medida = VEF1pós-BD – VEF1pré-BD/VEF1 pré-BD. ⤷ A obstrução é reversível quando essa conta resulta em valor > 12%. ⤷ Diferença entre os dois VEF1 > 200 ml. Diagnóstico Histórico de sintomas respiratórios: os sintomas típicos de asma devem ser: ⤷ Mais de 1 sintoma. ⤷ Ocorrem de forma variável ao longo do tempo e variam em intensidade ⤷ Piora de noite ou ao acordar. ⤷ Provocados por exercício, risos, alérgenos, ar frio. → Asma por exercício a dispneia começa após pelo menos 3 minutos de atividade. ⤷ Costumam aparecer ou piorar com infecções virais. Limitação variável do fluxo de ar expiratório Documentar grande variabilidade da função pulmonar + limitação do fluxo expiratório. ⤷ Índice de Tiffenau reduzido → Menor que 70% indica obstrução da via aérea. ⤷ Teste de reversibilidade positiva com uso de broncodilatador → Adultos: aumento do VEF1 > 12% e > 200 mL que o previsto. → Crianças: aumento do VEF1 > 12% do previsto. ⤷ Variabilidade excessiva no PFE (peak flow) duas vezes ao dia mais de 2 semanas → Adulto: variabilidade diária média do PFE > 10%. → Criança: variabilidade diária média do PFE > 13%. ⤷ Aumento significativo da função pulmonar após 4 semanas de tratamento com anti- inflamatório (adultos). → Aumento do VEF1 > 12% e > 200 mL que o previsto. → Ou peak flow > 20%. ⤷ Teste de exercício positivo → Adultos: queda do VEF1 > 10% e >200 mL que o previsto. → Crianças: queda do VEF1 > 12% que o previsto. ⤷ Teste de broncoprovocação positivo (adultos) → Queda do VEF1 ⩾ 20% do previsto com doses de metacolina ou histamina. → Ou ⩾ 15% com hiperventilação, solução hipertônica ou manitol. ⤷ Variação excessiva da função pulmonar entre visitas (especifico, mas pouco sensível) → Adultos: variação do VEF1 > 12% e > 200 mL entre as visitas. → Crianças: variação do VEF1 > 12% ou do PEF > 15%. #Na espirometria, olhar sempre o índice de Tiffenau, que deve estar baixo (geralmente < 70%) e, após broncodilatador, o índice deve aumentar e deve ter aumento significativo do VEF1. #Portanto, o diagnóstico de asma é feito pela presença de uma história clínica. Pode ter auxílio de uma espirometria com padrão obstrutivo reversível. Controle da asma Avaliação do controle dos sintomas Nas últimas 4 semanas: ⤷ Teve sintomas de asma mais de 2 vezes na semana? ⤷ Acordou de noite alguma vez por conta da asma? ⤷ Fez uso de algum beta agonista de curta duração mais de 2 vezes na semana? ⤷ Alguma limitação nas atividades devido à asma? Dessas 4 perguntas ⤷ Bem controlada – nenhum sim. ⤷ Parcialmente controlada – teve 1-2 sim. ⤷ Não controlada – teve 3-4 sim. #Quando a asma está descontrolada, é sempre importante investigarmos, em primeiro lugar, adesão ao tratamento + técnica de uso. #Sempre importante bom tratamento do refluxo gastroesofágico e da rinite. #A função pulmonar não se correlaciona fortemente com o controle dos sintomas da asma. Avaliação dos fatores de risco (crises) ⤷ Sintomas descontroladosde asma. ⤷ Necessidade do uso de beta agonista de curta duração (SABA) ou corticoide inalatório em altas doses. ⤷ Obesidade, alergia alimentar, sinusite crônica, gravidez. ⤷ Tabagismo, exposição a alérgenos e poluição. ⤷ VEF1 baixo – principalmente < 60% ⤷ Alta reversibilidade com broncodilatador. ⤷ Histórico de intubação ou UTI. ⤷ Uma ou mais crises graves nos últimos 12 meses. Tratamento Step 1 ⤷ Sintomas < 2 vezes no mês e sem fatores de risco para crises asmáticas. ⤷ Usar, SE NECESSÁRIO, baixa dose de corticoide inalatório + formoterol (LABA) = alívio de sintomas! ⤷ Outra opção: baixa dose de CI utilizada junto com SABA. Step 2 ⤷ Sintomas/precisar de medicamento para alívio 2 ou mais vezes no mês, mas não diariamente. ⤷ Controle: → Usar baixa dose de corticoide inalatório (CI) 12/12 horas DIARIAMENTE Ou baixa dose de CI+formoterol quando necessário. → Outra opção: uso diário de LTRA ou baixa dose de CI quando usar SABA. ⤷ Alívio/resgate: CI+formoterol (1ª opção) ou salbutamol (2ª opção). Step 3 ⤷ Sintomas de asma na maioria dos dias ou acordando de noite 1 vez ou mais na semana. ⤷ Controle → Baixa dose de CI + beta agonista de longa duração (LABA) 12/12 horas. → Média dose de corticoide inalatório → IC + LTRA. ⤷ Alívio: IC+formoterol (usada mais com a 1 opção de manutenção) ou SABA (usada principalmente com as duas últimas opções) Step 4 ⤷ Sintomas graves de asma ou crise aguda. ⤷ Controle → Dose média CI+LABA. → Ou alta dose de IC com tiotrópio ou LTRA. ⤷ Alívio: IC+formoterol ou SABA. Step 5 ⤷ Asma severamente descontrolada, sem melhoras com step 4. ⤷ Altas doses de CI-LABA. ⤷ Pode pensar em colocar baixa dose de corticoide oral. ⤷ Alívio: IC+formoterol ou SABA. #Após início do tratamento de controle ⤷ Rever o paciente após 2-3 meses. ⤷ Diminuir o tratamento quando houver um bom controle mantido por 3 meses – (step down). #Causas de exacerbações ⤷ medicamentos (beta-bloqueador e AINES) ⤷ Exposição à alérgenos/poluição. ⤷ Tabagismo ativo ou passivo. ⤷ Infecções virais. ⤷ Refluxo gastroesofágico. ⤷ Sinusopatia ⤷ Rinite alérgica. Fármacos ABORDAGEM DE CRISE Beta-2-agonista de curta duração (SABA) ⤷ Estímulo aos receptores de B2 da musculatura lise brônquica = broncodilatação imediata. ⤷ Em menor grau, inibem o edema e a formação de muco. ⤷ Efeitos colaterais – taquicardia, tremor muscular (menor por ser inalatória). ⤷ Salbutamol (aerolim), fenoterol,terbutalina. Anticolinérgico ⤷ Brometo de ipratrópio ⤷ Inibição dos receptores muscarínicos da acetilcolina liberada pelas terminações axonais superativadas na asma. ⤷ Menos eficaz e demora para agir (30-60 minutos). ⤷ Utilizado para tratar crises precipitadas por Beta-bloqueadores. ⤷ Efeitos adversos: secura na boca. MANUTENÇÃO – evita remodelamento brônquico e perda irreversível da função pulmonar. Corticoides inalatórios ⤷ Droga de escolha na manutenção da asma. ⤷ Poucos efeitos adversos por ser inalatório. → Pode ter candidíase oral, prevenida pela lavagem bucal, e disfonia. → Em crianças, doses elevadas aumentam risco de catarata. ⤷ Melhoram de forma duradoura os sintomas e ↑ VEF1, CVF, PFE e índice de Tiffenau ⤷ Reduz taxa de morte e hospitalização. ⤷ Propionato de beclometasona, triancinolona, fluticasona, budesonida, mometasona. Beta-2-agonista de ação prolongada (LABA) ⤷ Salmeterol e formoterol. ⤷ Eficazes em associação aos corticoides inalatórios. ⤷ Permanece ligado ao receptor B2 por até 12 horas. ⤷ Além de broncodilatar, possui propriedades imunomoduladoras e anti- inflamatórias leves. Cessação de tabagismo Tabagismo ⤷ Doença epidêmica decorrente da dependência à nicotina. ⤷ Fator causal de aproximadamente 50 outras doenças incapacitantes e fatais. ⤷ Responsável por 71% das mortes por câncer de pulmão, 42% das respiratórias crônicas e 10% das doenças cardiovasculares. ⤷ Fator de risco para doenças transmissíveis como a tuberculose (aumenta 2,5x). ⤷ Medidas de controle do tabaco incluem: educação da população sobre os danos à saúde, medidas legislativas como restrições à propaganda, comercialização e proibição do uso de produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, em locais fechados. Diagnóstico da dependência de nicotina ⤷ Nicotina: psicoativa e atua estimulando o sistema mesolímbico – sexualidade, prazer motivação, atenção e recompensa. ⤷ Risco de dependência = rapidez com a qual a substância produz o pico de ação. → atua em poucos segundos após a tragada – liberação de dopamina. → Reduz ansiedade, apetite e emoções negativas, melhora cognição. → Inibição de GABA. → Meia vida da nicotina de 2 horas – após isso há irritação, depressão, ansiedade. → Inclusão do tabagismo como grupo de transtornos mentais. ⤷ Com o tempo, maior quantidade necessária para atingir o prazer. ⤷ Diagnóstico clínico Critérios de diagnóstico de dependência – pelo menos 3 dos critérios a seguir ⤷ Desejo forte e compulsivo para consumir a substância (fissura ou craving). ⤷ Dificuldade para controlar o uso. ⤷ Estado de abstinência fisiológica diante da suspensão ou redução. ⤷ Evidência de tolerância (precisa de doses mais altas). ⤷ Abandono progressivo de outros prazeres em detrimento do uso de substâncias psicoativas. ⤷ Maior tempo empregado para conseguir ou consumir a substância ou recuperar- se de seus efeitos. ⤷ Persistência no uso apesar das evidentes consequências. Teste de Fagerstrom - avalia grau de dependência ⤷ Score de 0-10, sendo que > 6 o paciente pode ter sintomas da síndrome de abstinência. #Fatores que dificultam cessação ⤷ Distúrbios psiquiátricos. ⤷ Ausência de atividade física e de doenças relacionadas ao tabagismo. ⤷ Tempo de uso ⩽ 20 anos. ⤷ Início do tabagismo com 18 anos ou mais. ⤷ Solteiros e de alta escolaridade. Tratamento Tratamento não medicamentoso Abordagens ⤷ Breve/mínima: perguntar, avaliar, aconselhar e preparar o fumante para que deixe de fumar, sem, no entanto, acompanhá-lo neste processo. → Qualquer profissional da saúde durante a consulta de rotina e que não consegue acompanhar o paciente. → Pronto-socorro, emergência → Realizado em 3 minutos. ⤷ Básica: consiste em perguntar, avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar um fumante para que deixe de fumar. → Também feita por qualquer profissional da saúde durante a consulta de rotina, com duração de 3-5 min. → É indicada para todos os fumantes, porque prevê o retorno e acompanhamento na fase crítica da abstinência. ⤷ Aconselhamento terapêutico estruturado e abordagem intensiva. → Terapia cognitivo-comportamental e grupos de apoio. → Indicação como tratamento isolado em 1 ou mais das características. ▻ Relato de ausência de sintomas de abstinência. ▻ ⩽ 5 cigarros/dia. ▻ Consumo do 1º cigarro do dia ⩾ 1 hora após acordar. ▻ Pontuação Fagerstrom ⩽ 4. #Não fazemos espirometria de rastreio em tabagista! Apena se houver sintomas. ⤷ TC dos pulmões de baixa dose é indicada câncer - rastreio de câncer de pulmão. Tratamento medicamentosa ⤷ Terapia de reposição de nicotina (TRN) → Forma lenta: adesivo. ▻ Até 5 cigarros/dia: não usar adesivo. ▻ 6-10 cigarros/dia: 7 mg/dia. ▻ 11-19: 14mg/dia. ▻ 20 ou mais: 21 mg/dia. - Redução de 7 mg a cada mês. Se necessário (abstinência) 2 adesivos: ▻ > 40 cigarros/dia: 21mg + 21 mg por dia. ▻ 30-40: 21 mg + 14 mg/dia. ▻ 20-30: 21 mg + 7 mg/dia. → Forma rápida: goma/pastilha. ▻ Pastilha de 2 mg se for < 20 cigarros dias. ▻ 4 mg se ⩾ 20 cigarros dia. → Bupropiona: ▻ Antidepressivo atípico. ▻ Deve ser iniciado pelo menos 1 semana antes da data programada para parar de fumar (quit date). ▻ A portaria doministério da saúde recomenda ↓ dose para pacientes com comprometimento da função renal, hepática e idosos = dose máxima de 150 mg/dia. ▻ Prescrição: 150 mg 1x/dia por 12 dias e, depois, 150 mg 12/12 horas por pelo menos 12 semanas. Vareniclina 0,5 mg/dia quando a bupropiona contraindicada → Não usar em grávidas. → Iniciar 1 semana antes do quit date. → Dose recomendada de 0,5 mg/dia por 3 dias. → Depois, 0,5 mg 12/12 h - 4 dias. → Por fim, 1 mg 12/12 h - 12 semanas. ⤷ Contraindicação → Adesivo: história recente de IAM, fibrilação atrial, angina, isquemia periférica, úlcera péptica, doenças cutâneas, gravidez e lactação. → Goma: lesão de mucosa, incapacidade de mascar, úlcera, subluxação da articulação temporomandicular (ATM), uso de próteses dentárias. → Pastilha: lesões de mucosa, úlcera, uso de próteses dentárias e edema de corda vocal (edema de Reinke) → Bupropiona: epilepsia, convulsão febril na infância, tumor SNC, histórico TCE, uso de inibidor de MAO. ⤷ Efeitos adversos comuns → Adesivo: prurido, exantema, cefaleia, eritema, tontura, náusea, vômitos, dispepsia, distúrbio de sono, tremores, palpitação. → Goma/pastilha: tosse, soluços, irritação de garganta, estomatite, boca seca, ↓ paladar, parestesia, indigestão, flatulência, dor abdominal. → Bupropiona: boca seca, insônia, dor de cabeça, tontura, náusea, depressão, ansiedade, pânico, dor torácica, alergia, desorientação, perda de apetite, diaforese. ▻ 1:1000 – crise convulsiva. ⤷ As tentativas de cessação podem somar 5 ou mais vezes com recaídas até que a abstinência seja de fato alcançada. ⤷ Após parar de fumar, manutenção de até 1 ano. #Carga tabágica: é calculada multiplicando-se a quantidade de maços consumidos por dia pelo número de anos de tabagismo. #Velocidade de queda normal do VEF1 é de 20- 30 ml/ano (a partir dos 20 anos). Nos tabagistas é de 60 ml/ano – cessação do tabagismo faz com que essa redução retorne aos valores normais, mas não há melhora da função pulmonar. #Recomendação de interrupção total. #Vareniclina: muito bom, mas não pode dar em gestantes. DPOC Introdução Definição e epidemiologia ⤷ Doença Obstrutiva Crônica: síndrome de obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores. ⤷ Caráter irreversível com destruição progressiva do parênquima pulmonar. ⤷ Inclui pacientes com bronquite obstrutiva crônica e enfisema pulmonar – relação com o tabaco. → Enfisema: alargamento do espaço aéreo distal dos bronquíolos = destruição progressiva dos septos alveolares. → Bronquite obstrutiva: excesso de secreção de muco, principalmente nas vias aéreas proximais + edema e fibrose das vias distais. ⤷ Preponderância no sexo masculino, por ser o que mais fuma. ⤷ Característica de adultos velhos (5-6ª décadas de vida). ⤷ Fator de risco para câncer de pulmão. ⤷ Mortalidade por DPOC está aumentando progressivamente. ⤷ 90% dos casos com história de tabagismo → 15% dos fumantes de 1 maço/dia terão DPOC. → 25% dos fumantes de 2 maço/dia terão DPOC. ⤷ Tabaco causa alterações nas vias aéreas → Estimula hipertrofia das glândulas submucosas. → Reduzem movimento ciliar. → Ativam macrófagos alveolares que recrutam neutrófilos. → Neutrófilos produzem enzimas proteolíticas (elastase) e inibem a atividade alfa-1-antitripsina (inibidoras da elastase). #DPOC por deficiência de alfa-1-antitripsina – pesquisar quando ⤷ Enfisema em jovens (<45). ⤷ Histórico de enfisema ou hepatopatias. ⤷ Doença hepática associada e sem explicação. ⤷ Enfisema predomina em bases pulmonares ⤷ Enfisema em não tabagista. Fatores de risco ⤷ Tabagismo ativo é o mais importante, além do passivo. ⤷ Poluição atmosférica. ⤷ Exposição ocupacional à poerias, fumaças e vapores. ⤷ Crianças exposta ao tabagismo materno, principalmente durante a gestação – crescimento pulmonar reduzido. ⤷ Baixo nível socioeconômico (baixo peso ao nascer, maior exposição a poluentes, maior números de infecções respiratórias na infância). Hiperinsuflação ⤷ A manutenção das vias aéreas abertas durante à inspiração é normal por conta da musculatura respiratória. ⤷ Na expiração, a força depende da parte da elasticidade pulmonar - ↓ na DPOC. ⤷ Resistência das vias aéreas distais = por ↓ do tecido elástico dos alvéolos (enfisema) ou por edema e fibrose dos pequenos brônquios (bronquiolite obliterante). ⤷ Esses fatores predispõem ao colapso das vias aéreas – ↓ eliminação do ar da periferia do pulmão (air trapping). ⤷ Pulmão cronicamente hiperinsuflado! = tórax em tonel (casos avançados). Troca gasosa ⤷ Heterogêna: alvéolos mal ventilados, mas bem perfundidos. ⤷ Nos alvéolos da DPOC, o sangue venoso passa recebendo pouco O2 – shunt parcial. ⤷ Muitos alvéolos com shunt parcial – hipoxemia e dessaturação hemoglobina = distúrbio V/Q. ⤷ No início, apenas em exercícios físicos, com o progredir, ocorre em repouso. ⤷ Avançado: aumento do espaço morto fisiológico + hipossensibilidade do centro respiratório + piora do distúrbio V/Q = retenção de CO2 (acidose respiratória crônica). → Gasometria ▻ ↑ PCO2, HCO3 e BE. ▻ ↓ Discreta do pH. Cor pulmonale ⤷ Disfunção do ventrículo direito por conta de um distúrbio de origem pulmonar. ⤷ DPOC é a causa mais comum – hipóxia crônica = arteríolas respondem com vasoconstrição (desviar o fluxo para alvéolos bem ventilados). ⤷ Se a hipóxia for generalizada a vasoconstrição também será = hipertensão arterial pulmonar. ⤷ Falência sistólica do ventrículo direito quando a pressão arterial pulmonar sistólica ficar > 50 mmHg (normal até 20) – aumento do pós-carga e da resistência vascular pulmonar. ⤷ Consequência: baixo DC, congestão sistêmica, elevação da pressão venosa central – edema de MMII, estase jugular, pele fria. História clínica e Diagnóstico Quadro clínico ⤷ Dispneia aos esforços – queixa principal. → Evolução insidiosa, progressiva, marcada por pioras agudas desencadeadas por fatores descompensantes (ex: infecção respiratória). → Com o passar do tempo, cada vez menos esforço já desencadeia. → Pode haver ortopneia e dispneia paroxística norturna. ⤷ Tosse é outro sintoma muito frequente. → Comumente acompanhada de expectoração e precedendo a dispneia. Exame físico ⤷ Ausculta → Diminuição do murmúrio vesicular. → Pode haver uma série de ruídos adventícios – sibilos, roncos, estertores. ⤷ Elasticidade e expansibilidade reduzidas ⤷ Percussão – aumento do timpanismo. ⤷ Fase expiratória desproporcionalmente prolongada em relação à inspiratória – esforço maior. ⤷ Casos avançados → Pletórico: policitemia reativa à hipoxemia crônica (aumento da eritropoetina renal). → Cianose ou eritrocianose. → Tórax em tonel – hiperinsuflação. → Cor pulmonale: edema de MMII e turgência jugular patológica. → NÃO tem baqueteamento digital – se tiver, investigar outras causas, principalmente câncer de pulmão. Exames complementares inespecíficos ⤷ Hemograma → Pode ter eritrocitose por hipoxemia - tabagismo por si só já pode causar (síndrome de Gaisbok). ⤷ Gasometria → Hipoxemia com PaO2 < 55 mmHg ou SaO2 < 94%. → Aumento de PCO2 = ↓ pH + HCO3 e BE (30% dos casos). ⤷ Eletrocardiograma - procurar alterações do cor pulmonale → Onda P alta e pontiaguda com amplitude > 2,5 mm. → Desvio de eixo QRS para direita. → Graus de bloqueio de ramo direito. → Relação R/S maior que 1 em V1. → Taquiarritmia artrial multifocal. ⤷ Radiografia de tórax → Alterado apenas em casos graves. → Retificação das hemicúpulas diafragmáticas. → hiperinsuflação pulmonar (mais de 9-10 arcos costais visíveis). → Aumento dos espaços intercostais. → Hipertransparência. → Redução do diâmetro cardíaco – coração em gota. → Espessamentobrônquico. Prova de função pulmonar ⤷ Mandatório na avaliação de um paciente suspeito de DPOC. ⤷ Espirometria → VEF1/CVF < 70% do previsto + sem alteração significante aos prova broncodilatadora (diagnóstico) ▻ Revela obstrução fixa e irreversível. ▻ Fazer VEF1 anualmente em portador de DPOC. ▻ É um excelente parâmetro prognóstico – quanto ↓ VEF1 ↑ chances de exacerbação e morte nos próximos anos. ▻ VEF1 < 1L – grande chance de complicação em cirurgias. ▻ Não é sempre condizente com os sintomas. → Índice de Tiffenau reduzido. ⤷ FEF 25-75%: primeiro parâmetro a ser alterado na DPOC. → Marcador mais sensível e precoce, mas não serve para diagnóstico. ⤷ TC de tórax em baixa dosagem → Teste definitivo para confirmar enfisema nos pacientes com DPOC → Na prática, usado apenas em avaliação de paciente candidatos à cirurgia de DPOC (redução de volume pulmonar) ou em algumas indicações → Indicação de TC anual ▻ 50-80 anos de idade ▻ Carga tabágica ⩾ 20 anos- maço ▻ Tabagista atual ou ex- tabagista que parou nos últimos 15 anos. Exacerbação ⤷ Principal fator descompensante: infecção respiratória bacteriana ou viral. ⤷ Bacterianas superiores (traqueobronquite, sinusite) ou inferiores (pneumonia) devem ser tratadas precocemente → Sugestivo: aumento do volume do escarro e alteração de aspecto (purulento). Classificação da doença Classificação de dispneia (Escala de mMRC) ⤷ Mostra impacto do sintoma e é preditora da sobrevida em 5 anos. Escore Sintomas 0 Tenho falta de ar ao realizar exercício intenso 1 Tenho falta de ar quando apresso o passo, ou subo escadas/ladeira 2 Preciso parar algumas vezes quando ando no meu passo, ou ando mais devagar que outras pessoas da minha idade 3 Preciso parar muitas vezes pela falta de ar quando ando perto de 100m ou poucos minutos de caminhada no plano 4 Sinto tanta falta de ar que não saio de casa, ou preciso de ajuda para me vestir ou tomar banho sozinho CAT ⤷ Para avaliar o estado de saúde do paciente de forma multidimensional, visto que não há apenas dispneia. ⤷ Impacto na avaliação e segmento. ⤷ CAT ⩾ 10 = muito sintomático. CAT < 10 = pouco sintomático. Estadiamento GOLD ⤷ Classifica o grau de obstrução das vias aéreas e usa o VEF1 pós broncodilatador. GOLD I: DPOC leve VEF1/CVF < 70% pós-BD + VEF1 ⩾ 80% do previsto GOLD II: moderada VEF1/CVF < 70% pós-BD + VEF1 entre 50-80% previsto GOLD III: grave VEF1/CVF < 70% pós-BD + VEF1 entre 30-50% previsto GOLD IV muito grave VEF1/CVF < 70% pós-BD + VEF1 ⩽ 30% do previsto ou 50% em IR (PaO2 <60 mmHg) ou IC direira. Avaliação de comorbidades ⤷ DPOC também tem efeitos sistêmicos significativos de causa multifatorial. → perda de peso → anormalidades nutricionais → disfunção do músculo esquelético ⤷ Disfunção músculo esquelética: sacopenia e função anormal das células restantes. ⤷ Contribui para intolerância ao exercício. ⤷ Outras comorbidades → Doença cardiovascular. → Síndrome metabólica. → Osteoporose. → Depressão e ansiedade. → Câncer de pulmão (DPOC é fator de risco). Classificação integrada da DPOC ⤷ Fornece informações sobre a carga de sintomas e o risco de exacerbações, orientando terapia. ⤷ Risco de exacerbação → Alto: ⩾ 2 exacerbações prévias ou ⩾ 1 internação. → Baixo: 0 ou 1 exacerbação prévia sem nenhuma internação. ⤷ Classificação → Grupo A: baixo risco e pouco sintomático. → Grupo B: baixo risco e muito sintomático. → Grupo C: alto risco e pouco sintomático. → Grupo D: alto risco e muito sintomático. Tratamento Terapia suporte ⤷ Cessação do tabagismo. ⤷ Vacinação → Influenza: reduz doenças do trato respiratório superior – menos mortes e hospitalização. ▻ ↓ Exacerbações e risco de infarto em idosos. ▻ Vacinação anual. → Pneumocócica ▻ Recomendada para todos os pacientes ⩾ 65 anos e para todos os pacientes com VEF1 < 40% (GOLD). ▻ Para o Minitério da Saúde, todo paciente com DPOC tem indicação. ▻ Vacina aplicada em 2 doses, sendo a segunda 5 anos após a primeira. Terapia de manutenção BRONCODILATADORES ⤷ Beta-agonista = LABA: mais utilizado, melhora sintomas e as chances de exacerbação. → Formoterol, indacaterol, salmeterol. ⤷ Anti-muscarínicos = LAMA → Ipratrópio, oxitrópio, tiotróprio. → São melhores que os LABA para melhorar exacerbações. ⤷ Pacientes pouco sintomáticos e sem gravidade (VEF1 > 50%) = uso de broncodilatador de longa duração isolado. → LAMA >>> LABA na prevenção de exacerbações! ⤷ Associação LABA+LAMA: em casos mais graves, sintomáticos e exacerbadores. → Melhor que a monoterapia. ⤷ Corticoide inalatório: indicados para pacientes com ↓ risco de exacerbações e que tem DPOC + asma. → Pode ser usado em terapia tripla com LAMA+LABA em casos graves. → Deve estar sempre com o LABA – bom em DPOC com eosinofilia no escarro ou com asma. → Aumenta risco de pneumonia. ⤷ Não existem estudos que mostrem a terapia tripla como superior à dupla. A 1ªescolha: BD de curta duração apenas ou SABA + LAMA Alternativa: LAMA ou LABA B 1ªescolha: LAMA ou LABA Alternativa: LAMA + LABA C 1ªescolha: LAMA Alternativa: LAMA + LABA ou LAMA+ CI D 1ªescolha: LABA + LAMA ou LABA + CI (caso necessário, como sobreposição com asma) Alternativa: LABA + LAMA + CI ⤷ Roflumilaste: inibidor da fosfodiesterase-4 → Indicado em DPOC grave e muito grave (VEF1 < 50% do previsto) e que persistem com E-DPOC, tosse e catarro mesmo em uso do tratamento inalatório máximo. ⤷ Antibioticoterapia preventiva pode ser pensada → Bactérias nas vias aéreas inferiores contribuem para a inflamação crônica, resultando em progressão da doença. → Azitromicina, eritromicina. → Conduta individualizada, em geral em casos graves e de exacerbação. ⤷ N-acetilcisteina: reduz exacerbações e melhora um pouco a saúde. ⤷ Cirurgia de redução de volume pulmonar → Indicação: DPOC grave, baixa capacidade de exercício pós reabilitação e enfisema predominante em lobos superiores. → Contraindicação: enfisema com distribuição homogênea na TC, VEF1 ⩽ 20% ou DLCO ⩽ 20%. #Os broncodilatadores de longa duração são mais eficazes do que os de curta duração e devem ser priorizados no tratamento dos pacientes com sintomas persistentes. #Oxigenioterapia domiciliar ⤷ Indicações → PaO2 ⩽ 55 mmHg (ou SaO2 ⩽ 88%) fora de exacerbação. → PaO2 < 60 mmHg (ou SaO2 ⩽ 89%) em pacientes com cor pulmonale ou hematócrito > 55% (policitemia). ⤷ Prescrever para manter SaO2 ⩾ 90% ⤷ Reavaliar em 2-3 meses. #Cessação de tabagismo Reabilitação ⤷ Exercício supervisionado no mínimo 2 vezes na semana é recomendado. ⤷ Reduz hospitalização em pacientes com exacerbações. ⤷ Melhora dispneia, tolerância ao exercício, ansiedade e depressão. ⤷ Nos pacientes de grupo B, C e D. #Portanto tratamento de DPOC ⤷ Medicamento ⤷ cessação de tabagismo ⤷ vacina de influenza e pneumococo ⤷ avaliação nutricional (comum DPOC e obesidade ⤷ educação em relação à doença #O que melhora ⤷ Sobrevida → Cessação do tabagismo → Oxigenioterapia → Cirurgia de redução de volume pulmonar ⤷ Sintoma → SABA, LABA e LAMA → Metilxantina → Reabilitação pulmonar ⤷ Exacerbação → LAMA e LABA → Corticoide inalatório → Roflumilaste → Macrolídeo, mucolítico → Vacinação → Reabilitação pulmonar → Cirurgia de redução de volume pulmonar Tuberculose Aspectos gerais Agente etiológico ⤷ Causada por qualquer uma das espécies que integram o complexo Mycobacterium tuberculosis → M. tuberculosis → M. bovis → M. africanum → M. canetti → M. microti, → M. pinnipedi → M. caprae ⤷ M. tuberculosis ou bacilo de Koch é o mais comum → Fino e curvo → BAAR bacilo álcool-ácidoresistente → Aeróbio e baixa permeabilidade – reduz efetividade da maioria dos antibióticos. ⤷ M. bovis: assemelha-se ao tuberculosis, mas com maior frequência da forma ganglionar e outras extrapulmonares. → Mais comuns em locais que comem leite e derivados não pasteurizados. → Pessoas de áreas rurais. → Profissionais de campo como veterinários, funcionários de matadouros e ordenadores. ⤷ As micobactérias não tuberculosas (Mnt), compreendem diversas espécies que também podem causar a tuberculose como M. avium, M. kansasii, M. intracellulare e M. abscessos. Transmissão ⤷ M. tuberculosis transmitido por via aérea por aerossóis de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea. ⤷ Eliminação dos bacilos no ambiente a outras pessoas por tosse, fala e espirros. → Gotículas exaladas (gotículas de Pfluger) rapidamente se tornam secas – viram partículas menores. → As partículas menores (núcleos de Wells – contém 1-2 bacilos) podem se manter no ar em suspensão por muitas horas. → Conseguem alcançar os alvéolos onde se multiplicam = primo- infecção. ⤷ Vias de transmissão como placenta e pele são raras. ⤷ Bacilífero: pessoas com TB pulmonar ou laríngea com baciloscopia positiva no escarro = maior capacidade de transmissão. → São os pacientes que sustentam a cadeia de transmissão. → Infectam +/- 10-15 pessoas/ano. → Baciloscopia é importante na confirmação da eficácia do esquema terapêutico + avaliação de risco para os contactantes. → Pacientes com TB pulmonar e baciloscopia negativa também podem transmitir – raro. ⤷ Probabilidade de infecção depende → Infectividade do caso-fonte. → Duração de contato – ocorre por exposição crônica em geral. → Tipo de ambiente partilhado. ⤷ Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis = não têm papel na transmissão da doença. ⤷ Baixa infectividade – transmite, mas muito raro. → Pessoas com cultura de escarro negativa e as com TB extrapulmonar. → Pessoas com TB pulmonar e HIV. → Crianças com TB pulmonar. → Pessoas com outros exames positivos, como cultura ou teste rápido molecular da tuberculose (TRM-TB). ⤷ Após 15 dias de tratamento, a transmissão já está muito reduzida. ⤷ Bom ficar em ambiente com luz natural direta e ventilado – menor risco. ⤷ Todo profissional ao atender pacientes com tuberculose deve usar máscara N95. ⤷ Isolamento = pacientes com a forma pulmonar. Epidemiologia no Brasil ⤷ O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV considerados prioritários pela OMS para controle. ⤷ Concentrada em populações específicas como HIV, pessoas em situação de rua e pobreza, privadas de liberdade e população indígena. ⤷ Principal causa de pericardite no Brasil. Diagnóstico Quadro clínico TUBERCULOSE PULMONAR ⤷ Sintomas clássicos → Tosse persistente seca ou produtiva. → Febre vespertina. → Sudorese noturna. → Emagrecimento ⤷ Existem 3 apresentações: formas primária, pós-primária e miliar. ⤷ Principalmente em imunocompetentes com lesão em parênquima pulmonar geralmente localizada em um dos ápices, podendo ou não apresentar cavernas no exame. ⤷ Forma primária → Ocorre em seguida ao 1º contato do indivíduo com o bacilo = mais comum em crianças ▻ Primoinfecção → Manifestações insidiosas – paciente irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e inapetência. → Nem sempre há tosse. → Exame físico pode ser inexpressivo. → A grande maioria é capaz de controlar o bacilo e impedir sua replicação e aparecimento em outros momentos da vida ▻ Cerca de 10% desenvolve em algum outro momento. ⤷ Forma pós-primária ou secundária → Pode ocorrer em qualquer idade, mas mais comum em adolescente e adulto jovem. → Costuma ocorrer anos após a primo-infecção = reativação dos bacilos latentes ▻ Imunossupressão é fator de risco. → Principal: tosse seca ou produtiva. → Quando produtiva é purulenta ou mucoide, com ou sem sangue. → Febre vespertina sem calafrio que não costuma passar de 38,5ºC. → Sudorese noturna e anorexia. → Exame físico ▻ fácies de doença crônica e emagrecimento podem estar presentes. ▻ Ausculta: ↓ do murmúrio vesicular ou sopro anfórico ou normal. ⤷ Forma miliar → Aspecto radiológico específica – pode ocorrer na forma primária ou secundária. → Opacidade difusa. → Esta forma apesar de conter muitos bacilos no tecido pulmonar à biópsia, frequentemente tem baciloscopia negativa. → Forma grave da doença comum em imunodeprimidos. → Maior frequência em crianças e em adultos jovens. → Febre, astenia, emagrecimento e tosse em 80% dos casos. → Exame físico ▻ Hepatomegalia (35%) ▻ Alterações SNC (30%) ▻ Alteração cutânea do tipo eritemato-máculo-pápulo- vesiculosas (incomum). TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR ⤷ Ocorrência maior em paciente infectados por HIV ou imunocomprometidos graves. ⤷ TB pleural → Forma extra mais comum em pessoas não infectadas por HIV → Jovens → Dor torácica tipo pleurítica – derrame pleural. → Tríade astenia, emagrecimento e anorexia (70%) e febre com tosse seca (60%). → Líquido pleural com características de exsudato, predomínio de linfócitos e baixo rendimento em BAAR e cultura. → Cultura para TB no escarro induzido positiva em 50%. ⤷ Empiema pleural tuberculoso → Ruptura de uma cavidade tuberculosa para o espaço pleural → Além do líquido no espaço pleural também ocorre pneumotórax por conta da fístula broncopleural. → Diferente da TB pleural = rendimento da baciloscopia direta e da cultura é alto! ⤷ TB ganglionar periférica → Forma mais frequente de extra em pessoas com HIV e crianças (comum < 40 anos). → HIV: acometimento ganglionar bilateral + maior comprometimento do estado geral. → Exame físico ▻ Gânglios duros ou moles, aderentes entre si e aos planos profundos. ▻ Pode evoluir para fistulização e inflamação da pele adjacente → Diagnóstico por aspirado por agulha ou ressecção ganglionar. ⤷ TB meningoencefálica → 3% dos casos de TB em não infectados por HIV e em 10% dos infectados. → Frequente em crianças < 6 anos. → Subaguda: cefaleia holocraniana, irritabilidade, alteração de comportamento, sonolência, anorexia, vômito, dor abdominal + febre, fotofobia, rigidez de nuca por mais de 2 semanas. → Crônica: várias semanas de cefaleia com comprometimento de nervos cranianos. → Pode ter hipertensão intracraniana. ⤷ TB pericárdica → Geralmente não se associa à TB pulmonar, mas pode se associar à pleural. → Dor torácica, tosse seca e dispneia. → Pode ter febre, emagrecimento, astenia, edema MMII, tontura, dor no hipocôndrio direito (congestão hepática) e ascite. ⤷ TB óssea → Mais comum em crianças ou em pessoas de 4ª-5ª década de vida. → Atinge mais coluna vertebral e articulações coxofemoral e do joelho. ▻ Coluna torácica baixa e lombar principalmente. → TB de coluna (mal de Pott) é responsável por cerca de 1% dos casos de TB e 50% de TB óssea. → Tríade: dor lombar, dor à palpação local e sudorese noturna. Diagnóstico bacteriológico BACILOSCOPIA DIRETA ⤷ Técnica mais usada de pesquisa de BAAR pelo método Ziehl-Nielsen ⤷ Baciloscopia do escarro permite detectar de 60-80% dos casos de TB pulmonar – importante por mostrar transmissão. ⤷ Crianças a sensibilidade é menor pela dificuldade de obter amostra boa. ⤷ Indicações → Sintomático respiratório = pessoa que apresenta tosse por 3 semanas ou mais (busca ativa). → Suspeita clínica/radiológica de TB pulmonar. → Acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação laboratorial. ⤷ Sua sensibilidade varia de 60 - 80% e geralmente são coletados três exames (um por dia) para aumentar a chance de confirmaçãodiagnóstica. ⤷ Baciloscopia positiva + quadro clínico compatível = fecha diagnóstico e inicia tratamento. ⤷ Outros microorganismos podem positivar o exame – o mais seguro de todos (padrão- ouro) é cultura ou testes moleculares. TESTE RÁPIDO MOLECULAR PARA TB (TRM-TB) ⤷ Indicada principalmente para diagnóstico de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. ⤷ Somente uma amostra, apresenta o resultado em 2 horas. ⤷ Teste de amplificação de ácidos nucleicos que detecta o DNA dos bacilos → Avalia resistência à rifampcina por PRC em tempo real, caso o teste seja positivo. → Sensibilidade cerca 90% (adultos) e 66% (crianças). ⤷ Não utilizados para diagnóstico de retratamento – fazer baciloscopia e cultura + teste de sensibilidade antimicrobiano (TS) para verificar resistência à fármacos. ⤷ Diagnóstico de TB extra em amostra de líquor, gânglios linfáticos e outros – baixa sensibilidade. #Algoritmo de diagnóstico em casos novos de adultos e adolescentes CULTURA PARA MICOBACTÉRIA ⤷ Método de elevada especificidade e sensibilidade para diagnóstico. ⤷ Meio de cultura mais utilizados são os sólidos → Vantagem: menor custo e baixo índice de contaminação. → Desvantagem: tempo longo, varia de 14-30 dias. ⤷ Técnicas moleculares identificam a espécie, se é TB ou outra micobactéria. ⤷ Teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TS) é feito junto → Testa os fármacos: estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida. ⤷ Indicações → Locais com acesso ao TRM-TB ▻ Todo caso c/ diagnóstico de TB por meio de TRM-TB deverá realizar cultura e TS, independentemente de apresentar ou não resistência à rifampicina. ▻ Todo caso com suspeita de TB com TRM-TB negativo, com persistência do quadro clínico, deverá realizar cultura e TS. ▻ Solicitar cultura se suspeitar de micobactéria não tuberculosa. → Locais sem acesso ao TRM-TB ▻ Diagnóstico por meio da baciloscopia. ▻ Sempre cultura. PROVA TUBERCULÍNICA (TESTE DE MANTOUX) ⤷ Utilizada para → Identificar casos de infecção latente pelo M. tuberculosis → Auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças. ⤷ Não é usada para diagnóstico de TB pulmonar ou extra em adultos. → TB reativa sozinha indica apenas infecção e não é suficiente para diagnóstico. → Um PPD positivo não confirma o diagnóstico de TB ativa, assim como um PPD negativo não o exclui. ⤷ Inoculação intradérmica de um derivado proteico purificado do M. tuberculosis para medir resposta imune celular. → Logo, PT negativo em pacientes imunossuprimidos. ⤷ Leitura após 48-72 horas após aplicação – medir maior diâmetro da área endurecida palpável. → Positivo: área endurecia ⩾ 5 mm. Imagem RADIOGRAFIA DE TÓRAX ⤷ Método de imagem de escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar. → Solicitar para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. ⤷ Pode mostrar: cavidades, nódulos, consolidações, massas, processo miliar, derrame pleural e alargamento do mediastino. ⤷ Avalia comprometimento, exclui doenças pulmonares associadas e a evolução do paciente ao logo do tratamento. TC DE TÓRAX ⤷ Mais sensível que o raio-X. ⤷ Indicada em suspeita de TB pulmonar com radiografia normal. #Achados no exame de imagem ⤷ TB primária → Inflamação granulomatosa - opacidade parenquimatosa (nódulo ou consolidação) = nódulo de Ghon (focos de bacilos). → Em adultos, acomete mais lobos superiores. → Pode progredir para necrose caseosa, com cavidades, nódulos, massas ou opacidades. → Pode atingir cadeias ganglionares hilares que junto com o nódulo de Ghon formam o Complexo de Ranke. ⤷ TB pós-primária → Semelhante à primaria, com predileção em lobos superiores e segmentos superiores dos lobos inferiores. → Granulomas: nódulos coalescentes = nódulos, massas e consolidações na imagem. → Cavidades curam e formam bandas, calcificações e retrações. → Espessamento da parede brônquica e aspecto de “árvore em brotamento”. ⤷ TB miliar → Opacidade retículo-micronodular difusa de distribuição randômica por disseminação hematogênica pelo parênquima pulmonar. HISTOPATOLÓGICO ⤷ Avaliação de fragmento do tecido obtido por biópsia – formas pulmonares difusas e nas extrapulmonares = broncofibroscopia → Pulmonar busca granuloma. → Buscar bacilos (baciloscopia do tecido) = usualmente negativa em imunocompetentes e, com muita frequência, positiva nos imunossuprimidos. #Adenosina deaminase (ADA): seu aumento no líquido pleural e idade < 45, linfócito predomínio e proteína alta (exsudato) = pleurite tuberculosa). #TODO paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para HIV = diagnóstico precoce tem grande impacto no curso clínico ⤷ Preferencialmente o teste rápido -TR. ⤷ Se positivo, encaminhar para Serviço de Atenção Especializada. Tratamento A tuberculose é curável em praticamento todos os casos em bacilos sensíveis aos medicamentos. Os medicamentos antiTB interferem no sistema enzimático do bacilo ou bloqueiam síntese de metabólitos. ⤷ Só atuam em atividade metabólica = bacilos em latência não são atingidos (apenas pelo sistema imune). ⤷ Devem ter → Atividade bactericida precoce ▻ isoniazida, estreptomicina e rifampicina → Prevenção da seleção de bacilos resistentes. → Atividade esterilizante: capaz de eliminar todos os bacilos presentes no organismo todo ▻ Evitar recidivas. ⤷ Na lesão pulmonar cavitária, existem condições para intensa atividade metabólica – grandes populações de bacilos = maior chances de mutação e resistência natural aos medicamentos. → Por isso a importância do esquema terapêutico correto. ⤷ Lesão caseosa granulomatosa tem baixo O2 e pH neutro-ácido = multiplicação bacilar lenta/intermitente (bacilos latentes – responsáveis pela recidiva da doença). → Por isso o tratamento deve ser feito em tempo prolongado. #Piridoxina administrada durante o tratamento com isoniazida, a qual pode causar neuropatia periférica. ⤷ prevenir a ocorrência - piridoxina 50mg/dia durante todo o tratamento ⤷ alguns anti-retrovirais (HIV) potencializam esse efeito adverso tornando a prescrição de piridoxina ainda mais importante para esses pacientes. Esquema de tratamento ⤷ Fase intensiva (ataque) → objetivo de reduzir rapidamente a população bacilar e eliminar os resistentes. → Portanto ↓ contagiosidade. → Medicamentos com alto poder bactericida. ⤷ Fase de manutenção → Eliminar bacilos latentes ou persistentes. → Reduz possibilidade de recidiva. → Associação de 2 medicamentos com maior poder bactericida e esterilizante. ⤷ Brasil: Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol por 2 meses (fase intensiva) seguida de Rifampicina + Isoniazida por 4 meses (manutenção) → Apresentação tipo 4 em 1 (RHZE) ou 2 em 1 (RH). → Crianças (<10): 3 fármacos na fase intensiva (RHZ) + 1 manutenção (RH). ESQUEMA BÁSICO - Adultos e adolescentes ⤷ Indicações → Casos novos → Retratamento que apresentem doença ativa meningoencefálica e óssea. ⤷ R (rifampicina), H (isoniazida), Z (pirazinamina) e E (etambutol). ⤷ A pirazinamida é a mais hepatotóxica de todas = mais provável de dar sintomas como: vômitos, náuseas, dor abdominal, alterações cutâneas, icterícia e dores articulares. → Caso tenha algum efeito adverso: suspende primeiro e depois reintroduz 1 de cada vez, primeiro rifampicina + etambutol, depois isoniazida e pirazinamida por último. #Casos em que tratamos PPD reativo como profilaxia. ⤷ paciente com doença oncológica, contactantes, uso de imunossupressores biológicos (como em AR, LEP, doença de Chron), HIV positivo, profissionais da saúde ⤷ Isoniazida ou rifampicina por 6 meses. ⤷ Antes de tratar -ter certeza que a pessoa não tem TB pulmonar com raio-X tórax, investigação clínica. Senão, você piora a TB pulmonar com uma monoterapia. - Crianças ⤷ Indicações → Casos novos → Retratamento com doença ativa de todas as formas de TB pulmonar e extra, exceto meningoencefálica e osteoarticular. ⤷ Crianças com HIV ou desnutridas devem receber suplementação de piridoxina (B6). Tempo ⤷ Expulmonares, exceto meningoencefálica e osteoarticular, duram 6 meses. ⤷ Tratamento em HIV: 6 meses. Modalidades ⤷ Tratamento geral deve ser realizado em ambulatório - tratamento diretamente observado. ⤷ Observação da tomada da medicação é realizada por profissional de saúde no mínimo 3 vezes por semana durante o tratamento. ⤷ Hospitalização → TB meningoencefálica → Intolerância aos anti-TB incontrolável no ambulatório. → Estado geral ruim → Intercorrências que necessitem de procedimento hospitalar. → Situação de vulnerabilidade social como ausência de residência fixa. Investigação de contactantes Na investigação de contactantes adultos deve-se inicialmente verificar se possui sintomatologia compatível com tuberculose. Sintomático: deve ser submetido à investigação completa para TB. Assintomático: o exame inicial a ser realizado é a prova tuberculínica (PPD). ⤷ PPD ⩾ 5 mm: é necessário a realização de Raio-X de tórax para verificar presença de alterações compatíveis com tuberculose. → Raio-X normal: contactante deve receber tratamento para ILTB (infecção latente pela TB). → Raio X alterado: continuar investigação. ⤷ PPD < 5 mm (negativo): o paciente ainda pode ter sido recém-infectado → repetir o PPD após 8 semanas para verificar presença tuberculínica (aumento de pelo menos 10 mm em relação ao PPD anterior) antes de considerar alta ambulatorial. #Contactantes assintomáticos que possuem infecção pelo HIV devem receber tratamento para ILTB independentemente do valor de PPD. HIV Clínica ⤷ apresentação depende do grau de imunossupressão. Diagnóstico ⤷ Principalmente por cultura e teste de sensibilidade. ⤷ TRM-TB. ⤷ Utilização do ADA Tratamento ⤷ Prioritário é o da TB e espera 2 semanas para pôr o antirretroviral se o CD4 tiver < 50 e 8 semanas se o CD4 for > 50. ⤷ Colocar os 2 tratamentos juntos pode causa intolerância e reações adversas. ⤷ Antirretroviral é importante por reduz risco de reinfecção. ⤷ Esquema 1. Nódulo e câncer de pulmão Nódulos pulmonares As recomendações não se aplicam para pacientes < 35, imunocomprometidos ou com câncer. NÓDULOS SÓLIDOS Nódulos únicos ⤷ Nódulos < 6mm: não precisa de investigação adicional em paciente de baixo risco. → Poucas evidências em câncer em pequenos nódulos sem baixo risco. → Maiores evidencias em alto risco, como fumantes ou que pararam de fumar recentemente ainda assim não precisa de exames de seguimento. → Em paciente de alto risco, pode considerar investigação por 12 meses. ⤷ Nódulos entre 6-8 mm → Baixo risco: TC em 6-12 meses e considerar em 18-24 meses → Alto risco: TC em 6-12 meses e nova TC em 18-24 meses Maior risco de malignidade ⤷ Espiculação de nódulo ⤷ Duplicação do volume ente 100 a 400 dias → Uma duplicação de volume corresponde a 26% aumento no diâmetro. → Até 8mm provavelmente não é câncer, se for > 30 mm provavelmente é câncer - tudo depende das características também. → Entre 8 e 30 mm fica mais difícil. Calcula probabilidade em levando em conta características, fatores de risco. → Maior que 30 - biópsia. ⤷ Nódulo no lobo superior direito (localização mais comum). ⤷ Enfisema ou fibrose. #Multiplicidade de nódulos, principalmente > 5 indica provável benignidade. #Em geral, se não for muito sugestivo de câncer, reavaliamos o nódulo em 6 meses repetindo TC. Câncer de pulmão Epidemiologia ⤷ É o câncer mais incidentes em todo o mundo – 11% dos casos de câncer – e o câncer que mais mata. ⤷ Brasil: é o 4º câncer mais incidente, ficando atrás apenas do câncer colo- retal, de mama e próstata. → Mulheres: 4º tumor mais incidente, 2º que mais mata. → Homens: 2º mais incidente e o que mais mata em homens. ⤷ O câncer de pulmão de pequenas células corresponde à 15% dos cânceres de pulmão. → Intimamente relacionado ao tabagismo (90% são tabagistas ou tem história prévia). → Reduziu pela redução do tabagismo → Hoje, é basicamente igual em homens e mulheres, por quase igualar o tabagismo. Fatores de risco ⤷ Tabagismo é o principal → Aumenta quanto maior o número de cigarros e o tempo de consumo. → Afeta também fumantes passivos. → Principal estratégia é a cessação do tabagismo ⤷ Exposição ambiental ao radônio → Gás radiotivo em solo, rocha, água → Carcinógeno: decaimento emite partículas alfa. ⤷ Exposição ocupacional a carcinógenos → Principal: asbesto (amianto) – fabricação telha, caixa d’água, frios ⤷ Radioterapia em campos torácicos. → Como pessoas que receberam radio por câncer de mama ou linfoma de Hodgkin. Screening ⤷ Detectar a doença em um estádio mais precoce com maior chance de cura. ⤷ Com raio-X de tórax não é benéfico, segundo estudos. ⤷ Estudo testou TC de baixa dose → Grupo de alto risco: pessoas de 55- 74 anos que fumavam pelo menos 30 maços/ano – tanto ativou quanto ex-tabagistas a menos de 15 anos. ⤷ TC de baixa dose → Redução de 20% da mortalidade em indivíduos testados com TC baixa dose anual. → Cerca de 10x radiação do raio-x, mas menor que do TC convencional. CARCIONOMA DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS Patologia ⤷ 85% são do grupo de não pequenas células, sendo que 50% é adenocarcinoma e 35% CEC. ⤷ Imunohistoquímica → Adenocarcionoma: TTF-1/ napsina- A (importante). → CEC: p40, p63, CK5 e CK6. → Neuroendócrino: cromogranina, sinaptofisina e CD56. ⤷ Perfil molecular/mutação → Adeno: saber no mínimo valor de PD-L1 e mutações em ALK e EGFR. ▻ EGFR é o principal e também usado como alvo terapêutico: erlotinibe. → CEC: valor de PD-L1 Manifestação clínica ⤷ Problema: poucos sintomas na fase inicial ⤷ Tosse e dispneia, principalmente, além de dor, hemoptise e perda ponderal ⤷ Tumor de Pancoast → Origem no sulco superior do pulmão – dor no ombro, antebraço, escápula, dedos. → Destruição óssea, invadindo principalmente 1ª e 2ª costelas. → Atrofia da musculatura da mão. → Síndrome de Horner ⤷ Principais sítios de metástase: SNC, pleura, pericárdio, fígado, adrenal e ossos. ⤷ Síndromes paraneoplásicas. #Sempre fazer estadiamento, discussão multidisciplinar, TC de tórax e abdome superior, RNM de crânio, cintilografia (ou PET-TC se tiver). #Os adenocarcinomas e metástases tendem a se localizar na periferia, enquanto os cânceres escamosos são encontrados com mais frequência perto dos hilos. #Pequenos nódulos sólidos em uma localização perifissural ou subpleural frequentemente representam linfonodos intrapulmonares. Diagnóstico ⤷ Amostra tumoral → Centrais: broncoscopia → Periféricos: biópsia guiada por TC. ⤷ Avaliação do mediastino: ultrassom endoscópico (endobrônquico ou endoesofágico ou mediastinoscopia). → Para avaliar, tem que ter doença não metastática e pelo menos 1 dos critérios: ▻ Exames de imagem com N1 ou N2 suspeito. ▻ Tumor > 3 cm ou central. ▻ Tumor com baixo valor de SUV ao PET. Estadiamento OBS: Nódulo ipsilateral é T4, se for do outro lado já é metástase à distância. Prognóstico pior ⤷ Estadiamento ⤷ Performance status baixo ⤷ Emagrecimento (pior: > 10% nos último 6 meses. ⤷ Grau de diferenciação histológica ⤷ Tratamento de acordo com a característica molecular correta. CANCER DE PEQUENAS CÉLULAS Visão geral ⤷ Índice proliferativo elevado = corresponde bem à quimioterapia, mas a duração de respostaé limitada = pior prognóstico. ⤷ Tipo de câncer neuroendócrino de pulmão → OMS divide esses tumores em 4 classes ▻ Alto grau: grandes células e pequenas células. ▻ Grau médio: carcinoide atípico. ▻ Grau baixo: carcinoide típico Diagnóstico ⤷ Através da microscopia de forma exclusiva ⤷ Na histologia – “oat cell” (lembra aveia) → Cromatina em sal e pimenta sem nucléolos aparentes. → Células pequenas dispersas pelo estroma. → Figuras apoptópticas periféricas. ⤷ Imunohistoquímica ajuda no diagnóstico embora não seja necessária a presença dos marcadores neuroendócrinos. → Sinaptofisina + → Cromogranina A + → CD-56 + → TTF1 + (quando positivo, infere que o tumor se originou no pulmão). Manifestações clínicas ⤷ Tumor cresce em vias aéreas centrais e invade estrutura adjacentes = comprime grandes vasos e vias aéreas. ⤷ Tosse, dispneia, perda ponderal. ⤷ Ao diagnóstico, 70% desses tumores são metastáticos, sendo os principais sítios → Adrenal → Fígado → SNC - 15% dos casos ao diagnóstico (8% assintomáticos). → Osso – 30% → Medula óssea ⤷ Relacionada a síndromes paraneoplásicas → Síndrome da veia cava superior: encontrada em 50% dos pacientes de câncer de pequenas células – tratamento imediatamente. ▻ Pletora facial, edema de face, disfonia, turgência jugular, vasos colaterais ▻ Caso grave: alteração neurológica e síncope pela hipertensão intracraniana causada por essa síndrome. Estadiamento ⤷ Importante para diagnóstico e tratamento ⤷ Pode usar TNM, mas outra modalidade pode ser usada: ⤷ Doença limitada → paciente com neoplasia em único pulmão com acometimento de linfonodos ipsilaterais sem acometimento pleural, pericárdico ou de doença à distância. → No TNM, vai do IA ao IIIB. ⤷ Doença extensa → Neoplasia mais avançada, acometimento bilateral, pleural, pericárdico, quadro arrastado com derrame pleural ou metástase à distância. → No TNM, vai do IIIC ao estádio IV. ⤷ Exames para estadiar → TC tórax + TC abdome total + RNM de SNC (metástase) + cintilografia óssea. → Ou PET-CT + RNM de SNC. - Doença limitada: pacientes com lesões isoladas, pequenas, geralmente T1, T2, sem acometimento linfonodal mediastinal ou metástase. ⤷ Passam por estadiamento invasivo ⤷ Se não for encontrado acometimento linfonodal = podem ser submetidos à lobectomia e ressecção linfonodal mediastinal cirúrgica. ⤷ Todos os pacientes operados devem ser submetidos à quimioterapia adjuvante → Cisplatina + etoposidio. → Melhor sobrevida – ganho de 20 meses. → Não fazer radioterapia. ⤷ Se durante a ressecção de estadiamento, o anatomopatológico mostrou acometimento dos linfonodos mediastinais pela neoplasia → Podem se beneficiar ou não da radioterapia adjuvante → Geralmente, 4 ciclos de QT seguidos de radio. - Doença limitada com T3, T4 ou linfonodos positivos nos exames radiológicos ou aquele que positivaram durante o estadiamento invasivo ⤷ Quimio e radioterapia concomitante ⤷ Depois, podem ser submetidos à PCI (radioterapia craniana profilática) = ganho de sobrevida global e livre de metástases cerebrais. - Doença extensa (IIIC ou IV) ⤷ Associação da quimioterapia à imunoterapia, podendo ou não ser realizada PCI após tratamento. ⤷ Em contraindicação ao uso da imunoterapia ou indisponibilidade → Quimioterapia podendo ou não ser realizada a radioterapia torácica de consolidação. → Pode ou não usar PCI depois. Prognóstico pior ⤷ Pior status performance. ⤷ Perda ponderal significativa. ⤷ Tabagismo ativo. ⤷ Doença extensa (sobrevida em 2 anos é < 5%, enquanto na limitada é de 20-40%. ⤷ LDH aumentado. ⤷ Grandes volumes de metástase, principalmente em SNC, MO e fígado. ⤷ Síndrome paraneoplásica. ⤷ Sexo masculino. Tromboembolismo venoso Trombose venosa profunda e embolia pulmonar fazem parte do espectro de uma mesma doença, o tromboembolismo venoso. ⤷ 1/3 tem apresentação inicial EP e 2/3 de apresentação inicial TVP. Trombose venosa profunda TVP quando tratada tem prognóstico excelente, com probabilidade de EP fatal de 0,4% e não fatal de 3,8%. Ocorre principalmente em MMII ⤷ TVP distal: acomete vasos distais às veias poplíteas. ⤷ TVP proximal: envolvendo veias poplíteas, femoral ou ilíacas = maior risco de EP. Etiologia e fisiopatologia ⤷ Idade é o maior fator de risco para trombose – rara em jovens. (1/100.000 ano) ⤷ Mais da metade dos episódios ocorre com algum fator secundário. → Neoplasia (48%). → Internação hospitalar (52%). → Procedimento cirúrgico (42%). ▻ Maior risco: neurocirurgia e cirurgias ortopédicas (quadril/joelho). → Grande trauma (6%). ⤷ Outros fatores de risco → Doença infecciosa aguda. → Idade > 75 anos. → Câncer. → Viagens aéreas longas (>6 horas). → Antecedente de tromboembolia venosa (>6x) → Uso de anticoncepcionais orais ou reposição hormonal. → Gestação e puerpério. → Presença de trombofilias. → IC exacerbada ou insuficiência respiratória aguda. → AVE. → Paralisia, parestesia, imobilização recende de MMII. → Confinamento recente em leito por > 3 dias. Manifestação clínicas ⤷ Dor ou edema em MMII, principalmente unilateral ou assimétrico – suspeitar. → Quando, no edema, a diferença do diâmetro das panturrilhas é > 3 cm – probabilidade de TVP aumenta significantemente ▻ Medir 10 cm abaixo da tuberosidade da tíbia. ⤷ Questionar fatores precipitantes, como uso de anticoncepcional oral ou reposição hormonal e antecedente obstétrico por conta da síndrome do anticorpo antifosfolípide. ⤷ Dor à palpação da musculatura da panturrilha. → Pode se estender para a coxa ou ao longo da distribuição do sistema venoso. ⤷ Dilatação de veia superficiais não varicosas. ⤷ 10% dos pacientes com TVP tem em membros superiores, com risco de EP de 6%, comparado ao risco de TVP de MMII que é de 15%. → Ainda assim a anticoagulação é indicada. → Há desconforto, parestesia, dor e fraqueza de membro afetado. → Edema local e aparecimento de colaterais venosos são típicos do diagnóstico. ▻ São poucos os diagnósticos diferenciais para edema de MMSS – presença de cateter ou marca-passo transvenoso. ⤷ Critério específico para auxílio diagnóstico = critério de Wells. Complicações ⤷ Flegmasia cerúlea dolens: mais temida, ocorre em tromboses ileofemorais extensas e apresenta grande morbimortalidade → Dor intensa em MMII com edema, cianose, grangrena venosa. → Pode evoluir com síndrome compartimental e comprometer as artérias = frequentemente acompanhada de choque e de colapso hemodinâmico. ⤷ EP fatal e não fatal ⤷ Sangramentos e plaquetopenia induzida pelo uso de heparina durante o tratamento. Diagnóstico Exames complementares • D-dímeros ⤷ São produzidos quando a enzima plasmina inicia o processo de degradação de um coágulo (fibrina). ⤷ ↑ Sensibilidade/↓ especificidade para TVP. → A especificidade baixa não permite seu uso exclusivo para diagnóstico = por isso são necessários outros exames! ⤷ Métodos de mensuração → Aglutinação pelo látex e SimpliRED são exame feitos à beira do leito. → ELISA: é o método recomendado na emergência, muito sensível, pouco específico. ⤷ Valores de D-dímero aumentam com a idade → < 50 anos: valor normal - 500 μg/mL. → > 50 anos: valor normal é = idade x 10 μg/mL. • USG com compressão venosa ⤷ É a modalidade de escolha no diagnóstico de TVP. ⤷ Princípio: veias normais são comprimidas pelo transdutor do ultrassom, já as veias com trombose não. ⤷ Feito nas veias femoral comum, femoral superficial e poplítea. ⤷ Exame positivo para trombo venoso se não houver compressão. ⤷ Deve ser realizada → em todos os pacientes de alta probabilidade para EP → ou baixa/moderada probabilidade e D-dímeropositivo. • Angiorresonância venosa ⤷ Sensibilidade de 100% e especificidade de 96%. ⤷ Alto custo = realizada em casos selecionados, como pacientes com alta probabilidade de TVP e USG negativo. • Venografia ⤷ Exame considerado padrão-ouro para o diagnóstico de TVP. ⤷ Não é considerada exame inicial, pois é desconfortável, há dificuldade técnica para sua realização e é invasiva. #Rastreamento da TVP (indicações) ⤷ TVP idiopática em < 50 anos. ⤷ História familiar (parentes de 1ºgrau). ⤷ Gestantes ou mulheres que pretendem engravidar com história familiar de TVP ⤷ Mulheres que pretendem usar anticoncepcional oral ou terapia de reposição hormonal. ⤷ TVP recorrente. ⤷ TVP em locais inusitados (veias portais, mesentéricas e hepáticas). ⤷ Complicações com Warfarina, como necrose cutânea. Diagnóstico diferencial ⤷ Cerca de 17-32% dos investigados para TVP em MMII confirmam diagnóstico. ⤷ TVP de MMSS tem pouca variedade de diagnóstico diferencial Tratamento ⤷ Objetiva prevenir a extensão do trombo, a embolia pulmonar e impedir a recorrência da TVP. ⤷ Anticoagulação apropriada reduz para 3,4% os episódios de EP não fatal e 0,4% as fatais em um período de 3 meses. ⤷ Condições necessárias para anticoagular → Paciente estável com sinais vitais normais. → Sem alto risco de sangramento. → Ausência de doença renal crônica avançada ou diálise. → Capacidade de administrar a medicação e monitorizar depois. ⤷ Tratamento convencional é a primeira opção. ⤷ Tempo → TVP cirurgia ou fator de risco transitório ou sem fator de risco = 3 meses. → Episódio seguido de TEV, neoplasia = mais de 3 meses. → TEV sem fator provocativo = usar aspirina após o tratamento. Embolia pulmonar Diagnóstico é muito importante, pois sem tratamento a mortalidade chega a 30% e com tratamento a mortalidade é de 7%. ⤷ Em 12-15% dos pacientes hospitalizados. ⤷ Incidência aumentando por conta do envelhecimento da população, aumento de comorbidades, neoplasias e tratamentos mais complexos e invasivos, como cateter venoso central. ⤷ Inflamação, hipercoagulabilidade e lesão endotelial = tríade de Virchow. ⤷ Em geral, o grau e localização da dor mostram mais ou menos em que provável artéria o êmbolo parou (geralmente algumas das lobares, com dor localizada na região exata). → dificilmente em artéria pulmonar ou na bifurcação entre elas – seria maciço, dores imensas, síncope, hipotensão grave. Etiologia e fisiopatologia ⤷ Provocada: quando existe um fator causal nas últimas 6-12 semanas, como → Cirurgia ▻ Revascularização do miocárdio (15-60%) ▻ Herniorrafia ▻ Cirurgia abdominal grande porte (15-30%) ▻ Ortopédica de quadril (50- 70%). → Trauma → Imobilização ▻ AVC – plegia (15-60%) → Internação por doenças agudas ▻ IAM (5-35%) ▻ IC descompensada (12%) ⤷ Não provocada: quando não existe um fator causal conhecido → Estados de hipercoagulabilidade ▻ Fator V de Leiden. ▻ Mutação gene protrombina ▻ Deficiência proteína S ▻ Deficiência de antitrombina ▻ Defeitos na fibrinólise ▻ Disfunção plaquetária → Síndrome anticorpo antifosfolípide → Doenças autoimunes → Trombocitopenia por heparina ⤷ Causa desconhecida (30% casos). #EP e câncer ⤷ Risco de TEV é maior quando paciente é metastático ou está em quimioterapia. ⤷ Principais: neoplasias hematológicas, câncer de pulmão, de SNC, de pâncreas e do trato gastrointestinal. ⤷ Maior mortalidade em pacientes com câncer. ⤷ 10% das EP não provocadas/causa desconhecida têm câncer de base. Consequências cardiovasculares ⤷ Em geral, o trombo causador da EP se origina das veias dos MMII ou pélvicas. → Está aumentando o número de trombos que se originam de veias dos MMSS = por conta de cateter central em UTIs e quimioterapias de acesso central. ⤷ Uma vez na vasculatura pulmonar, o trombo exerce efeito mecânico – obstrui segmentos da artéria pulmonar → Aumento da resistência vascular. → Ventrículo direito tem que manter o débito à custa de maior pressão na vasculatura pulmonar. → Dilatação do ventrículo direito = sua disfunção é fator de pior prognóstico. ⤷ Choque cardiogênico: TEP é uma das principais causas, junto com IAM e tamponamento cardíaco = confirmar com ecocardiograma. ⤷ Insuficiência respiratória ⤷ Maiores riscos de complicações → Disfunção VD. → Pacientes > 70 anos → Câncer, IC ou DPOC → Imobilização - doença neurológica → FR > 20 ipm → PA sistólica < 90 mmHg → TVP com EP Manifestações clínicas ⤷ Sintomas → História de dor torácica, seja pleurítica ou não. ▻ Pleurítica quando o êmbolo é periférico ▻ Êmbolos maiores: dor subesternal – simulando síndrome coronariana aguda. → Dispneia sem explicação. → Síncope ▻ Associada à disfunção VD ▻ Em 10% é sintoma inicial. ▻ Maior fator de risco de morte precoce. → Tosse (com ou sem sangue). → Ansiedade intensa inexplicável. ⤷ Sinais → Taquipneia (principalmente com oxímetro mostrando de ↓ SatO2) → Taquicardia → Edema assimétrico de MMII → Distensão venosa jugular → Achados sugestivos de hipertensão pulmonar ▻ B2 hiperfonética / palpável ▻ Sopro tricúspide → Hipotensão ou choque ⤷ Tríade clássica: dor pleurítica + taquipneia + hemoptise = rara. #instabilidade hemodinâmica: grupo de alto risco de morte. ⤷ PA sistólica < 90 mmHg ou redução aguda de maior de 40 mmHg. ⤷ Duração > 15 minutos. ⤷ Não causada por arritmia recente, hipovolemia ou sepse. #Diagnóstico diferencial ⤷ Crise de ansiedade. ⤷ Síndrome coronariana aguda ⤷ Pericardite. ⤷ Insuficiência cardíaca. ⤷ DPOC (EP pode causar exacerbação) ⤷ Síndromes aórticas agudas ⤷ Infecção trato respiratório ⤷ Hipertensão pulmonar idiopática. Avaliação da probabilidade pré-teste ⤷ Todo paciente com suspeita de EP devem ser avaliados com escore de probabilidade antes de solicitar os exames ⤷ Exames: D-dímero, mapeamento V/Q, TC, USG/Doppler ou arteriografia. Escore PERC ⤷ Desenvolvido com objetivo de identificar paciente de muito baixo risco de EP (< 2% chance). ⤷ Para mostrar que não há necessidade de exames adicionais ⤷ Paciente deve ser avaliado por um dos escores de probabilidade (Wells/Genebra) → Baixa probabilidade: continuar com escore PERC. → Intermediária ou alta: não tem utilidade o PERC. ⤷ Todas as variáveis do PERC devem ser negativas – qualquer resposta sim não pode descartar EP. #Baixa probabilidade clínica para TEP é inicialmente investigada com dímeros D, porém caso respondam negativamente a todas as perguntas do PERC não há necessidade de prosseguir a investigação. Exames complementares e diagnóstico • Radiografia de tórax ⤷ Maior utilidade para excluir outras causas de dispneia e dor torácica. ⤷ Pode ser completamente normal ou mostrar → Atelectasias → Derrame pleural → Elevação da cúpula diafragmática → Achados clássicos de EP (raros) ▻ Sinal de Westermark (oligemia distal ao êmbolo). ▻ Corcova de Hampton (consolidação em forma de cunha até a pleura. Mostra área isquêmica. ▻ Sinal de Fleischner (a. pulmonar central distendida pelo coágulo. ▻ Linha de Fleischner (linhas longas de atelectasias encontradas na consolidação). • Gasometria arterial ⤷ Normal em 40% dos pacientes. ⤷ Graus variáveis de hipoxemia e hipocapnia podem ocorrer. • Eletrocardiograma ⤷ Pode ser normal. ⤷ Maior utilidade para diagnóstico diferencial. • D-dímeros ⤷ Produzidos quando a plasmina inicia a degradação do coágulo (fibrina) ⤷ Indicados somente quando paciente tem baixa ou intermediária probabilidade de EP → D-dímero normal não descarta EP em paciente de alta probabilidade ⤷ Lembrar do ajuste do D-dímero para pessoas acima de 50 anos. ⤷ Valor preditivo negativo muito alto: ótimo
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