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1 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 Cirrose - principais etiologias HEPATITES VIRAIS CRÔNICAS • Crônico é determinado por ser mais de 6 meses • Podem se cronificar: vírus B, C, D e E TRANSMISSÃO HEPATITES B e C • Contato de seringas ou objetos perfurocortantes • Clínicas de hemodiálise • Transfusões sanguíneas antes de 1933 • Transplantes de órgãos • Contato sexual, principalmente B • Recém nascidos de mãe portadora do vírus, principalmente vírus B • Tatuagens ou piercings • Exposição a materiais coletivos (manicure) MODELOS DE REPLICAÇÃO (HCV, HBV, HIV) • VÍRUS C é um RNA: não se acopla ao DNA da célula do hepatócito - Mais fácil de conseguir a cura por eliminando o RNA viral • VÍRUS B E HIV são vírus DNA - Acopla-se ao cccDNA do hepatócito, sendo dificultada a sua eliminação HEPATITE C • É um vírus RNA • Desde 1996 a hepatite C é um agravo de notificação compulsória • Chamado antigamente de vírus “não A não B” • Responsável por 1 a 6 genótipos com importância clínica - Cada genótipo com tratamento distinto até o momento EVOLUÇÃO DA INFECÇÃO PELO HCV • Crônico = mais de 6 meses • 15 a 20% dos pacientes agudos eliminam o vírus • A maioria (80-85%) cronificam • Os que cronificam, 20% desenvolvem cirrose hepática 2 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 2 PREVALÊNCIA DO HCV • 70 milhões de pessoas vivendo com o vírus C no mundo • No Brasil, 657 mil infectados (0,7% da população brasileira) à apenas 155 mil haviam sido diagnosticados até 2016 • De cada 4 óbitos por hepatite 3 são por vírus C POPULAÇÃO DE ALTO RISCO PARA VÍRUS C • Pessoas nascidas entre 1945 e 1975 • Usuários de drogas • Homens que fazem sexo com homens • Pessoas com Hepatite B • Pessoas com HIV OBJETIVO DA OMS: ELIMINAR O VÍRUS C ATÉ 2030 • 90% dos pacientes diagnosticados • 80% tratados • Redução de 65% da mortalidade OBSTÁCULOS PARA ELIMINAÇÃO DO HCV BUSCA ATIVA DE PACIENTES • Nascidos entre 1945 e 1975 • Mais de 40 anos • Transfusão antes de 1993 • Uso de drogas • Tatuagens • HIV+ • Filho de mãe com HCV • Presidiários e ex-presidiários MARCADORES SOROLÓGICOS DA HEPATITE C HCV-RNA: identificável por PCR, simultaneamente à elevação das transaminases ANTI-HCV: anticorpo neutralizante. Não confere imunidade efetiva para infecções subsequentes por HCV Hepatite C: aguda com cura DIAGNÓSTICO HEPATITE C CRÔNICA • Anti-HCV reagente por mais de 6 meses • Confirmação diagnóstica com HCV-RNA detectável (positivo) 3 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 3 Hepatite C: infecção crônica APRESENTAÇÕES CLÍNICAS DOS PACIENTES HCV • Sintomas podem incluir - Febre - Fadiga - Perda de apetite - Náuseas - Vômitos - Dor abdominal - Colúria - Acolia - Icterícia • Manifestações extra hepáticas - Artralgias - Paresterias - Mialgias - Prurido - Síndrome Sicca - Síndrome nefrótica - Anemia aplásica - Derrame pleural - Vasculites PASSOS PARA O TRATAMENTO 1. Confirmação diagnóstica 2. Genotipagem 3. Conhecer o paciente 4. Estadiamento da fibrose 5. Outros tratamentos prévios 6. Arsenal terapêutico disponível • O tratamento da hepatite C crônica está indicado para todo os pacientes, independente do estágio de fibrose hepática Anti HCV reagente PCR do RNA HCV Negativo Não portador Positivo Avaliação da fibrose + outras variáveis Decisão terapêutica Genotipagem 4 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 4 ALVOS DE AÇÃO DAS NOVAS DROGAS • Inibidores de protease • Inibidores de polimerase, dependendo da estrutura onde agem-no vírus recebem diferentes nomes COMPARAÇÕES ENTRE TRATAMENTO COM INTERFERON E DAAS Interferon DAAS OBJETIVO DO TRATAMENTO • Principal objetivo: garantir a resposta virológica sustentada (RVS)= carga viral indetectável 12 ou 24 semanas após o fim do tratamento, dependendo do tempo e do tratamento oferecido • Aumentar a qualidade de vida e expectativa de vida do paciente • Diminuir a incidência de complicações da doença hepática crônica • Reduzir a transmissão do HCV • Evitar a progressão para cirrose, carcinoma hepatocelular e óbito • O paciente com hepatite C deve ser imunizado para as hepatites A e B • O paciente também deve receber insumos e orientações para praticar sexo seguro e evitar ingestão de álcool • Todos os profissionais da saúde devem estimular a adesão do paciente ao tratamento 5 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 5 HEPATITE B • É um vírus DNA – família Hepadnaviridae • Transmissão: parenteral, vertical (familiares) e sexual • Período de incubação: 30 a 180 dias • Vacina em 3 doses, sendo que 95% produzirão os anticorpos à anti HbS Lembrando que no vírus C existe apenas o anti HCV e o HCV RNA como marcadores MARCADORES SOROLÓGICOS DO HBV HBsAg: é o antígeno de superfície, indicativo de infecção. É a principal ferramenta de screening e diagnóstico Anti-HBs: é o anticorpo do antígeno HBsAg, é sinônimo de imunidade Anti-HBc: anticorpo do antígeno HBsAg, é sinônimo de imunidade por infecção interna - IgM: marcador de infecção recente/aguda (4-6 meses) - IgG: infecção passada HBv DNA: medição das partículas do DNA viral, medido por métodos de PCR, a carga viral e a multiplicação HBeAg: proteína viral associado a replicação e autoinfectividade • Estima-se que cada ano apareçam 17.000 novos casos • No brasil, há um foco na Amazônia Envoltório lipoproteico que expressa o antígeno: HbsAg HBeAg secretado = replicação viral Antígeno central HbcAg (não é secretado) Tem atividade antigênica 6 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 6 HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO PELO HBV • Grande maioria das pessoas se cronificam • Infecção aguda, menos de 5% dos pacientes não cronificam • Infecção na infância ou no período pré-natal ocorre mais chance de cronificação • 30% desenvolvem cirrose • 4-6% tem chance do carcinoma hepatocelular e complicações • No vírus B, o carcinoma hepatocelular pode surgir antes mesmo do surgimento da cirrose • Vias de transmissão perinatal - Intra-útero: 5% - No momento do parto: 95% MARCADORES HEPATITE B • HBsAg • Anti-HBs • HBcAg • Anti-HBc IgM • Anti-HBc IgG • HBeAg • Anti-HBe • HBV-DNA HBsAg • Antígeno de superfície do HBV • É o marco da infecção pelo HBV • Detectado a partir de 1 a 10 semanas após exposição • Eliminado dentro de 4 a 6 meses pelos pacientes que se recuperam • Persistente nas formas crônicas ANTI-HBS • Anticorpo contra o antígeno de superfície • É um anticorpo neutralizante que oferece imunidade protetora contra o HBV • Marca a cura da hepatite B, juntamente com o desaparecimento do HBsAg • Adquirido através da vacina HBcAg • Antígeno central do HBV (core) • É um antígeno intracelular à não pode ser dosado ANTI-HBc IgM • Primeiro anticorpo a ser identificado após a infecção por HBV (1 mês após o HBsAg) • Presente em altas titulações na fase aguda da infecção • Diminui na fase de recuperação ou nos casos que evoluem para infecção crônica • Pode aumentar nas fases de exacerbação da hepatite crônica 7 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 7 ANTI-HBc IgG • Aumenta na fase de recuperação, à medida em que diminuem as titulações de anti HBc-IgM • Demonstra contato anterior com o vírus HBeAg • Indicativo de replicação viral e infectividade • Surge no período de incubação • Presença associada a detecção do HBV DNA• É rapidamente eliminado na fase aguda, antes do desaparecimento do HBsAg • Sua persistência por mais de 6 meses indica tendência a cronicidade • Cepas mutantes: - Mutação pontual na região pré-core: bloqueia a transcrição do HBeAg (pode haver HBV-DNA na ausência de HBeAg) ANTI-HBe • Ocorre conversão do HBeAg para anti-Hbe • Associa-se ao desaparecimento do HBV-DNA • Indica interrupção da infecção viral HEPATITE B AGUDA: CURA • Boa evolução: cura HEPATITE B CRÔNICA • Resposta celular e humoral presentes, porem insuficientes • Pode progredir para: - Leso hepática crônica - Cirrose - Carcinoma hepatocelular DIAGNÓSTICO HBV • Realizado a partir dos métodos sorológicos • HBsAg: infecção aguda ou crônica (antígeno de superfície) • Anti-HBs: imunidade pós infecção ou pós vacina • HBeAg: maior replicação viral e maior risco de transmissão do HBV • Anti-HBe: menor replicação viral e menor risco de transmissão do HBV • antiHBc total: infecção aguda, crônica ou resolvida • anti-HBc IgM: infecção aguda ou recente INTERPRETAÇÃO DAS SOROLOGIAS NA HEPATITE B 8 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 8 RISCO DE CIRROSE E CHC NOS PACIENTES COM HBV • Consumo de álcool e fumo • Sexo masculino • Extremos de idade • História familiar de CHC • Contato com carcinógenos tais como aflatoxinas • Replicação viral persistente, a presença de cirrose, o genótipo C do HBV, a mutação pré-core e a coinfecção com HIV e HCV: aumento da probabilidade de evolução para formas graves OBSERVAÇÃO: embora a cirrose seja um fator de risco para CHC, no vírus B 30-50% dos casos de CHC associados ao HBV ocorrem na ausência da cirrose HEPATITE B CRÔNICA • Deve-se imunizar todos os contatos familiares • Imunizar todos pacientes com vacina para hepatite A OBJETIVO DO TRATAMENTO • Diminuir ou cessar a replicação viral • Perda do HBeAg e soroconversão anti-HBe • Erradicar a infecção: clareamento do DNA-HBV, perda do HBsAg • Normalizar as enizmas e a histologia • Diminuir a inflamação e fibrose • Tratamento previne complicações tardias, como a cirrose, e diminui o ídice de evolução para carcinoma hepatocelular • Hoje o medicamento mais novo (2016) é o tenofovir alafenamida • Tenofovir e entecavir são os mais usados, apenas mantém a carga viral indetectável INDICAÇÕES DE TRATAMENTO Pacientes HBeAg positivo: • ALT> 2x LSN • Pacientes > 30 anos Pacientes HBeAg negativo • HBV-DNA > 2000 UI/mL e Alt > 2x LSN • Considerar elastografia ou biopsia Outras indicações, independente do HBeAg, HBV-DNA ou ALT • História familiar de CHC • Coinfecção HBV/HIV ou HBV/HCV • Hepatite aguda grave • Cirrose ou insuficiência hepática • Pacientes com manifestações extra-hepáticas • Metavir A > 2 ou F > 2 na biopsia ou elastografia > 7kPa PACIENTES QUE NÃO DEVEM SER TRATADOS • Pacientes imunotolerantes: pacientes HBeAg positivo, com carga viral muito elevada e enzimas normais • Portadores inativos do HBV: pacientes com enizmas normais e carga viral muito baixa 9 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 9 HEPATITE D • Vírus RNA defectivo que necessita da função do vírus B para sua sobrevivência e disseminação • Os vírions do HDV necessitam do envelope sintetizado pelo HBV para terem sua formação completa • Formas de infecção - Coinfecção: infecção simultânea com o HBV (aumento da frequência da hepatite fulminante de 1% para 5%) - Superinfecção: infecção em alguém cronicamente infetado pelo HBV (hepatite fulminante em 20% dos casos, maior risco de cirrose, 70% em 2 anos) • Marcador: Anti-HDV (IgM e IgG) 10 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 10 DOENÇA HEPÁTICA ALCOÓLICA • O álcool é a substância psicoativa mais consumida no mundo, e é o maior risco evitável de diversas doenças • Representa 6% do total de óbitos • Relacionado a mais de 200 doenças • Maioria das mortes atribuíveis: doenças cardiovasculares, doenças gastrintestinais (cirrose) e câncer • 237 milhões de homens e 46 milhões de mulheres sofrem por transtornos relacionados ao consumo do álcool • Maior prevalência na região europeia e na região das américas NO BRASIL – 2016 • 70% dos homens e 40% das mulheres tiveram o álcool relacionado a índices de cirrose hepática • 36% em homens e 23% em mulheres tiveram o álcool associado a acidentes de trânsito • 8% dos homens e 2% das mulheres tiveram o álcool relacionado ao câncer ASPECTOS DE SAÚDE PÚBLICA: DADOS SÃO CONFLITANTES SOBRE A SEGURANÇA DO LIMITE DO ÁLCOOL • Ingestão leve a moderada: risco reduzido de doença arterial coronariana • Consumo crônico e intenso de álcool: aumento de cardiomiopatias, hipertensão, arritmias atriais e AVC hemorrágico • O álcool é um agente cancerígeno reconhecido: o que não é reconhecido é a quantidade segura • O uso crônico de álcool é um fator de risco para cirrose, não está claro a relação dose-resposta • Riscos do consumo excessivo X consumo diário ainda é controverso • Interrupção do consumo em qualquer momento reduz o risco de progressão da doença e ocorrência de complicações DOSE DE RISCO • Risco de desenvolver cirrose aumenta com a ingestão de 10 anos ou mais: 60-80g/dia de álcool 20g/dia de álcool 11 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 11 CAGE 1. Você já pensou em largar a bebida? 2. Ficou aborrecido quando outras pessoas criticaram o seu hábito de beber? 3. Se sentiu mal ou culpado pelo fato de beber 4. Bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca? A presença de 2 respostas afirmativas sugere indicação positiva para dependência de álcool AUDIT Risco de consumo de álcool nocivo >8 homens > 60 anos > 4 nas mulheres adolescentes ou homens <60 anos Dependência do álcool > 20 12 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 12 ACHADOS LABORATORIAIS DA DOENÇA ALCOÓLICA • História clínica + laboratoriais • TGO > 2-6x LSN na hepatite alcoólica grave • TGO/TGP > 2 sugestiva de doença alcoólica (90%) • TGO/TGP > 3 mais sugestivo ainda (96%) FATORES DE RISCO: • Mulher • Obesidade • Fatores dietéticos • Polimorfismos • Álcool • Tabagismo COMORBIDADES • Hepatite viral • Hemocromatose • HIV HEPATITE ALCOÓLICA: DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO CLÍNICA • Icterícia recente e outros sinais de descompensação hepática (ascite, EPS), em pacientes com consumo abusivo de álcool • Sinal principal é a icterícia progressiva, geralmente associada a febre, cansaço, perda de peso e desnutrição HISTOLOGIA • Esteatohepatite LABORATÓRIO • Neutrofilia • Hiperbilirrubinemia • AST >2X LSN e AST/ALT > 1,5- 2 • Grave: prolongameto TP, hipoalbuminemia e plaquetopenia AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE DA HEPATITE ALCOÓLICA • Diferentes modelos prognósticos com objetivo de identificar os pacientes de alto risco de morte ESCORE DE LILLE: AVALIA RESPOSTA AO TRATAMENTO COM CORTICOIDE 13 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 13 MADDREY DF: primeiro escore e muito usado. > 32 grave e indicação de tratamento MELD: escore > 20 é alto risco de mortalidade no 90º dia GAHS: score > igual a 9 + mDF > igual 32: prognóstico ruim e benefício em uso de corticoides LILLE: escore vai de 0 - 1. > igual a 0,45 indica não resposta aos corticoides TRATAMENTO • Abstinência de álcool • Encaminhamento para centro de ajuda DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃOALCOÓLICA (DHGNA) • Principal causa de hepatopatia crônica no mundo • EUA: segunda causa de transplante hepático - Estimativas de ser a primeira causa em 10 anos DEFINIÇÃO • Esteatose em mais de 5% dos hepatócitos (análise histológica) ou fração de gordura maior que 5,6% (espectroscopia por ressonância magnética) • Excluir: consumo excessivo de álcool (20g/dia mulheres e 30g/dia homens), infecção viral e causas secundárias ESPECTROS CLINICOPATOLÓGICOS Esteatose simples X esteatohepatite não alcoólica ESTEATOSE SIMPLES • Esteatose hepática • Sem lesão hepatocelular • Raramente possui fibrose • Baixo risco de progressão para cirrose e insuficiência hepática ESTEATOHEPATITE NÃO ALCOÓLICA • Lesão hepatocelular com balonização dos hepatócitos e infiltrado inflamatório • Fibrose presente ou não • Maior taxa de progressão da fibrose, cirrose e CHC • Diagnóstico definitivo: biópsia hepática 14 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 14 DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA: HISTÓRIA NATURAL • 40% da DHGNA progride para fibrose • Velocidade da progressão - Esteatose simples: 1 estágio de fibrose em 14 anos - Esteatose hepática não alcoólica: 1 estágio de fibrose em 7 anos (metade do tempo) MANIFESTAÇÕES RELACIONADAS • Diabetes mellitus • Obesidade • HAS • Dislipidemia DHGNA E OBESIDADE MÓRBIDA • Dos pacientes submetidos a bariátrica: - Até 90% tem doença gordurosa - EHNA: 15 a 70% - Cirrose: 1 a 4% MORTALIDADE DHGNA • Aumento da mortalidade geral • Doença cardiovascular • Neoplasias • Doenças hepáticas • Presença de fibrose: preditor mais importante relacionada a DHGNA DIAGNÓSTICO DA ESTEATOSE HEPÁTICA • História clínica • Métodos que permitem avaliação da presença de esteatose: - Invasivos: biópsia hepática - Não invasivos: imagens, espectroscopia, RNM, CAP, biomarcadores séricos de esteatose DIAGNÓSTICO DA ESTEATOHEPATITE NÃO ALCOÓLICA • Biópsia hepática (padrão ouro) • Marcadores de estresse oxidativo: níveis plasmáticos de vitamina E, glutation Peroxidase • Marcadores de inflamação: dosagens séricas de citocinas (TNF-alfa, adiponectinas) • Marcadores de apoptose • Todos sob investigação, inviáveis para a maioria dos casos DIAGNÓSTICO DA FIBROSE HEPÁTICA • Biópsia hepática (padrão ouro) • Métodos não invasivos: 15 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 15 - Laboratoriais: FIB 4, NFS, APRI à excluem fibrose avançada - Imagem • nenhum tratamento é muito bom para a esteatose hepática. São pensados para pacientes com NFS 3 em diante 1. paciente chega com exame de imagem evidenciando esteatose 2. paciente tem fator de risco (obesidade, DM...) 3. Alteração de aminotransferases 4. Excluir causa secundárias e consumo de álcool 5. Excluir fibrose avançada 6. Calcular 2 scores: NAFLD e FIB-4 7. NAFLD com baixo risco e FIB-4 com baixo risco = baixo risco de o paciente ter fibrose 8. NAFLD com risco intermediário = realizar método melhor além do laboratório, como a elastografia por exemplo 9. Elastografia com alto risco à realizar biópsia hepática para avaliar inflamação e fibrose 10. Pensar num tratamento TRATAMENTO: MEV • Perder peso • Realizar atividade física • Tratar síndrome metabólica • Perda de 10% do peso é capaz de reverter a fibrose • Considerar pacientes obesos para cirurgia bariátrica • Tratamentos específicos para o fígado são apenas se o paciente tiver biópsia hepática 16 GASTROENTEROLOGIA Luísa Lavall Dill – UCPEL, ATM 23 16 RELEMBRANDO • A DHGNA não é uma doença restrita ao fígado, mas uma das fases de uma patologia sistêmica com alta morbidade a longo prazo • O tratamento é de difícil aderência, multifacetado e por toda a vida • Evitar fast food e frutose, preferir dieta do mediterrâneo • Perda de 7 a 10% do peso corporal • Atividade aeróbica + força 5 vezes na semana por 50 min • Foco na redução do RCV: manter hemoglobina glicada < 7, triglicerídeos <180 e LDL < 130 • Drogas específicas em situações especiais (F2, F3, F4)