Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA Viroses Oncogênicas – HTLV / Mielopatia introdução • Infecção viral é um dos muitos fatores envolvidos no processo de oncogênese Vírus oncogênicos • Vírus que participam do processo de transformação celular • Cria condições para manter seu ciclo replicativo, ao invés de destruir a célula infectada Vírus linfotrópicos para células T de humanos Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA Histórico • 4 tipos de HTLV ▪ HTLV-1: associada a um tipo de Mielopatia progressiva denominada paraparesia espásticas tropical (PET) e Mielopatia associada ao HTLV-1 (MAH). (são a mesma coisa PET/MAH) ▪ HTLV-2: encontrado em células T derivada do baço, com uma forma rara de leucemia em células pilosas ▪ HTLV-3: geneticamente semelhante aos outros 2 ▪ HTLV-4: deltaretrovirus que não apresenta um STLV (símio, macaco) correspondente Classificação • Retroviridae, Orthoreovirinae, deltaretrovirus • Subtipos do HTLV-1: cosmopolita (A>mundo, B> japonês, C> África e caribe, D> norte africano ), Melanésia, Zaire • Subtipos do HTLV-2: drogas injetáveis na américa (HTLV-2a/MO), indígenas da América (HTLV-2 NRA) e brasil (HTLV-2c) • 100 a 140nm de diâmetro, core central denso 80 a 100nm, morfologia semelhante ao retrovírus C • Núcleocapsídeo com 2 cópias de RNA de fita simples associadas a um RNAt (inicia síntese de DNA) • Transcriptase reversa, integrasse e protease. • Envolvimento do genoma ▪ P15 (proteína associada ao núcleocapsídeo) ▪ P24 (proteína do capsídeo) ▪ 219 (proteína matriz) • Envelope lipoproteico oriundo da célula infectada Biossíntese viral • Proteínas receptoras para o HTLV no hospedeiro: ▪ neuropilina 1 (NRP-1) ▪ GLUT-1 • Interação da proteína de superfície viral (gp46) à NRP-1 facilita interação com GLUT-1 • Fusão do envelope viral com a membrana celular: intermediada pela protreína transmembrana (gp21). • Liberação do genoma viral • Transcrição do RNA em DNA de fita dupla pela TR ▪ atividade de DNA polimerase-RNA dependente: transcreve uma fita de DNA de polaridade negativa usando RNA como molde Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA ▪ atividade de ribonuclease H (RNAse H): digere a fita de RNA do híbrido RNA-DNA ▪ atividade de DNA polimerase-DNA dependente: sintetiza a fita complementar de polaridade positiva ▪ fita dupla transportada para o núcleo e inserido pela IN viral (integrasse) • Não se insere em locais específicos • Estratégias de expressão gênica que influenciam na codificação dos genomas do HTLV ▪ Frameshifting ribossomal (gera poliproteína Gag-Pol) ✓ Região Gag é traduzida e clivada por uma protease viral ✓ Dá origem à proteína matriz, proteína do capsídeo e proteína associada ao núcleocapsídeo) ✓ Gag-Pol (região da 3’ e 5’) codificam as enzimas virais (PR TR IN) ▪ Splicing alternativo (produz RNAm distintos que codificam para Env ✓ Traduzido em um precursor glicosilado (61 a 69 kDa) ✓ Precursor sintetizado por polirribossomos associados ao REG ✓ No final de tudo, pra resumir, dão origem às glicoproteínas de superfície, gp46 e às transmembrana, gp21 (golgi) • A extremidade 3’ do provírus é conhecida como pX ▪ No HTLV-1 e 2 contém 4 ou 5 sequencias de leitura aberta (ORF, open Reading frames) X-I à X-V ▪ X-III e IV codificam rex e tax pelo Splicing duplo de um RNAm biscistrônico ✓ Tax (p40 e p37) é uma fosfoproteína transativadora da transcrição viral ✓ Rex (p27 e p26) é uma fosfoproteína reguladora pós-transcricional ✓ Esses são mecanismos regulatórios virais Patogênese HTLV-1 • Transmissão ocorre principalmente mãe-filho • Transfusão, contato sexual • Infecta principalmente TCD4, mas também TCD8 • Disseminação do vírus se dá por contato celular, e não por partículas virais livres (não são detectados no soro) Percebam: Basicamente, tudo isso aqui, tem os pré-requisitos para formar um novo Vírus Relembrar é viver: Splincing: retira introns Transcrição: DNA > RNA Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA • RNAm podem não ser detectáveis, mesmo com sequencias do HTLV presentes na célula (infecção silenciosa). Isso perdura caso o genoma viral não seja inserido em genes críticos • Por isso, a grande maioria das infecções é assintomática e uma pequena porcentagem desenvolve leucemia/linfoma de células T do adulto (LLcTAA), paraparesia espástica tropical/Mielopatia, uveíte e dermatite infecciosa • Patogênese da LlcTA ▪ Células leucêmicas são derivadas de linfócitos T helper ativados (CD4CD25), que atuam mediante produção de citocinas ▪ Agem como T reguladores (suprimem resposta imunológica excessivas ▪ Proteína tax possivelmente age no processo inicial da leucemogênese pela ativação de vários genes celulares (c-fos,c- cis, erg-1, egr-2, MHC, IL-15, IL-2, TNF-B ▪ Expande o pool da TCD4 (condição favorável à malignidade celular) ▪ A produção de TNF-B induz resistência ▪ Translocação cromomssomial (cromossomo 14), mutações nos genes supressores de tumor (p53 e p16) contribuem para instabilidade genético • Existem mecanismos para perder a expressão da tax, que são o alvo de células T Citotóxicas do SI (metilação/deleção da LTR 5’ do DNA) • LTR 3’participa da leucemogênese: um gene codificado pela fita negativa do genoma proviral (HBZ), promove proliferação de células T, e a proteína formada suprime a transcrição viral mediada por tax. • PET/MAH: ▪ pacientes com elevada carga proviral (participação da tax e fatores genéticos que regulam a resposta imune ▪ Citocinas liberadas por células infectadas e linfócitos reagindo com antígenos virias (pele, pulmão, intestino, medula) induzem danos teciduais que caracterizam a PET/MAH e outras doenças inflamatórias ▪ Linfócitos TCD4 infectados migram para o SNC, ativando astrócitos, que leva a uma reação inflamatória, com citocinas pro inflamatórias, desregulando a barreira hematocefálica e lesando a bainha de mielina com destruição axonal HTLV-2 • Estimula a proliferação de linfóticos TCD8 Manifestações clínicas HTLV-1 • Leucemia/linfoma de células T do adulto ▪ LlcTA ocorre de 1 a 5% (mais em homens) Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA ▪ 30 anos para o desenvolvimento após infecção ▪ Sobrevida de 6 meses ▪ Mal-estar, febre, linfoadenopatia, hipercalcemia, hepatoesplenomegalia, icterícia, envolvimento medular e infiltrado pulmonar ▪ Formas clínicas ✓ Indolente: 5% ou mais de linfócitos anormais. Ausência de linfocitose, sem hipercalcemia ou linfoadenopatia ✓ Crônica: ausência de hipercalcemia, ascite ou derrame pleural ✓ Linfomatosa: sem linfocitose, 1% ou menos de linfócitos anormais ✓ Aguda: agressiva, com elvoluçao rápida para óbito ▪ • Paraparesia espástica tropical ▪ Doença desmielinizante progressiva crônica causade por danos no cordão torácico-espinhal, atinge de 0,2 a 5% (mais em mulheres) ▪ Fraqueza e rigidez dos MMII, dor lombar, perda sensorial e incontinência fecal e urinária ▪ Pode demorar até 4 a 8 anos após o aparecimento dos primeiros sintomas para acometimentos graves ▪ No LCR: grande número de citocinas pró-inflamatórias, IFN, TNF, IL-1, IL-6, além de linfócitos ativados ▪ Eventual resposta à corticoterapia • Uveíte ▪ Processo inflamatório que afeta tecidos intraoculares ▪ Opacidade vítrea associada a irite e vasculite branda • Dermatite infecciosa ▪ Forma de eczema com caráter crônico ▪ Dermatite exudativa grave, com crostas no couro cabeludo, pescoço, orelhas axilas e virilha • Outras desordens ▪ Doenças inflamatórias (artrite, alveolite) ▪ Anemia e dermatite seborreica (crianças) HTLV-2 • Associação atípicaà leucemia de celulas T pilosas • DNA viral encontrado predominantemente nos TCD8 Diagnóstico laboratorial • Realizado pela pesquisa de anticorpos no soro do indivíduo (ensaio imunoenzimático EIA ou de aglutinação de partículas de látex ou gelatina) • Confirmado por Western Blotting Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA • Métodos moleculares como a reação em cadeia da polimerase (PCR) são empregados para detecção do DNA proviral em células no sangue periférico Isolamento viral • Cocultivo de células infectadas com células mononucleares do sangue (não infectadas) • Demora muito Sorologia para pesquisa de anticorpos • Inicialmente utiliza EIA para triagem sorologia • Teste confirmado pelo teste de WB • Critérios: presença de anticorpos para p24 e para um dos produtos do Env: gp46 ou gp61 Detecção do antígeno viral São empregados após Cocultivo Detecção do ácido nucleico • Baseado no DNA (vírions não são facilmente detectados, reduz sensibilidade da PCR) • PCR: confirmar casos de WB indeterminada, diferenciar HTLV 1 e 2, determinar carga proviral no sangue Epidemiologia • 15 a 20 milhões pelo mundo • A maioria de infecção assintomática • Transmissão: necessita de contato entre célula infectada e T alvo • Apesar de importante, transmissão sexual é menos eficiente • Infecção homem-mulher é maior (60%) que mulher-homem (0.4%) • Exposição à sangue (PET/MAH) e exposição mucosa (LTA) (probab.) • Taxa de prevalência aumenta de acordo com a idade • Práticas sexuais anais e soropositividade (IST pode ser ou não fator de risco, não se sabe) • HTLV-1 e 2 mostram grau de conservação • Sudeste e Bahia apresentam a maior prevalência, Norte e Sul menor • HTLV-2 já foi associado à pneumonia, bronquite, infecção do SU Prevenção, controle e tratamento • Variabilidade genética baixa, porém, não existe vacina disponível Prevenção • Preservativos • Agulhas e seringas esterilizadas Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA • Triagem sorológia em doadores de sangues e órgãos • Campanhas de esclarecimento (principalmente ao leite materno) Controle e tratamento LLcTA • LlcTA é refratária à terapias convencionais (prognóstico ruim) • Utilização de quimioterapêuticos citotóxicos ou citostáticos (ciclofosfamida, hidroxidaunorrubicina, vincristina [Oncovin], prednisona – terapia CHOP) • Citocina GM-CSF como suporte, melhora o tratamento • Mesmo com remissões, os pacientes morrem em 8 meses média • Quimioterapia combinada: resultado insatisfatório • Inibidores da topoisomerase quando combinadas com interferon – alfa Controle e tratamento da PET/MAH • Não existe terapia de efeito significativo • Baixa incidência e imprevisibilidade • Pela doença inflamatória, glicocorticoides estão entre as drogas empregadas (não alteram progressão da doença até então) • Zidovidina e lamivudina apresentam melhora clínica no quadro • Esteroides, TNF-alfa, fosfomicina, vitamina C, eritromicina e mizoribina tem sido usado para os danos motores • Corticosteroide tópico ou sistêmico para uveíte • Antibióticos para dermatite (sulfametoxazol e trimetoprima) Leitura do artigo Immune Response and Autoimmunity • Interação entre genes e o ambiente são importantes na quebra da tolerância imune das células corporais • Mudanças comportamentais nas células TCD4 geram respostar inflamatórias que quebram a tolerância do sistema imune (autoimunidade) • TEP: proliferação espontânea de TCD4 infectado, aumento da capacidade migratória de leucócitos circulantes, e aumento de citocinas inflamatórias (neurotóxicas, como IFN-y e TNF-a. mais IFN-y e menos IL- 10 (anti-inflamatórios), facilita a difusão de células pela barreira hematocefálica até o SNC, gerando inflamação no tecido nervoso • A hipótese mais aceita é que é um processo inflamatório desmielinizante citotóxico, induzido por vírus, de natureza crônica e progressiva • Outra teoria relacionada com o mecanismo citotóxico: os linfócitos TCD8 citotóxicos – HTLV-1 atravessam a barreira e destroem células da glia infectada (por toxicidade ou produção de citocinas) • Proteína TAX afeta em fatores de transcrição: isso gera uma proliferação e ativação das células infectadas, além da expressão de citocinas Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA • FOXP3 é um fator de transcrição essencial para homeostasia, função e diferenciação das células Treg. Irregularidades na expressão pode causar uma menor tolerância imune, exacerbando o processo da doença, perturbando a resposta imune e perpetuando o processo inflamatório • Seleção de via clonal e destruição de células auto reativas faz com que a regulação da resposta imune seja organizada, fazendo com que a homeostasia seja mantida, mesmo com o paciente. VÍDEOS Infecção pelo htlv • É preciso do contato célula-célula para que a transmissão ocorra • Por conta desse processo, o curso é mais lento • O vírus infecta a TCD4 e essa se expande de forma clonal • O nosso sistema imune entra em alerta e produz citocinas inflamatórias Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA • Mas são tóxicas tanto para nosso organismo quanto para as células infectadas, gerando assim lesões no local Transmissão do HTLV • Transmissão sexual ▪ Importante no Brasil (inicio condizente com a atividade sexual) ▪ Elevado número de IST associades ▪ Homem -> Mulher (60%) Mulher -> Homem (0,4%) ▪ Uso de preventivo é uma das prevenções para transmissão • Contato com sangue e tecido contaminados com o vírus ▪ Doadores de sangues são testados para HTLV ▪ Triagem de doadores de órgãos ▪ Doadores de células germinativas • Compartilhamento de seringas entre usuários ▪ Aumento do número de casos • Transmissão vertical (mãe-filho) ▪ Doença que perdura em diversas gerações por conta disso ▪ Infectado criança pode favorecer a leucemia ▪ Ocorre principalmente pelo aleitamento materno ▪ Sem leite, o risco é de 2,5% ▪ Políticas públicas evitam esse quadro ▪ Amamentação pode ser substituída por fórmulas lácteas e pode-se utilizar inibidores de lactação • Não existe tratamento nem vacina. Previnir um caso bloqueia uma cadeia de casos Diagnóstico da infecção por HTLV • Janela imunológica: período que o organismo leva a partir de uma infecção para produção de anticorpos para ser detectado em exames de sangue, sorológicos • No HTLV pode variar entre 1 e 90 dias após infecção • IgM primeiro anticorpos, seguido pelo IgG. Pode identificar a carga viral (proviral) • Técnicas imunológicas Elisa + Western Bloting • ELISa (da pra fazer pro covid) ▪ Ensaio de imunoabsorcao enzimática (detecta anticorpos específicos contra o agente infeccioso ▪ Valor abaixa do valor de corte = negativo ▪ Valor acima do valor de corte = positivo • Western Blott Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA ▪ Detecta anticorpos específicos, mas também proteínas virais específicas, que vao interagir com os anticorpos específicos ▪ Cada banda representa uma proteína viral específica ▪ Sem bandas = negativo ▪ Com bandas = positivo ▪ Permite subtipar o vírus • Técnicas moleculares PCR convencional ou em tempo real • PCR convencional ▪ Reação da cadeia da polimerase (amplificar um alvo dentro do DNA, podendo identificar a presença de um vírus) ▪ Técnica muito sensível de análise ▪ Construção de primers que se ligam ao alvo pesquisado ▪ Ela complementa o que acha (como chave e fechadura) ▪ 1 PCR diz positivo e negativo, a outra confirma o tipo ▪ Encontra o vírus • PCR em tempo real ▪ Construção de sondas específicas, mais automatizado ▪ Permite quantificar o vírus, e diferenciá-lo • Elisa > western blot> PCR-convencional ( se negativa, e solicitada segunda amostra para confirmar) > RFLP (2ª parte do PCR, para identificar qual tipo) Mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM/TSP) • 1 a 5% desenvolve doenças ao longo da vida (ATL, HAM/TSP, outras doenças inflamatórias) • Espasticidade progressiva, fraqueza de MMII, dor lombar e problemas urinários, infiltração linfocítica perivascular da medula espinhal • Pode evoluir rapidamente ou lentamente , podendo ir desde cadeira de rodas, até muleta • Fatores de risco: carga proviral, diversidade viral, fatores genéticos, idade, sexo e forma de aquisição • Regiao toracolombar (aumento dos linfócitos infectados nessa região (amentando a carga proviral) • O SI gera um processo inflamatório exacerbado, gerando danos no sistema nervoso, bainha de mielina e nervo • Dificulta a passagem de sinal adequada • Diagnóstico: paraparesia espástica progressiva, sem remissão, com marcha prejudicada. Sintomas ou sinais sensoriais podem estar presentas. Sinais relacionados aos esfíncteres urinário e anal. Presença de Ac anti-HTLV-1 no soro e no LCR. Exclusão de outras doenças semelhantes • PROVAVEL CASO: espasticidade, hiper-reflexia nos MMII, sinal de babinski positivo, bexiga neurogênica e presença de anticorpo Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA • POSSÍVEL: algum dos sintomas anteriores. Ac no líquor e exclusão de doenças Neurologista ou infectologista E agora, será que dá para responder?? Estudo dirigido HTLV-1 1. Aponte as formas de transmissão do HTLV-1. HTLV-1 é uma doença oncogênica com características autoimune que atinge as células do sistema imune (TCD4, e em alguns casos TCD8). A doença pode ser transmitida via relação sexual, e nessa forma vale destacar que a transmissão de homem para mulher é mais de sem vezes provável do que de mulher para homem. Além disso temos via sanguínea, como doação de sangue e órgãos, por isso é feito a triagem na hora de realizar as doações, e o uso compartilhado de seringa. Por fim, existe ainda a transmissão vertical, que está associada à amamentação. Por ser uma doença que por anos pode ser assintomática, essa via de transmissão favorece a transmissão de geração em geração familiar. 2. Quais são as células preferencialmente infectadas pelo vírus? As células geralmente infectadas pelo vírus são as do sistema imune, especificamente linfócitos TD4, e em alguns casos TCD8, onde o vírus irá propiciar o ambiente ideal para sua sobrevivência e proliferação 3. Por que o HTLV-1, diferente do HIV, não provoca redução significativa do quantitativo de linfócitos TCD4+? O HTLV-1 é um vírus oncogênico, ou seja, ele não destrói a célula infectada para se proliferar. A transmissão é feita via célula-célula. Pelo contrário, ele promove a proliferação (expansão clonal) dessas células (TCD4) infectadas. Como mecanismos, temos a não detecção do RNAm viral, o que gera uma infecção silenciosa dificultando a resposta imune, além de mecanismo para impedir a expressão da tax (que é uma proteína viral que o SI utiliza para reagir e destruir a célula infectada). Por isso, diferentemente do HIV, o HTLV-1 não provoca redução quantitativa de linfócitos TCD4 4. Discorra sobre o perfil da resposta imune contra o patógeno. (VIDEO AULA) Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA As células infectadas (TCD4) estão imersas no corpo, e realizam expansão clonal, além de liberar citocinas, quimiocinas, como INF-y e fatores pró- inflamatórios. Como resposta, células citotóxicas (TCD8) específicas liberam também citocinas e quimiocinas no local. Porém, devido à redução da ação dos Treg (liberam IL-10) ocorre um processo inflamatório e uma resposta imune desregulada. Dessa forma, o próprio sistema imune destrói não apenas células infectadas, mas células sadias, inclusive do tecido local, como articulações, e sistema nervoso central, que caracteriza alguns agravos que o HTLV-1 pode trazer ao paciente. 5. Quais os principais quadros clínicos desencadeados pela infecção? O HTLV por muitas vezes é assintomático, ou pode demorar anos para produzir algum agravo. Apesar de ser uma porcentagem muito baixa (1 a 5%), a doença pode desencadear leucemia das células T adulto (LTA), HAM/TSP (Mielopatia), dentre outros quadros inflamatórios, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, uveíte. 6. Quais as manifestações clínicas observadas nos pacientes portadores da HAM/TSP? (aprofundar pelo artigo) Pacientes que apresentam a paraparesia espástica tropical (HAM/TSP) possuem um comprometimento nervoso, devido às ações autoimunes na região lombar. Devido a isso, o paciente pode cursar com merda de movimento e sensibilidade dos membros inferiores, disfunções esfincterianas, como bexiga neurogênica, além de dor lombar, sinais clínicos como Babinski positivo. 7. Explique os mecanismos hipotéticos associados aos danos no sistema nervoso pelo vírus. Existem algumas teorias para essa dano ao sistema nervoso provocado pelo vírus. Uma teoria afirma que devido à liberação exacerbada de citocinas pró-inflamatórias e quimiotáticas, associado à redução da ação do Treg, favoreça a passagem de linfócitos TCD4 pela barreira hematocefálica e este adentre ao SNC. Com isso, a mesma liberação de substâncias irá gerar a destruição das células gliais, e posteriormente os neurônios, com ativação dos astrócitos . Ou seja, um processo inflamatório citotóxico autoimune provocado pelo vírus. Outra teoria seria a de que os próprios linfócitos TCD8 citotóxicos destroem o sistema nervoso, que se apresenta infectado. Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 RODÍZIO: INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA 8. Esquematize um fluxograma para o diagnóstico laboratorial do vírus. Referências: • livro Virologia Humana cap 20 (viroses oncogênicas) arquivo enviado
Compartilhar