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Slides de Esolastia- Unidade II

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Unidade II 
ESCOLÁSTICA CRISTÃ
Profa. Bettina Brasil
 Para estudar a filosofia de Agostinho é importante conhecer 
previamente a vida do homem Aurélio Agostinho.
 O pensamento de Agostinho parte de uma existência 
profundamente humana e intensamente vivida.
 Ele não perde tempo com sistematizações distantes 
da realidade.
 Ele constrói sua filosofia confrontando sua forma 
de pensar com todo o contexto em que vive.
 A autobiografia de Agostinho, Confissões, é uma obra 
importante, na qual o autor se expõe inteiramente perante 
Deus e os homens.
A filosofia de Santo Agostinho
 O termo Confissões não corresponde exatamente ao 
significado religioso atual (narrar os pecados a um confessor).
 Santo Agostinho usa esse termo no sentido bíblico, ou 
seja, conhecer a própria fraqueza e miséria, o que implica, 
principalmente, na proclamação da misericórdia e da glória 
de Deus, seu interlocutor.
 Confissões é uma obra de humildade e de louvor ao Criador, 
em que sua filosofia e sua vida aparecem intimamente 
interligadas.
A filosofia de Santo Agostinho
 Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, na região da Numídia, 
província romana ao norte da África (hoje Argélia), em 13 de 
novembro de 354 d.C. 
 Viveu sua juventude no contexto da civilização helenizada.
 Viveu a decadência do Império Romano, o fim de uma 
civilização, em que o povo oprimido, ferido em seu orgulho, 
procurava felicidade nas mínimas situações. Agostinho viveu 
essa fase nas mesmas condições.
 Com 16 anos, após sua formação em Tagasta, se muda 
para Cartago para se aprofundar nos estudos.
O homem Agostinho: vida conturbada
 Investe seus esforços no estudo da retórica, carreira que 
pretendia seguir.
 Leciona em Cartago e Roma. Nessa época conhece uma mulher 
por quem se apaixona e tem um filho, Adeodato.
 Agostinho não foi catequisado nem batizado, vivendo em 
um ambiente de conflito familiar, uma vez que sua mãe era 
católica e seu pai materialista.
 Na sua juventude participava de um grupo de jovens pouco 
recomendáveis, descritos como pervertidos à procura de 
prazer. Ele percebe que esse comportamento não o satisfazia e 
aos poucos vai se organizando na vida, sem parar de procurar a 
verdade.
O homem Agostinho: vida conturbada
 Dois episódios foram importantes para seu processo 
de recuperação.
 Quando ingressa a fundo no campo filosófico, ele passa 
de uma vida completamente libertina para uma vida mais 
responsável.
 Interessa-se pelas homilias de um bispo católico, amigo de 
sua mãe, Mônica, e começa a participar de um grupo cristão 
em Milão.
 O que motiva sua vocação filosófica é o nascimento de seu 
filho Adeodato. Esse fato arranca Agostinho da indiferença com 
a responsabilidade.
O projeto de superação: conversões
 Em seguida ele ingressa na seita dos maniqueus. 
 O maniqueísmo era uma doutrina eclética, baseadas nas teorias 
de Pitágoras e Zoroastro, que explicava a presença 
do bem o do mal no mundo associados a dois princípios:
 um essencialmente bom, que provém de Deus e da Luz;
 outro essencialmente mal, que deriva do demônio 
e das trevas.
 Frequenta esta seita por 9 anos até que encontra Fausto e 
percebe que aquela doutrina não passa de uma mentira.
 Com isso, ele volta para Roma com sua mãe, esposa e filho.
 Lá acontece sua segunda conversão: o estudo sistemático das 
Sagradas Escrituras.
O projeto de superação: conversões
 Após a segunda conversão, Agostinho abandona a carreira 
de retórico e a vida desregrada.
 É batizado na Igreja Católica, na Páscoa de 387, junto 
com seu filho.
 Em 391 é ordenado padre e 4 anos mais tarde consagrado 
bispo da igreja de Hipona.
 “Onde encontrei a verdade, aí encontrei a meu Deus, que é a 
própria verdade; e desde que aprendi a conhecer a verdade, nunca 
mais a esqueci”. Esse pensamento de Agostinho resume a 
satisfação do espírito e de seu intelecto por terem completado 
sua incansável e permanente investigação pessoal.
 Depois do batismo, aos 33 anos, Agostinho iniciou 
uma intensa atividade de escritor.
A vida de santidade e obras
 A filosofia de Agostinho foi construída com base em uma 
conciliação entre o neoplatonismo e os ensinamentos 
evangélicos dos apóstolos João e Paulo.
 Do platonismo move-se para o cristianismo através 
da busca pela verdade.
 Primeiro renuncia ao racionalismo ao descobrir a possibilidade 
do espírito iniciar a filosofia pela fé e não pela ciência: “Se não 
crerdes, não entendereis” Isaías (7, 9).
 Depois renuncia ao materialismo e ao objetivismo do 
conhecimento empírico ao aceitar a teoria da iluminação divina.
 Depois renuncia ao ceticismo, após perceber o quanto 
de absurdo havia nas teorias maniqueístas.
O percurso filosófico 
 A busca da verdade foi uma obsessão na vida de Agostinho.
 “Existe a verdade?” foi o ponto de partida para sua inquietação 
intelectual. Deu início à construção de 
uma sólida doutrina filosófica de matriz cristã.
 A síntese que realizou entre fé e razão denominou 
de Filosofia Cristã.
 Sua síntese filosófica não é uma sistematização de teorias 
que problematizam o universo físico. 
 É uma narrativa da condição humana a partir 
de sua própria experiência.
A metafísica agostiniana
 Antes de construir a Metafísica, Agostinho precisa demonstrar 
a incapacidade do conhecimento sensível como base para se 
chegar à verdade.
 Para os maniqueístas, a fonte de todo conhecimento 
é a percepção sensível.
 Os sentidos alimentam o intelecto com dados variáveis 
que podem induzir o espírito a erros.
 Demonstra assim que a fonte da verdade não está 
na experiência sensível.
 Considera que a função corpórea tem valor para 
o conhecimento da verdade.
A metafísica agostiniana
 Agostinho demonstra que as sensações em si não são falsas. 
Falso é querer ver nelas a legitimação de uma verdade externa 
ao próprio sujeito.
 As sensações não são a fonte de erros. Isso vem dos juízos, 
derivados das sensações.
 A fonte da verdade encontra-se no espírito que não tem em si 
mesmo a razão de ser.
 Descobre um novo gênero de verdade: as verdades da 
consciência, superando, desta forma, o ceticismo que 
tendia a paralisar sua reflexão.
A metafísica agostiniana
 A sua teoria da iluminação revela a herança platônica.
 Ele esclarece que tudo quanto o entendimento assegura como 
verdadeiro não o deve a si mesmo e sim a um Ser Superior ao 
qual está em permanente dependência.
 Todo ser possui uma luz que vem do Ser divino e que por meio 
d’Ele consegue alcançar a verdade.
 A essência da Verdade, entendida como uma dimensão do 
Sumo Bem, tem como ponto de partida a verdade lógica. 
 A verdade lógica coincide com a essência da Verdade Divina. 
Assim, Deus é a Verdade.
A metafísica agostiniana
(Adaptado de UFU, 2009) Para Agostinho, Deus cria todas as 
coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias 
divinas. Considerando essa informação, é correto 
afirmar que se pode perceber: 
a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo a fim 
de que este seja concordante com a filosofia de Platão, que ele 
considerava a verdadeira. 
b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta 
é contraditória com a fé cristã. 
c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho, mas esta é 
modificada a fim de concordar com a doutrina cristã. 
d) uma crítica violenta de Agostinho à filosofia em geral. 
e) o início da influência árabe na obra de Agostinho.
Interatividade
(Adaptado de UFU, 2009) Para Agostinho, Deus cria todas as 
coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias 
divinas. Considerando essa informação, é correto 
afirmar que se pode perceber: 
a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo a fim 
de que este seja concordante com a filosofia de Platão, que ele 
considerava a verdadeira. 
b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta 
é contraditória coma fé cristã. 
c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho, mas esta é 
modificada a fim de concordar com a doutrina cristã. 
d) uma crítica violenta de Agostinho à filosofia em geral. 
e) o início da influência árabe na obra de Agostinho.
Resposta 
 Agostinho sempre admitiu a existência de Deus supremo 
em todas as circunstâncias da sua vida.
 Ele julga que esta ideia se apresenta na interioridade do 
homem, visto que este conceito pertence aos conceitos 
fundamentais do espírito. 
 Não vê necessidade de prova material da existência de Deus, 
pois considera o conjunto de todos os seres como a maior 
prova: “A existência de Deus não é proclamada somente pela 
autoridade dos livros santos, mas toda a natureza que nos cerca e à 
qual pertencemos, proclama que reconhece a existência de um 
Criador excelso.” (Sobre a Trindade, XV, 1995, p.6)
A natureza de Deus
 É na dimensão lógica que o espírito vai experimentar uma 
presença real e particular de Deus.
 Deus está no silêncio da alma e é nessa intimidade que Deus se 
revela. Procurar Deus é um ato de recolhimento, é reclinar-se 
sobre si mesmo, perscrutar seu íntimo e reconhecer-se na 
própria natureza espiritual.
 É o único ser com existência verdadeira e, em suas palavras 
“Porque Deus é bom, somos.” (Sobre a Trindade, 1980 – VI, 5, 7-8, 
p. 198)
A natureza de Deus
 A criação é a realização das ideias contidas na plenitude 
do Criador.
 A criação partiu de dois princípios: o da emanação 
(neoplatonismo) e o da criação a partir do nada 
(teoria da tradição judaica).
 Para Agostinho, o tempo começou a existir exatamente junto 
com a criação. Por isso, a criação não se insere no tempo.
 Deus está fora deste tempo porque foi Ele quem o criou.
 Somente a alma do homem pode perceber a passagem 
do tempo, ingressando em uma dimensão espiritual.
O tempo e a criação: origem do mal
 A criação está em constante processo de transformação, 
passando constantemente pelo tempo.
 A matéria é informe, mas o seu papel é o de manifestar 
a forma. 
 Quando a matéria passa a existir, simultaneamente se tem a 
forma, pois até então matéria e forma estavam fora do tempo.
 Existe uma diferença no devir da forma: certos seres, como o dia, 
a terra, o mar, o ar, o fogo e a alma humana, receberam a 
existência imediatamente com a forma, enquanto os seres vivos e 
outras coisas foram se formando aos poucos no decurso da 
evolução.
O tempo e a criação: origem do mal
 É impossível pretender atingir o princípio da existência de Deus 
dentro do tempo. É um paradoxo pensar em Deus na ordem 
temporal. Porque Deus é a essência e o tempo é sua criação.
 Surge o problema metafísico da existência indubitável do mal 
no mundo. Desafia assim a doutrina de ser Deus um Deus de 
Bondade.
 Agostinho admite que toda a substância criada tem uma 
participação do Bem, que é Deus. Toda substância é boa. Se o 
mal não é criação de Deus, não é uma substância. O mal é um 
limite: o mal é uma ausência de substância do bem.
O tempo e a criação: origem do mal
 Agostinho jamais duvidou da existência de um Ser Superior.
 Transferiu sua investigação filosófica da ordem ontológica para o 
plano existencial do dia a dia.
 O homem é uma dualidade corpo e alma. Corpo material e alma 
espiritual, um ser pensante cujo pensamento não se confunde 
com a materialidade do seu corpo.
 Esse pensamento se assemelha ao platonismo.
 A alma é superior ao corpo, ela é que age sobre este. Não 
enquanto agente causal e sim agente aglutinador.
O dualismo corpo-alma
 O corpo faz parte da natureza humana e é responsável por reunir 
as sensações externas e conduzi-las à alma.
 Nas Confissões: “quando dois seres de desigual perfeição se reúnem 
em um todo, a natureza do menos perfeito exige que ele obedeça e 
seja movido e a função do mais perfeito é mandar mover de modo que 
esta relação de agente e paciente constitua uma unidade harmoniosa”.
Com essa unidade ele supera a dualidade do corpo e alma.
 Na Teoria da Iluminação ele afirma que a alma é veículo da 
causalidade sobre-eminente reservada exclusivamente a Deus.
 O conhecimento intelectual processa-se pela 
interferência divina.
O dualismo corpo-alma
 A sede do pensamento é a mente, com as funções da 
inteligência e da razão, os atributos mais elevados da alma.
 Se Deus está na alma, os caminhos do intelecto e da 
razão para chegar à Verdade, passam, logicamente, pela 
interioridade do homem.
 Todas as proposições que a alma intui e compreende na ordem 
intelectual são verdadeiras porque foram agraciadas pela luz 
divina.
 A alma tem a mesma substância divina e por isso é imortal.
O dualismo corpo-alma
 A partir da versão do Gênesis de que o homem foi criado 
à imagem de Deus, Agostinho deduz que todo homem tem uma 
vocação para procurar seu Criador, desejar amá-lo, 
e tem sede de voltar ao Criador.
 Esse retorno vai determinar uma forma tríplice de se 
encaminhar a Deus. Esses 3 aspectos estão imbricados em 
uma só unidade, uma só vida, uma só mente e uma só essência 
“Eu sou, eu conheço, eu quero. Sou enquanto sei e quero, sei por 
ser e querer; quero ser e saber. Veja quem puder como nestas 3 
coisas existe uma vida inseparável, uma única vida, uma única 
mente, uma única essência e como a distinção 
é inseparável e todavia, existe.” Confissões, Cap. XIII.
O Homem e a Cidade de Deus
 Esses três aspectos representam a faculdade da memória 
(quem sou), da inteligência (o que conheço) e da vontade 
(o que quero).
 Cada um compreende as outras e constituem uma única 
entidade substancial.
 A doutrina política de Agostinho aparece principalmente 
na obra Cidade de Deus.
 É uma obra síntese de seu pensamento político, na qual oferece 
uma visão de duas cidades que representam 
o dilema de todo homem de viver o bem ou o mal.
O Homem e a Cidade de Deus
 Agostinho trabalha com uma metáfora político-religiosa que 
descreve a luta entre duas cidades: a Cidade Celeste, da 
comunidade dos justos (civilização romana), e a Cidade Terrena, 
do diabo e dos ímpios (bárbaros). 
 A metáfora funciona para descrever duas cidades relacionadas a 
comportamentos dos indivíduos: os que vivem segundo a carne 
ou aqueles que vivem segundo o espírito.
 Para ele, a história do mundo é uma luta permanente 
entre a cidade de Deus e a cidade dos homens e é a Igreja a 
depositária das verdades da fé, tem supremacia sobre a cidade 
dos homens e orienta a consciência dos cidadãos.
O Homem e a Cidade de Deus
Assinale a alternativa correta com relação à argumentação 
a respeito da fé e da razão para Agostinho.
a) A razão é a forma de se conhecer a realidade de forma 
coerente e lógica.
b) A fé revela as verdades ao ser humano de forma direta e 
intuitiva. A razão sozinha não pode fazê-lo, pois somos seres 
limitados, imperfeitos e necessitamos da graça para conhecer 
as verdades divinas.
c) A razão revela ao ser humano os mistérios da fé.
d) A fé é um instrumento da razão ao buscar elementos 
convincentes para a justificativa coerente sobre o mundo.
e) A fé faz crer em coisas que não se pode entender pela razão, 
cegando os indivíduos.
Interatividade
Assinale a alternativa correta com relação à argumentação 
a respeito da fé e da razão para Agostinho.
a) A razão é a forma de se conhecer a realidade de forma 
coerente e lógica.
b) A fé revela as verdades ao ser humano de forma direta e 
intuitiva. A razão sozinha não pode fazê-lo, pois somos seres 
limitados, imperfeitos e necessitamos da graça para conhecer 
as verdades divinas.
c) A razão revela ao ser humano os mistérios da fé.
d) A fé é um instrumento da razão ao buscar elementos 
convincentes para a justificativa coerente sobre o mundo.
e) A fé faz crer em coisas que não se pode entender pela razão, 
cegando os indivíduos.
Resposta
 Escolástica designa o movimento doutrinal que se estabeleceu 
na segunda metade da IdadeMédia, do século 
VIII prolongando-se por cerca de 500 anos até o seu ápice, 
no século XIII, entrando em declínio junto com o período 
medieval.
 A Escolástica cristã não foi uma corrente original que inventou 
um sistema filosófico, mas foi responsável pela sistematização 
e consolidação clássicas da filosofia do cristianismo.
 Os filósofos novamente vão se inspirar nas fontes helênicas ao 
entrarem em contato com as traduções das obras completas de 
Aristóteles.
A filosofia de Tomás de Aquino
 Pode ser dividida em três períodos tomando-se como marco de 
referência o pensamento de Tomás de Aquino:
 Fase pré-tomista ou de formação (séc. IX ao XII).
 Época do apogeu ou do Aquinate, que corresponde 
ao nascimento cultural carolino (séc. XII ao XIII).
 Período de declínio (séc. XIII ao XV).
 A Escolástica cristã é uma corrente filosófica que se insere 
no contexto político-cultural de expansão do cristianismo na 
Europa e há outras correntes escolásticas importantes, como a 
vertente bizantina, representada por Fócio, um teólogo de 
Constantinopla que fez comentários sobre a obra de 
Aristóteles.
A filosofia de Tomás de Aquino
 Outra vertente é a Escolástica muçulmana, ligada aos filósofos 
árabes, que mantiveram um diálogo estreito 
com os pensadores cristãos do Ocidente.
 Existia um esforço de releitura dos dogmas do Alcorão 
sob a luz da filosofia grega de Aristóteles. Uma tentativa de 
conciliar testes peripatéticos com os temas revelados por 
Maomé. Deste grupo destaca-se Avicena e Averróis.
 A terceira vertente da Escolástica é a hebraica, que tem em 
comum com as correntes árabe e bizantina a abordagem dos 
problemas fundamentais de relação entre fé e razão, entre Deus 
e o mundo, entre o intelecto e a alma.
A filosofia de Tomás de Aquino
 Os filósofos judeus também têm acesso à filosofia grega 
para explicar as verdades da Torá.
 Distingue-se pela Cabala, na tentativa de justificar alguns dos 
problemas fundamentais com elementos do misticismo.
 Cabala é um termo hebraico que significa tradição, é uma 
espécie de ciência oculta, transmitida na época oralmente entre 
os judeus, que faz interpretações exclusivas da Bíblia.
 Maimônides foi representante desta vertente e inspirou Tomás 
de Aquino para desenvolver uma de suas vias de comprovação 
da existência de Deus.
A filosofia de Tomás de Aquino
 Do ponto de vista político e cultural, a Escolástica foi 
contemporânea e favorecida pelo Renascimento Carolino 
dentro do domínio romano em toda a região europeia.
 Neste período, acompanhamos a criação das primeiras 
universidades.
 O termo Carolino é derivado do nome de Carlos I, Rei 
dos Francos e Imperador do Ocidente, coroado pelo 
Papa no natal de 800, em Roma. 
 Esteve à frente do governo por 43 anos e implantou um projeto 
educativo e cultural de grande envergadura – depois conhecido 
como Renascimento Carolino.
O projeto Carolino
 O projeto tinha como objetivo: fazer com que os povos 
bárbaros que compunham parte do seu reino se adaptassem 
aos padrões greco-romanos assimilados pelo cristianismo.
 O imperador pretendia legar a todo o seu império uma cultura 
verdadeiramente clássica. 
 Para tanto, precisava de um plano educativo eficiente que 
estendesse a cultura a todos os habitantes. 
 Carlos Magno não só apoiou o ensino já existente como 
instituiu várias espécies de escolas para concretizar seu 
projeto – daí o termo escolástica.
O projeto Carolino
 O projeto tinha metas abrangentes que incluíam: 
 criação das escolas palacianas e episcopais junto à 
multiplicação das oficinas de arte nos mosteiros;
 a convocação de assembleias anuais de notáveis para 
a solução dos problemas do reino; 
 a expansão dos contatos comerciais com o Oriente; 
 a criação de novos reinos a partir das Guerras 
de Conquistas; 
 até o controle da administração dos condes e dos bispos por 
intermédio dos “Emissários do Senhor”. 
O projeto Carolino
 Ao mesmo tempo em que cuidava das tarefas administrativas, 
Carlos Magno zelava também pelo desenvolvimento do 
cristianismo em todos os territórios conquistados. 
 Nas escolas criadas junto aos palácios, as escolas palacianas, 
surgiram as primeiras universidades ou a semente do que 
viriam a ser as universidades.
 Vários são os motivos que possibilitaram o novo florescer da 
Escolástica cristã nesse ambiente cultural. Do ponto de vista 
específico do desenvolvimento das ideias filosóficas, 
poderíamos salientar dois fatores fundamentais: a criação 
das universidades e o conhecimento de Aristóteles. 
O projeto Carolino
 A formação das universidades é o grande legado da Idade 
Média ao mundo ocidental.
 Eram constituídas pelas faculdades de artes, filosofia, teologia, 
medicina e direito.
 As primeiras universidades de que se tem conhecimento são as 
de Paris (1215, onde estudou e lecionou Tomás de Aquino), 
Bolonha (início do século XIII, famosa pelo curso de direito), 
Tolosa (1233), Louvain (1245), Salamanca (1248), Oxford (1258), 
Montpellier (1289), Roma, Nápoles e outras. 
O projeto Carolino
 O conhecimento de Aristóteles é outra causa básica do apogeu 
escolástico do século XIII, de tal modo que pode 
ser considerado, na linha da história da filosofia, um 
renascimento aristotélico. 
 Os árabes foram em grande parte responsáveis pela 
transmissão da filosofia grega para o ocidente cristão.
 Para o Ocidente possuir conhecimento direto da filosofia 
aristotélica seria preciso, então, que fosse abolida a ponte 
do saber islâmico. 
 Para isso, as obras de Aristóteles foram traduzidas do árabe 
para o latim.
O renascimento do aristotelismo
Tomás de Aquino enfatizou a importância da realidade sensorial. 
Sobre o processo de reconhecimento dessa realidade, assinale a 
alternativa incorreta quanto a um de seus princípios básicos.
a) O “princípio da não contradição” – o ser é ou não é. 
b) O “princípio da substância” – é possível diferenciar 
a substância do acidente.
c) O “princípio da causa eficiente” – todos os seres da realidade 
sensorial não possuem em si próprios a causa eficiente 
de sua existência. 
d) O “princípio do ato e da potência” – o ato representa 
a capacidade de transformação, do vir-a-ser do ser. 
e) Não é possível existir algo que seja e não seja ao mesmo 
tempo e sob o mesmo ponto de vista.
Interatividade
Tomás de Aquino enfatizou a importância da realidade sensorial. 
Sobre o processo de reconhecimento dessa realidade, assinale a 
alternativa incorreta quanto a um de seus princípios básicos.
a) O “princípio da não contradição” – o ser é ou não é. 
b) O “princípio da substância” – é possível diferenciar 
a substância do acidente.
c) O “princípio da causa eficiente” – todos os seres da realidade 
sensorial não possuem em si próprios a causa eficiente 
de sua existência. 
d) O “princípio do ato e da potência” – o ato representa 
a capacidade de transformação, do vir-a-ser do ser. 
e) Não é possível existir algo que seja e não seja ao mesmo 
tempo e sob o mesmo ponto de vista.
Resposta
 Tomás nasceu em 1225, em Nápoles, sul da Itália.
 Era descendente da família dos Condes de Aquino.
 Fez seus primeiros estudos com os beneditinos, no mosteiro de 
Monte Cassino. 
 Mais tarde, cursa a universidade de Nápoles, onde se inicia nos 
estudos de moral e metafísica, além das artes liberais. 
 Aos 19 anos, não obstante a grande oposição da família, que 
o manteve prisioneiro por um ano, ingressa na ordem dos 
dominicanos. 
 Um ano mais tarde, em 1245, toma definitivamente o hábito 
e faz sua profissão de fé religiosa. 
Tomás de Aquino: o doutor angélico
 Tomás era muito determinado e disciplinado, o que o ajudou na 
função de sistematizador doutrinário e religioso que teria mais 
tarde.
 Conduziu os estudos teológicos na universidade de Paris 
e depois na universidade de Colônia, Alemanha.
 Lá fundou um importante grupo de estudos:Studium Generale. 
 Mais tarde volta a Paris e recebe o título de Mestre em Teologia. 
O título de Doutor Angélico é uma homenagem dupla por sua 
douta sabedoria e seu temperamento sereno 
de abade beneditino.
 Quando volta à Itália, entra em contato com Aristóteles.
Tomás de Aquino: o doutor angélico
 Daí em diante até o final da vida consagrou-se a uma dupla 
missão inteiramente intelectual: 
 em primeiro lugar, assimilar as riquezas das ideias de 
Aristóteles, repensando o aristotelismo com sua inteligência 
cristã; 
 depois, servir-se dessa base racional para construir uma 
vasta síntese teológica que seria sua obra verdadeiramente 
original. 
 Em 1274 é convocado pelo papa Gregório X para participar do 
segundo Concílio de Lião. Durante a viagem, adoece e vem a 
falecer entre Nápoles e Roma, no convento de Fossanova, com 
apenas 49 anos.
Tomás de Aquino: o doutor angélico
 O objeto da Escolástica cristã é Deus, como o de todas 
as filosofias teocêntricas do período medieval. 
 Mas, de modo diferente das outras, particularmente da 
Patrística, para quem a teologia, a ciência de Deus, deve 
preceder o exercício do filosofar, na Escolástica a filosofia 
e a teologia, a rigor, coexistem numa relação de subordinação. 
 Segundo Tomás de Aquino, teologia e filosofia 
são disciplinas diferentes.
 O fundamento da teologia é a razão divina, enquanto 
que o da filosofia é a razão humana. 
 As duas ciências se coadunam quanto ao referencial 
de veracidade. 
A relação filosofia e teologia
 É incontestável a relação de coexistência entre a teologia 
e a filosofia na ordem epistemológica da Escolástica cristã. 
 Essa relação reflete o binômio fé e razão que, respectivamente, 
são instrumentos de confirmação 
ou de construção da doutrina cristã. 
 A questão da relação entre fé e razão, portanto, é uma 
questão de conciliação entre ambas: de cooperação ou 
de subordinação, jamais de oposição. 
 Na Patrística era preciso, com a razão, esclarecer a teologia 
revelada à fé.
 Na ordem da Escolástica será necessário primeiro refinar 
os raciocínios para compreender melhor os dogmas revelados. 
A conciliação entre fé e razão
 Não se pode perder de vista, porém, que as duas correntes 
possuem como objetivo final com a formação filosófico-
teológica dos padres, a missão de ensinar e de catequizar 
os pagãos, divulgando assim o cristianismo aos gentios. 
 Para Tomás de Aquino há um equilíbrio estabelecido 
naturalmente nas relações entre a fé e a razão e, 
consequentemente, entre a teologia e a filosofia. São 
distintas nos enfoques de seus objetos, mas não se separam 
metodologicamente. A filosofia utiliza as luzes da razão natural, 
ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina 
manifestada na revelação.
A conciliação entre fé e razão
 Tomás de Aquino, ao desenvolver sua metafísica, 
não pretende inovar. 
 É no domínio da metafísica aristotélica que o filósofo se move e 
é por aí que se compreende sua visão de mundo e de Deus. 
 Há que se considerar, também, que o tomismo constitui 
um sistema filosófico “fechado”, isto é, redondamente 
estruturado, no qual todas as partes se interligam de modo 
coerente: a lógica, a filosofia natural (ou física), a metafísica, a 
moral e, é claro, a teologia, onipresente enquanto fundamento e 
objeto de investigação concomitantes. 
A metafísica tomista
 A chave fundamental da metafísica tomista, mais uma vez, 
conforme o aristotelismo, é o princípio de potência e ato, 
aplicado para todos os níveis da realidade, desde o mais 
abstrato e imponderável do Ser Absoluto, ao nível das 
manifestações mais simples e concretas da matéria 
no mundo físico. 
 Potência é não-realidade ou imperfeição, uma capacidade 
de concretização de algo, uma capacidade de se atingir 
uma perfeição. 
 Ato designa realidade, perfeição, concretude resultante 
da potência em ação. 
A metafísica tomista
 A potência é a possibilidade de determinação das coisas 
em ato, que se efetua no movimento do vir a ser. 
 Nessa perspectiva, a matéria é um não-ente (potência) que 
adquire realidade sob uma forma, isto é, se atualiza (ato) e é 
determinada pela forma. 
 A forma é a essência das coisas, entendidas estas como coisas 
naturais e materiais, como água, ouro, madeira, etc. 
A substância é um ser completo e real, uma matéria 
potencializada que obteve uma forma, uma atualização (ato) 
enquanto ser, no mundo físico. Por fim, a substância é a 
confluência da matéria (possibilidade) e da forma (essência). 
A metafísica tomista
 Tomás de Aquino sustenta que Deus pode ser conhecido 
sim, mas, de modo racional, pelos caminhos lógicos da 
demonstração. 
 Deus pode ser conhecido pela observação das suas criaturas, 
porquanto, o efeito (a criação) deve ter semelhança com a 
causa (o Criador). 
 Para Tomás, Deus é a fonte, ao mesmo tempo criadora 
e explicativa de todos os seres.
A natureza de Deus: o Ato puro
 Tomás, então, assume para si esse desafio de provar, de modo 
filosófico, a existência de Deus e propõe cinco vias ou caminhos 
de argumentação para realizar essa tarefa. 
1ª via: a constatação dos motores que movem os móveis exige um 
primeiro motor imóvel. 
2ª via: o encadeamento em série de causas eficientes exige uma 
primeira Causa na série.
3ª via: necessidade de um ser não contingente (necessário) na 
ordem dos seres contingentes.
4ª via: as perfeições em menor grau constatadas nos seres supõe 
essas mesmas perfeições, em grau máximo, concentradas em 
um Ser supremo.
5ª via: a organização perfeita do mundo exige uma
inteligência infinita e onipotente.
Provas da existência de Deus: as 5 vias
Segundo Tomás de Aquino, há cinco vias que mostram a existência 
de Deus. Quais são elas?
a) Do primeiro motor; sobre a primeira causa eficiente; sobre o existente 
necessário; sobre os graus do ser; sobre o fim supremo de todas 
as coisas.
b) Da iluminação interior; sobre a primeira causa eficiente; sobre o 
primeiro motor; sobre o fim de todas as coisas; sobre os graus do ser.
c) Sobre a iluminação interior; sobre a dialética da ideia do Bem; sobre 
a causalidade necessária; sobre a hierarquia dos seres; sobre a 
eternidade.
d) Sobre a hierarquia dos seres; sobre a iluminação interior; sobre a 
dialética da ideia de Bem; sobre o primeiro motor; sobre a ideia inata 
de Deus.
e) Sobre a ideia transcendental de Deus; sobre a causalidade; sobre a 
eternidade; sobre a iluminação interior; sobre o fim
supremo de todas as coisas.
Interatividade
Segundo Tomás de Aquino, há cinco vias que mostram a existência 
de Deus. Quais são elas?
a) Do primeiro motor; sobre a primeira causa eficiente; sobre o existente 
necessário; sobre os graus do ser; sobre o fim supremo de todas 
as coisas.
b) Da iluminação interior; sobre a primeira causa eficiente; sobre o 
primeiro motor; sobre o fim de todas as coisas; sobre os graus do ser.
c) Sobre a iluminação interior; sobre a dialética da ideia do Bem; sobre 
a causalidade necessária; sobre a hierarquia dos seres; sobre a 
eternidade.
d) Sobre a hierarquia dos seres; sobre a iluminação interior; sobre a 
dialética da ideia de Bem; sobre o primeiro motor; sobre a ideia inata 
de Deus.
e) Sobre a ideia transcendental de Deus; sobre a causalidade; sobre a 
eternidade; sobre a iluminação interior; sobre o fim
supremo de todas as coisas.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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