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Introdução a Avaliação do Estado Nutricional

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL  
instrumento de diagnóstico importante e 
de grande utilidade na determinação do 
estado nutricional de uma pessoa ou de 
uma população, em diferentes fases da 
vida. 
 permite mensurar as condições 
nutricionais de um indivíduo (diferenciadas 
conforme o processo de ingestão, 
absorção, gasto e excreção de 
nutrientes), bem como identificar os 
fatores que influem direta ou 
indiretamente no seu estado nutricional. 
 
ESTADO NUTRICIONAL  relacionado 
ao plano individual, o estado nutricional 
consiste em um equilíbrio entre o 
consumo de alimentos – a ingestão de 
nutrientes essenciais e o gasto energético 
corporal. 
Nesse conceito, o estado nutricional 
poderia ter três manifestações orgânicas: 
 adequação nutricional, ou eutrofia; 
 carência ou déficit nutricional; 
 distúrbios nutricionais oriundos de 
excesso. 
No conceito mais amplo, baseado em um 
modelo de múltiplas causas dos 
 
 
 
problemas nutricionais o estado nutricional 
expressa uma dimensão histórico-social – 
envolve as relações entre o indivíduo ou 
a coletividade, o meio em que estão 
inseridos, os alimentos que comem e o 
modo de consumo dentro de 
determinada sociedade ou grupo 
populacional. 
Nesse modelo, considera-se um nível 
mais imediato, isto é, a influência direta de 
inúmeros fatores biológicos, ambientais, 
econômicos e de organização social. Mais 
do que saber o que determinada pessoa 
consome (como alimentos ou gasta em 
termos de energia), deve-se pensar em 
como esse indivíduo está inserido em seu 
território  considerar a história e os 
determinantes sociais relacionados à sua 
alimentação, os aspectos socioculturais, 
de organização familiar e cultural, a 
periodicidade com que esse indivíduo 
come determinados alimentos, e a 
qualidade e quantidade destes = possibilita 
a identificação de situações alimentares e 
nutricionais fundamentais para a realização 
e monitoramento do Direito Humano à 
Alimentação Adequada e Saudável. 
 
 
Introdução a Avaliação do Estado Nutricional 
INDIVÍDUO 
 Identificar problemas nutricionais e 
alimentares; 
 Classificar os distúrbios e carências 
nutricionais; 
 Subsidiar condutas e intervenções 
nutricionais; 
 Monitorar e avaliar as respostas 
relacionadas às condutas nutricionais. 
 
COLETIVO 
 Diagnosticar agravos e distúrbios 
nutricionais; 
 Identificar a magnitude desses agravos; 
 Subsidiar a implementação de políticas 
públicas; 
 Monitorar o estado nutricional de 
grupos populacionais. 
 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL 
(VAN)  é a parte da vigilância em saúde 
e foi instituída no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS) pela Lei nº 8.080, 
de 19 de setembro de 1990, em seu artigo 
6º. 
A identificação da situação alimentar e 
nutricional configura-se como instrumento 
para o monitoramento da realização do 
Direito Humano à Alimentação Adequada 
(DHAA) e da promoção da soberania e 
da segurança alimentar e nutricional, na 
medida em que a análise de indicadores 
de saúde e nutrição expressa as múltiplas 
dimensões da (in)segurança alimentar e 
nutricional, permitindo aos gestores 
públicos e às instâncias de controle social 
e de participação da sociedade civil 
analisar a situação e construir uma 
agenda de políticas públicas coerentes 
com as necessidades da população. 
 
ABORDAGEM INDIVIDUAL OU COLETIVA 
 produz importantes indicadores de 
saúde que subsidiam (auxiliam) a 
formulação e/ou atualização de políticas 
públicas e ações e programas em 
alimentação e nutrição. 
INDICADORES DE SAÚDE – parâmetros 
que indicam a ocorrência e revelam as 
características de problemas de saúde de 
uma coletividade, tais como doença 
(morbidade) e a morte (mortalidade), 
informando o quantitativo de pessoas que 
adoeceram ou morreram por 
determinadas causas, em determinada 
população, em determinado período, 
permitindo fazer comparações com 
pontos de corte (ou limites de 
normalidade) previamente estabelecidos. 
 
 
 
FASES DA VIDA 
As fases da vida em que realiza-se a 
avaliação do estado nutricional são: 
 Criança menor de 10 anos de idade; 
 Adolescente maior ou igual a 10 
anos e menor que 20 anos de 
idade; 
 Adulto maior ou igual a 20 anos e 
menor que 60 anos de idade; 
 Idoso maior ou igual a 60 anos de 
idade; 
 Gestante: qualquer mulher grávida 
(BRASIL, 2011). 
 
São utilizados métodos, que são 
classificados como diretos e indiretos a 
fim de facilitar a compreensão dos 
diferentes parâmetros utilizados para se 
obter um diagnóstico nutricional. 
 MÉTODOS DIRETOS – utilizados 
na avaliação do estado nutricional 
(AEN) que se relacionam com as 
manifestações biológicas ou orgânicas 
dos distúrbios nutricionais do indivíduo 
ou de coletividades. 
São considerados indicadores diretos 
da expressão do estado nutricional no 
corpo de uma pessoa e classificados 
de acordo com o tipo de abordagem 
(quantitativa ou qualitativa): 
 antropometria; 
 semiologia; 
 exames bioquímicos. 
 
 MÉTODOS INDIRETOS – 
identificam as diferentes causas e 
determinantes dos problemas 
nutricionais e alimentares de indivíduos 
ou coletividades. 
Parâmetros que possibilitam melhor 
compreensão nutricional e possíveis 
explicações para a ocorrência de 
determinados distúrbios nutricionais: 
 avaliação do consumo alimentar; 
 investigação socioeconômica, 
demográfica, cultural e de estilo 
de vida; 
 estatísticas vitais. 
 
ANTROPOMETRIA 
Procedimento de avaliação das medidas 
corporais do indivíduo. 
Permite identificar se existem, e em que 
magnitude, desvios pôndero-estaturais e 
alterações nos compartimentos corporais 
a n t r o p o m e t r i a 
que possam trazer prejuízos para a 
saúde. 
É fundamental para subsidiar prescrições 
e recomendações dietéticas e para avaliar 
a efetividade das intervenções nutricionais. 
Na AB  procedimento simples, de 
baixo custo e pouco invasivo que pode 
ser aplicado em todas as faixas etárias e 
cursos da vida e fornece os principais 
indicadores utilizados na avaliação 
nutricional em âmbito individual e coletivo, 
como no Sistema de Vigilância Alimentar 
e Nutricional (Sisvan). 
 
CONSUMO ALIMENTAR 
É um dos principais determinantes do 
estado nutricional em todas as fases da 
vida. 
Na rotina dos serviços de AB  a 
avaliação do comportamento ou padrão 
da alimentação é recomendada durante o 
atendimento individual em todos os ciclos 
da vida: o uso de formulário padronizado 
proposto pelo Ministério da Saúde (MS) 
tem sido útil e permite, com base na 
investigação de determinados alimentos 
consumidos no dia anterior ao da 
avaliação, identificar marcadores positivos 
e/ou negativos do consumo alimentar. 
Em crianças de 2 anos  a avaliação dos 
marcadores de consumo alimentar deve 
seguir o calendário mínimo de consultas 
para a assistência à saúde, conforma 
recomendação do MS: aos 15 dias de 
vida, 1 mês, 2, 4, 6, 9, 12, 18 e 24 meses 
de idade – dessa forma, permite ao 
profissional captar informações sobre o 
aleitamento materno, sobre a introdução 
de outros alimentos e sobre riscos para 
problemas nutricionais. 
Nas crianças maiores de 2 anos de idade 
e em adolescentes, adultos, idosos e 
gestantes  os marcadores de consumo 
alimentar devem ser avaliados 
anualmente, visando a identificar práticas 
inadequadas relacionadas ao ato de 
comer, de forma a subsidiar a promoção 
da saúde e da alimentação adequada e 
saudável pelos profissionais da saúde. 
Se houver necessidade e tenha a 
possibilidade de realizar uma anamnese 
alimentar mais detalhada, o profissional 
poderá adotar outros métodos de 
avaliação do consumo alimentar: 
 RECORDATÓRIO DE 24 HORAS – 
relato retrospectivo de todos os 
alimentos e bebidas ingeridos, com 
suas respectivas quantidades, nas 24 
horas anteriores. 
VANTAGENS: 
 Rápido; 
 Baixo custo; 
 Não interfere no consumoalimentar; 
 Aplicável em analfabetos e em 
qualquer idade; 
c o n s u m o a l i m e n t a r 
 Reflete o consumo atual; 
 Pode estimar a ingestão habitual 
se realizado repetidamente. 
DESVANTAGENS: 
 Por depender da memória, pode 
resultar em omissão de 
informação; 
 Dificuldade em relatar as 
porções e medidas caseiras; 
 Depende da habilidade de 
comunicação do entrevistador; 
 Ingestão do dia anterior pode 
ser atípica; 
 Não estima a dieta atual se 
aplicado uma única vez. 
 
 QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA 
DE CONSUMO DE ALIMENTOS – 
relato retrospectivo da frequência de 
consumo em determinado período, a 
partir de uma lista de alimentos 
predefinidos. 
VANTAGENS: 
 Baixo custo; 
 Não interfere no consumo 
alimentar; 
 Análise simples; 
 Reflete o consumo habitual por 
não captar interferências diárias; 
 Classifica a pessoa de acordo 
com categorias de consumo. 
DESVANTAGENS: 
 Por depender da memória, 
pode resultar em omissão de 
informação; 
 A ingestão do dia anterior 
pode influenciar o relato 
pregresso (anterior); 
 A lista predefinida pode não 
ser adequada ou completa; 
 Quantificação pouco exata 
do que foi consumido; 
 Cansativo se a lista for longa. 
 
 REGISTRO OU DIÁRIO ALIMENTAR 
– anotação pela pessoa, ao longo de 
um ou mais dias, de todos os 
alimentos e bebidas ingeridos, com 
suas respectivas quantidades. 
VANTAGENS: 
 Baixo custo; 
 Não depende da memória; 
 Permite mais detalhamento 
sobre o que foi ingerido; 
 Possibilita a pesagem dos 
alimentos no momento do 
consumo; 
 Pode estimar a ingestão habitual 
se realizado repetidamente. 
DESVANTAGENS: 
 Pode interferir no consumo 
alimentar; 
 É necessário saber ler e 
escrever; 
 Dificuldade em relatar as 
porções e medidas caseiras; 
 Dificuldade na pesagem dos 
alimentos; 
 Exige alto nível de motivação e 
tempo. 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
Bioquímicos, parasitológicos, 
microbiológicos e imunológicos  
mensuram componentes e nutrientes ou 
seus metabólitos em tecidos, fluidos 
biológicos e resíduos corporais, e são 
importantes no monitoramento de 
diversas doenças e distúrbios nutricionais. 
É possível identificar problemas de saúde 
mesmo quando não há presença de 
sintomas, além de alterações de 
componentes corporais em virtudes de 
doenças e distúrbios relacionados à 
nutrição e alimentação também podem 
ser identificadas – útil para os ajustes na 
conduta nutricional e monitoramento da 
evolução da doença no usuário. 
Na AB  como são exames mais caros 
e invasivos, devem ser solicitados com 
parcimônia e em situações específicas – 
quando forem fundamentais para subsidiar 
a conduta nutricional. 
Resolução CFN 306/2003  é 
pertinente considerar os exames 
realizados recentemente por indicação de 
outros profissionais da saúde, caso 
supram as nossas necessidades, ao invés 
de solicitar novos exames. 
A avaliação isolada de exames 
laboratoriais NÃO deve ser conclusiva 
sobre o estado nutricional, sendo 
necessário combiná-la sempre à avaliação 
física, aos dados antropométricos, ao 
inquérito alimentar e à condição clínica do 
usuário. 
 
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL 
É a parte da medicina relacionada ao 
estudo de sinais e sintomas das doenças: 
 SINAIS – alterações objetivas 
expressas no corpo da pessoa, que 
podem ser observadas e 
dimensionadas pelo profissional da 
saúde. Exemplos: palidez, icterícia, 
alopecia, tosse, edema, hematoma.. 
 SINTOMAS – sensações subjetivas 
relatadas pela pessoa, que não 
podem ser visualizadas ou 
mensuradas pelo profissional da 
saúde. Exemplos: sede, fome, 
inapetência, sonolência, dor, náusea. 
A avaliação semiológica requer duas 
etapas durante o exame clínico que se 
complementam: 
 anamnese – abordar os aspectos 
subjetivos dos problemas de saúde 
investigados; 
e x a m e s l a b o r a t o r i a i s 
s e m i o l o g i a n u t r i c i o n a l 
 exame físico – identificar como 
estes se expressam no corpo. 
 
INVESTIGAÇÃO DOS 
ASPECTOS 
SOCIOECONÔMICOS, 
DEMOGRÁFICOS, 
PSICOLÓGICOS, CULTURAIS E 
DE ESTILO DE VIDA 
Revelam muito sobre a forma de viver do 
indivíduo e sobre os fatores que podem 
trazer riscos ao seu estado nutricional. 
A investigação deve ser analisada em 
todas as etapas do processo de avaliação 
nutricional, do início ao fim do 
atendimento ou ação – aproveitar o 
momento da aplicação de outros 
métodos diretos e indiretos. 
Na prática isso significa: aproveitar o 
momento da avaliação do consumo 
alimentar para entender como a cultura 
ou religião influencia na escolha de certos 
alimentos. Ou buscar, durante a avaliação 
da composição corporal, mais 
informações sobre a prática física ao 
longo do dia. Ou durante a entrevista 
inicial, ao questionar sobre a profissão do 
usuário, perceber como essa atividade 
laboral influencia em seu cotidiano, em 
sua alimentação (horários, locais e 
características das refeições), em seu 
nível de atividade física. Ou ainda 
perceber determinadas falas que 
caracterizam possíveis alterações de 
comportamento diante de certas opções 
alimentares, o que pode indicar possíveis 
transtornos. 
Dinamismo, comunicação e interação – 
mapear o território em que um indivíduo 
ou grupo populacional está inserido e 
identificar como se dão as relações entre 
as pessoas, entre as pessoas e o meio 
ambiente e a organização social pode 
influenciar o modo como conduzimos a 
avaliação nutricional. 
 
ESTATÍSTICAS VITAIS 
Muito utilizadas no âmbito populacional e 
retratam o perfil de saúde, alimentação e 
nutrição de uma população. 
Os indicadores de saúde são instrumentos 
essenciais para medir uma realidade e 
para definir as estatísticas vitais 
populcionais – por exemplo: a taxa de 
ortalidade infantil em uma região pode 
revelar indiretamente a situação de 
saneamento básico e qualidade do serviço 
de saúde. 
 
 
 i n v e s t i g a ç ã o d o s 
 a s p e c t o s 
s o c i o e c o n ô m i c o s, 
d e m o g r á f i c o s, 
p s i c o l ó g i c o s, c u l t u r a i s e 
d e e s t i l o d e v i d a 
e s t a t í s t i c a s v i t a i s 
BOA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA AB 
1. acolher o usuário, estabelecendo relação 
de empatia e confiança 
2. identificar a queixa principal e investigar 
a história clínica. 
3. buscar sinais (no exame físico) e 
sintomas (pela anamnese). 
4. avaliar o consumo alimentar. 
5. realizar avaliação antropométrica. 
6. analisar os exames laboratoriais. 
7. abordar aspectos socioeconômicos e 
demográficos. 
8. investigar aspectos culturais, 
psicológicos e de estilo de vida. 
9. usar as estatísticas vitais para ampliar a 
compreensão do quadro. 
10. registrar adequadamente as 
informações.

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