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Dor pélvica

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03/02/2021 Bévena Rodrigues Lopes 
Saúde Materno Infantil l 
Dor pélvica 
 
Conceito 
• Experiencia sensorial e emocional desagradável associada ao dano tecidual real ao potencial, ou descrita em 
termos desse dano (IASP) 
• Dor pélvica aguda: normalmente intensa, tem inicio rápido e pode estar associada a alterações dos sinais 
vitais (febre, pressão baixa, choque) 
• Dor pélvica crônica: dor com duração superior a 6 meses, localizada na pelve e intensa o suficiente para 
causar incapacidade funcional ou exigir cuidados médicos 
Dismenorreia 
• Também conhecida como cólica menstrual 
• Dor clinica e associada ao ciclo menstrual, ou seja, é conhecida como cólica menstrual 
 
• Dismenorreia primária (idiopática) 
o Quando não há patologias associadas 
o É uma dor de intensidade moderada para leve, não dura todo o período de fluxo menstrual, dura no 
máximo 1-2 dias, basta tomar qualquer analgésico que ela tende a melhorar 
• Dismenorreia secundarias 
o Quando decorre de uma patologia como agente causador 
o Dor de moderada para grave, são cólicas intensas onde a paciente acaba muitas vezes atrapalhando 
suas funções laborais, muitas vezes necessita de medicações IV ou IM, não passa com qualquer 
analgésico e costuma durar durante todo o fluxo menstrual 
Dor pélvica aguda 
• Inicio abrupto 
• Geralmente associada a reflexos autônomos: náuseas, vômitos, sudorese, sensação de desmaio 
• Pode estar relacionada a sinais de inflamação e/ou infecção, as vezes podemos ter apenas processo 
inflamatório causando a dor como paciente que tem cisto de ovário roto, faz uma peritonite química devido 
o sangue que cai na cavidade, ou pode ter também associadamente ou isoladamente sinais de infecção, 
neste caso ela possui um processo inflamatório causado por um agente que pode ser bacteriano, viral ou 
protozoários 
• Moduladores de inflamação 
o Aumento de prostaglandinas e prostaciclinas, esses acabam causando muitas vezes os reflexos 
autônomos 
Causas ginecológicas 
• Moléstia inflamatória pélvica/ATO 
• Corpo lúteo hemorrágico 
• Torção e ruptura de cisto ovariano 
• Leiomioma degenerado 
• Neoplasias ginecológicas 
 
03/02/2021 Bévena Rodrigues Lopes 
• Endometriose/adenomiose 
• Malformação arterio venosa 
• Dor ovulatória 
• Síndrome de congestão pélvica 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos ver no primeiro grafico que as cauas de emergencias ginecologicas cirurgicas são variada, ou seja, não 
existe uma prevalencia, portanto é necessario fazer fazer a avaliação clinica, laboratorial e imagenologica para 
podermos chegar ao diagnostico. No segundo grafico a maior causa de emergencias ginecologicas cirúrgicas são por 
infecçoes (75%), ou seja, a causa varia de serviço para serviço 
MOLESTIA INFLAMATORIA PELVICA 
Um agente bacteriano que esta dentro da vagina por questões 
imunologicas/facilitadoras que a mulher tenha o agente bacteriano consegue 
chegar a cavidade pelvica, isso ocorre por divessas vias, o colo uterino serve 
como meio de comunicação então as bacterias sobem para o colo causando uma 
servicite, desse entram no endometrio causando endometrite e/ou miomitrite, 
por via canalicular por meio da trompa pode causar uma salpingite e cair dentro 
da cavidade pelvica acometendo o ovario e a cavidade pelvica como um todo 
Ainda atraves dos vasos sanguineos essas bacterias podem vir a acometer os parametrios (Ligamento largo) e atingir 
a cavidade pelvica, o agente bacteriano pode vir tambem por meio dos vasos linfaticos e acometer a cavidade 
pelvica. Quando a bacteria atinge a cavidade pelvica como um todo se torna um caso grave onde se não tratar a 
paciente pode vir a obito 
A infecção da cavidade pelvica pode causar uma parametrite, que é a infecção dos parametrios, essa infecção pode 
tambem ainda vir a atigir os orgãos vizinhos como bexiga e reto 
Quando essa bacteria atinge a trompa a tendencia é de que essa trompa se dilate e forma o ATO (abscesso tubo 
ovariano), quando isso ocorre a paciente já chega no PA 
com sinais de choque septico e pode haver complicações 
que culminam para o obito, nesses casos devemos agir 
rapidamente, melhorar as condiçoes hemodinamicas da 
paciente, entrar com antibiotico de amplo espectro 
(esquema triplice) e temos que submeter essa paciente a 
uma infervenção cirurgica para retirada de todo o foco 
bacteriano. Após a cura pode haver esterilidade, aderencia pelvica e dor pelvica cronica 
TORÇÃO E RUPTURA CISTO OVARIANO 
• Mais comuns: cistos funcionais, ou seja são os foliculos ovarianos que estão crescendo e se preparando para 
ovular 
• Cistos neoplasicos ou endometriose tambem podem sofrer extravasamento ou ruptura 
 
03/02/2021 Bévena Rodrigues Lopes 
• Maior probabilidade de ruptura: cisto de corpo luteo 
• Torção: isquemia das estruturas distais e inicio agudo da dor (tipo infarto), 
que pode vir acompanhada de sintomas reflexos 
O cisto vai girando sobre si mesmo, faz uma torção no seu pediculo, quando isso 
ocorre para de passar sangue para esse orgão, ele vai necrosar e levar a uma dor 
muito intensa 
No diagnostico procuramos a historia clinica, exame fisico e US vaginal onde fazemos o doppler no pediculo 
ovarinano e visualizamos que não passa fluxo no pediculo 
Os cistos que mais trocem são os cistos foliculares em fase de crescimendo e o cisto de 
corpo luteo, após a fase de ovulação esse cisto pode portanot romper ou torcer 
Nessa imagem a direita temos um cisto ovariano de uma mulher que estava gravida de 
16 semanas, deu entrada no PA com dor pelvica, ao passar o US percebeu-se que no 
pediculo não passava sangue 
Causas obstetricas 
• Gravidez ectopica 
• Abortamento 
• Doença trofoblastica gestacional 
PRENHEZ ECTÓPICA 
Em casos de ruptura dessa trompa a paciente chega no PA em 
estado grave devido a choque hipovolêmico, ou seja, essa 
paciente sangra muito dentro da cavidade pélvica, começa a 
faltar sangue na periferia levando a instabilidade 
hemodinâmica, muitas vezes culminando para uma cirurgia 
de emergência 
Prenhez ectópica rota e cisto ovariano roto: consiste na 
grande maioria dos casos de dor pélvica aguda (cerca de 80% 
dos casos) e necessitam de tratamento imediato 
Fatores de risco: infecção por Chlamydia trachomatis, prenhez 
ectópica previa, dano tubário (cirurgia, infecções, 
endometriose), história de infertilidade, DIU, fertilização in 
vitro, aumento da idade e tabagismo 
 Chlamydia trachomatis causa alterações na motilidade 
e na anatomia das trompas, com isso o zigoto não 
consegue percorrer todo o caminho tubário, acaba 
ficando no meio do caminho, a gravidez começa a se 
desenvolver o que leva a uma gravidez ectópica, como 
a trompa não tem elasticidade para gerar uma 
gestação acaba havendo a ruptura da trompa 
Quadro clinico: atraso menstrual (tempo médio de gestação de 7-8 semanas), dor abdominal, sangramento vaginal 
(acham que estão abortando), sensibilidade anexial no toque bimanual. Pode estar associado sinais de instabilidade 
hemodinâmica (choque hipovolêmico), vamos solicitar exames laboratoriais, US endovaginal e abdominal, caso 
positivo é necessário cirurgia de urgência 
 
03/02/2021 Bévena Rodrigues Lopes 
Podemos encontrar prenhez ectópica na parte intersticial (parte da tuba que fica dentro do miométrio), no istmo, 
próximo a fimbria, ovário e em outros locais como no fígado 
No US veremos um útero vazio, normalmente com um endométrio mais espessado, trompas dilatadas e em algumas 
vezes é possível visualizar o embrião ectópico 
ABORTAMENTO 
Causa comum 
Sempre pensar em mulheres com queixa de dor pélvica e mulheres em idade fértil, 
com (que tomam de maneira errônea) ou sem anticoncepção 
• Pode ser classificado como: 
o Ameaça de abortamento 
▪ Pequeno descolamento e descolamento discreto 
o Abortamento em curso 
▪ Sangramento intenso, muitas vezes com coágulos 
o Aborto infectado 
Quadro clinico é variável,vai depender do tipo de abortamento, paciente que chega com sangramento e dor discreta 
muitas vezes temos um pequeno descolamento do saco gestacional que causa dor, porem quando temos um 
abortamento em curso há sangramento vultuoso acompanhado de dor intensa, isso pois o útero faz intensas 
contrações para conseguir exteriorizar o conteúdo, podemos ainda ter abortos infectados, mas quando isso ocorrer 
conseguimos pelo próprio odor fazer o diagnóstico. Se houver infecção podemos sinais de choque séptico associado, 
muitas vezes a paciente chega no PA com sintomas de moléstia inflamatória pélvica ou apendicite supurada, 
apresenta febre, mal-estar, hipotensão, náusea, vomito .., e se essa paciente tiver um grande volume hemorrágico 
mesmo se não houver infecção pode ter choque hipovolêmico 
Não falamos de aborto retido pois esse normalmente não é causa de dor pélvica aguda, os que são causa de dor 
pélvica são ameaça de abortamento, abortamento agudo e abortamento infectado 
Causas não ginecológicas 
• Calculo renal com uropatias obstrutiva 
o Dor em cólica que melhora com a medicação, associada a sintomas urinários, febre, mal-estar, não 
relata posição de melhora 
• Hérnia inguinal 
o Principalmente hernias encarceradas e estranguladas 
o Dor localizada, formação de nódulo na região inguinal e dor intensa a palpação 
• Doença inflamatório intestinal 
o É uma doença crônica, mas pode ter fases de agudização e quando isso ocorre a pessoa tem 
alterações do ritmo intestinal, tem excreção de muco juntamente as fezes e essas são amolecidas, 
pode haver quantidade significativa de sangue nas fezes 
• Apendicite aguda 
o Relata uma dor difusa que começou devagar e foi piorando com o passar do tempo, tem sua 
localidade na foça ilíaca direita, está associada com náusea, vomito, mal-estar, constipação intestinal 
e depois se torna uma dor aguda 
• Infecção trato urinário 
• Gastroenterite 
• Diverticulite 
o Semelhante a dor da apendicite porem está associada com alterações do ritmo intestinal, muitas 
flatulências e dor localizada na fossa ilíaca esquerda 
 
 
03/02/2021 Bévena Rodrigues Lopes 
Dor pélvica crônica 
• Sintomas e não diagnostico 
• Maioria das vezes vários componentes 
• “A incapacidade e morbidade, física e/ou psicológica, caracterizam a síndrome” 
• Tratamento deve ter abordagem multiprofissional, deve haver tratamento psicológico e psiquiátrico 
juntamente com o tratamento da patologia em si 
• Prevalência de 3,7% das mulheres entre 15 a 73 anos 
• DPC: corresponde a 10% das consultas ginecológicas de 12% das indicações de histerectomia e 40% das 
laparoscopias diagnosticas 
 
• Dor pode expressar-se como dismenorreia, dispareunia (dor na relação sexual) e desconforto crônico 
relacionado ou não a ciclicidade menstrual ou a fator desencadeante 
• Sensação dolorosa de localização imprecisa 
• Distúrbios emocionais estão presentes em cerca de 60% das pacientes com DPC, entre eles a síndrome 
depressiva é a mais comum 
 
• Diagnostico é por vezes difícil, sendo a anamnese de extrema importância 
• Para elucidas as características da dor 
Causas ginecológicas 
• Endometriose/adenomiose 
• Síndrome de congestão pélvica 
• Aderências pélvicas 
• Leiomiomas 
• Tumores malignos 
• Síndrome do ovário residual 
o Quando é feito a cirurgia de ooforectomia porem devido a presença de filetes de nervos a pessoas 
ainda tem a sensação de que o útero está ali e isso causa dor 
Causas gastrointestinais 
• Constipação 
• Sindrome do colon irritavel 
• Diverticulite e diverticulose 
• Diverticulo de Merckel 
• Tumores malignos intestinais 
• Doença inflamatoria intestinal 
• Hernias nãos estranguladas e/ou não encarceradas 
Causas geniturinarias 
• Cistite intersticial 
• Bexiga hiperativa 
• Uretrite cronica 
• Tumores malignos (bexiga, ureter, ureta) 
Doença miofascial 
• Fasceíte 
 
03/02/2021 Bévena Rodrigues Lopes 
• Dor miofascial da parede abdominal 
o Devido a compressões radiculares pode haver inflamação da musculatura abdominal, assim como as 
mialgias 
• Síndrome piriforme 
o Muito comum nos atletas pois o musculo pode se inflamar e provocar dor na região da sínfise púbica 
Causas esqueléticas 
• Escoliose 
• Osteíte púbica 
• Doenças degenerativas 
• Hernias distais 
Doenças psicológicas 
• Somatização 
o Pacientes hipocondríacas 
• Disfunção psicossexual (inclui passado de abuso sexual) 
• Depressão 
Aderências pélvicas 
Devido a infecção como endometriose ou outras patologias pode 
haver as aderências que se tratam de traves de fibrose que se 
formam entre os diferentes órgãos, podendo ocorrer entre a 
bexiga e o útero, entre útero e intestino, útero e ovário, útero e 
trompas

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