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ENSINO MÉDIO 2 - 2021 - VOLUME 1 - PROVA I Língua estrangeira: Inglês L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S ENSINO MÉDIO 2 - 2021 - VOLUME 1 - PROVA I Língua estrangeira: Espanhol L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 ‘Big Brother’ Eyes Encourage Honesty, Study Shows A team from Newcastle University found people put nearly three times as much money into an ‘honesty box’ when they were being watched by a pair of eyes on a poster, compared with a poster that featured an image of flowers. An honesty box is a system of payment which relies on people’s honesty to pay a specified price for goods or services – there is no cashier to check whether they are doing so. The researchers say the eye pictures were probably influential because the brain naturally reacts to images of faces and eyes. They also say the findings show how people behave differently when they believe they are being watched because they are worried what others will think of them. Lead author of the study, Dr. Melissa Bateson said: “Our findings suggest that people are less likely to be selfish if they feel they are being watched, which has huge implications for real life. For example, this could be applied to warnings about speed cameras. A sign bearing an image of a camera would have to be actively processed by our brains, as it is an artificial stimulus. Our research and previous studies suggest drivers would react much more quickly and positively to natural stimuli such as eyes and faces.” Disponível em: <https://www.sciencedaily.com/>. Acesso em: 07 jun. 2019. [Fragmento adaptado] O estudo mencionado no texto revelou uma nova aplicação para placas com imagens de olhos. Sugere-se que elas sejam usadas para A. indicar que o local é monitorado por câmeras dispostas em pontos inusitados. B. substituir o monitoramento tradicional feito por câmeras no comércio. C. induzir as pessoas a comprarem mais produtos no sistema honesty box. D. melhorar o comportamento e as atitudes dos motoristas no trânsito. E. reduzir o número de pessoas que saem dos estabelecimentos sem pagar. Alternativa D Resolução: No último parágrafo do texto, a pesquisadora Melissa Bateson afirma que imagens de olhos poderiam ser utilizadas em radares de trânsito, já que o estudo sugere que os motoristas poderiam reagir de maneira muito mais rápida e positiva a estímulos naturais, como olhos e rostos. Assim, a alternativa D é a correta. As alternativas A, B e E estão incorretas porque não há informações no texto que as sustentem. A alternativa C também está incorreta porque o uso de placas não tinha como objetivo fazer as pessoas comprarem mais, mas estimulá-las a serem mais honestas nos pagamentos que faziam no sistema honesty box. Além disso, esse uso não se refere à nova aplicação sugerida para as placas. C6ZF QUESTÃO 02 I’m perfectly happy to be impressed by New York, but like any other first-time visitor […] I can’t help but arrive with a record of previous convictions gained from a million TV cop shows, Batman comics, magazines, novels, films, plays and songs. As soon as I arrive, I set out to find the Empire State Building. Suddenly there it is in front of me, disappearing miles up into the sky. It is some sight. I buy a ticket and head for the 86th floor in a lift that goes so fast the passengers have no time to get embarrassed with each other’s company. From the top I can see the Chrysler building, the General Electric building and thousands of other buildings I don’t know the names of yet, and far below the streets jammed with little winking toy yellow cabs pointlessly swinging out from one slow lane to the next. Over there is the Hudson, the East river, Central Park to the north, the Statue of Liberty, copper green against the bay, welcoming huddled masses on tiny tour boats. I remember someone in my guidebook saying that New York seems like chaos, but to me from the air, it’s a work of art. CAPEL, A.; SHARP, W. Objective proficiency. Cambridge University Press, 2002. p. 16. O texto anterior registra as impressões de uma pessoa que visita a cidade de Nova Iorque pela primeira vez. O autor mostra-se A. surpreso com o fato de Nova Iorque não ser tão perigosa como mostram os programas de TV. B. incomodado com a enorme quantidade de táxis amarelos que congestionam as ruas. C. deslumbrado com a beleza da cidade quando vista do topo do Empire State Building. D. perplexo com a imponência da Estátua da Liberdade diante dos arranha-céus da cidade. E. desnorteado com o caos causado pelo grande fluxo de turistas nos pontos turísticos da cidade. Alternativa C Resolução: O trecho que justifica a alternativa C como correta é o seguinte: [...] New York seems like chaos, but to me from the air, it’s a work of art. Observando a cidade do alto do Empire State Building, o autor afirma que Nova Iorque, para ele, parece uma obra de arte. As demais alternativas estão incorretas porque: (A) em nenhum momento o autor do texto menciona o problema da violência em Nova Iorque. O autor apenas afirma que, como qualquer pessoa que visita a cidade pela primeira vez, ele traz suas convicções a respeito da cidade pelo fato de ela já ter sido retratada inúmeras vezes na mídia; (B) sobre os táxis, o autor do texto comenta que, do alto do Empire State Building, eles parecem carrinhos de brinquedo, passando de uma pista para outra nas ruas congestionadas, mas não há indicações de que isso incomode o autor; (D) não é feita nenhuma comparação entre a Estátua da Liberdade e os arranha-céus da cidade, portanto não é possível confirmar a alternativa com base no texto; (E) não há indícios de que o autor do texto se sente desnorteado com o fluxo de turistas na cidade. A única menção feita aos turistas é quando o autor se refere aos barcos de passeio lotados que os levam à Estátua da Liberdade. Ainda assim, não é feito nenhum comentário que indique que o grande número de turistas o deixa desorientado. 19O9 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 How long can humans conceivably live? In most developed countries, life expectancy has grown steadily to an average of 75 years. But scientists are exploring ways to extend lifespan to lengths that seem inconceivable now – perhaps 120 years and beyond. Ideally, future centenarians who avail themselves to life-prolonging advances won’t suffer the familiar frailties of old age. The goal is for them to retain their youthful vitality, rather than add extra years of decline.Several studies show lifespans can be stretched far beyond normal limits. In one example, Cynthia Kenyon, a professor at the University of California in San Francisco, has doubled the lifespans of simple roundworms from two weeks to a month by altering the function of a single gene, known as daf-2. Even near death, these mutated worms look better than normal worms half their age. Their bodies are smooth and plump, and they wriggle along like much younger worms. Disponível em: <https://www.worldhealth.net>. Acesso em: 27 dez. 2018. [Fragmento] De acordo com o texto, os cientistas que procuram ampliar a expectativa de vida dos seres humanos têm como objetivo principal A. manter nos idosos a vitalidade que eles tinham quando mais jovens. B. eliminar, na juventude, doenças debilitantes que afligem os idosos. C. dobrar a expectativa de vida nos países em desenvolvimento. D. provar que a longevidade pode ser estendida até determinado ponto. E. alterar geneticamente o gene daf-2, responsável pelo envelhecimento. Alternativa A Resolução: O objetivo dos cientistas ao buscar prolongar a expectativa de vida é conservar nos idosos uma vitalidade mais juvenil, que eles tinham quando mais jovens, de modo que possam ter uma melhor qualidade de vida e não somente mais anos de vida, conforme indica o seguinte trecho: “The goal is for them to retain their youthful vitality, rather than add extra years of decline”. Logo, está correta a alternativa A. As alternativas B e C não podem ser confirmadas com base nas informações do texto. A alternativa D está incorreta porque o objetivo do estudo não é provar que existe um limite de longevidade. Na verdade, é possível inferir que esse limite pode até não existir, pois o texto afirma que a expectativa de vida pode ser estendida de modo a ultrapassar 120 anos ou mais. A alternativa E está incorreta porque, segundo o texto, o gene daf-2 é encontrado em vermes nematódeos (roundworms) e o enunciado da questão remete aos seres humanos. O gene / fator responsável pelo envelhecimento humano não é mencionado no texto. 9NY3 QUESTÃO 04 HOW TO SP T FAKE NEWS CONSIDER THE SOURCE CHECK THE AUTHOR READ BEYOND Click away from the story to investigate the site, its mission and its contact info. Do a quick search on the author. Are they credible? Are they real? ASK THE EXPERTS Ask a librarian, or consult a fact-checking site. CHECK YOUR BIASES Consider if your own beliefs could affect your judgement. IS IT A JOKE? If it is too outlandish, it might be satire. Research the site and author to be sure. CHECK THE DATE Reposting old news stories doesn’t mean they’re relevant to current events. SUPPORTING SOURCES? Click on those links. Determine if the info given actually supports the story. Headlines can be outrageous in an effort to get clicks. What’s the whole story? Disponível em: <https://www.ifla.org/>. Acesso em: 12 ago. 2018. O termo fake news tem sido usado com frequência para chamar atenção para o crescente compartilhamento de informações falsas na mídia. Entre as recomendações do infográfico anterior sobre como identificar fake news, os leitores devem A. descartar material que não tenha sido escrito por autores renomados. B. desconfiar das manchetes que receberam um grande número de cliques. C. confiar em seu posicionamento ideológico como um dos critérios de seleção. D. verificar com especialistas a veracidade das datas indicadas nas matérias. E. questionar se o texto publicado na mídia é uma sátira ou uma piada. Alternativa E Resolução: No item Is it a joke?, lê-se que certas notícias podem ser somente sátiras, e não notícias falsas (If it is too outlandish, it might be satire = se for muito bizarro, pode ser uma sátira). Dessa forma, o leitor precisa reconhecer quando um texto é apenas uma piada. Logo, a alternativa correta é a E. As demais alternativas estão incorretas porque: (A) no item Check the author, recomenda-se verificar a credibilidade do autor e se ele realmente existe, mas isso não significa que a leitura deve ser restrita a escritores renomados ou famosos; (B) não há informações no texto que sustentem a alternativa. No item Read beyond, é dito que as manchetes costumam ser exageradas para chamar a atenção do leitor. Por isso, recomenda-se sempre ler a história completa e não se deter apenas à manchete; (C) no item Check your biases, os leitores são aconselhados a considerar se suas crenças ideológicas não estariam afetando sua capacidade de julgamento. Sendo assim, propõe-se justamente o contrário do que é dito na alternativa; (D) no item Check the date, adverte-se sobre a propagação de notícias antigas que não são necessariamente relevantes para o momento atual. Entretanto, o texto não recomenda verificar com especialistas a veracidade ou a precisão das datas, mas sim, o conteúdo do texto (Ask the experts). 9IB1 LCT – PROVA I – PÁGINA 2 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 05 Cuba’s communist ice-cream cathedral Analies Gómez Coyula is deep into her third bowl of helado (ice cream). Her boyfriend, Daniel, is equally engrossed as he spoons up his 13th scoop of vanilla. Aunt Ana Lidia seems content, with two ensaladas – five scoops apiece – already devoured. We’re at Parque Coppelia, the world’s largest ice cream parlour and an iconic institution in Cuba. This state-run “people’s park” serves an average of 30,000 customers a day. Cubans can be some of the most talkative people in the world. But all talk ends once they’re seated with ice cream. Slurping helado is a heads-down, communal homage. Conversation at the shared tables barely rises above a murmur, as if Coppelia truly were a cathedral. When it opened on 4 June 1966, Coppelia served “only” 26 flavours – from almond and banana to vanilla and walnut – as homage to the launch of the Revolution on 26 July 1953. Then came the Special Period – the time of terrible scarcity caused by the collapse of the Soviet Bloc. Cuba lost its main supplies of butter and powdered milk. Unable to produce enough milk itself, the Cuban government had to choose between butter and ice cream. A hot climate. A feverish addiction to sugar. It was a no-brainer. Rations were reduced. But Coppelia kept on serving one peso (three pence) scoops, albeit reduced to only one or two flavours – an appetising indulgence that neither economic hardship nor the US’ stiffened embargo could stop. BAKER, C. P. Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 13 mar. 2019. [Fragmento] O texto traz um relato sobre o histórico Parque Coppelia com a intenção de A. criticar o governo cubano por deixar faltar alimentos básicos e manter itens supérfluos. B. exemplificar a dificuldade que os cubanos enfrentam para comprar alimentos. C. contar a história de um local que foi um dos cenários da Revolução Cubana. D. mostrar a decadência de uma das principais atrações turísticas de Cuba. E. revelar o fato curioso de os cubanos terem uma antiga paixão por sorvete. Alternativa E Resolução: O objetivo do autor é mostrar a paixão dos cubanos por sorvete, fato que pode ser percebido ao longo do texto, principalmente quando o autor mostra como os cubanos ficam concentrados ao saborear a sobremesa, no segundo parágrafo, e quando revela, no quarto parágrafo, que ela continuou sendo servida em Parque Coppelia mesmo com a crise de abastecimento causada pelo fim da União Soviética. Logo, está correta a alternativa E. As demais alternativas não encontram respaldo no texto e devem, portanto, ser descartadas. V5TG EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 ¿Qué es el acoso escolar cibernético? El acoso escolar cibernético se trata del uso de la tecnología para acosar, amenazar, intimidar o perseguir a los niñoso jóvenes, generalmente es más común que se produzca con estos últimos pues son quienes más están en contacto con los medios electrónicos. En ocasiones este ciber-acoso puede ser directo, mediante el envío de mensajes crueles a través de los celulares o a través de comentarios maliciosos enviados por correo electrónico. Existen también otras formas de acoso, como suplantar a alguien a través de Internet o colgar información o videos que hagan daño o avergüencen a los adolescentes, por lo general. En países como los Estados Unidos se han realizado encuestas a través de organizaciones de lucha contra el crimen que han revelado que uno de cada tres adolescentes y una de cada 6 preadolescentes han sido víctimas del ciber- acoso y claro, se teme que mientras mayor acceso tengan a las computadoras, el Internet y los celulares, la incidencia de esta clase de acoso aumentará. CEVALLOS, Italo. Disponible en: <http://nuevotiempo.org/ mundoactual/2010/08/02/%C2%BFque-es-el-acoso-escolar- cibernetico/> Acceso en: 13 ene. 2012 (Adaptación). Observando-se a pergunta proposta pelo autor no título do texto, pode-se constatar que a reportagem foi escrita com a intenção de A. informar o leitor a respeito do surgimento de uma nova modalidade de assédio escolar. B. aconselhar os pais, para que proíbam que seus filhos utilizem tecnologias na escola. C. determinar medidas punitivas para os jovens que praticam o assédio escolar cibernético. D. alertar sobre os perigos da má utilização da tecnologia nas escolas. E. promover medidas de segurança que protejam as crianças e os jovens das ameaças de seus colegas. Alternativa A Resolução: A alternativa A está correta, pois o título prenuncia – e o texto confirma, desde o primeiro parágrafo – que a pergunta feita será respondida, informando, desse modo, o leitor acerca da aparição de um novo modo de assédio nas escolas. O segundo parágrafo detalha os modos como esse assédio pode acontecer, e o terceiro parágrafo traz dados de um levantamento e uma interpretação desses dados. A alternativa B está incorreta, pois não há nenhum tipo de referência ao interlocutor desse texto, de modo que não se pode afirmar que ele se dirige aos pais / responsáveis, muito menos se sugere que se proíba o uso, por parte de seus filhos, de tecnologias na escola. E4MY A alternativa C está incorreta, pois não há nenhum tipo de menção a punições aos praticantes dessa modalidade de assédio. A alternativa D está incorreta, pois o assédio pode não acontecer no ambiente escolar; a relação com esse ambiente se dá devido ao fato de que as ações dos “bullies” derivam da relação no ambiente escolar, mas o assédio em si pode acontecer fora da escola, uma vez que os aparelhos de tecnologias digitais possibilitam isso. A alternativa E está incorreta, pois não há menção no texto a nenhuma iniciativa para promover a segurança dos jovens, mas apenas uma definição do conceito e um panorama da situação em um contexto muito específico. QUESTÃO 02 Esta piedra maravillosa se conoce con el nombre de piedra de Rosetta, porque se encontró bajo la escarpa del fuerte moderno de Rosetta. Los ingleses, apoderándose de ella, se la llevaron a Inglaterra, donde los hombres de más sabiduría la estudiaron durante varios años, hasta que por fin el arabista francés Silvestre de Sacy y el físico inglés Tomás Young, sabios de gran cultura, averiguaron que las otras dos lenguas empleadas en la inscripción eran el lenguaje dibujado o jeroglífico y el idioma corriente o vulgar del antiguo país del Nilo. Ahora bien, el griego no ofrece dificultad alguna, y por tanto, cuando se hubo averiguado el sentido de la inscripción, se les ocurrió a los expertos que los jeroglíficos debían significar lo mismo; y así era, efectivamente. Con esto pudo el gran egiptólogo francés Juan F. Champollion interpretar la escritura jeroglífica; quedó así descifrada la clave de la escritura egipcia y desapareció el misterio que hasta entonces había rodeado a esas inscripciones. Después de leer esta inscripción se descifraron con facilidad todas las que figuran en las piedras y en las columnas egipcias. Disponível em: <http://www.escolar.com/>. Acesso em: 10 dez. 2014. O texto informa a descoberta da Pedra de Rosetta e afirma que esse achado A. atrasou o estudo dos pesquisadores que levaram a pedra de Rosetta para a Inglaterra. B. confirmou as hipóteses anteriores de que os egípcios possuíam uma linguagem em signos. C. demonstrou diferentes inscrições feitas em uma mesma língua antiga não decifrada. D. dificultou o trabalho dos estudiosos que decifraram apenas as inscrições em grego. E. possibilitou a leitura dos códigos hieroglíficos egípcios com base em técnicas comparativas. Alternativa E Resolução: O texto informa que os estudiosos perceberam que a Pedra de Rosetta continha inscrições em três idiomas: grego antigo e duas variantes egípcias, sendo uma hieroglífica e a outra vulgar. A tradução do texto em grego antigo não oferecia dificuldade, e, quando foi conhecido o significado da transcrição, os especialistas em hieróglifos calcularam que estes deveriam conter a mesma mensagem, o que se provou verdadeiro. Assim, a chave da escrita hieroglífica egípcia foi decifrada com base em um estudo comparativo feito a partir do grego, acabando com o mistério em torno dessas inscrições. Portanto, a alternativa correta é a E. OUJY LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa A está incorreta, pois o texto menciona que sábios estudaram a pedra por vários anos, e não que sua descoberta tenha atrasado algum estudo. A alternativa B está incorreta, pois os ingleses não haviam levantado hipóteses de que os egípcios possuíam linguagem em signos, e apenas perceberam isso ao terem contato com a pedra. A alternativa C está incorreta, pois havia três línguas (hieroglífico, o idioma corrente do antigo país do Nilo e o grego) registradas na pedra, e não diferentes inscrições em uma mesma língua. A alternativa D está incorreta, pois, segundo o texto, a pedra promoveu uma chave de leitura para outros idiomas aos quais não se tinha acesso, partindo do único idioma do qual se tinha conhecimento, que era o grego. QUESTÃO 03 Para demostrar que has llegado sudado del gimnasio, para enseñar el café que te tomas en una mañana de trabajo o para fardar de tus vacaciones. Cualquier excusa es buena para hacerse un selfie y publicarlo ante todos tus seguidores. Este comportamiento cada vez más habitual y obsesivo está empezando a considerarse un “trastorno mental serio” según un estudio de la Asociación Americana de Psiquiatría. El estudio ha llegado de la mano de la India por dos científicos, Mark Griffiths y Janarthanan Balakrishnan. Por lo visto, India ha resultado ser el país con más muertes por los lugares peligrosos en los que la gente ha decidido hacerse selfies. Como ya se ha demostrado, se relaciona el hecho de hacerse estas fotografías con la falta de autoestima del usuario, lo cual puede derivar en comportamientos adictivos. “Ahora que la existencia de la condición parece haber sido confirmada, se espera que se puedan llevar a cabo más investigaciones para tratar de entender cómo y por qué la gente desarrolla este comportamiento potencialmente obsesivo, y qué se puede hacer para ayudar a las personas que estén más afectadas”, ha concluido Balakrishnan. Disponível em: <https://as.com/epik/2018/02/13/ portada/1518527297_057630.html?omnil=resrelrecom>. Acesso em: 23 fev. 2018. Algumas pessoas podem desenvolver uma dependência psicológica que as leva a tirar selfies de modo obsessivo. A reportagem aponta como fator desencadeante desse comportamento: A. A morte de várias pessoas que tiravam fotos em lugares arriscados. B. O desejo de mostrar aos seguidores momentos da vida cotidiana. C. A vontade de exibir fotos de viagens de férias nas redes sociais. D.O diagnóstico médico de um sério transtorno mental e psicológico. E. A falta de autoestima que afeta parte dos usuários dessa tecnologia. Alternativa E Resolução: A alternativa E está correta, pois, como o texto aponta no último parágrafo, o estudo concluiu que a obsessão por selfies está diretamente ligada à falta de autoestima dos usuários das redes sociais. 6ØML A alternativa A está incorreta, pois a morte de várias pessoas tirando selfies em locais arriscados não é uma causa, e sim uma consequência da obsessão por selfies. As alternativas B e C estão incorretas, pois, de acordo com o texto, o desejo obsessivo de mostrar momentos da vida cotidiana ou fotos das férias não é um fator desencadeante, e sim um sintoma do transtorno descrito. A alternativa D está incorreta, pois o diagnóstico médico do transtorno não é um fator desencadeante. QUESTÃO 04 TABARÉ. Diógenes y el linyera. Disponível em: <https://www.clarin. com/humor/tabare/>. Acesso em: 21 jan. 2019. O pensamento do cachorro no último quadrinho da tira denota A. crítica ao procedimento antiético de seu dono. B. cinismo ao elogiar uma atitude traiçoeira do homem. C. admiração pelas ideias inteligentes que o homem sempre tem. D. reconhecimento pela estratégia de esperar ter fome para ter uma ideia. E. valorização do altruísmo do homem por preocupar-se com a fome de ambos. Alternativa B Resolução: A alternativa B está correta, pois o elogio ao homem é indulgente com a imoralidade de seus atos. A alternativa A está incorreta, pois o cachorro não critica o procedimento, mas o fato de ser ardiloso apenas quando lhe convém. A alternativa C está incorreta, pois a admiração é ocasional, apenas quando ele tem fome, já que é quando ele se torna um excelente estrategista. A alternativa D está incorreta, pois a estratégia não é esperar ter fome para ter uma ideia, mas aproveitar-se do descuido dos pescadores enquanto o cachorro os distrai. A alternativa E está incorreta, pois não há altruísmo por parte do homem, mas egoísmo, uma vez que não se preocupa com o cachorro, apenas consigo. QUESTÃO 05 Chile busca producir energía del nopal En la región de Atacama, en Chile, terreno árido y poca agua son constantes. Una planta que habitualmente necesita de estos dos ingredientes podría resolver un problema de la región. Se trata de la tuna o nopal, con la cual un equipo de científicos chilenos planea producir energía eléctrica. ¿Alternativa sustentable? Según el doctor Vega, en Chile hay una nueva y creciente demanda de combustibles renovables para la generación de energía eléctrica. Esto se debe a una nueva legislación aprobada en 2010, según la cual para el año 2024, las centrales termoeléctricas deberán producir el 10% de la electricidad a base de energías renovables no convencionales, una normativa que permitirá reducir las emisiones de gases de efecto invernadero. 57GP FLPB EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO La bioenergía se genera a través de cualquier masa biológica obtenida a partir de materia vegetal o animal, lo que se denomina biomasa. Se trata de un combustible renovable y no contaminante, como lo son la energía solar, eólica, hidroeléctrica o geotérmica. El uso de biomasa para producir energía ha sido cuestionado ya que algunos alimentos tradicionales como el trigo, algodón, soya o maíz, o árboles como los eucaliptos y álamos, pueden ser utilizados para bioenergía. Sin embargo, es más frecuente el uso de residuos de actividades agrícolas, forestales y residuos domiciliarios e industriales para producir bioenergía. En Europa, por ejemplo, donde la biomasa constituye la mayor fuente de energía renovable, se siembran los llamados cultivos de segunda generación para producir biomasa. El doctor Alexis Vega insiste en que el nopal podría ser un ejemplo muy efectivo. HEREDERO, L. Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 05 set. 2017. [Fragmento] Na atualidade, há uma crescente demanda por energias renováveis, limpas e seguras. De acordo com o texto e considerando a alternativa encontrada pelos cientistas chilenos, a bioenergia é uma opção A. inquestionável, pois utiliza resíduos para a sua produção. B. sustentável e efetiva para a produção de energia limpa. C. necessária para cumprir as metas contra o aquecimento global. D. aceitável, pois não há meios de produzir energia totalmente renovável. E. paliativa, que precisa ser aprimorada até se tornar totalmente sustentável. Alternativa B Resolução: A alternativa correta é a B, pois, de acordo com o texto, a bioenergia é uma alternativa sustentável a longo prazo, efetiva e responsável no uso de sua matéria-prima, cuja maior fonte são resíduos de atividade agrícola, florestal, resíduos domésticos e industriais. A alternativa A é incorreta, pois o texto afirma que a bioenergia é produzida majoritariamente com recursos provenientes de resíduos e não de alimentos e árvores desmatadas. A alternativa C é incorreta, pois a bioenergia é uma alternativa verdadeiramente viável e efetiva a longo prazo, e não só para o cumprimento de metas. As alternativas D e E são incorretas, pois a bioenergia, a energia eólica, a energia solar entre outras, são, sim, energias renováveis e sustentáveis a longo prazo. LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 O folhetim se originou da França, no início do século XIX, num momento em que se iniciava uma cultura de mercado e que se reorganizavam as relações no campo da cultura. Como espaço localizado no rodapé do jornal, na sua faixa inferior, configurou como seção de “variedades”, em que se publicavam contos, críticas literárias e teatrais, poesia, moda, conselhos, romances em capítulos seriados, estes, às vezes, denominados simplesmente por folhetim ou romance- -folhetim. Nele, a crônica e o romance-folhetim conquistaram o público dos jornais, e o século XIX tornou-se o século do romance, o qual, na Inglaterra, desde os setecentos, entrava em ascensão até configurar em forma literária predominante e de grande popularidade. O romance, como gênero marcado pelo realismo formal, que incorporava uma visão circunstancial da vida, constituindo-se num relato da experiência humana, desprezava os antigos valores literários e sua ornamentação. Preocupava-se em fornecer ao leitor os detalhes da história, a individualidade dos personagens, as particularidades das épocas e os locais das ações, numa linguagem que transmitia o conhecimento das coisas e transcrevia o real e o atraia. BORGES, V. R. O “romance brasileiro” de José de Alencar nas páginas da imprensa fluminense de seu tempo. Uberlândia: EDUFU, 2013. p. 2. No contexto apresentado, a divulgação das produções literárias em jornais objetivava, socialmente, A. democratizar o acesso à literatura. B. impedir a leitura dos textos eruditos. C. eliminar a forma livresca importada da Europa. D. impulsionar o acelerado crescimento da imprensa. E. criar uma modalidade de literatura pouco atrativa aos leitores. Alternativa A Resolução: Segundo o texto de Borges, foi com o início de publicações nos rodapés em jornais que contos, crônicas e histórias mais longas – romances fragmentados – ampliaram seu público. Desse modo, o objetivo da divulgação de tais textos nos periódicos era o de proporcionar maior acesso à literatura – portanto, está correta a alternativa A. O fato de haver grande circulação de textos que, anteriormente, apenas eram disponibilizados a uma parcela específica da população fez com que uma variedade e quantidade muito maior de leitores alcançasse a produção literária da época – o que torna incorreta a alternativa B. A forma livresca, importada da Europa nos primeiros anos da colônia portuguesa na América do Sul, continuou restrita aos que tinham posse e / ou conhecidos que viajavam à Europa, mas isso é uma inferência históricados leitores do texto, o que torna incorreta a alternativa C. A imprensa reproduzia os jornais da época, e a impressão de folhetins nesse suporte certamente aumentaram as vendas desse produto. No entanto, isso não necessariamente acelerava o crescimento da imprensa em si, mas da impressão do número de exemplares – o que torna incorreta a alternativa D. SOVT Com uma linguagem simples e clara, a fim de atingir um maior público-alvo, a produção literária divulgada em jornais era atrativa aos leitores, o que invalida a alternativa E. QUESTÃO 07 A fascinante astronomia Olhar para o céu e admirar a sua beleza está ao alcance de qualquer um de nós (desde que estejamos em um lugar de céu limpo e pouco iluminado). Um céu estrelado sempre foi inspirador não somente para os cientistas, mas também para os poetas e artistas. Com um pequeno telescópio, é possível ir além e ver coisas maravilhosas que estão fora do alcance do olho nu, como as crateras na Lua, as luas de Júpiter e os anéis de Saturno. Com o advento da Internet, tornou-se extremamente fácil conseguir imagens feitas pelos grandes telescópios de planetas, nebulosas, galáxias, quasares, entre outros. Com um clique, podemos encontrar milhares de belas imagens. Uma imagem como a da galáxia de Andrômeda é bela e intrigante. Ela fica mais fascinante quando descobrimos que uma galáxia é composta por bilhões de estrelas unidas gravitacionalmente. OLIVEIRA, A. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 2015. [Fragmento] O artigo de opinião tem por objetivo demonstrar o ponto de vista do autor sobre um determinado tema. Nesse fragmento, a parcialidade do autor fica evidente por meio do(a) A. uso de adjetivos subjetivos. B. emprego de vocabulário técnico. C. referência a elementos científicos. D. relato da sua experiência com a tecnologia. E. paralelo traçado entre a astronomia e a arte. Alternativa A Resolução: Os adjetivos subjetivos caracterizam o substantivo por meio de uma avaliação pessoal. No fragmento analisado, observa-se a presença desses adjetivos: “fascinante astronomia”, “coisas maravilhosas”, “belas imagens”. Esse uso deixa clara a parcialidade do autor em relação ao tema que escreve. Desse modo, a alternativa A está correta. O fragmento não foi escrito com uso de vocabulários técnicos, o que torna a alternativa B incorreta. A menção a elementos científicos ocorre por causa do tema – Astronomia – e confere ao texto maior rigor técnico sobre o assunto que se propõe a discutir; portanto a alternativa C está incorreta. A tecnologia aparece como um facilitador da divulgação científica, democratizando o acesso ao conhecimento. Não há, no entanto, o compartilhamento de uma experiência pessoal por parte do autor, logo a alternativa D está incorreta. Por fim, a alternativa E está incorreta porque ciência e arte convergem no texto pela observação de um objeto comum, o céu. No entanto, o autor não traça um paralelo entre a astronomia e a arte, comparando as duas instâncias. KMQO EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 08 A obsessão do Estado em controlar todos os comportamentos dos cidadãos tem como resultado um enfraquecimento da responsabilidade moral e cívica dos mesmos. A lei deveria ser o último recurso – depois da educação, da ética, da negociação e do compromisso entre os indivíduos. É agora o primeiro recurso. Assino por baixo. Entendo que a sociedade moderna não se pode resumir aos Dez Mandamentos que Moisés trouxe do Sinai. E muitos comportamentos que os nossos antepassados consideravam “normais” – violência doméstica, por exemplo – são hoje punidos como crimes públicos (e ainda bem). Mas como garantir que outros comportamentos normais (agora sem aspas) não serão apanhados pela rede da sobrecriminalização? Imagino potenciais crimes que os filhos dos nossos filhos terão receio de cometer: Crime de ódio privado: qualquer cidadão que expresse preconceitos raciais, sexuais, culturais ou religiosos em privado poderá conhecer denúncia se alguma testemunha entender fazê-lo. Com a evolução tecnológica, os apartamentos serão obrigatoriamente equipados com sensores antiódio, bastante semelhantes aos sensores antifumo, diretamente conectados com a delegacia do bairro. Crime de envelhecimento público: com os avanços da Medicina, será intolerável que um cidadão recuse tratamentos / cirurgias para ocultar / reverter o seu processo de envelhecimento, exibindo em público as marcas da decadência física e / ou neurológica. A imposição da velhice à sociedade será equiparada a um ato obsceno. COUTINHO, J. P. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 09 dez. 2017. [Fragmento adaptado] O planejamento argumentativo requer a estruturação de um projeto de texto que tenha como intenção a persuasão do interlocutor. No texto, de forma irônica, esse projeto argumentativo tem por objetivo central criticar o(a) A. caráter absurdo das leis que serão criadas no país num futuro próximo. B. existência de leis que controlam o cidadão a despeito de sua vontade. C. criminalização preocupante que os comportamentos civis têm sofrido. D. excesso de leis desnecessárias que têm sido criadas nos dias atuais. E. endurecimento da responsabilidade moral e cívica dos cidadãos. Alternativa C Resolução: Logo no primeiro parágrafo do fragmento em análise, o autor expõe seu posicionamento, permitindo entrever suas críticas à ação do Estado em, por meio de leis, cercear comportamentos civis tidos como normais. Ainda que ele entenda que a sociedade esteja mudando, ele expressa sua preocupação com a possibilidade de, no futuro, essa prática do Estado se tornar invasiva. Para tal, ele cita, de forma irônica, crimes hipotéticos num futuro próximo. Assim, está correta a alternativa C. JBE5 A alternativa A está incorreta porque as leis que o autor cita são hipotéticas e intencionalmente absurdas para corroborar sua crítica. A alternativa B está incorreta porque não há no fragmento crítica a leis contrárias à vontade dos cidadãos. A alternativa D está incorreta porque a crítica do autor relaciona-se ao fato de o Estado primeiro criar a lei, quando deveria, antes, educar e conscientizar a população; portanto ele não afirma serem as leis desnecessárias, mas precipitadas. Por fim, a alternativa E está incorreta porque, segundo o autor, o controle excessivo do Estado, na verdade, causa “um enfraquecimento da responsabilidade moral e cívica” dos cidadãos. QUESTÃO 09 Disponível em: <https://www.facebook.com/ArtesDepressao/photos/a.1 96281473834625.41807.196260080503431/590786087717493/?type= 1&theater>. Acesso em: 15 nov. 2014. Com a popularização das redes sociais, diversificam-se as postagens feitas no ambiente digital. O post anterior, extraído da página do Facebook “Artes depressão”, efetua uma montagem sobre a tela São Miguel Arcanjo, do renascentista italiano Rafael Sanzio, com o auxílio de uma letra de funk carioca atual. O humor produzido por essa postagem deve-se, de forma global, à A. expressão facial e corporal das personagens retratadas na tela. B. incoerência da junção entre a letra de funk e a peça artística. C. irreverência na mescla de elementos clássicos e contemporâneos. D. oposição entre a seriedade do quadro e o tom inapropriado da música. E. presença de termos e expressões giriáticas na parte não verbal. Alternativa C Resolução: O humor do meme em análise decorre da mistura inesperada de obras de arte tão diferentes, produzidas em lugares e épocas distintas. A pintura de Rafael Sanzio data do início do século XVI e está associada ao período renascentista. SUQØ LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Nela, está retratada a passagem bíblica em que o Arcanjo Miguel combate demônios do inferno. Já a parte verbal do meme consiste num trecho de uma letra de “Quem nasceupiriga”, da cantora de funk carioca Camila Uckers. Assim, a associação irreverente de uma obra clássica a uma obra contemporânea, cujos conteúdos não se relacionam, mas, no contexto do meme, dialogam, é o que gera o humor, como descrito na alternativa C. A alternativa A está incorreta porque a expressão das personagens no quadro não deve causar humor, já que esse não é o propósito do pintor. Considerando o texto um meme, seu humor recai na união irreverente dos recursos verbais e não verbais. A alternativa B está incorreta porque a junção da letra com o quadro não é incoerente, já que, no contexto de publicação do meme, é compreensível e, até mesmo, engraçada. A alternativa D está incorreta porque, mesmo que o humor se deva ao contraste na produção das obras, não se pode afirmar que o tom da letra é inapropriado considerando-se seu objetivo comunicativo. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque o humor decorre de quão inusitada é a mescla dos elementos no texto, e não da linguagem informal na qual se apoia a autora para a composição da letra. QUESTÃO 10 Escola com estudo Vittorio Alfieri (1749-1803) é o maior autor de tragédias da literatura italiana. Para vencer seu espírito impulsivo e inquieto, ele inventou um remédio contra o transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, TDAH: ele pedia para ser amarrado na cadeira onde sentava para escrever. O remédio funcionava pela determinação de Alfieri. Sem isso, mesmo amarrado, ele brincaria com sua caneta e sonharia com aventuras e amores, sem escrever nada. Muitos pensam que as crianças de hoje sofrem mais de TDAH porque são expostas a mais estímulos do que no passado. Concordo, mas elas são também privadas de uma boa parte de suas obrigações: portanto, só lhes resta se divertir, o que é eminentemente provocador de ansiedade. Como me divertirei? O que me divertirá? E se – Deus não permita – eu me entediasse? CALLIGARIS, C. Disponível em: <https://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 17 mar. 2019. [Fragmento] A fim de desenvolver sua visão crítica sobre a maior recorrência de TDAH entre as crianças de hoje, Contardo Calligaris inicia seu texto com uma alusão histórica de caráter biográfico, que serve para A. enaltecer a genialidade dos indivíduos portadores desse transtorno. B. estabelecer uma oposição moral entre Vittorio e as crianças de hoje. C. sugerir que o tratamento contra o TDAH exige esforço do indivíduo. D. trazer um tom crítico e ácido à abordagem de um tema sério. E. defender que, ao contrário dos antigos, as crianças de hoje não sonham. 5LZ9 Alternativa C Resolução: O uso da alusão histórica por Calligaris funciona como uma estratégia para construir sua tese e sugerir que, como é seu ponto de vista, o tratamento contra o TDAH exige que o indivíduo também faça sua parte. Portanto, está correta a alternativa C. Ao relatar que Vittorio Alfieri prendia-se à cadeira para trabalhar, o autor não atribui a ele a característica da genialidade, mas da resiliência e da persistência, o que invalida a alternativa A. Com a alusão ao exemplo do dramaturgo, tampouco são feitas oposições de fundo moralizante às crianças de hoje – que não são o público-alvo do texto nem são colocadas, pelo texto, como responsáveis pela conduta passiva diante da TDAH, o que invalida a alternativa B. A menção às condições com que Alfieri teve de lidar devido ao TDAH não concede ao texto um tom crítico e ácido – ao contrário, o teor do exemplo é mais leve, uma vez que, à época, não existiam tratamentos para o transtorno, que, por sinal, era pouco conhecido, e colocar o indivíduo preso à cadeira chega a ser algo surreal. Sonhos são colocados pelo autor apenas como uma metáfora ao mundo fantasioso, não real, não permeado por ações, composto apenas por desejos que não se concretizam. Assim, está incorreta a alternativa E. QUESTÃO 11 Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. O Carlos da Botica – que o detestava – costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado: – Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura! Com efeito estourou, depois de uma ceia de peixe – à hora em que defronte, na casa do doutor Godinho que fazia anos, se polcava com alarido. Ninguém o lamentou, e foi pouca gente ao seu enterro. Em geral não era estimado. Era um aldeão; tinha os modos e os pulsos de um cavador, a voz rouca, cabelos nos ouvidos, palavras muito rudes. Nunca fora querido das devotas; arrotava no confessionário, e não compreendia certas sensibilidades requintadas da devoção: perdera por isso, logo ao princípio, quase todas as confessadas, que tinham passado para o polido padre Gusmão, tão cheio de lábia! E quando as beatas, que lhe eram fiéis, lhe iam falar de escrúpulos de visões, José Miguéis escandalizava-as, rosnando: – Ora histórias, santinha! Peça juízo a Deus! Mais miolo na bola! QUEIRÓS, E. O crime do padre Amaro. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. [Fragmento] Uma das características do Naturalismo é o enfoque da natureza animal do ser humano, guiado por instintos naturais e por vícios de todas as ordens. No fragmento da obra de Eça de Queirós, essa característica está evidenciada na 42U7 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A. descrição do comportamento do padre José Miguéis, que é qualificado como rude e guloso. B. referência à falta de estima de que sofria o padre José, fator responsável por seu comportamento. C. alusão à rivalidade entre os padres José e Gusmão, que se comportam de maneira animalesca. D. menção às beatas, que rotineiramente frequentavam a Igreja e iam se confessar com o padre José. E. presença de uma linguagem formal e padronizada, que é desprovida de marcas visíveis de coloquialidade. Alternativa A Resolução: Já no início da obra de Eça de Queirós, padre José é caracterizado pelo narrador como uma pessoa extremamente rude, de quem poucos gostam, guloso, que comia até quase estourar – como de fato aconteceu. Essa descrição vai ao encontro da prosa naturalista, que busca retratar as personagens com seus instintos mais primitivos, caracterizadas a partir de seus vícios e comportamentos animalescos. Está correta, assim, a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois a falta de estima das devotas por padre José ocorria em razão de seu comportamento rude, não sendo a causa, mas sim a consequência do fato. A alternativa C está incorreta, pois padre Gusmão, ao contrário de padre José, é querido pelas devotas por ser “cheio de lábia”, não sendo retratado de forma animalesca no fragmento; além disso, não é mencionada rivalidade alguma entre os padres, mas apenas a preferência das devotas por um deles. Não procede a alternativa D, pois a menção às beatas nessa passagem do texto não é, necessariamente, uma característica do Naturalismo ou mesmo da representação dos vícios e da animalidade humana. Não procede também a alternativa E, pois a linguagem do Naturalismo é tipicamente coloquial, regional, simples, não se podendo falar em formalidade e padrão nesse tipo de texto. QUESTÃO 12 Ensinamento Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: “Coitado, até essa hora no serviço pesado.” Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo. PRADO, A. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/ ad.html#ensi>. Acesso em: 30 jan. 2015. Os hiperônimos são palavras que pertencem ao mesmo campo semântico de outras, embora com o sentido mais abrangente que estas. No poema, há a presença de hiperônimo atuando como elemento coesivo nos versos:7DD7 A. “a coisa mais fina do mundo.” / “Essa palavra de luxo.”. B. “A coisa mais fina do mundo é o sentimento.” / “Não me falou em amor.”. C. “Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,” / “‘Coitado, até essa hora no serviço pesado.’”. D. “Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.” / “Não me falou em amor.”. E. “Não me falou em amor.” / “Essa palavra de luxo.”. Alternativa B Resolução: Os hiperônimos são vocábulos de sentido mais genérico em relação a outros mais abrangentes. No poema em análise, nota-se relação de hiperonímia entre os vocábulos “sentimento” (genérico) e “amor” (abrangente), nos versos: “A coisa mais fina do mundo é o sentimento / Não me falou em amor”. Está correta, assim, a alternativa B. As demais alternativas estão incorretas, pois apresentam exemplos sem relação de hiperonímia entre si. QUESTÃO 13 O consumismo é considerado uma doença psicológica que afeta principalmente as mulheres, pois, na maior parte das famílias, é a elas que cabe o dever de fazer as compras e manter a casa com os produtos necessários. A definição correta de consumismo é: “o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência”. Portanto, esse tipo de distúrbio está relacionado ao consumo de uma quantidade exagerada de produtos ou consumo de produtos desnecessários. São comuns, no dia a dia, casos de pessoas afetadas pelas ideias consumistas, o que torna evidente que o consumismo é uma doença grave, pois lesa uma parte considerável da população, gerando-lhe problemas financeiros. Disponível em: <http://consumo1pi.blogspot.com.br/>. Acesso em: 09 mar. 2015 (Adaptação). O gênero artigo de opinião, para efeito de convencimento, utiliza, recorrentemente, pontos de vista sobre os fatos apresentados. No trecho em questão, caracteriza-se como um ponto de vista a ideia de que o consumismo é um(a) A. ato de se adquirir produtos ou serviços desnecessários. B. distúrbio presente no cotidiano das pessoas. C. doença grave que afeta parte considerável da população. D. fator relacionado ao dever das mulheres de efetuar as compras. E. motivador de diversos problemas sociais e financeiros. Alternativa D Resolução: O artigo de opinião é um gênero que apresenta um ponto de vista sobre determinado tema, apresentando fatos e argumentando sobre eles. No texto, pode-se observar que a única informação que não foi comprovada por uma definição concreta ou de dados retirados de observação da realidade é a associação entre o consumismo com o dever das mulheres de fazer as compras da casa. Essa passagem se caracteriza como uma opinião, um ponto de vista do articulista sobre o fato de o consumismo afetar principalmente as mulheres. Por esse motivo, a alternativa D é a correta. 14O9 LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa A está incorreta porque expõe a definição do conceito de consumismo, logo não é um ponto de vista, o que invalida essa alternativa. As alternativas B, C e E estão incorretas porque o consumismo é considerado uma doença ou um distúrbio que afeta as pessoas e é um motivador de diversos problemas, informações que são retiradas de dados observados na realidade. QUESTÃO 14 Um foguete, uma varinha mágica, um trem ou qualquer tipo de animal estão entre as muitas formas que um simples graveto pode tomar pela criatividade e imaginação (principalmente) das crianças. O exercício é importante para o desenvolvimento e para a construção autoral dos pequenos, e ter esta consciência ajuda os adultos a garantir que haja momentos livres de brinquedos prontos. “É preciso não planejar tantas atividades e não deixar tantas opções de brinquedos com uma função específica disponível”, afirma Tatiana Weberman, responsável pelo SlowKids, movimento que propõe a desaceleração para a infância. “Deixar menos opções, muitas vezes, é abrir uma porta para a criatividade e uma vastidão de possibilidades.” RODRIGUES, C. Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento] De acordo com a argumentação desenvolvida no texto, o ponto de vista defendido diz respeito ao A. planejamento de atividades monitoradas e objetivas que desenvolvem a criatividade. B. sistema educativo que propõe às crianças brincarem com brinquedos específicos. C. método que atende à demanda dinâmica e acelerada das crianças em brincadeiras. D. movimento que solicita aos pais suprimirem brinquedos como modo de educar as crianças. E. exercício que incentiva crianças a brincarem sem brinquedos com usos predeterminados. Alternativa E Resolução: A argumentação apresenta a declaração da responsável por um movimento que propõe a desaceleração da infância, segundo a qual “É preciso não planejar tantas atividades e não deixar tantas opções de brinquedos com uma função específica disponível”. Nesse sentido, o ponto de vista defendido no texto diz respeito ao incentivo às crianças a brincarem sem brinquedos com funções predeterminadas, como visto no primeiro parágrafo, em que a autora afirma ser importante as crianças exercitarem sua criatividade. Está correta, dessa forma, a alternativa E. Não há referências no texto ao planejamento de atividades monitoradas, como sugerido em A, o que a invalida. O texto não propõe a construção de brinquedos pelas crianças, conforme sugerido em B, e sim que brinquem com qualquer objeto. Como a autora sugere a desaceleração da infância, fica invalidada também a alternativa C, que propõe uma metodologia acelerada como a infância atual. Tampouco é solicitado aos pais que suprimam os brinquedos das crianças, como sugerido em D, e sim que apresentem brinquedos e objetos sem função predefinida, para estimular a criatividade. YCLO QUESTÃO 15 Aos sete anos entrou para a escola. Que horror! O mestre, um tal Antônio Pires, homem grosseiro, bruto, de cabelo duro e olhos de touro, batia nas crianças por gosto, por um hábito do ofício. Na aula só falava a berrar, como se dirigisse uma boiada. Tinha as mãos grossas, a voz áspera, a catadura selvagem. Todos os pequenos da aula tinham birra do Pires. Nele enxergavam o carrasco, o tirano, o inimigo e não o mestre; Os pais ignorantes, viciados pelos costumes bárbaros do Brasil, atrofiados pelo hábito de lidar com escravos, entendiam que aquele animal era o único professor capaz de “endireitar os filhos”. AZEVEDO, A. Casa de pensão. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/>. Acesso em: 21 ago. 2019. [Fragmento] O fragmento de Aluísio Azevedo, uma produção do Naturalismo, reflete a época em que foi produzido ao trazer à tona o(a) A. conjunto de valores sociais vigentes na educação nacional. B. atenção dada aos problemas educacionais do Brasil. C. construção de uma identidade nacional brasileira. D. violência paterna no ambiente familiar nacional. E. desvalorização da família tradicional brasileira. Alternativa A Resolução: No texto de Aluízio Azevedo, observa-se o emprego de uma linguagem que denuncia uma situação de violência sofrida pelo personagem Amâncio, tanto em casa, pelo pai, quanto na escola, pelo professor, refletindo os valores sociais e culturais da época, em que se acreditava em uma educação autoritária. Observa-se que toda a linguagem do fragmento é usada para construir essa imagem, como ao dizer: “Nele enxergavam o carrasco, o tirano, o inimigo e não o mestre”; “Os pais ignorantes, viciados pelos costumes bárbaros do Brasil, atrofiados pelo hábito de lidar com escravos, entendiam que aquele animal [...]”. Logo, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois não era uma característica específica do Naturalismo a discussão sobre a situação educacional, tampouco é esse o foco do fragmento em análise. Pode-se entender que, nesse trecho da obra de Aluízio Azevedo, o autor chama a atenção para a natureza do homem, ainda muito animalizada e consoante com o período escravagistaem que a história se passa. A alternativa C está incorreta, pois o Naturalismo não buscava a construção de uma identidade nacional, nem isso pode ser observado no fragmento em análise, que não faz qualquer menção ou descrição a esse respeito. A alternativa D está incorreta, pois, embora, de fato, haja o relato de violência por parte do professor no ambiente escolar e a menção de que os pais concordavam com isso, não é descrita diretamente uma violência paterna, tampouco isso é colocado como uma característica da época tratada pelo Naturalismo. A alternativa E está incorreta, pois não havia, no contexto do Naturalismo, a ideia de “família tradicional”, tal como se coloca pelo senso comum, hoje. Sendo assim, incorreto seria se falar em desvalorização de suposta forma familiar. 54AS EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO O que se percebe no fragmento, por sua vez, é uma descrição da animalização do ser humano, com suas tendências agressivas e controladoras, inclusive no processo de educação das crianças. QUESTÃO 16 O menino das meias vermelhas Todos os dias, ele ia para o colégio com meias vermelhas. Era um garoto triste, procurava estudar muito, mas na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Os outros guris zombavam dele, implicavam com as meias vermelhas que ele usava. Um dia, perguntaram porque o menino das meias vermelhas só usava meias vermelhas. Ele contou com simplicidade: “No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Botou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei, comecei a chorar, disse que todo mundo ia zombar de mim por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que se me perdesse, bastaria olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas saberia que o filho era dela”. Os garotos retrucaram: “Você não está num circo! Porque não tira essas meias vermelhas e joga fora?” Mas o menino das meias vermelhas explicou: “É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim vai me encontrar e me levará com ela”. CONY, C. H. Os anos mais antigos do passado: crônicas. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. Na crônica, o título constitui um importante elemento de significação, pois guarda uma mensagem que só é revelada à medida que a leitura progride. Essa mensagem pode ser sintetizada pelas ideias de A. abandono e reencontro. B. choro e riso. C. ficção e realidade. D. ódio e amor. E. revolta e aceitação. Alternativa A Resolução: A crônica de Carlos Heitor Cony gira em torno da história de um menino que foi abandonado por sua mãe e deseja reencontrá-la, por isso usa as mesmas meias vermelhas que um dia sua mãe vestiu nele para marcá-lo na multidão. A reposta da questão, portanto, é a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque a reflexão que a crônica promove não se relaciona ao riso, embora seja possível associá-la ao choro por causa do sentimento de tristeza do garoto. A alternativa C está incorreta porque trata-se de uma narrativa ficcional, já que não há nada que a relacione a um fato verídico. A alternativa D está incorreta, pois, embora o teor da história seja o amor do filho por sua mãe, o texto não liga a atitude dela a um tipo de ódio pelo menino nem traz indícios de que ele a odeie por ter sido abandonado. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque nenhuma das personagens da narrativa apresenta um comportamento revoltoso ou de aceitação; o garoto é triste por não ter sua mãe por perto, mas não se sente resignado, buscando encontrá-la mais uma vez. KWQ6 QUESTÃO 17 Quando regressou dessa longa viagem ao sul, estava ainda mais forte, mais viçoso e mais homem. Era uma massa bruta de músculos ao serviço de um magnífico aparelho humano. No tocante à disciplina mudara também um pouco: já ninguém lhe via certos escrúpulos de obediência e seriedade, perdera mesmo aquele ar, aquela compostura de respeito que o fazia estimado pelos oficiais em Villegaignon, e o distinguia da marinhagem insubmissa e desbriada. A maioria dominara-o positivamente; aquele caráter dócil e tolerante, deixara-o ele no alto mar ou nas terras por onde andara. Agora tratava com desdém os superiores, abusando se esses lhe faziam concessões, maldizendo-os na ausência, achando-os maus e injustos. Uma cousa, porém, ele soubera conservar: a força física, impondo-se cada vez mais aos outros marinheiros, que não ousavam agredi-lo nem brincando. Sua fama de homem valente alargara-se de modo tal que mesmo na província falava-se com prudência no “Bom-Crioulo”. – Quem é que não o conhecia, meu Deus? Por sinal tinha sido escravo e até nem era feio o diabo do negro. CAMINHA, A. Bom-crioulo. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2005. [Fragmento] As mudanças sofridas em curto período pelo protagonista, relatadas no fragmento anterior desse romance naturalista, ressaltam como traços importantes da personagem apresentada A. a força física e a indisciplina. B. o caráter submisso e a ignorância. C. a coragem inabalável e a tolerância. D. a limitação cognitiva e a cordialidade. E. a mentalidade animalesca e a passividade. Alternativa A Resolução: No fragmento de Adolfo Caminha, observa-se uma descrição da personagem que exalta sua força física e sua indisciplina diante dos superiores, sendo relatado que o Bom-Crioulo abusava das concessões, maldizia os superiores na ausência destes e os considerava maus e injustos. Quanto à força física, esta era tamanha que os demais marinheiros não ousavam agredi-lo, nem mesmo de brincadeira. Dessa forma, está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque, como narrado no fragmento, o Bom-Crioulo perdeu o ar de ignorância e submissão que antes o marcavam, cedendo a impulsos de desdém e indisciplina. A alternativa C está incorreta porque o narrador deixa claro que a personagem perdeu sua tolerância, como se vê no fragmento: “aquele caráter dócil e tolerante, deixara-o ele no alto mar ou nas terras por onde andara”. Quanto à coragem, o fragmento não menciona ser o Bom-Crioulo um homem de coragem, embora isso possa ser inferido a partir de suas atitudes e de seu porte físico, que impedia outros de o atacar. Contudo, também ele pode ser entendido como covarde no trato com seus superiores, pois apenas os maldizia pelas costas. A alternativa D está incorreta porque o trecho nada fala de limitação cognitiva da personagem. Quanto à cordialidade, esta foi perdida ao longo das andanças do Bom-Crioulo. Q8UE LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa E está incorreta porque a passividade não mais é uma característica da personagem, que passou a tratar com agressividade e desdém as outras pessoas. Quanto ao caráter animalesco, embora não seja citado diretamente no fragmento, pode ser inferido pelas atitudes e comportamentos da personagem e pela origem naturalista do texto. QUESTÃO 18 Sobrou para as redes sociais. Se até há pouco eram vistas como promessa de liberdade, agora são apontadas como ameaça à democracia. São acusadas tanto de fomentar a crescente polarização como de terem se convertido no celeiro onde surgem e prosperam as “fake news”. Será que é para tanto? Não há dúvida de que vivemos numa época de radicalismos. Meu palpite pessoal é o de que a Internet tem algo a ver com isso. Mas, se formos em busca de evidências, veremos que os processos pelos quais isso ocorre não são tão simples nem diretos como normalmente se presume. Num trabalho cujas conclusões são bem contraintuitivas, Boxell, Gentzkow e Shapiro mostraram que, nos EUA, a polarização cresceu mais justamente nos grupos demográficos que utilizam menos a Internet, como os idosos com mais de 75 anos. Quanto às “fake news”, embaladas tanto pela conexão russa como pelos tuítes de Trump, elas são, com o perdãodo trocadilho, reais. Mas é importante notar que mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram. A Internet apenas os torna mais efetivos. A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades. Só que ela também tem a virtude de adaptar-se com facilidade, sobrevivendo a muitos dos ataques a que é submetida. SCHWARTSMAN, H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2017. [Fragmento] No artigo de opinião, as redes sociais são colocadas no centro da discussão sobre sua influência. Nesse sentido, o trecho que sintetiza a defesa central do autor é: A. “Se até há pouco eram vistas como promessa de liberdade, agora são apontadas como ameaça à democracia”. B. “veremos que os processos pelos quais isso ocorre não são tão simples nem diretos como normalmente se presume”. C. “a polarização cresceu mais justamente nos grupos demográficos que utilizam menos a Internet”. D. “Mas é importante notar que mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram”. E. “A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades”. Alternativa E Resolução: Ao longo do texto, o autor defende que, diferentemente do que se acredita, não são as redes sociais – e, por consequência, a Internet – as responsáveis pela polarização política e pelo surgimento das “fake news”, que são as notícias falsas. Segundo o autor, “mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram. A Internet apenas os torna mais efetivos.” Com base nisso, seu ponto de vista fica claro no último parágrafo do texto, no qual sintetiza seu posicionamento sobre o que é a democracia e sobre o que está acontecendo com ela no contexto político global atual, ao afirmar que “A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades”. Esse trecho é citado na alternativa E, que está correta. As demais alternativas estão incorretas porque citam passagens do texto nas quais o autor expõe informações tidas como verdades incontestáveis, não se configurando como opiniões a serem defendidas. QUESTÃO 19 QUINO. Toda Mafalda. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 424 p. A crítica e o humor presentes na tirinha anterior são consequência da YYU6 XD9F EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A. exigência de um termo relacionado à política, tendo em vista a situação comunicativa expressa no texto. B. incompreensão de Manolito quanto ao pedido da professora, comprovada pela resposta dele no terceiro quadrinho. C. visão de política compartilhada por Mafalda e Manolito, que interpretam a palavra como um palavrão. D. divergência entre Mafalda e Manolito referente a política, vista na insatisfação da menina no último quadrinho. E. quebra de expectativa gerada pela palavra citada por Manolito, à qual Mafalda atribui uma acepção negativa. Alternativa E Resolução: A crítica e o humor da tirinha de Quino se originam do fato de, ao ser solicitado a Manolito que diga uma palavra com “p” pela professora, ele lhe responde “política”, termo que, para Mafalda, conota um “palavrão”, pelo sentido complexo por ela atribuída ao termo. Logo, está correta a alternativa E. A situação comunicativa expressa no texto não se relaciona especificamente ao termo política, o qual gera exatamente a quebra de expectativa. Isso torna a alternativa A incorreta. O pedido da professora é atendido corretamente por Manolito. No entanto, é Mafalda quem não concorda com a convergência entre pedido e resposta, o que torna a alternativa B incorreta. Mafalda e Manolito não divergem quanto à política, salvo pelo fato, implícito, de que ele não crê que o termo “política” conote um “palavrão”, o que torna a alternativa D incorreta. QUESTÃO 20 A sustentabilidade para as empresas não é um custo, é um investimento. Empresas que investem em sustentabilidade possuem uma melhor visibilidade e aceitação pelos clientes, sendo um diferencial competitivo. Existem diversas maneiras de as empresas investirem em sustentabilidade, seja na logística reversa, utilização de energias renováveis (solar, eólica, etc.), contratação de terceiros que praticam a sustentabilidade, etc. Se todas as empresas aderirem a todas as práticas possíveis de sustentabilidade, além de reduzirem os seus custos, demonstrarão preocupação com os clientes e a sociedade, gerando uma boa visibilidade e preferência pelos consumidores. MONTEIRO, P. Disponível em: <http://www.administradores.com.br>. Acesso em: 10 dez. 2017. [Fragmento adaptado] A tese defendida pelo autor se baseia principalmente na abordagem da sustentabilidade como uma estratégia de A. aumentar o alcance da atuação empresarial na geração de benefícios para a sociedade. B. estender o prazo de disponibilidade dos recursos naturais para utilização das empresas. C. investir nos recursos da natureza para atender comercialmente às próximas gerações. RO6Y D. ampliar o prestígio e a evidência das empresas frente aos clientes e consumidores. E. reduzir o impacto da indústria por meio da implantação de medidas de preservação. Alternativa D Resolução: O autor argumenta a favor da importância da sustentabilidade nas empresas com base na ideia de que esse engajamento demonstra a existência de uma preocupação das organizações com a sociedade e com o meio ambiente, o que gera uma boa visibilidade e pode despertar a preferência dos clientes, sendo este um diferencial competitivo no mercado. Está correta, portanto, a alternativa D. A geração de benefícios para a sociedade, sugerida na alternativa A, e a redução do impacto da indústria, proposta na E, estão subentendidas no conceito de sustentabilidade, mas não consistem na tese nem na argumentação presentes no texto, que foca no lucro e na visibilidade comercial que a empresa conquista. No mesmo sentido, a extensão do prazo de disponibilidade dos recursos naturais, conforme proposto na B, e o investimento nos recursos naturais para atender comercialmente às próximas gerações, sugerido na C, não são mencionados no texto, cujo foco são os resultados práticos para a empresa, o que invalida essas alternativas. QUESTÃO 21 Esse “papo” de educação e estímulo à leitura desde a infância não vai resolver todos os nossos males, claro, mas a mudança passa por eles. Meu desejo é que os nossos distintos representantes despertem e comecem desde já a construir um país educador e uma sociedade justa com raízes fincadas na razão às próximas gerações. Otimismo demais? Sim, necessitamos de um pouco de otimismo nesses tempos em que os debates públicos andam tão tresloucados. MELO, G. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 19 set. 2018. Morfemas são pequenas unidades linguísticas dotadas de sentido utilizadas no processo de formação de palavras. O prefixo empregado na última palavra do texto é um morfema que apresenta sentido semelhante ao de A. “bendito”. B. “subjugado”. C. “analfabeto”. D. “intravenoso”. E. “ultrapassado”. Alternativa E Resolução: A adição de morfemas como prefixos e sufixos às palavras permite a formação de novos vocábulos por meio da derivação. Na palavra “tresloucado”, tem-se a adição do prefixo “tres-” e do sufixo “-ado” ao vocábulo louco. O prefixo “tres-”, de origem latina, agrega o sentido de “para além de”, semelhante ao prefixo “ultra-”, também de origem latina, que transmite a ideia de movimento excessivo, que vai além. POQ7 LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Desse modo, a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta porque em “bendito”, temos o advérbio “bem” combinado à palavra “dito”. A alternativa B está incorreta porque o termo “subjugado” é formado pelo prefixo “sub-” querepresenta o movimento de baixo para cima, ou indica posição inferior, não correspondendo ao sentido de “tres-”. A alternativa C está incorreta, pois apresenta o termo “analfabeto”, formado pelo prefixo grego “an-”, forma do prefixo “a-” frente a vogais, cujo sentido é de negação ou privação. A alternativa D está incorreta, pois apresenta o termo “intravenoso”, cujo prefixo “intra-” se refere ao posicionamento dentro de alguma coisa, neste caso, dentro de uma veia. QUESTÃO 22 O velho não deu atenção ao honesto suspiro da digna esposa; ficou por alguns segundos remexendo o queixo escalavrado pelos anos e salpicado de raros fios de barba retorcida e branca. Os olhinhos castanhos piscavam-lhe vivamente, testemunhando o fervet opus de raciocínios que trabalhavam naquele crânio de setenta anos. Depois, a fim de reatar a conversação, voltou-se para a velha: – Não acha?... Demais, a gratidão nos obriga... Por nosso filho ter sido empregado do duque, não se pode dizer que este tenha o dever de nos dar casa e alimento até o fim da vida... Os favores escravizam um pouco a gente... E de que se trata? Não há nenhum sacrifício... É só vencer um escrúpulo... Isto para nós... A idiota da nora não tem energia para se opor, nem entenderá o riscado. Quanto à menina... O que vai sofrer?... As doces torturas que nós sabemos e depois levar a vida tranquila de quem tem certeza de ser amparada em qualquer dia de necessidade... Suponho que as grandes chuvas, que tanto nos têm incomodado, cessaram de uma vez... Ela vai morar com o Pavia algum tempo, diverte-se, sai a passeio com a gente dele, vai ao teatro, coisa que ela nunca provou... Um belo dia, quando estiver sonhando alegrias nos cômodos agasalhos que lhe reserva o Manuel de Pavia, será visitada por uma sombra... Conversarão durante várias entrevistas, etc., etc. Há de ser bonito... Garanto que a Conceição não chorará. POMPEIA, R. As joias da coroa. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2005. [Fragmento] As obras do período realista desprezam a romantização típica do período anterior. Nesse contexto, a caracterização da prosa realista desse fragmento da obra de Raul Pompeia ocorre por A. revelar a subordinação de sentimentos a interesses pessoais. B. fazer referência a um futuro incerto na vida de Conceição. C. aludir a personagens-tipo sem uma caracterização particularizada. D. descrever idealizadamente as personagens que compõem a cena. Y3OK E. evidenciar a maldade dos seres humanos em uma alusão à religiosidade. Alternativa A Resolução: No período realista, ao contrário do romântico, os sentimentos deixaram de ser expressos de maneira idealizada pelos autores, passando, muitas vezes, a ser representados como parte de um interesse pessoal. Isso fica evidente no trecho da obra de Raul Pompeia em que os velhos conversam sobre a venda da menina Conceição, de modo a conseguir um sustento. O velho reconhece que o ato é errado ao dizer “É só vencer um escrúpulo”, no entanto, ainda assim, sustenta a ideia, inspirado por interesses pessoais financeiros. Está correta, portanto, a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque não é característica da prosa realista a referência a futuros incertos. A alternativa C está incorreta porque, no Realismo, as personagens são caracterizadas com muitos detalhes, não se podendo afirmar que haja personagens-tipo nesse fragmento da obra. A alternativa D também está incorreta porque a descrição idealizada prevalecia no Romantismo, propositadamente “rompida” pelos autores realistas. A alternativa E, por fim, está incorreta porque o Realismo não faz alusão, necessariamente, à religiosidade, tampouco essa característica pode ser observada no fragmento da obra. QUESTÃO 23 Quando aos quatorze anos, após um dia de quebramento e cansaço, se mostrara o fenômeno pela primeira vez ela ficara louca de terror, acreditara-se ferida de morte, e, com a impudícia da inocência, correra em gritos para o pai, contara-lhe tudo. Lopes Matoso procurara sossegá-la – que não era nada; que isso se dava com todas as mulheres; que evitasse molhadelas, Sol, sereno, que dentro de três dias, ou de cinco ao mais tardar, havia de estar boa, que se não assustasse da repetição todos os meses. Com o tempo, os livros de Fisiologia acabaram de a edificar; em Püss aprendera que a menstruação é uma muda epitelial do útero, conjunta por simpatia com a ovulação, e que o terrível e caluniado corrimento é apenas uma consequência natural dessa muda. RIBEIRO, J. A carne. São Paulo: Martin Claret, 2002. O trecho do romance de Júlio Ribeiro, escritor associado ao Naturalismo, apresenta, como traço desse movimento, a A. idealização juvenil da passagem para a vida adulta. B. melancolia causada pela transição para a juventude. C. animalidade das relações humanas no âmbito familiar. D. busca pela razão científica condutora dos fenômenos da vida. E. separação entre seres humanos e animais pelo uso da razão. ZFSM EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa D Resolução: O Naturalismo apresenta ideais artísticos semelhantes aos do Realismo, com nuances voltadas à condição natural do homem. Muito influenciado pela Teoria Evolucionista de Charles Darwin, há no Naturalismo certo reconhecimento do homem como animal e parte integrante da natureza. Em A carne, observa-se essa perspectiva naturalista, evidente no cientificismo com que se apresenta a primeira menstruação da personagem, destacando-a como processo fisiológico natural, sofrido pela mulher. A alternativa correta, portanto, é a D. A alternativa A está incorreta porque a idealização da realidade é um aspecto majoritariamente romântico. A alternativa B está incorreta porque o aspecto melancólico não está presente na tendência realista / naturalista, sendo mais evidente no Arcadismo ou Romantismo. A alternativa C está incorreta porque o trecho não demonstra animalidade nas relações humanas, apesar de tal aspecto estar presente na tendência naturalista. Por sua vez, a alternativa E está incorreta porque o Naturalismo reconhece, sim, no comportamento humano, traços da sua natureza animal. QUESTÃO 24 Na escola da minha filha, toda quarta é dia da fantasia. Vou levá-la até a sala e quase sou atropelado por um Homem-Aranha em fuga, perseguido por uma Frozen e uma bailarina. Deixo minha filha (Pequena Sereia) na classe e, atravessando aquele carnaval, me volta a eterna constatação de quem convive com crianças: como adulto é chato. Na mesma noite, porém, vou ao shopping Frei Caneca assistir a um filme, entro na fila e, ainda contaminado pela visão daquele pátio, percebo que eu estava redondamente enganado: os adultos também estão fantasiados, muito mais fantasiados – e não só às quartas-feiras. Primeiro, vejo o magrelo de boina, óculos de aro fininho e suspensórios. Veio vestido de cinéfilo, é claro. Não de qualquer cinéfilo, mas de amante do cinema francês (boina) dos anos 60 (aro fininho) puxando um pouco para o neorrealismo italiano (suspensórios). Atrás do cinéfilo, um lutador de jiu-jítsu com orelha de couve-flor, bermuda, chinelo Rider, camiseta com um urso e os dizeres “Team Guigo” está vestido não para entrar no cinema, mas no octógono do UFC. Imagino que, passada a catraca, vá pedir uma pipoca com açaí e uma Sprite com proteinado de soja. Perto de tamanho apuro cenográfico, a saia de sereia da minha filha e a máscara de Peppa da amiga parecem coisa de criança. PRATA, A. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 19 dez. 2016. [Fragmento adaptado] Com grande frequência, as tipologias textuais mesclam-se ao compor os gêneros textuais. Na crônica anterior, identificam-se, na ordem em que são estruturados, os tipos K5XR A. argumentativo, narrativo e expositivo. B. descritivo, expositivo e narrativo. C. descritivo, narrativo e argumentativo. D. narrativo, descritivo e
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