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Amanda Dias Pereira – LII Palestra prof. Lucas Porto – SOI V ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL → EPIDEMIOLOGIA: • 1 em cada 6 pessoas vão sofrer um AVE ao longo da vida. • Aproximadamente 14 milhões por ano e 6 milhões de mortes. • 70% é AVC isquêmico. • Idade • Expectativa de vida • Comorbidades • Acurácia diagnostica/serviços hospitalares → quanto melhor o hospital e exames diagnósticos mais rápido se identifica e trata • É mais incidente em países desenvolvidos (maior expectativa de vida) mas causa mais potes em países mais pobres Fatores de risco: • Hipertensão • Tabagismo • Circunferência abdominal/quadril altas • Diabetes • Etilismo • Doenças cardiovasculares • Anticoncepcionais • Migrânea com aura • Apneia do sono • Dietas desbalanceadas → DEFINIÇÃO: Isquêmico: coagulo/trombo causando obstrução do fluxo sanguíneo. Ocorre quebra de barreira hematoencefálica → extravasamento de proteínas e inflamação de parênquima → edema cerebral → morte neuronal. Hemorrágico: extravasamento do sangue do interior da artéria para o espaço parenquimatoso. AVC Isquêmico: • Trombose (aterosclerose) • Embolia (fibrilação atrial, FOP) • Dissecação arterial • Artrite • Má formação arteriovenosa • Compressão AVC Hemorrágico: • HIP (HAS, angiopatia amilóide) • HSA (aneurisma, MAV) → SINTOMATOLOGIA: Depende da localização. Os sinais se darão no lado contralateral que foi afetado. Território carotídeo (anterior – 2/3): • Hemiparesia/hemiplegia • Disartria • Hemi-hipoestesia • Disfagia, discalculia, dislexia • Hemianopsia • Alterações de consciência • Distúrbio de comportamento • Cefaleia (AVCh) Território vertebro-basilar (posterior – 1/3): • Ataxia • Vertigem • Disfagia • Distúrbio visual (MOE) • Distúrbio respiratório • Cefaleia • Distúrbio de consciência → O QUE PODE SIMULAR UM AVC? – “STROKE MIMICS”: • Epilepsia – crise epiléptica focal paralisia de tudo • Enxaqueca • Encefalopatias metabólicas: hipoglicemia, uremia, hipóxia • Tumores do SNC • Hematoma subdural • Paralisia facial periférica • Doença dos nervos periféricos • Piora de déficit prévio • Déficit factício → ESCALAS PARA AVALIAÇÃO: Pede para o paciente sorrir, levantar o braço, falar uma frase. → MANEJO PRÉ-HOSPITALAR: É uma realidade dos EUA, em que a tomografia é enviada para a casa do paciente. Os sintomas são reconhecidos e o paciente é triado e levado para a unidade hospitalar. → CONDUTA INICIAL INTRA-HOSPITALAR: Tempo do início dos sintomas!!! Estabilização clinica e proteção: UTI + ABC´S: • Saturação de O2: manter acima de 94%. • Proteção de vias aéreas: IOT. • Acesso venoso. • Cabeceira 30º. • EVITAR HIPOTENSAO E HIPOVOLEMIA: SOLUÇÃO SALINA • Se PA>= 220/110mmHg: reduzir máx 20% em 24h, se < 220/110mmHg: iniciar terapia 48-72h. • Glicemia > 60 e < 180mg/Dl. • Temperatura: corrigir hipertermia • Avaliar disfagia (avaliação da fono e fisio em até 24h). • Crise epiléptica (não deve ser dado medicamento para profilaxia). → EXAMES SOLICITADOS: 1. Laboratório: hemograma, coagulograma, glicemia, função renal e hepática, eletrólitos (Na/K) e troponina. 2. Eletrocardiograma 3. Raio-x de tórax 4. TOMOGRAFIA DE CRÂNIO SEM CONTRASTE: exame mais importante, deve ser feito em 10min da chegada. → QUAL A GRAVIDADE DOS SINTOMAS?: • Escala de coma de Glasgow • Escala NIHSS: 0-42 pontos (terapia de reperfusão: pacientes com mais de 4 e menos de 22 pontos), avalia déficit. • Escala de Rankin modificada: escala de incapacidade que pontua de 0 (paciente normal) a 5 (incapacidade severa), avalia função. → QUAL TIPO DE AVC? AVC isquêmico X AVC hemorrágico: tomografia de crânio sem contraste!! Tomografia de crânio é pouco sensível para avaliação do tronco cerebral, porem o melhor método de diferenciar sangue de isquemia. AVC isquêmico: hiperdensidade da artéria media → perda de diferenciação do córtex com medula (com perda dos sulcos) → lesão hipoatenuante → ESCORE DE ASPECTS: • Subdividide o território da artéria cerebral media em 10 regioes padronizadas avaliadas em 2 cortes da TC. • Aspects menor ou igual a 7 tem risco maior de transformação hemorrágica e pior evolução neurológica. • Cada região hipoatenuante subtrai 1 ponto (o paciente já chega com 10 pontos). → RESUMO: Lesões hipoatenuantes (escuras) → isquemia Lesão hiperatenuantes (brancas) → sangue → hemorragia → QUANDO FAZER TRMBÓLISE: Trombólise endovenosa Critérios de inclusão para uso de rtPA: • AVC isquêmico em qualquer território encefálico. • Possibilidade de se iniciar infusão do rtPA dentro de 4h e 30min do inicio dos sintomas (para isso, o horário do inicio dos sintomas deve ser precisamente estabelecido. Caso os sintomas forem observados ao acordar, deve- se considerar o ultimo horário no qual o paciente foi observado normal). • Tomografia computadorizada do crânio ou ressonância magnética sem evidencia de hemorragia. • Idade superior a 18 anos. Critérios de exclusão: → AVC ISQUÊMICO – DEFINIÇÃO ETIOLÓGICA: Classificação de Toast: • Aterosclerose de grandes artérias • Aterosclerose de pequenas artérias • Cardioembólico • Indeterminado • Outras causas Exames: • Ressonância magnética de crânio • Ecocardiograma • Ultrassom carótidas/vertebras. Se ainda houver duvidas fazer: angio RM de crânio ou angio TC e holter. → PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO AVC ISQUÊMICO: • Screening para diabetes e dislipidemia • Uso de antiagregante plaquetário nos casos não emboligênicos • Casos emboligênicos devem receber anticoagulação oral entre 4 e 14 dias pós- evento • Estenose carotídea sintomática devem ser submetidos a avaliação da equipe vascular. • Os pacientes com hiperlipidemia devem receber orientação quanto MEV e estatina de alta potência (associada ou não com ezetimibe) para atingir meta de LDL-C < 70mg/dl – monitorar CPK a cada 3-6 meses. → PREVENÇÃO DA EXPANSÃO DO HEMATOMA: A X B X C /2 = volume do hematoma → ESCORE ICH PARA HEMORRAGIA INTRACRANIANA (HIC): → PRESSÃO ARTERIAL E DESFECHO DO HEMATOMA: • Pressão arterial elevada na hemorragia intracerebral é comum. - Pressão sistólica elevada está relacionada com pior prognóstico. • Redução agressiva da pressão arterial – PAS entre 150-220mmHg deve ser reduzida a 130- 140mmHg SE NÃO HOUVER CONTRA- INDICAÇÃO (classe I, nível de evidencia A). • Quando PAS > 220mmHg DEVE SER FEITA COM CAUTELA E COM REAVALIAÇÃO FREQUENTE (Classe II, nível de evidencia C). • A escolha da medicação deve ser baseada na pratica do serviço e perfil do paciente. • Medicações recomendadas: o Nitroprussiato de sódio: frasco de 50mg + diluente com solução glicosada 5% 2ml. - Iniciar infusão continua na dose de 0,5mcg/kg/minuto. - Máximo 8mcg/kg/minuto. o Cloridrato de hidralazina: frasco de 1ml (20mg/ml): - Bolus IV 5mg. - Pode repetir a cada 15 minutos com máximo de 40mg. - Ou infusão IV continua de 0,0125 a 0,05mg/kg/hora (não exceder 3mg/kg/dia). → QUANDO CHAMAR O NEUROCIRURGIÃO: → PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO AVCH: • Paciente deve ser monitorado na UTI. • Evitar hipoglicemia e hiperglicemia (entre 60- 180mg/dl). • Tratar hipertermia e procurar foco infeccioso. • Não realizar profilaxia para crise epiléptica, tratar crises epilépticas clinicas, além de monitorização EEG continua (se disponível). → ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO: • Episodio de disfunção neurológica transitório (até 60min) sem evidencia de lesão em exame de imagem. • Fatores de risco e investigação complementar = AVCI. • Observarpaciente por 24-48h: o 5,3% de risco de AVCI em 2 dias. o 10,5% de risco de AVCI em 90 dias (21% fatal, 64% incapacidade). o 1 em 9 pacientes desenvolveram AVCI em 3 meses). → AVC E COVID-19: • Maior predisposição a formação de coágulos sanguíneos. • Rotura de placas de gordura devido a processo inflamatório intenso. • Embolia cardíaca devido a arritmia provocada pelo vírus. • Relato de casos de SAF secundária a COVID- 19 podendo predispor a trombos. • 36% dos pacientes tem complicações neurológicas com dor de cabeça, confusão mental, meningite e miopatia. • 5-6% AVC (isquêmico ou hemorrágico). • AVC foi mais comum em idosos, hipertensos e com COVID-19 grave. • Muitos casos podem não estar sendo diagnosticados devido a gravidade do quadro pulmonar.
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