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Resumo_Farmacocinética

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Farmacologia – Paula Toneli
Farmacocinética
A farmacocinética estuda quantitativamente a cronologia dos processos de administração, absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas. 
A absorção, a distribuição, o metabolismo, a excreção e a ação de um fármaco dependem do seu transporte através das membranas celulares. 
As características de um fármaco que preveem seu transporte e sua disponibilidade nos locais de ação são: peso molecular e a conformação estrutural, o grau de ionização, a lipossolubilidade relativa dos seus compostos ionizados e não ionizados, que se ligam às proteínas séricas e teciduais. 
Na maioria dos casos, o fármaco precisa atravessar as membranas plasmáticas de muitas células até alcançar seu local de ação. Embora os obstáculos ao transporte do fármaco possam se constituir de uma única camada de células (epitélio intestinal), ou de várias camadas de células e proteínas extracelulares associadas (pele), a membrana plasmática representa a barreira comum à distribuição do fármaco.
0s fármacos atravessam a membrana por processos passivos ou por mecanismos envolvendo a participação ativa dos componentes da membrana. 
absorção 
A absorção tem por finalidade transferir a droga do lugar onde é administrada para fluidos circulantes, representados especialmente pelo sangue. 
A absorção é influenciada pelas seguintes propriedades das drogas:
- Lipossolubilidade, solubilidade da droga na bicamada lipídica das membranas biológicas, permitindo fácil travessia dessas por difusão passiva;
- Hidrossolubilidade, só permite absorção quando existem nas membranas sistemas transportadores específicos ou canias e poros hidrofílicos; 
- Estabilidade química da molécula da droga;
- Peso molecular, tamanho e volume da molécula da droga;
- Carga elétrica da molécula da droga (polaridade, ionização, pH do meio);
- Forma farmacêutica em que a droga é administrada; 
- Velocidade de dissolução da droga e, quando administrada por via oral, compatibilidade com as secreções gastrointestinais; 
- Concentração da droga no local de absorção. 
ELETRÓLITOS FRACOS E A IINFLUêNCIA DO PH
Muitos fármacos são ácidos ou bases fracas, presentes em solução sob as formas ionizada e não ionizada. Em geral, as moléculas não ionizadas são mais lipossolúveis e podem difundir-se facilmente pela membrana celular. Já as moléculas ionizadas em geral são menos capazes de penetrar na membrana lipídica porque são pouco lipossolúveis e sua transferência depende da permeabilidade da membrana, que é determinada por sua resistência elétrica. Por essa razão, a distribuição transmembrana de um eletrólito fraco é influenciada por seu pKa e pelo gradiente de pH através da membrana. O pKa é o pH no qual a metade do fármaco (ácido ou base fraca) está em sua forma ionizada.
PARTE NÃO IONIZADA (LIPOSSOLÚVEL) → FACILMENTE ABSORVIDA 
LOCAIS DE ABSORÇÃO DAS DORGAS
· Trato gastrointestinal:
· Mucosa bucal
· Mucosa gástrica
· Mucosa do intestino delgado
· Mucosa retal
· Trato respiratório:
· Mucosa nasal
· Mucosa traqueal e brônquica 
· Alvéolos pulmonares
· Pele
· Regiões subcutânea e intramuscular
· Mucosa genitourinária:
· Mucosa vaginal
· Mucosa uretral
· Mucosa vesical
· Mucosa conjuntival
· Peritônio 
· Medula óssea 
BIODISPONIBILIDADE
A biodisponibilidade indica a porção da droga que atinge a circulação geral, em forma inalterada, após sua administração. É a quantidade da droga disponível para ser utilizada pelo organismo. A biodisponibilidade também indica a velocidade com que a droga atinge o sangue.
A biodisponibilidade é o primeiro dos muitos fatores que determinam a relação entre a dose da droga e a intensidade de sua ação. 
A biodisponibilidade não se relaciona apenas com as moléculas farmacologicamente ativas, mas também, e muito especialmente, com as formas farmacêuticas. 
Efeito da primeira passagem metabólica
Esse efeito se refere à possibilidade de a droga, antes de cair na circulação sistêmica, sofrer, ao menos parcialmente, ações metabólicas pelo epitélio intestinal e pelo fígado. As drogas administradas por via oral atravessam essa primeira passagem, pela parede intestinal e pelo sistema porta, após a absorção. Para a maioria das drogas, o metabolismo de primeira passagem não é significativo. Entretanto, quando se observa esse metabolismo, grande parte da droga é degradada pela parede intestinal e pelo fígado, com redução da biodisponibilidade e diminuição da resposta terapêutica. Pode-se evitar o metabolismo do primeiro passo administrando-se a droga por via parenteral ou sublingual. 
meia-vida 
A meia-vida é um conceito cronológico. Em farmacocinética, a meia-vida se refere ao tempo que determinada concentração da droga leva para reduzir-se à sua metade. 
distribuição
Depois da absorção, o fármaco distribui-se para os líquidos intersticiais e intracelulares. Esse processo depende de alguns fatores fisiológicos e das propriedades físico-químicas específicas de cada fármaco. Débito cardíaco, fluxo sanguíneo regional, permeabilidade capilar e volume tecidual determinam a taxa de liberação e a quantidade potencial do fármaco distribuído aos tecidos. 
Proteínas plasmáticas
No sangue, quase todas as drogas se subdividem em duas partes: uma livre, dissolvida no plasma, e outra que se liga às proteínas plasmáticas. 
A albumina é o principal carreador dos fármacos ácidos, enquanto a glicoproteína ácida α1 liga-se aos fármacos básicos. 
Do ponto de vista farmacológico, somente a parte livre é que pode ser distribuída. A parte ligada às proteínas constitui fração de reserva das drogas e só se torna farmacologicamente disponível no momento em que se converte em porção livre. 
Barreiras
Apesar da relativa facilidade com que as drogas se distribuem em todos os tecidos do corpo, existem certas áreas que são de mais difícil penetração, cujos principais representantes são definidos por duas barreiras:
- Barreira hematoencefálica – células endotelias dos capilares cerebrais e das células gliais pericapilares. 
- Barreira placentária
Drogas apolares, lipossolúveis, de tamanho molecular inferior a 1.000 atravessam essas barreiras. 
metabolismo 
O metabolismo das drogas apresenta as quatro modalidades seguintes:
- Inativação: as drogas, na sua maioria, e seus metabólitos são inativados ou transformados em produtos menos ativos
- Metabólito ativo de droga ativa: muitas drogas são parcialmente transformadas em um ou mais metabólitos ativos. Os efeitos observados são causados pela droga original e pelos seus metabólitos
- Ativação de droga inativa: algumas drogas, chamadas pró-drogas ou pró-fármacos, são inativas e necessitam ser metabolizadas para se tornarem ativas
- Ausência de metabolismo: certas drogas são excretadas em forma inalterada, sem sofrer metabolismo, devido às suas propriedades físico-químicas peculiares. 
As reações que metabolizam as drogas são classificas em dois grupos: 
- Reações não sintéticas ou catabólicas ou de fase 1: oxidação, redução, hidrólise, ciclização e desciclização;
- Reações sintéticas ou anabólicas ou de conjugação ou de fase 2: conjugação com ácido glicurônico, acetilação, metilação, conjugação com sulfato, conjugação com glicina, conjugação com glutationa, síntese de ribonucleosídio ou ribonucleotídio. 
Os sistemas enzimáticos envolvidos no metabolismo dos fármacos estão localizados principalmente no figado, embora todos os tecidos examinados tenham alguma atividade metabólica. Outros órgãos com função metabólica significativa são o trato GI, os rins e os pulmões.
Em determinada célula, a maior parte da atividade metabólica dos fármacos é encontrada no retículo endoplasmático liso e no citosol, embora o metabolismo dos fármacos também possa ocorrer nas mitocôndrias, no invólucro nuclear e na membrana plasmática. Os sistemas enzimáticos envolvidos nas reações da fase 1 estão localizados principalmente no retículo endoplasmático, enquanto os sistemas enzimáticos de conjugação da fase 2 são predominantemente citosólicos.
Interações medicamentosas e metabolismo
As principais interaçõesmedicamentosas ocorrem ao nível do metabolismo das drogas. Nessas interações, certas drogas podem induzir ou inibir o metabolismo de outras drogas.
A inibição enzimática, por exemplo, constitui o mecanismo básico das interações medicamentosas farmacocinéticas.
O tipo mais comum de inibição consiste em inibição competitiva, em que duas drogas competem pelo mesmo sítio ativo da enzima. A droga que possui maior afinidade pela enzima inibe o metabolismo de outra droga, elevando o nível de concentração plasmática dessa última.
A indução do metabolismo das drogas se deve à síntese aumentada da proteína enzimática ou ao decréscimo da degradação proteolítica da enzima. 
excreção
As principais modalidades pelas quais as drogas deixam o organismo são: excreção renal, excreção biliar, excreção pulmonar (anestésicos gasosos, por exemplo). Outras vias de excreção são representadas pelo suor, saliva, lágrimas, leite materno, fezes, secreção nasal etc. 
Com exceção dos pulmões, os órgãos excretores eliminam mais eficazmente os compostos polares do que as substâncias altamente lipossolúveis. Por essa razão, os fármacos lipossolúveis não são facilmente eliminados até que sejam metabolizados em compostos mais polares.
O rim é o órgão mais importante para a excreção dos fármacos e seus metabólitos. As substâncias excretadas nas fezes são predominantemente fármacos ingeridos por via oral que não foram absorvidos, ou metabólitos dos fármacos excretados na bile ou secretados diretamente no trato intestinal e que não foram reabsorvidos. A excreção dos fármacos no leite materno é importante, não por causadas quantidades eliminadas, mas porque as substâncias excretadas podem causar efeitos farmacológicos indesejáveis na amamentação do lactente. 
Clearance ou depuração
Clearance indica a remoção completa de determinado soluto ou substância de um volume específico de sangue na unidade de tempo. 
O clearance de uma droga constitui parâmetro farmacocinético básico e representa um índice direto de eliminação originária do compartimento central, isto é, do sangue, e depende da constante de eliminação.

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