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Linfogranuloma venéreo

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Sinonímia 
• Mula, doença de Nicolas-Favre-Durand, 
bubão climático, linfogranuloma inguinal 
Agente etiológico e epidemiologia 
• Causado pela Chlamydia trachomatis, 
bactéria Gram-negativa obrigatoriamente 
intracelular, sorotipos L1, L2 e L3. 
• É cerca de três vezes mais frequente em 
mulheres do que em homens. 
Etiopatogenia 
• Apresenta três fases: Erosão da pele; 
Adenite; Fibrose e destruição. 
• Afeta, predominantemente, o sistema 
retículo-histiocitário, preferencialmente 
os linfonodos inguinais e ilíacos. 
• A disseminação ocorre primariamente 
pela via linfática. 
• Período de incubação varia de 3 a 21 dias 
Quadro clínico 
• É doença infecciosa sistêmica e crônica 
cujos principais efeitos resultam em dano 
ao sistema linfático de drenagem da 
infecção. 
• Caracterizado por três fases: 
- Lesão de inoculação: A lesão inicial é indolor e 
corresponde a uma pápula, vesícula, pústula ou 
ulceração isolada na fúrcula que desaparece sem 
sequela. A evolução para úlcera é insidiosa e esta 
é, geralmente, não dolorosa e de curta duração, 
sendo frequentemente não percebida. No 
homem, aparece com mais frequência no sulco 
coronal, frênulo e prepúcio. Na mulher, ocorre na 
parede vaginal posterior e fúrcula. Pode haver 
formação de úlcera crônica na fúrcula, com fundo 
granulomatoso e friável, conhecida como 
síndrome de Clémont-Simon 
- Disseminação linfática regional: A adenite pode 
evoluir em nódulos 
inguinais superficiais 
dolorosos ou bubões, 
que frequentemente 
rompem a pele com 
exsudação de 
descarga purulenta. A 
fistulização pelos locais 
de drenagem pode 
permanecer por 
períodos prolongados. 
Ocorre em geral após 
uma média de quatro dias, podendo surgir entre 
uma a seis semanas após a lesão de inoculação. 
No homem acomete linfonodos inguinais, os 
quais se desenvolvem uma a seis semanas após a 
lesão inicial, e em 70% dos casos o acometimento 
é unilateral. Na mulher, o acometimento dos 
linfonodos é variável, e depende do local da 
inoculação. A supuração e fistulização por 
orifícios múltiplos (bico de regador) é 
característica. O acometimento do reto pode 
levar à proctite e à proctite hemorrágica. O 
contato orogenital pode causar glossite e 
linfadenopatia regional. Os sintomas gerais 
incluem febre, mal-estar, anoexia, 
emagrecimento, artralgia, sudorese noturna e 
meningismo. 
- Sequelas: A terceira fase da doença surge 
gradualmente após alguns meses de processo 
supurativo linfonodal, e resulta em estenose e 
fibrose da vagina e do reto. Durante essa fase, a 
obstrução linfática crônica é responsável pelo 
edema característico de genitália externa. Mais 
frequentes nos homossexuais masculinos e nas 
mulheres que realizam sexo anal. São 
principalmente retais com proctocolite ou 
envolvimento inflamatório de tecidos linfáticos 
perirretais ou perianais, o que resulta em fístulas 
e estenoses. A obstrução linfática crônica na 
mulher acarreta a elefantíase genital (na mulher – 
estiômeno vulvar de Huguier). Podem ocorrer 
fístulas retais, vaginais, vesicais e estenose retal. 
A estenose retal é por vezes tão intensa que 
necessita de colostomia definitiva: o sifiloma retal 
de Fournier. O quadro completo de envolvimento 
vulvoanorretal é conhecido como síndrome de 
Jersild. 
Diagnóstico 
• Na maioria dos casos, o diagnóstico é 
realizado em bases clínicas, não sendo 
rotineira a comprovação laboratorial. Esse 
diagnóstico deve ser considerado em 
todos os casos de adenite inguinal, 
elefantíase genital, estenose uretral ou 
retal. 
• Existem alguns testes diagnósticos que 
podem auxiliar o diagnóstico, como Teste 
de fixação do complemento ou Elisa, 
Reação em cadeia polimerase (PCR), 
Teste de microimunofluorescência, Teste 
da intradermorreação de Frei, Exame 
histopatológico, Cultura, Métodos 
radiológicos 
• Importante: A Febrasgo (Federação 
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) 
orienta que o diagnóstico deve ser feito 
por meio de cultura em células McCoy ou 
HeLa ou por técnicas de PCR 
Tratamento 
• A medicação de escolha é a doxiciclina, 
mas na gestação, por ser contraindicada, 
o tratamento deve ser feito com 
azitromicina. 
• Os parceiros sexuais devem ser tratados. 
Se ele for sintomático, o tratamento deve 
ser realizado com os mesmos 
medicamentos do caso-índice. Se o 
parceiro for assintomático, recomenda-se 
azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, 
dose única ou doxiciclina 100 mg, 1 
comprimido, VO, 2 xdia, por 7 dias 
• A aspiração cirúrgica do bubão, em caso 
de flutuação, pode ser realizada. O CDC 
recomenda incisão e drenagem dos 
bubões para evitar sequelas. Segundo o 
Ministério da Saúde, os bubões que se 
tornarem flutuantes podem ser aspirados 
por agulha calibrosa, não devendo ser 
incisados cirurgicamente. 
Bibliografia 
• MEDCURSO. Infecções sexualmente 
transmissíveis. São Paulo: Medyn Editora, 
2019. 
• URBANETZ, Almir Antonio. Ginecologia e 
Obstetrícia FEBRASGO para o médico 
residente. São Paulo: Manole, 2016.

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