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lidade e a ordem pública. (...) O comitê acredita que o prolonga- mento da jornada de trabalho, além das 12 horas, é um ataque usurpador à vida privada e doméstica do trabalhador e leva a resultados moralmente funestos por interferirem na vida domés- tica de um homem e no cumprimento de suas obrigações fami- liares como filho, irmão, esposo e pai. O trabalho além de 12 horas tende a minar a saúde do trabalhador, fá-lo envelhecer antes do tempo e morrer prematuramente e, portanto, causa in- felicidade às famílias dos trabalhadores, que, no momento em que mais necessitam, são roubadas (are deprived) do cuidado e do apoio do chefe de família”.421 Nós estivemos há pouco na Irlanda. Do outro lado do canal, na Escócia, o trabalhador agrícola, o homem do arado, denuncia suas 13 até 14 horas de trabalho, no clima mais rigoroso, com trabalho adicional de 4 horas aos domingos (nesse país do sábado santificado!),422 en- quanto, ao mesmo tempo, estão perante um Grand Jury de Londres três ferroviários, um condutor, um maquinista e um sinalizador. Um grande desastre ferroviário despachou centenas de passageiros para o outro mundo. A negligência dos ferroviários é a causa do desastre. Eles declaram, unanimemente, perante os jurados, que há 10 ou 12 anos seu trabalho durava diariamente apenas 8 horas. Durante os últimos 5-6 anos ele foi sendo aumentado para 14, 18 e 20 horas e quando a afluência de viajantes é particularmente intensa, como no período dos trens de excursões, estendia-se muitas vezes a 40 ou 50 horas sem interrupção. Eles são homens comuns e não ciclopes. Além de certo ponto falha sua força de trabalho. O torpor os domina. Seus cérebros param de pensar e seus olhos de ver. O totalmente respectable British Juryman,423 responde por meio de um veredicto que os envia, por manslaughter (homicídio), ao juízo criminal e num adendo moderado expressa o piedoso desejo de que os senhores magnatas do capital da estrada-de-ferro, no futuro, sejam mais gastadores na compra do número MARX 367 421 Op. cit. 422 Meeting público dos trabalhadores agrícolas em Lasswade, perto de Glasgow, de 5 de janeiro de 1866. (Ver Workman’s Advocate de 13 de janeiro de 1866.) A formação, desde os fins de 1865, de uma trade’s union* dos trabalhadores agrícolas, começando pela Escócia, é um acontecimento histórico. Em um dos distritos rurais mais oprimidos da Inglaterra, em Buckinghamshire, realizaram os trabalhadores assalariados em março de 1867 uma grande strike pelo aumento do salário semanal de 9-10 xelins para 12 xelins. — (Vê-se dos fatos mencionados que o movimento do proletariado agrícola, desde a repressão às suas poderosas demonstrações a partir de 1830, e notadamente desde a introdução da nova lei de assistência aos pobres, foi inteiramente destroçado, recomeça nos anos de 1860 a 1870, para se projetar, por fim, de maneira memorável, em 1872. Volto ao assunto no volume II, do mesmo modo que aos Livros Azuis aparecidos desde 1867 sobre a situação do trabalhador agrícola inglês — Adendo à 3ª edição.) * Sindicato. (N. dos T.) 423 Respeitável jurado britânico. (N. dos T.)
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