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Livro Anatomia Texto Unidade III

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233
ANATOMIA
Unidade III
7 SISTEMA DIGESTÓRIO
7.1 Parte supradiafragmática
O sistema digestório consiste em um canal alimentar ligado em níveis contínuos com um conjunto 
de órgãos anexos. O papel fundamental do sistema digestório é conseguir, a partir dos alimentos, 
as moléculas imprescindíveis para a manutenção, o crescimento e outras necessidades energéticas 
do corpo humano. Esse sistema pode ser dividido em duas partes principais: supradiafragmática 
e infradiafragmática. A parte supradiafragmática do sistema digestório corresponde às estruturas 
anatômicas situadas acima do diafragma, enquanto em sua parte infradiafragmática encontram-se as 
estruturas anatômicas localizadas abaixo do diafragma.
Figura 225 – Divisão do canal alimentar
Fonte: Dângelo e Fatinni (2000, p. 84).
O canal alimentar, cujo comprimento medido no cadáver é de aproximadamente 9 metros de 
extensão, é composto por um tubo oco, que se estende da boca ao ânus. As estruturas anatômicas do 
canal alimentar abrangem: a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino 
grosso, o reto e o ânus. Já os órgãos anexos compreendem os dentes, a língua, as glândulas da boca, o 
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
234
Unidade III
Canal alimentar
Glândulas da boca Pâncreas
Fígado
Figura 226 – Canal alimentar e órgãos anexos
Para que possamos ter o bom emprego das substâncias alimentares, o sistema digestório deve 
processar várias ações que incidem em processos mecânicos e químicos da digestão. De tal modo, 
nesses processos envolvidos na digestão há a mastigação, a deglutição, o peristaltismo, a digestão, a 
absorção, o armazenamento e a eliminação dos resíduos.
A mastigação, (do grego, mastichan, ranger os dentes) destina-se à desintegração parcial dos 
alimentos que se executa na boca. Os movimentos mastigatórios reduzem o tamanho dos alimentos e 
mistura-os com a saliva.
A deglutição, (do latim, deglutire, engolir) incide no transporte dos alimentos por meio da faringe 
para o esôfago, o que requer a participação de vários movimentos musculares, e dos quais enfatiza em 
relevância a ascensão da laringe, impossibilitando, assim, que substâncias nutritivas se encaminhem para 
as vias aéreas e de maneira oposta, permanentemente abertas ao trânsito do ar.
O peristaltismo, (do grego, peri, em torno; stellein, comprimir) consiste em contrações rítmicas 
semelhantes às ondas que movem o alimento por meio do canal alimentar.
No estômago e duodeno acontecerá a digestão, momento em que há o desdobramento das 
substâncias alimentares em moléculas mais simples.
Por fim, ocorre a absorção que se processa especialmente no restante do intestino delgado, enquanto 
o intestino grosso serve de receptáculo passageiro aos resíduos não aproveitáveis, até o momento de 
serem excluídos pela defecação.
7.1.1 A boca e os anexos
A boca, também referida como cavidade oral, representa a porta de entrada do sistema digestório. 
Além da função mastigatória, participa ativamente da fonação, da sensação do paladar e como via 
aérea acessória.
Do ponto de vista anatômico, a cavidade oral é delimitada anteriormente pelos lábios, lateralmente 
pelas bochechas, superiormente pelo palato, inferiormente pela língua e assoalho da boca e posteriormente 
pelo istmo das fauces e parte do palato mole.
235
ANATOMIA
A mucosa que reveste a cavidade oral pode ser de três tipos: revestimento, mastigatória e 
especializada. A mucosa de revestimento se distribui em toda a região que não é sujeitada a um 
grande empenho durante a mastigação. É vista na bochecha, nos lábios, no assoalho da boca, no 
palato mole, em parte do osso alveolar e na face inferior da língua. Já a mucosa mastigatória é 
espessada por uma camada de queratina e apresenta uma coloração menos intensa que a mucosa 
de revestimento. Está simbolizada pela gengiva e pelo revestimento do palato duro. Enfim, a 
mucosa especializada é a que forra o dorso da língua. O forramento dos dois terços anteriores possui 
papilas com papéis gustativos. No terço posterior se deparam nódulos linfáticos que desempenham a 
defesa contra agentes patogênicos.
Para finalidades descritivas, a cavidade oral é subdividida em duas partes principais: a parte externa, 
o vestíbulo da boca; e a parte interna, a cavidade própria da boca.
 Lembrete
O vestíbulo da boca é o espaço composto entre os lábios, as bochechas 
e os dentes em oclusão.
Os lábios da boca, superior e inferior, de natureza muscular, são ricamente irrigados e guardam a 
entrada da cavidade oral. São formados por quatro camadas sobrepostas intimamente relacionadas. 
A mais externa é composta por pele, onde são encontrados numerosos folículos pilosos e glândulas 
sudoríparas. Profundo a ela, há uma camada muscular formada em sua maior parte pelo músculo 
orbicular da boca. Em seguida, observa-se uma camada submucosa, abrangendo glândulas salivares 
menores, como as glândulas labiais em toda a sua extensão, cujos ductos de excreção abrem-se na 
mucosa labial. A camada mais interna é representada pelo tecido mucoso que forra os lábios.
A parte vermelha dos lábios, cuja coloração se deve ao rico leito vascular, é chamada de margem 
vermelha. Os dois lábios da boca se unem lateralmente ao nível do ângulo da boca. Nesse local, observa-se 
uma discreta depressão chamada de comissura dos lábios. A rima da boca é uma zona localizada entre 
o lábio superior e o lábio inferior, que pode permanecer aberta ou fechada, quando os dois lábios 
estão em contato.
A comissura dos lábios pode ter modificações, relacionadas com hipovitaminoses e com a redução 
da dimensão vertical da oclusão, chamada de queilite angular.
A fenda labial, unilateral ou bilateral, é uma malformação congênita que afeta o lábio superior. 
Pode ser uma pequena fissura da margem livre do lábio, ou envolvê-lo totalmente até o nariz. Às vezes, 
estende-se intensamente e continua-se com fendas do palato, chamada de fissura labiopalatal.
Uma doença grave, mas que não atinge o lábio muito ocasionalmente, especialmente o inferior de 
indivíduos do sexo masculino, é o carcinoma, causado principalmente por exposição exagerada ao sol.
236
Unidade III
 Observação
O limite lateral do lábio superior é composto pelo sulco nasolabial, que 
se estende desde a comissura dos lábios até a asa do nariz. Uma ligeira 
depressão vertical rasa, situada na linha mediana do lábio superior, e 
inferiormente ao septo do nariz, é chamada de filtro. Logo após do filtro 
encontra-se o tubérculo, uma saliência volumosa de tamanho variável 
na margem vermelha. O lábio inferior é separado do mento pelo sulco 
labiomentual. Outro sulco, o labiomarginal, é uma ruga característica dos 
adultos que vai do ângulo da boca à base da mandíbula.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas localizadas na boca.
Filtro
Margem vermelha
Comissura dos lábios
Zona vermelha
Margem vermelha
Lábio inferior
Tubérculo
Lábio superior
Figura 227 – Detalhes do lábio na região oral
Fonte: Fehrenbach e Herring (2002, p. 16).
A glândula parótida lança suas secreções salivares no vestíbulo da boca por meio de uma pequena 
abertura em frente ao segundo molar maxilar. Essa abertura apresenta uma elevação da mucosa e é 
chamada de ducto parotídeo ou ducto de Stenon. Quando ferida inadvertidamente pela oclusão dos 
dentes molares, inflama-se e incha. Diversas outras glândulas salivares menores têm nomes regionais, 
por exemplo, as glândulas da bochecha e as labiais, que também lançam suas secreções no vestíbulo da 
boca por meio de aberturas microscópicas.
Na maior parte dos indivíduos existem pequenas glândulas sebáceas, não funcionais, de coloração 
amarelada, que ficaram presas na mucosa durante o desenvolvimento, portanto, não apresentam 
qualquer patologia associada. São chamadas de grânulos de Fordyce, considerados variações 
anatômicas, sendo também encontrados na mucosa da bochecha.
No fórnice do vestíbulo, região no plano mediano do vestíbulo da boca, há a presença de duas pregas 
da mucosa:os frênulos do lábio superior e inferior. Na região da bochecha essas pregas chamam-se de 
frênulo lateral ou bridas.
237
ANATOMIA
A estratigrafia da bochecha possui quatro camadas caracterizadas sobrepostas entre si. 
Externamente existe uma camada delgada de pele ricamente irrigada. Essa característica anatômica 
explica a mudança para uma cor avermelhada relativamente rápida da região, especialmente durante as 
atividades físicas, em temperaturas ambientais baixas, e em modificações emocionais instantâneas, por 
exemplo, quando o indivíduo fica encabulado.
Sobreposta à camada cutânea está localizado o estrato formado por tecido celular subcutâneo, que 
possui quantidade alterável de tecido adiposo conforme a morfologia de cada indivíduo. Nas crianças e 
em indivíduos obesos a quantidade de gordura subcutânea é mais vultosa.
Um acúmulo específico de tecido adiposo dessa camada é o corpo adiposo da bochecha, ou corpo 
adiposo de Bichat. Essencialmente, apresenta a função de preenchimento dos tecidos, porém, também 
exerce papel funcional durante os movimentos de sucção do recém-nascido.
Figura 228 – Corpo adiposo da bochecha (indicado pela letra A)
Fonte: Bernardino Júnior et al. (2008, p. 76).
Subjacente ao plano subcutâneo está uma camada de tecido muscular recoberta por sua fáscia. Essa 
camada é representada pelo músculo estriado esquelético, chamado de músculo bucinador. A ação do 
músculo bucinador é tracionar o ângulo da boca em sentido posterior, apertando a bochecha contra os 
arcos dentais. É por isso que um músculo auxilia os músculos da mastigação, pois ele ajuda na mistura 
dos alimentos para imediata deglutição. Igualmente, age ainda no sopro e no movimento de sucção. Por 
fim, a camada mais interna da bochecha é forrada por tecido mucoso.
A cavidade própria da boca é a parte da cavidade oral que se localiza internamente ao arco dental 
da maxila e da mandíbula, abrangendo a gengiva que os compreende.
O limite anterolateral da cavidade própria da boca é composto pela superfície dos dentes e a gengiva. 
Seu limite póstero-superior é composto pela parte vertical do palato mole e pelo pilar anterior das 
fauces, chamado de arco palatoglosso. Esse arco abrange o músculo palatoglosso e a mucosa oral que a 
forra, e se estende do palato mole até os lados da base da língua. Por fim, seu limite superior é composto 
pelo palato duro, enquanto o inferior é a parte muscular da língua.
238
Unidade III
Dentes maxilares
Palatino
Lingual
Labial
Cavidade própria da boca
Bucal
Dentes mandibulares
Figura 229 – Cavidade própria da boca
Fonte: Fehrenbach e Herring (2002, p. 16).
A cavidade oral comunica-se com a parte oral da faringe por meio do istmo das fauces. É limitado 
superiormente pelo palato mole, inferiormente pela raiz da língua e lateralmente pelos arcos 
palatoglosso e palatofaríngeo. Esses arcos delimitam de cada lado um espaço de formato triangular 
com base inferior, chamada de fossa tonsilar. Nela é encontrada uma estrutura anatômica composta por 
tecido linfático chamada de tonsila palatina, conforme ilustra a figura a seguir.
Fauces
Túber
Prega pterigomandibular
Arco palatofaríngeo
Tonsila palatina
Arco palatoglosso
Papila retromolar
Dorso da língua
Parte oral da faringe
Úvula
Palato mole
Palato duro
Figura 230 – Cavidade oral e parte oral da faringe
Fonte: Fehrenbach e Herring (2002, p. 16).
As tonsilas palatinas apresentam aspecto ovoide e diversas vezes podem alterar de tamanho. Sua 
superfície possui formato granuloso com inúmeras invaginações que correspondem às criptas da tonsila.
Em companhia das tonsilas linguais, as tonsilas faríngeas e outros pequenos nódulos linfáticos que 
se juntam compõem o anel linfático da faringe, anteriormente relatado como anel linfático de Waldeyer. 
Essas estruturas anatômicas funcionam como o primeiro obstáculo de defesa do corpo humano contra 
os agentes patogênicos que adentram pelas cavidades nasal e oral.
239
ANATOMIA
O palato compõe o teto da cavidade oral, separando as duas cavidades, nasal e oral. É formado pelo 
palato duro, ósseo e anterior e pelo palato mole, muscular e posterior.
As pregas palatinas encontradas no palato são estruturas anatômicas remanescentes nos seres 
humanos, porém, em alguns animais inferiores desempenham papéis acessórios de mastigação e sensitivas 
especiais. No palato mole depara-se com uma saliência cônica e mediana, a úvula palatina.
 Observação
A parte posterior do palato mole é sensível ao toque e vômitos podem 
ser motivados por estimulação nessa área.
O assoalho da boca está coberto por uma mucosa de revestimento e subjacente, a mucosa de 
revestimento depara-se com relevantes estruturas anatômicas: a glândula sublingual, os ductos 
de excreção salivar das glândulas submandibular e sublingual, a artéria sublingual, a veia sublingual, o 
nervo lingual, e o nervo hipoglosso.
Superficialmente no assoalho da boca vê-se na linha mediana uma prega fina que se estende até 
a face inferior da língua, chamada de frênulo da língua, conforme ilustra a figura a seguir. Quando 
o frênulo da língua é muito curto, ou sua inserção se faz próximo ao ápice da língua, tem-se uma 
condição chamada como anquiloglossia, vulgarmente conhecida como língua presa. Esse quadro clínico 
restringe espantosamente a movimentação da língua, trazendo muitas vezes dificuldades fonéticas.
Frênulo da língua
Prega sublingual
Carúncula sublingual
Dentes anteriores 
da mandíbula
Figura 231 – Detalhes do assoalho da cavidade oral
Fonte: Fehrenbach e Herring (2002, p. 18).
Lateralmente, de cada lado do frênulo da língua, existe uma pequena papila, designada de carúncula 
sublingual, onde se abre o ducto submandibular, ou ducto de Wharton, e o ducto sublingual.
O órgão mais notável no assoalho da boca é a língua. Ela é a mais evidente das estruturas 
anatômicas da cavidade oral e está relacionada à fonação, à mastigação, à deglutição, à gustação à 
própria articulação das palavras. A língua ocupa quase todo o espaço da cavidade própria da boca, 
quando os dentes estão em oclusão. É composta essencialmente por tecido muscular esquelético que 
240
Unidade III
lhe concede extraordinária mobilidade. Possui um corpo, um ápice, uma raiz, duas margens, além de 
uma face superior e uma face inferior. A extremidade anterior do corpo da língua é o ápice. A parte 
lateral da língua representa a sua margem. A face superior da língua corresponde ao seu dorso.
Papilas 
folhadas
Corpo da 
língua
Raiz da 
língua
Margem da 
língua
Dorso da 
língua
Lábio 
superior
Figura 232 – Detalhes da língua em vista lateral
Fonte: Fehrenbach e Herring (2002, p. 19).
O dorso da língua tem seus dois terços anteriores separados do posterior pelo sulco terminal, que 
apresenta o formato de V, de abertura anterior e vértice mediano, coincidindo com o forame cego. Todas 
as estruturas anatômicas anteriormente localizadas a essa linha situam-se na cavidade oral e todas as 
estruturas anatômicas posteriores, na faringe.
O um terço posterior, que é a raiz da língua, é vertical e volta-se para a faringe. A sua mucosa cobre 
massas de tecido linfoide que constituem relevos superficiais. Ao seu conjunto dá-se o nome de tonsila 
lingual. A mucosa cobre também as pequenas glândulas linguais. A base da língua une-se à epiglote por 
três pregas mucosas, uma mediana e duas laterais. Cada prega glossoepiglótica lateral restringe, com a 
prega glossoepiglótica mediana, uma depressão chamada de valécula epiglótica.
Os dois terços anteriores do dorso da língua possuem uma mucosa rugosa em virtude da presença 
das papilas linguais. As papilas linguais podem ser divididas em: papilas circunvaladas, filiformes, 
fungiformes e folhadas.
Anteriormente e ao longo do sulco terminal há uma cadeia de 7 a 14 papilas circunvaladas. 
As circunvaladas apresentam corpúsculos gustativos e acolhem os ductos das glândulas serosas de 
Von Ebner, um dos poucos grupos de glândulas salivares menores acessórias que tem denominação.
As papilasfiliformes são as mais numerosas e conferem à mucosa do dorso da língua um aspecto 
de veludo. São as únicas papilas linguais que não possuem receptores gustativos, porém, possuem 
corpúsculos do tato.
241
ANATOMIA
As papilas fungiformes estão dispostas entre as papilas filiformes, surgindo em número muito menor 
do que as papilas filiformes. Devem seu nome ao aspecto de cogumelo que adquirem. São encontradas, 
especialmente, no ápice e nos lados dorso da língua. Nos indivíduos vivos podem ser distinguidas como 
pontos vermelhos luminosos.
A margem posterolateral dos dois terços anteriores da língua apresenta sulcos verticais chamados de 
papilas folhadas, cujos corpúsculos gustativos sofrem degeneração após alguns anos de vida.
 Observação
A língua saburrosa pode acontecer em indivíduos fumantes e também 
por conta de infecções respiratórias, bucais e febre. A higienização da língua 
é muito importante e previne, dentre outros fatores, a halitose.
O câncer de língua é o câncer mais frequente da cavidade oral. Aproximadamente 95% dos casos 
de cânceres situados na língua e no assoalho da boca são carcinomas de células escamosas e estão 
correlacionados com uma longa história de utilização de álcool e de tabaco.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas encontradas na língua.
Arco palatoglosso
Papilas folhadasPapilas 
circunvaladas
Sulco 
mediano
Tonsila 
palatinaEpiglote
Tonsila 
lingual
Arco 
palatofaríngeo
Sulco 
terminal
Forame 
cego
Papila 
fungiforme
Figura 233 – Detalhes do corpo e raiz da língua
Fonte: Hiatt (2011, p. 58).
Os dentes são órgãos mineralizados, resistentes, esbranquiçados e implantados nos arco dentais da 
maxila e da mandíbula, que exercem os seguintes papéis:
242
Unidade III
• Preensão das substâncias alimentares conseguida pela ação conjunta dos dentes incisivos 
e dos lábios.
• Incisão dos alimentos corte deles em partículas menores.
• Dilaceração dos alimentos, rasgo e diminuição das substâncias alimentares em partículas 
menos compactas.
• Trituração e moeção dos alimentos.
• Articulação das palavras ou da fala.
Conforme os tipos de dentes e o número de dentições, o ser humano é classificado como um 
mamífero heterodonte, por apresentar dentes de formas distintas, possibilitando a realização de papéis 
distintos para cada dente ou grupo de dentes. Sob esse aspecto, os dentes são divididos em:
• Incisivos: do latim, incidire, cortar, são os que seccionam o alimento.
• Caninos: têm por finalidade dilacerar os alimentos.
• Pré-molares: esmagam os alimentos como se fossem prensas.
• Molares: trituram as substâncias mastigadas.
Os dentes do ser humano são decíduos e permanentes e, ainda, é considerado um animal difiodonte, 
ou seja, habitualmente apresenta dois conjuntos de dentes que se desenvolvem ao longo da vida de 
um indivíduo.
Os dentes decíduos são pouco calcificados em relação aos dentes permanentes e, como tais, 
são brancos como o leite. Os dentes permanentes, com maior índice de sais calcários, são brancos 
puxados para o amarelo. É a dentina que atribui a cor ao dente, já que o esmalte é praticamente 
incolor e transparente.
Do ponto de vista puramente descritivo, o dente apresenta uma parte visível e funcional na 
mastigação, a coroa do dente. O dente não é um órgão compacto, em seu interior há uma cavidade 
que reproduz sua morfologia exterior. Essa é a cavidade pulpar, a qual possui duas partes: a cavidade da 
coroa e o canal da raiz do dente.
Nenhum dente está presente funcionalmente na cavidade oral no nascimento. A primeira série de 
dentes compõe a dentição decídua. Esses dentes surgem nos primeiros dois anos e aproximadamente na 
seguinte ordem: incisivos inferiores (6 a 7 meses de idade); incisivos superiores (7 a 9 meses de idade); 
caninos (16 a 18 meses de idade); molares, primeiro (12 a 24 meses de idade) e segundo (20 a 24 meses 
de idade). Dessa forma, os dentes decíduos são em número de 20.
243
ANATOMIA
Figura 234 – Dentição decídua
Fonte: Paulsen e Waschke (2010, p. 458).
A segunda série de dentes compõe a dentição permanente. Os dentes permanentes fazem a sua 
erupção entre os 6 e 13 anos de idade, com exceção do terceiro molar. Os dentes permanentes realizam 
a sua erupção aproximadamente na seguinte ordem: incisivos (6 a 9 anos de idade); caninos (9 a 12 anos 
de idade); pré-molares, primeiro (10 a 12 anos de idade) e segundo (11 a 12 anos de idade); molares, 
primeiro (6 a 7 anos de idade), segundo (11 a 13 anos de idade) e terceiro (18 a 21 anos de idade). 
Popularmente é reconhecido que a partir dos 18 anos os indivíduos tornam-se mais ajuizados, daí o 
nome popular para os terceiros molares “dente do juízo”. Os dentes permanentes são em número de 32.
3º M
2º M 1º M 2º PM 31º PM
CN
IL
IC
ICIL
CN
1º PM2º PM1º M2º M
3º M
Dentes 
inferiores
Dentes 
superiores
Figura 235 – Dentição permanente
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 643).
O termo dentição mista é utilizado para se referir ao período no qual, ao mesmo tempo, permanecem 
os dentes decíduos e permanentes na cavidade oral.
244
Unidade III
O verme do dente como demônio do inferno é uma escultura do século XVIII, com pouco mais de 
10 centímetros e esculpida em marfim. Ela retrata o tormento infernal de uma dor de dente, provocada 
pela batalha entre o homem e o verme.
Figura 236 – Verme dos dentes
As glândulas da boca liberam uma secreção chamada saliva na cavidade oral. Comumente, é 
secretada apenas uma quantidade satisfatória de saliva para manter as túnicas mucosas da boca e da 
faringe umedecidas e para limpar a boca e os dentes. Quando o alimento adentra na boca, conquanto, a 
secreção de saliva eleva e o lubrifica, dissolvendo-o e começando a decomposição química do alimento.
A glândula parótida, conforme ilustra a figura a seguir, é a mais volumosa dentre as glândulas 
salivares maiores (parótida, submandibular e sublingual). Ela está localizada na região lateral da face, no 
leito parotídeo. Como a glândula é acomodada no interior de um espaço irregular, ela também possui 
uma forma irregular. A parte superficial da glândula estende-se superiormente sobre o principal músculo 
da mastigação, em que uma parte acessória da glândula pode ser independente da estrutura principal.
Glândula salivar parótida
M. masseter
Glândula salivar submandibular
M. bucinador
Ducto parotídeo
Figura 237 – Glândula parótida e sua relação anatômica
245
ANATOMIA
Emergindo da parte anterior da parte mais superficial da glândula está localizado o ducto parotídeo 
ou ducto de Stenon, que prossegue anteriormente passando superficialmente ao músculo masseter em 
seu percurso em direção ao vestíbulo da boca. Ele libera a secreção salivar na papila do ducto parotídeo 
ao nível do segundo dente molar maxilar.
 Observação
A caxumba, uma infecção viral que causa inflamação aguda e aumento 
do volume da glândula parótida, comprime a inervação local e produz 
muita dor à medida que a glândula é pressionada durante a mastigação. 
Em algumas condições, pode acontecer otite, inflamação dos testículos, 
pancreatite e encefalite. Felizmente, essa situação foi quase completamente 
erradicada como resultado da vacinação.
As glândulas submandibulares estão situadas no assoalho da boca. Seus ductos, os submandibulares, 
passam sob a túnica mucosa em ambos os lados da linha média do assoalho da boca e adentram na 
cavidade própria da boca lateralmente ao frênulo da língua. As glândulas sublinguais estão abaixo da 
língua e superiormente às glândulas submandibulares. Seus ductos, os sublinguais menores, se abrem 
no assoalho da boca na cavidade própria da boca.
Língua
Glândula salivar acessória
Frénulo da língua
Abertura do ducto 
submandibular
Ductos sublinguais
Glândula sublingual
Ducto de Wharton
Mandíbula cortada
Gândula submandibular
Músculo masseter
Ducto de Stenon
Glândula parótida
Glândula salivar acessória
Figura 238 – Glândulas da boca
Fonte: Van de Graaff (2003, p. 643).
246
Unidade III
7.1.2 A faringe
A faringe é umavíscera composta por um tubo fibromuscular, situado atrás das cavidades oral, 
nasal e laríngea. Representa o extremo superior dos tubos respiratório e digestório, e se comunica 
inferiormente com o esôfago. Ela transporta os alimentos ao esôfago e o ar a laringe. Como visto no 
sistema respiratório, anatomicamente a faringe é dividida em três partes: nasal da faringe, oral da 
faringe e laríngea da faringe.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas da região da cabeça e do pescoço.
Canal medular
Parte oral da farínge
Úvula palatina
Epiglote
Disco intervertebral
Corpo da vértebra cervical
Esôfago Laringe
Parte laríngea da faringe
Hioide
Mandíbula
Língua
Cavidade oral
Parte nasal da faringe
Cavidade nasal
Seio esfenoidal
Seio frontal
Figura 239 – Vista medial da cabeça e do pescoço com plano de secção sagital
7.1.3 O esôfago
O esôfago é, funcionalmente, o segmento mais simples do canal alimentar. Sua única finalidade é 
o transporte de materiais líquidos ou sólidos da faringe para o estômago. Seu comprimento alcança 
no ser humano adulto aproximadamente 25 centímetros e, se considerada a distância entre os dentes 
incisivos e o estômago, há, aproximadamente, 40 centímetros antes do alimento adentrar nessa víscera 
do sistema digestório. O esôfago é dividido em três partes: parte cervical, no adulto tem cerca de 
8 centímetros de comprimento; parte torácica, no adulto com cerca de 16 centímetros; e parte abdominal, 
no adulto com cerca de 1 a 3 centímetros. No ser humano, um terço do esôfago é constituído de 
músculo estriado esquelético e dois terços inferiores são constituídos por músculos lisos.
247
ANATOMIA
Esôfago (parte cervical)
Arco da aorta
Esôfago (parte torácica)
DiafragmaDiafragma
Estômago
Traqueia
Esôfago (parte abdominal)
Figura 240 – Partes do esôfago
Fonte: Netter (2006, lâmina 80).
 Lembrete
Uma parte do sistema digestório está localizada acima do diafragma. 
É a parte supradiafragmática, que compreende a boca e os anexos, a faringe 
e a maior parte do esôfago.
Os estreitamentos esofágicos são causados por suas relações sintópicas. O primeiro estreitamento é 
observado na transição entre a faringe e o esôfago, ao nível da margem inferior da cartilagem cricóidea, o 
estreitamento cricóidea, e compõe o esfíncter esofágico superior. O segundo e o terceiro são observados 
quando o esôfago é cruzado pela aorta, o estreitamento aórtico, e pelo brônquio principal esquerdo, 
o estreitamento brônquico, sendo que sua esqueletopia corresponde a T5. Seu quarto estreitamento é 
observado próximo a 3 centímetros de sua terminação na cárdia do estômago, o estreitamento cárdico. 
Esse estreitamento é dado pela contração das fibras musculares lisas do órgão, não sendo originado de 
sua relação com o diafragma, ainda que alguns autores o denominem estreitamento diafragmático.
248
Unidade III
Dentes incisivos
Faringe
Epiglote
Recesso piriforme
Tireóidea
Cricóidea
M. constritor inferior da faringe
Traqueia
Arco da aorta
Brônquio principal esquerdo
Fundo gástrico
Diafragma (C)
40 cm
38 cm
23 cm
16 cm
0 cm
A
B
*
*Estreitamento 
diafragmático
Cárdia
(D)
Figura 241 – Estreitamentos esofágicos
A deglutição, ou ato de engolir, é o complexo ato mecânico e fisiológico de mover o alimento ou 
o líquido da cavidade oral para o estômago. A primeira fase da deglutição é voluntária e vem após a 
mastigação, se existir alimento envolvido. Durante essa primeira fase, a boca está fechada e a respiração 
é cessada provisoriamente. O bolo alimentar é formado quando a língua é erguida contra as pregas 
palatinas transversas, ou as pregas rugosas do palato duro. A segunda fase da deglutição é a passagem 
do bolo alimentar para a faringe. Os episódios dessa segunda fase são involuntários e ocorrem por 
estimulação dos receptores sensitivos situados na abertura da parte oral da faringe. A pressão da língua 
contra as pregas palatinas transversas fecha a parte nasal da faringe em relação à cavidade oral, gera 
uma pressão e força o bolo alimentar para o interior da parte oral da faringe. O palato mole e a úvula 
palatina são erguidos para fechar a parte nasal da faringe, quando o bolo alimentar passa. O osso hioide 
e a laringe também são erguidos. A elevação da laringe contra a epiglote fecha a glote de maneira que 
seja menos provável que o alimento ou o líquido possam adentrar na traqueia. A imediata contração dos 
músculos constritores da faringe desloca o bolo alimentar da faringe para o esôfago. A segunda fase é 
249
ANATOMIA
terminada em menos de um segundo ou menos. A terceira fase da deglutição, a entrada e a passagem 
do alimento pelo esôfago, também é involuntária. O bolo alimentar é movido pelo esôfago por meio de 
ondas peristálticas. No caso de líquidos, o processo inteiro da deglutição se executa em pouco mais do 
que um segundo. Para um bolo alimentar típico, o tempo varia de 5 a 8 segundos.
No contexto de uma incompetência do esfíncter inferior do esôfago, acontece refluxo de suco 
gástrico para o esôfago. Isso pode gerar a inflamação do esôfago em virtude da presença nociva de 
ácido clorídrico no suco gástrico. Tal esofagite de refluxo pode gerar dores, azia ou queimação que, 
comumente, depende da postura do paciente, ocorrendo, especialmente, quando o paciente está 
deitado. Sob o ponto de vista terapêutico, em casos leves de refluxos, são tomadas as medidas gerais, 
por exemplo, a eliminação de alimentos desencadeadores e a redução de peso. Na esofagite de refluxo 
os medicamentos antiácidos são imprescindíveis.
 Saiba mais
Se o esfíncter do esôfago inferior não se fecha satisfatoriamente após 
o alimento ter adentrado no estômago, o conteúdo do estômago pode 
voltar para a parte inferior do esôfago, causando refluxo. Saiba mais sobre 
o assunto em:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 
14. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2016. p. 908.
7.2 Parte infradiafragmática
7.2.1 O estômago
O estômago está localizado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, 
superiormente ao duodeno e à esquerda do fígado. É moderadamente coberto pelas costelas e está 
situado no quadrante superior esquerdo do abdome, na região do hipocôndrio esquerdo.
Ele apresenta o formato de J, sendo o segmento mais dilatado do canal alimentar, em virtude 
de o alimento ficar nele por algum tempo, por isso trata-se de um reservatório entre o esôfago e o 
intestino delgado.
O estômago é divido anatomicamente em quatro regiões principais: a cárdia, o fundo gástrico, o 
corpo gástrico e a parte pilórica do estômago. A cárdia recebe a parte final do esôfago e contorna o óstio 
cárdico do estômago, o qual tem como papel controlar a passagem do alimento e impedir o refluxo.
250
Unidade III
Esôfago – parte cervical
Esôfago – parte torácica
Esôfago – parte abdominal
Estômago – cárdia
Estômago – canal pilórico
Estômago – antro pilórico
Estômago – corpo gástrico
Estômago – fundo gástrico
Figura 242 – Vista anterior do estômago e do esôfago
Apesar do nome, o fundo gástrico localiza-se no alto, acima do ponto onde se realiza a união do 
esôfago com o estômago. Essa parte está comumente dilatada por ar, tornando-se responsável pelo 
som timpânico na realização de exames clínicos e complementares, por exemplo, a percussão dessa 
região, e também visível em radiografias, como uma área escura acima da sombra clara da substância 
de contraste ingerida.
 Observação
As úlceras e os tumores modificam a morfologia normal da mucosa do 
estômago, o que pode ser observado em radiografias e endoscopias.
O corpo gástrico representa aproximadamente dois terços do volume total, localizando-se entre o 
fundo gástrico e o antro pilórico, que contém as glândulas gástricas propriamente ditas. É constituído 
da parte pilórica e da região afunilada de saída do estômago; e uma parte larga, o antro pilórico, que 
leva ao canal pilórico, sua parte estreita terminal. Para evitar que o quimo alimentar passe ao intestino 
delgadoinoportunamente, o estômago é beneficiado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter 
chamado piloro, sendo o seu orifício de saída do estômago, o óstio pilórico. O piloro é um adensamento 
proeminente da lâmina circular de músculo liso.
251
ANATOMIA
Figura 243 – Piloro, do grego pylorós e do latim pylorus - porteiro ou vigilante, “o vigilante de uma porta”. 
Pylé - porta + ouros (horao) - ver, observar
Fonte: Netter (2006, lâmina 82).
O estômago possui ainda duas curvaturas: a curvatura maior do estômago (convexa) e a curvatura 
menor do estômago (côncava). A incisura angular é uma depressão na parte inferior da curvatura menor 
que sugere a união do corpo do estômago e a parte pilórica do estômago.
Fundo gástrico
Corpo gástrico
Omento maiorCurvatura maior
Parte pilórica
Incisura angular
Curvatura menor
Cárdia
Esôfago
Figura 244 – Curvaturas do estômago
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 215).
As relações do estômago são variáveis porque a posição do órgão se altera com a fase fisiológica, 
com a postura do indivíduo e com os fatores gerais de variação anatômica. As relações anteriores 
incluem as que se observam com o diafragma, o fígado, a parede anterior do abdome, o colo transverso 
e a cavidade peritoneal. As relações posteriores se fazem com o diafragma, a glândula adrenal esquerda, 
o pâncreas, parte do rim esquerdo e o mesocolo transverso.
252
Unidade III
Estômago
Intestino delgado
Intestino grosso 
colo descendente
Intestino grosso 
colo ascendente
Intestino grosso 
colo transverso
Vesícula biliar
Fígado
Figura 245 – Vista anterior do estômago, do fígado e dos intestinos
Do ponto de vista fisiológico, o estômago está dividido em parte digestória e parte egestória, a 
primeira para a digestão e a segunda representada, especialmente, pela região do antro piloro, para 
a propulsão do conteúdo para o intestino delgado.
7.2.2 O intestino delgado
A principal parte da digestão acontece no intestino delgado, que se estende da união gastroduodenal, 
ou seja, do piloro até a união ileocecal, que se liga com o intestino grosso, conforme ilustra a figura 
a seguir. O intestino delgado é um órgão imprescindível à vida. Os essenciais episódios da digestão e 
da absorção acontecem no intestino delgado, desse modo, sua estrutura é harmonizada de maneira 
especial para esse papel. Sua extensão proporciona uma grande área de superfície para a digestão e a 
absorção, sendo ainda muito elevada por suas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
Jejuno
Colo descendente
Colo sigmoide
RetoCeco
Íleo
Colo ascendente
Colo transverso
Figura 246 – Vista anterior dos intestinos
253
ANATOMIA
O intestino delgado extraído possui aproximadamente 7 metros, podendo variar entre 5 e 8 metros. 
Ele apresenta três partes: duodeno, jejuno e íleo.
Duodeno
Jejuno
Íleo
Flexura duodenojejunal
Duodeno
Papila ileal
Ceco
Apêndice vermiforme
Figura 247 – Partes do intestino delgado
Fonte: Moore (2019, p. 455).
O duodeno é a primeira parte do intestino delgado, a mais curta (25 centímetros) e a mais larga. 
É a única parte do intestino delgado que é fixa, pois é quase completamente retroperitoneal. A parte 
pilórica despeja-se no duodeno, sendo a aceitação duodenal controlada pelo piloro. No duodeno não se 
apresenta o mesentério, com exceção nos 2 centímetros iniciais.
Ele forma uma letra C em torno da cabeça do pâncreas, inicia-se no piloro e acaba na junção 
duodenojejunal, que adquire a forma de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal.
A mucosa duodenal tem pregas circulares de mucosa, as válvulas de Kerckring, com exceção no 
bulbo duodenal, cuja mucosa é lisa. O duodeno é dividido em quatro partes: a superior (primeira 
parte, com aproximadamente 5 centímetros); a descendente (segunda parte, que varia de 7 a 
10 centímetros); a horizontal (terceira parte, que varia de 6 a 8 centímetros); a ascendente (quarta parte, 
com aproximadamente 5 centímetros).
A parte superior do duodeno origina-se no piloro e estende-se até a vesícula biliar. Seus primeiros 
2 centímetros, chamado de bulbo ou ampola do duodeno, são móveis em virtude a estarem fixados 
por mesentério; o remanente é fixo, pois é retroperitoneal. As principais relações da parte superior do 
254
Unidade III
duodeno são: anterior (vesícula biliar e lobo quadrado do fígado) e posterior (ducto colédoco, pâncreas 
e veia porta).
A parte descendente do duodeno curva-se em torno da cabeça do pâncreas. Os ductos, colédoco 
e pancreático principal, se juntam para compor a ampola hepatopancreática, ou ampola de Vater, que 
se abre na parede póstero-medial da segunda parte do duodeno, no alto de uma eminência, chamada 
papila maior do duodeno.
A ampola hepatopancreática regula a entrada de bile e de suco pancreático por meio de um 
dispositivo muscular esfinctérico que circunda a ampola na sua parte final, chamado esfíncter da ampola 
hepatopancreática, ou esfíncter de Oddi.
O ducto pancreático acessório, quando há, desemboca na papila menor do duodeno, localizada 
superiormente (cerca de 2 centímetros) à papila maior do duodeno. Essa parte é totalmente retroperitoneal. 
As principais relações da parte descendente do duodeno são: anterior (colo transverso e alças do intestino 
delgado) e posterior (rim direito, ureter direito e músculo psoas maior).
A parte inferior ou horizontal do duodeno passa sobre a veia cava inferior e a parte abdominal da 
aorta. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: anterior (vasos mesentéricos superiores 
e alças intestinais), posterior (músculo psoas maior direito, veia cava inferior, parte abdominal da 
aorta e ureter direito) e superior pâncreas e vasos mesentéricos superiores.
A parte ascendente do duodeno atinge a margem inferior do pâncreas e ali se curva anteriormente 
para se conectar ao jejuno na junção duodenojejunal, sustentada pela fixação do músculo suspensor 
do duodeno ou ligamento de Treitz, o qual alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, promovendo 
a movimentação do conteúdo intestinal. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: 
anterior (alças do duodeno), posterior (músculo psoas maior esquerdo e margem esquerda da parede 
abdominal da aorta), medial e superior (pâncreas).
O jejuno e o íleo são as duas últimas partes do intestino delgado. Elas compõem um tubo longo 
e torcido, constituindo as alças intestinais, que são excessivamente móveis, pois estão envolvidas por 
pregas de peritônio, chamada de mesentério. É difícil distinguir o jejuno do íleo no ponto de transição, 
todavia, existem algumas características particulares a cada um.
Juntos, o jejuno e o íleo medem de 6 a 7 metros de comprimento, sendo o jejuno os dois quintos 
proximais e o íleo os três quintos distais. A maior parte do jejuno localiza-se no quadrante superior 
esquerdo, enquanto a maior parte no quadrante inferior direito.
O jejuno começa na flexura duodenojejunal e o íleo acaba papila ileal. Os dois se prendem à parede 
posterior do abdome pelo mesentério. Nessa região se deparam com muitas vilosidades intestinais, daí 
deduz-se que em tal localidade ocorrerá a maior quantidade de absorção dos nutrientes. As massas de 
tecido linfoide são numerosas no íleo. Portanto, a absorção de água dos detritos indigeríveis do quimo 
líquido, transformando-o em fezes semissólidas que são transitoriamente contidas até que aconteça 
a defecação.
255
ANATOMIA
Figura 248 – Diferenças morfofuncionais: jejuno e íleo
Fonte: Netter (2006, lâmina 87).
O quadro a seguir mostra algumas características peculiares ao jejuno e ao íleo.
Quadro 1 – Características distintivas entre o jejuno e o íleo no corpo vivo
Característica Jejuno Íleo
Cor Vermelho-vivo Rosa-claro
Calibre 2-4 centímetros 2-3 centímetros
Parede Espessa e pesada Fina e leve
Vascularização Maior Menor
Gordura do mesentério Menor Maior
Pregas circulares Grandes, altas e bem próximas Baixas e esparsas, ausentes na parte distal
Tecido linfoide Pouco Muito
Adaptado de: Moore (2019, p. 455).7.2.3 O intestino grosso
O intestino grosso absorve água com tanta agilidade que, aproximadamente em 14 horas, o conteúdo 
alimentar assume a firmeza característica do bolo fecal. Mede aproximadamente 6,5 centímetros de 
diâmetro e 1,5 metros de comprimento. Se expande do íleo até o reto e está preso à parede posterior do 
abdome por meio do mesocolo.
O intestino grosso possui algumas características próprias em relação ao intestino delgado, por 
exemplo, o calibre (maior), o comprimento (menor), as tênias do colo, as saculações do colo, os sulcos 
paracólicos, as pregas semilunares e os apêndices omentais do colo.
256
Unidade III
As tênias do colo consistem no resultado de um condensamento da musculatura longitudinal 
da parede do intestino grosso em três faixas. Elas começam no ponto de implantação do apêndice 
vermiforme, no ceco, e percorrem todo o colo até a parte proximal do reto, momento em que deixam de 
existir. São três os tipos de tênias do colo: a tênia livre, a tênia omental e a tênia mesocólica.
As saculações do colo são encurvaturas ampulares separadas por sulcos transversais. Os apêndices 
omentais do colo são pequenos pêndulos de cor amarela formados por tecido conjuntivo farto em 
gordura. Surgem especialmente no colo sigmoide.
Anatomicamente, o intestino grosso é dividido em: ceco e o apêndice vermiforme, colo ascendente, 
colo transverso, colo descendente e colo sigmoide.
Colo transverso
Mesentério
Colo descendente
Apêndice vermiformeCeco
Colo ascendente
Intestino delgado
Figura 249 – Vista anterior do intestino grosso
O ceco é a primeira parte do intestino grosso, localizado inferiormente à sua junção com o íleo. Ele 
está quase completamente envolvido pelo peritônio, proporcionando-lhe a autonomia de movimentação, 
no entanto, não apresenta mesentério. Comumente, o ceco está fixo à parede lateral do abdome por 
uma ou mais pregas cecais do peritônio. A entrada do íleo no ceco produz os lábios ileocólico (superior) 
e ileocecal (inferior) no óstio ileal, que compõem a papila ileal. As pregas deparam-se lateralmente, 
constituindo o frênulo do óstio ileal. Assim, os dois lábios formam a válvula íleo-cólico-cecal, que 
impossibilita e/ou restringe o refluxo do material oriundo do intestino delgado (mecanismo de um 
esfíncter ineficiente).
257
ANATOMIA
Mesentério
Íleo
Apêndice vermiforme
Ceco
Colo ascendente
Figura 250 – Vista anterior dos intestinos
No fundo do ceco, encontra-se o apêndice vermiforme, que consiste em um divertículo intestinal 
cego, que mede aproximadamente 6 a 10 centímetros de comprimento. Ele apresenta massas de tecido 
linfoide. As inflamações do apêndice vermiforme são chamadas de apendicites.
Figura 251 – Apendicectomia
Adaptada de: Pezzi et al. (2017, p. 332).
O apêndice vermiforme origina-se na parede póstero-medial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. 
Apresenta um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que se alarga entre o apêndice e o ceco.
A posição do apêndice vermiforme é inconstante contudo, em geral, é retrocecal. A melhor forma 
de encontrá-lo é seguir uma das tênias do colo, uma vez que está fixado no ceco em um ponto de 
convergências das tênias.
O colo ascendente é a segunda parte do intestino grosso, sendo a continuação do ceco. Expande-se 
desde a junção ileocecal até a flexura direita do colo, anteriormente ao rim direito e em contato com o 
lobo direito do fígado.
258
Unidade III
Está revestido por peritônio anteriormente e nas suas laterais, ficando, assim, praticamente imóvel. 
Está localizado posteriormente ao omento maior, portanto, é uma parte retroperitoneal. Entre o 
contorno lateral do colo ascendente e a parede abdominal, situa-se um sulco vertical profundo coberto 
por peritônio parietal, o sulco paracólico direito.
O colo transverso é a terceira do intestino grosso, mais longa (cerca de 45 centímetros) e com maior 
mobilidade das partes encontradas no intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura direita 
do colo até a flexura esquerda do colo, onde se curva inferiormente para tornar-se colo descendente. 
A flexura esquerda do colo, habitualmente mais superior, é mais aguda e com menor mobilidade do que 
a flexura do colo direita. Assim, possui relações excessivamente alteráveis.
Uma ampla prega peritoneal, o mesocolo transverso, concede ao colo transverso extraordinária 
movimentação. Sua parte superior está livre ou fundida com o omento maior.
O colo descendente passa retroperitonealmente a partir da flexura do colo esquerda para a fossa 
ilíaca esquerda, onde é sucessivo com o colo sigmoide. O sulco paracólico esquerdo localiza-se entre o 
seu contorno lateral e a parede abdominal. Passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo.
O colo sigmoide é a quarta parte do intestino grosso, distinto por sua alça longa em forma de S, 
de comprimento variável (em média 40 centímetros). O colo sigmoide é conduzido ao plano sagital 
mediano, de tal forma que junta o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, 
aproximadamente a 15 centímetros do ânus, sugere a junção retossigmoide. Ele é muito móvel, em 
razão de um messosigmoide. Seus apêndices omentais são longos.
Tênia do colo
Pregas semilunares do colo 
(delimitando a saculação do colo)
Colo transverso
Flexura do colo 
esquerda ou esplênica
Colo descendente
Jejuno-íleo
Colo sigmoide
Apêndices omentais do colo
RetoApêndice vermiforme
Ceco
Colo ascendente
Mesentério
Flexura do colo 
direita ou hepática
Fígado
Figura 252 – Características morfofuncionais do intestino grosso
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 217).
259
ANATOMIA
7.2.4 O reto e o ânus
O reto recebe esse nome por ser quase retilíneo. Ao perfurar o diafragma pélvico (músculos levantadores 
do ânus) passa a ser chamado de canal anal. A parte mais dilatada do reto, a ampola do reto, é 
prontamente superior ao diafragma pélvico.
As principais relações do reto são:
• anterior, no sexo feminino (alças intestinais, útero e vagina);
• anterior, no sexo masculino (alças intestinais, bexiga urinária, glândulas seminais, próstata, 
ureteres e ductos deferentes);
• posterior, ambos os sexos (artérias glúteas: superior e inferior, plexo sacral, músculos: piriforme 
e coccígeo);
• laterais, ambos os sexos (tecido adiposo).
 Observação
Na região do reto, o peritônio compõe as escavações retovesical, no 
sexo masculino; e retouterina ou fundo de saco de Douglas, no feminino.
O canal anal se expande do diafragma pélvico até o ânus (limite real: linha pectínea, internamente) 
e possui pregas cutâneas. A mucosa na parte superior é idêntica à do reto, enquanto na parte inferior 
é revestido por pele, pois, elas têm origens embriológicas distintas. Na junção desses dois tipos de 
revestimento vê-se a base de cinco a dez pregas verticais da mucosa, as colunas anais ou de Morgagni, 
que abrange ramos terminais dos vasos retais superiores. As extremidades inferiores das colunas 
agrupam-se por uma prega da mucosa em formato de pente, chamadas de válvulas anais.
Entre as bases das colunas ligadas pelas válvulas estão pequenas bolsas, os chamados seios anais, nos 
quais se acendem os ductos de glândulas rudimentares, que liberam um muco que auxilia na defecação.
O limite inferior das válvulas, idênticos a um pente, forma a linha pectínea, que sugere a junção da 
parte superior com a parte inferior do canal anal.
Embora bastante curto, cerca de 3 centímetros de comprimento, é relevante por ter algumas 
formações eficazes para o funcionamento intestinal, das quais mencionam-se os esfíncteres anais.
O esfíncter anal interno é o mais profundo e deriva de um adensamento de fibras musculares lisas 
circulares, sendo, por conseguinte, involuntário. O esfíncter anal externo é formado por fibras musculares 
estriadas que se dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo esse voluntário. 
Apresenta duas partes: a subcutânea, superficial e a profunda, todavia elas são indistinguíveis. A alça do 
músculo puborretal também desempenhaalguma atividade esfinctérica sobre o canal anal. Ambos os 
esfíncteres devem relaxar antes que a evacuação possa acontecer.
260
Unidade III
A figura a seguir mostra as imagens do reto e ânus.
Colunas anais
Seio anal
Válvulas anais
Músculo esfíncter 
interno do ânus
Músculo esfíncter 
externo do ânus
Figura 253 – Reto e ânus
Fonte: Tortora (2016, p. 932).
Os principais papéis do intestino grosso são:
• absorção de água e de determinados eletrólitos;
• produção de certas vitaminas pelas bactérias intestinais;
• armazenamento provisório dos detritos (fezes);
• eliminação de detritos do corpo.
7.2.5 Glândulas anexas
O fígado
O fígado é a maior glândula do corpo humano e a mais vultosa víscera abdominal. Está localizado 
na região superior do abdome, logo abaixo do diafragma, sendo que a maior parte ocupa o hipocôndrio 
direito e o epigástrio. Pesa aproximadamente 1,5 quilos e responde por aproximadamente 2,5% da 
massa corporal do adulto. É uma víscera friável (por ter pouco tecido conjuntivo) e regenerativa. Um 
terço do fígado é autossuficiente para manter o papel hepático normal, portanto, ele tem elevada 
margem de confiabilidade.
Todos os nutrientes, com exceção aos lipídeos absorvidos pelo canal alimentar, são primeiramente 
conduzidos para o fígado pelo sistema porta-hepático.
O fígado armazena o glicogênio e secreta a bile ininterruptamente, que é armazenada na vesícula 
biliar. Portanto, as vias bilíferas extra-hepáticas é composta pelos ductos hepáticos, pela vesícula biliar, 
pelo ducto cístico e pelo ducto colédoco.
261
ANATOMIA
O fígado possui duas faces: a diafragmática e a visceral, separadas pela margem inferior do 
fígado, conforme ilustra a figura a seguir. A face diafragmática é convexa e lisa relacionando-se 
com a cúpula diafragmática.
O fígado é dividido em lobos. A face diafragmática contém um lobo direito do fígado e um lobo 
esquerdo do fígado, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão dos lobos é 
organizada pelo ligamento falciforme do fígado. Na margem livre desse ligamento há um cordão fibroso 
resquício da obliteração da veia umbilical, chamado de ligamento redondo do fígado.
Lobo esquerdo do fígado
Estômago
Ligamento redondo do fígado
Lobo direito do fígado
Diafragma
Figura 254 – Vista anterior do fígado
Os lobos hepáticos estão unidos superiormente ao diafragma pelos ligamentos coronário e 
triangulares, direito e esquerdo. Os dois últimos são compostos lateralmente pela fusão das duas 
lâminas do ligamento coronário. A área entre as reflexões das lâminas anterior e posterior do ligamento 
coronário é chamada de área nua do fígado, deposta de peritônio.
Ligamento coronário posterior
Ligamento triangular direito
Lobo direito
Colo da vesíscula biliar
Corpo da vesíscula biliar
Fundo da vesíscula biliar
Ligamento coronário anterior
Área nua
VCI
Lobo quadrado
Hilo hepático
Lobo esquerdo
Ligamento triangular esquerdo
Ligamento 
falciforme
Lobo 
caudado
Figura 255 – Ligamentos do fígado
Fonte: Drake, Vogl e Mitchell (2010, p. 1392).
262
Unidade III
A face visceral é desigualmente côncava pela vista de impressões viscerais, conforme ilustra a figura 
a seguir. Ela é subdividida em quatro lobos: o lobo direito, lobo esquerdo, lobo quadrado e o lobo 
caudado pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto formam um H, chamado de 
hilo do fígado. Entre o lobo quadrado e o lobo direito do fígado há uma depressão, chamada de fossa da 
vesícula biliar, que aloja a vesícula biliar.
Veia cava inferior
Lobo direito do fígado
Vesícula biliar
Lobo hepático quadrado
Lobo esquerdo do fígado
Lobo hepático caudado
Figura 256 – Vista visceral do fígado
Pelo pedículo hepático adentram ou saem estruturas anatômicas vasculares, como, por exemplo, 
a veia porta, a artéria própria do fígado e os vasos linfáticos; estruturas anatômicas nervosas, como o 
plexo nervoso do fígado e os ductos hepáticos.
Lobo quadrado
Lobo hepático esquerdo
Pedículo hepático
Lobo caudado
Veia cava inferior
Lobo hepático direito
Colo da vesícula biliar
Corpo da vesícula biliar
Fundo da vesícula biliar
Figura 257 – Pedículo hepático
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 221).
 Observação
Entre a lobo caudado e o lobo direito do fígado há um sulco que aloja 
a veia cava inferior. De tal forma, se recomenda que a aferição da pressão 
arterial em gestantes, especialmente no último trimestre, seja realizada em 
decúbito lateral esquerdo.
263
ANATOMIA
As principais relações anatômicas do fígado são:
• Face visceral do fígado em contato com diversos órgãos:
— Lobo esquerdo do fígado: parte abdominal do esôfago, estômago e omento menor.
— Lobo quadrado: parte superior do duodeno.
— Lobo direito do fígado: rim direito e a flexura do colo direita.
• Relações peritoneais com o omento menor por meio dos:
— Ligamentos: hapatoduodenal e o ligamento hepatogástrico.
As principais funções do fígado são:
• Secreção da bile que ajuda na digestão e absorção dos lipídios; por conseguinte, a bile quebra 
moléculas de gordura.
• Produção de proteínas.
• Metabolismo intermediário dos carboidratos, lipídios e proteínas.
• Desintoxicação de fármacos e hormônios, por exemplo.
• Armazenagem de micronutrientes como ferro, cobre e vitaminas.
• Ativação da vitamina D.
• Hematocitopoiese em fetos.
Vesícula biliar
O papel digestivo do fígado é produzir a bile que atuará no duodeno. Entretanto, a bile é armazenada 
na vesícula biliar, que a concentra por meio da absorção de água e sais minerais. A vesícula biliar secreta 
a bile quando os lipídios adentram no duodeno, pois os lipídios incentivam o duodeno a liberar a enzima 
colecistoquinina, a qual incita a contração da vesícula biliar.
A vesícula biliar possui aproximadamente 7 a 10 centímetros de comprimento. Sua relação com 
o duodeno é tão forte que a parte superior do duodeno comumente é marcada por bile no cadáver. 
Anatomicamente, a vesícula biliar é dividida em três partes: fundo, corpo e colo. Ela apresenta a capacidade 
para até 50 mililitros de bile.
264
Unidade III
Os ductos extra-hepáticos
Os ductos extra-hepáticos levam a bile do fígado para o duodeno. O ducto cístico, com 
aproximadamente 4 centímetros de comprimento, liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum, 
constituindo o ducto colédoco, com aproximadamente 5 a 15 centímetros, que transporta a bile 
para o duodeno.
O ducto colédoco encontra e se junta ao ducto pancreático principal para constituir a ampola 
hepatopancreática ou de Vater. A extremidade distal dessa ampola acende-se na parte descendente do 
duodeno por meio da papila maior do duodeno.
Ducto hepático comum
Ducto colédoco
Vesícula biliar
Ducto cístico
Figura 258 – Os ductos extra-hepáticos
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 222).
Vesícula biliar
Ducto hepático direito
Ducto hepático esquerdo
Ducto hepático comum
Ducto pancreático
Ducto cístico
Ducto colédoco
Parte descendente 
do duodeno
Figura 259 – Formação da ampola hepatopancreática
Fonte: Drake, Vogl e Mitchell (2010, p. 1412).
O pâncreas
O pâncreas produz por meio de uma secreção exócrina o suco pancreático que adentra no duodeno 
por meio dos ductos pancreáticos principal e acessório. Em média, o pâncreas forma diariamente 1200 a 
265
ANATOMIA
1500 mililitros deste suco. A secreção endócrina produz o glucagon e a insulina. Esses hormônios chegam 
à corrente sanguínea e atingem determinados tecidos-alvo. O comprimento do pâncreas varia de 12 a 
15 centímetros e o seu peso na mulher é de 15 gramas, já no homem é de 16 gramas. Anatomicamente, 
é dividido em três partes: cabeça, corpo e cauda.
Duodeno
Cabeça do 
pâncreas
Corpo do pâncreas Cauda do pâncreas
Figura 260 – Partes do pâncreas
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 216).
 Lembrete
O pâncreas é uma glândula mista, pois é exócrina e endócrina.
Os principais papéis do pâncreas são:
• Dissolver carboidrato por meio da enzima amilase pancreática.
• Dissolver proteínas por meio das enzimas tripsina,quimotripsina, carboxipeptidase e elastase.
• Dissolver triglicerídeos nos adultos por meio da enzima lipase pancreática.
• Dissolver ácidos nucleicos por meio das enzimas ribonuclease e desoxirribonuclease.
O baço
O baço, embora seja um órgão linfoide, é descrito com o sistema digestório por algumas razões:
• Se desenvolve no mesogástrico dorsal.
• Seu sangue venoso é drenado para a veia porta.
• É um órgão visceral abdominal, topograficamente relacionado com diversos órgãos digestórios.
266
Unidade III
Baço
Pâncreas
Figura 261 – Pâncreas e baço
O baço não é palpável pelo exame físico e está localizado na região do hipocôndrio esquerdo, entre 
o fundo do estômago e o diafragma, onde recebe a proteção das costelas falsas propriamente ditas 
(9º e 10º pares) e da costela flutuante (11º pares). Ele é macio, de consistência muito friável, altamente 
vascularizado e de uma coloração púrpura escura. O tamanho e peso do baço alteram muito, no adulto 
possui aproximadamente 12 centímetros de comprimento, 7 centímetros de largura e 3 centímetros de 
espessura. Pesa cerca de 150 gramas.
Peritônio
O peritônio é uma dupla membrana serosa e transparente (parietal e visceral). A cavidade peritoneal 
é um espaço virtual com espessura capilar, localizado entre as duas membranas do peritônio.
Ligamento coronário
Fígado
Omento menor
Estômago
Pâncreas (retroperitoneal)
Rim (retroperitoneal)
Duodeno
Mesocolo transverso
Colo transverso
Mesentério
Reto (retroperitoneal)Bexiga urinária (retroperitoneal)
Intestino delgado
Bolsa omental
Omento maior
Peritônio parietal
Cavidade peritoneal
Peritônio visceral
Figura 262 – Peritônio
Fonte: Vanputte et al. (2016, p. 245).
267
ANATOMIA
O peritônio contém grandes pregas que se entrelaçam entre as vísceras. As pregas ligam os órgãos 
uns aos outros e às paredes da cavidade abdominal. Também contêm vasos sanguíneos, vasos linfáticos 
e nervos que suprem os órgãos abdominais. Há várias pregas peritoneais. O omento maior, a maior 
prega peritoneal, reveste o colo transverso e as serpentinas do intestino delgado como um “avental 
de gordura. O omento maior é uma dupla camada que se dobra sobre si mesma, fornecendo um 
total de quatro camadas. Dos anexos ao longo do estômago e do duodeno, o omento maior se estende 
para baixo anteriormente ao intestino delgado, e então gira e se estende para cima e se insere ao 
colo transverso. O omento maior normalmente contém muito tecido adiposo. Seu conteúdo de tecido 
adiposo pode aumentar muito com o ganho de peso, contribuindo para a característica “barriga de 
cerveja” vista em alguns indivíduos com sobrepeso. Os diversos linfonodos do omento maior fornecem 
macrófagos e plasmócitos que produzem anticorpos que ajudam no combate e contenção das infecções 
do canal alimentar. Os mesos são pregas de peritônio que ligam o órgão à parede abdominal. Já os 
omentos são pregas de peritônio que ligam os órgãos a outros órgãos.
Pulmões
Coração
Diafragma
Lobo direito do fígado
Ligamento falciforme
Lobo esquerdo do fígado
Estômago
Omento maior
Figura 263 – Pregas de peritônio
Fonte: Tortora (2016, p. 814).
268
Unidade III
Omento menorOmento menor
Omento maiorOmento maior
Figura 264 – Pregas de peritônio
Fonte: Netter (2006, lâmina 94).
8 APARELHO LOCOMOTOR
8.1 Sinartroses e anfiartroses
Ao notar uma manobra de um esquiador estilo livre em uma montanha, ou um jogador driblando 
e deixando os defensores para trás, se está observando as articulações em ação. Os músculos puxam 
os ossos para movê-los, entretanto, o movimento não seria possível sem as articulações entre os ossos.
O local onde dois ou mais ossos se encontram, existindo ou não movimento entre eles, é chamado 
de articulações ou junturas.
Figura 265 – Esquiador
Disponível em: https://bit.ly/3h1Nspk. Acesso em: 15 jun. 2021.
269
ANATOMIA
Figura 266 – Drible no futebol
Disponível em: https://bit.ly/3xSjvit. Acesso em: 15 jun. 2021.
Ainda que sempre reflitamos sobre as articulações como móveis, esse nem sempre é o caso. Muitas 
possibilitam apenas movimentos limitados e outras não consentem nenhum tipo de movimento 
aparente. A estrutura de uma determinada articulação está diretamente relacionada com o seu grau 
de movimento.
As articulações móveis são locais do corpo onde os ossos se movimentam em contato próximo um 
com o outro. Ao trabalhar com máquinas, compreendemos que as peças que fazem contato entre si 
demandam maior conservação. Contudo, em nossos corpos, damos pouca importância às articulações 
móveis até que patologias ou danos tornem a mobilidade muito precária. Se a mobilidade for limitada, 
mesmo em uma articulação altamente móvel, a qualquer instante uma articulação móvel pode ser 
transformada em uma articulação imóvel.
Os três tipos principais de articulações podem ser subdivididos em sinartroses, anfiartroses e 
diartroses. As partes ósseas das sinartroses são conectadas por um tecido de preenchimento. Nas 
sinartroses encontram-se as articulações fibrosas, cuja conexão óssea é constituída por tecido 
conjuntivo. Já nas anfiartroses encontram-se as articulações cartilagíneas, cuja conexão óssea é 
composta por cartilagem. As diartroses se caracterizam pela presença de uma cavidade articular 
entre os ossos articulados, preenchida por líquido sinovial ou sinóvia. As articulações fibrosas e 
cartilagíneas são estabelecidas pela continuidade dos ossos articulantes por meio do tecido interposto. 
As articulações sinoviais se fazem por contiguidade.
8.2 Articulações fibrosas
Nas articulações fibrosas os ossos são conectados entre si por fibras de tecido conjuntivo, e desse 
modo é possível muito pouco movimento. Consideram-se os seguintes tipos de articulações fibrosas: 
suturas, sindesmoses, gonfoses e esquindileses.
270
Unidade III
8.2.1 Suturas
Nas suturas existe um pequeno afastamento entre os ossos e, consequentemente, uma pequena 
quantidade de tecido conjuntivo interposto. As suturas da calota craniana são exemplos desse tipo 
de articulação.
A morfologia dessas suturas difere entre si, são elas: sutura serrátil, sutura escamosa e sutura plana.
Sutura 
sagital
Figura 267 – Vista superior do crânio
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 96).
Sutura 
escamosa
Figura 268 – Vista lateral do crânio
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 96).
271
ANATOMIA
Sutura palatina 
mediana
Figura 269 – Palato duro (vista inferior)
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 96).
Na sutura serrátil as margens apresentam dentículos que se engrenam de forma simples inicialmente, 
mas posteriormente pode apresentar a extremidade mais dilatada que a base, o que impede o 
afastamento dos ossos. A sutura escamosa apresenta as margens ósseas cortadas em bisel, às 
custas das faces opostas dos ossos. Já na sutura plana as margens ósseas são planas e lisas.
8.2.2 Sindesmoses
Essas articulações fibrosas ocorrem quando o afastamento entre os ossos é grande e há 
consequentemente grande quantidade de tecido conjuntivo interposto. Os dois ossos vizinhos são 
conectados por fibras colágenas de tecido conjuntivo, como, por exemplo, a membrana interóssea do 
antebraço, entre os ossos rádio e ulna; ou a sindesmose tibiofibular, conforme ilustram as figuras a 
seguir; a membrana interóssea da perna, entre os ossos: tíbia e fíbula; ou por fibras elásticas de tecido 
conjuntivo, como, por exemplo, nos ligamentos amarelos entre os arcos de vértebras vizinhas.
Membrana interóssea
 
Sindesmose 
tibiofibular
Figura 270 – Sindesmoses
272
Unidade III
8.2.3 Gonfoses
Nas gonfoses temos a união das raízes de um dente com as paredes dos alvéolos dentários. As fibras 
colágenas de tecido conjuntivo conectam o periósteo do osso alveolar ao periodonto.
Articulação Articulação 
dentoalveolar dentoalveolar 
(gonfose)(gonfose)
Figura 271 – Corte vestibulolingual do primeiro molar inferior e da mandíbula
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 97).
8.2.4 Esquindilese
As esquindileses ocorrem quando a margem óssea aguda é inserida em uma fenda, como,por 
exemplo, do corpo do esfenoide que se aloja em uma superfície em forma de fenda entre as asas 
do osso vômer.
Esquindilese Esquindilese 
esfenovomeralesfenovomeral
Figura 272 – Vista inferior do crânio
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 96).
273
ANATOMIA
Nas articulações fibrosas, o movimento entre os ossos é reduzido. Elas podem ser classificadas em: 
suturas, sindesmoses, gonfoses e esquindileses.
8.3 Articulações cartilagíneas
As articulações cartilagíneas conectam dois ossos por meio de cartilagem hialina ou fibrosa. Podem 
ser divididas em dois tipos: primária e secundária. Uma articulação primária, como acontece nas 
sincondroses, é aquela na qual os ossos são unidos por uma lâmina ou barra de cartilagem hialina. Desse 
modo, a união entre a epífise e a diáfise de um osso em crescimento, e a que ocorre entre a costela I e 
o manúbrio do esterno são exemplos de tal articulação.
Na região da base do crânio, localiza-se a sincondrose esfenoccipital, conforme ilustra a figura a 
seguir. Nela nenhum movimento é possível. Uma articulação cartilagínea secundária é aquela na qual 
os ossos são unidos por uma lâmina de fibrocartilagem e as faces articulares dos ossos são cobertas 
por uma fina lâmina de cartilagem hialina. Esse tipo encontra-se na sínfise púbica, entre os ossos do 
quadril, e nos discos intervertebrais, entre os corpos das vértebras. Nela uma pequena quantidade de 
movimento é possível.
Sutura 
incisiva
Sincondrose 
esfenocciptal
Figura 273 – Vista inferior de um crânio infantil
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 98).
274
Unidade III
Sínfise púbica 
(a cartilagem foi removida)
Figura 274 – Vista anterior da pelve óssea
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 98).
Sínfise 
intervertebral
Figura 275 – Corte sagital paramediano da cabeça e do pescoço (vista medial)
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 98).
275
ANATOMIA
Algumas articulações cartilagíneas possibilitam pequenos movimentos entre os ossos. Elas são 
classificadas em dois tipos: sincondroses e sínfises.
8.4 Diartroses
As articulações sinoviais, ou também chamadas de diartroses, têm grande mobilidade e possuem 
diversas estruturas anatômicas essenciais. Nelas as terminações ósseas articulares são recobertas por 
cartilagem hialina, de maneira a compor uma superfície lisa, o que leva a uma diminuição máxima do 
atrito, chamadas de superfícies articulares.
Suas superfícies articulares podem ser convexas, ou seja, esse formato de corpo articular é chamado 
de cabeça articular; ou côncavas, nesse caso, diz um acetábulo. O acetábulo pode estar elevado em 
tamanho em virtude de uma protuberância de suas margens, por meio do lábio glenoidal, como, por 
exemplo, as articulações do ombro e do quadril. A incongruência de algumas superfícies articulares é 
contrabalançada por discos ou meniscos.
 Lembrete
A cartilagem articular, formada por tecido conjuntivo, consiste em 
uma camada protetora de 1 a 5 milímetros de espessura desse material 
que reveste as extremidades dos ossos, que se articulam nas articulações 
sinoviais. Durante o crescimento normal, a cartilagem articular em uma 
articulação sinovial, como o joelho, aumenta em volume conforme a 
criança vai ficando mais alta.
A segunda estrutura anatômica que encontraremos nas articulações sinoviais é a cápsula articular. 
Ela forma um folheto de tecido conjuntivo em torno da articulação, isolando-a de modo hermético. 
A cápsula articular encontra-se presa aos dois ossos articulares, em geral, na margem das superfícies 
articulares recobertas por cartilagem.
Ela é formada por uma camada interna e outra externa. A camada interna de uma cápsula interna é 
a terceira característica anatômica, que define a articulação sinovial, pois é formada de uma membrana 
sinovial que produz e aprisiona o líquido sinovial dentro da cavidade articular. A membrana sinovial 
é altamente vascularizada e transporta muitas das trocas fisiológicas necessárias para manter as 
superfícies articulares em funcionamento.
Assim, a quarta estrutura anatômica que encontraremos nas articulações sinoviais é a cavidade 
articular. Ela, na realidade, não existe como uma cavidade, uma vez que entre as duas partes articuladas 
há apenas uma fenda capilar em razão da pressão negativa existente ou da tração dos músculos que 
passam sobre a articulação.
276
Unidade III
A quinta estrutura anatômica que compõe as articulações sinoviais é o líquido sinovial ou sinóvia. 
Ele é um líquido viscoso, claro ou amarelo-claro, assim chamado por sua semelhança em aspecto e 
consistência com a clara do ovo. Como visto anteriormente, o líquido sinovial é secretado por células 
sinoviais na membrana sinovial e líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. O líquido sinovial tem 
três papéis principais:
• Fornecer lubrificação: a fina camada de líquido sinovial que reveste a face interna da cápsula 
articular e as faces expostas das cartilagens articulares oferece lubrificação e diminui o atrito. 
Isso é alcançado pelo ácido hialurônico e pela lubricina do líquido sinovial, que diminuem o 
atrito entre as superfícies das cartilagens articulares em uma articulação sinovial até cerca de um 
quinto daquele visto entre dois pedaços de gelo.
• Nutrir os condrócitos: a quantidade total de líquido sinovial em uma articulação é normalmente 
inferior a 3 mililitros, mesmo em uma articulação grande como, por exemplo, a do joelho. Esse 
volume relativamente pequeno de líquido deve circular para oferecer nutrientes e uma via de 
rejeite de resíduos para os condrócitos das cartilagens articulares. A circulação do líquido sinovial 
é estimulada pelo movimento articular, que também traz ciclos de compressão e expansão 
nas cartilagens articulares contrárias. À compressão, o líquido sinovial é forçado para fora 
das cartilagens articulares; à reexpansão, o líquido sinovial é trazido de volta para as mesmas 
cartilagens. Esse fluxo de líquido sinovial para fora e para dentro das cartilagens articulares provê 
nutrição para seus condrócitos.
• Agir como amortecedor de impactos: o líquido sinovial amortece os impactos nas articulações 
sujeitas à compressão. Por exemplo, as articulações de quadril, joelho e tornozelo são contidas 
durante a deambulação e intensamente contidas durante a deambulação acelerada ou a corrida. 
Quando a pressão eleva abruptamente, o líquido sinovial concentra o impacto e o dissemina de 
maneira invariável sobre as faces articulares.
 Lembrete
O líquido sinovial também contém células fagocíticas que retiram 
micróbios e resíduos resultantes do uso e desgaste da articulação.
Quando uma articulação sinovial fica imobilizada por algum período, o líquido se torna bastante 
viscoso, como um gel, contudo, conforme o movimento articular se intensifica, o líquido se torna 
menos viscoso. Uma das benfeitorias do aquecimento antes da prática de exercícios é a estimulação da 
produção e secreção de líquido sinovial; mais líquido quer dizer menos estresse nas articulações durante 
a prática de exercícios.
277
ANATOMIA
Figura 276 – Aquecimento antes de uma partida de futebol
Disponível em: https://bit.ly/2SmdFXm. Acesso em: 15 jun. 2021.
 Saiba mais
Obtenha informações relevantes sobre o aquecimento, habitualmente 
praticado antes de uma atividade esportiva e eficaz para a prevenção de 
lesões e melhorias no desempenho esportivo, lendo:
SANTIAGO, E. L. et al. Efeitos de diferentes formas de aquecimento no 
desempenho da avaliação de força. Revista Brasileira de Prescrição e 
Fisiologia do Exercício, São Luís, v. 10, n. 58, p. 273-281, 2016. Disponível 
em: https://bit.ly/2T4igha. Acesso em: 30 abr. 2018.
As articulações sinoviais podem apresentar uma diversidade de estruturas anatômicas acessórias, 
como, por exemplo, o disco de fibrocartilagem e os corpos adiposos, os ligamentos, os tendões, as bolsas 
sinoviais e as bainhas tendíneas sinoviais. Elas são as mais numerosas no organismo e apresentam a 
superfície articular, a cápsula articular, a cavidade articular, a membrana sinovial, olíquido sinovial, os 
ligamentos, os meniscos e os discos articulares.
Os ligamentos conectam os ossos uns aos outros. Todas as articulações sinoviais são reforçadas por 
ligamentos de tecido conectivo elástico, mas não muitos.
278
Unidade III
Cápsula 
articular
 
Ligamento 
extracapsular
Cartilagem 
articular
Ligamento 
intracapsular
Menisco
Figura 277 – Articulações sinoviais
Cápsula 
articular
Faces 
articulares
Cavidade 
articular
Figura 278 – Articulações sinoviais
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 99).
Nas articulações complexas, como, por exemplo, a do joelho, estruturas anatômicas acessórias 
podem localizar-se entre as faces articulares opostas e alterar as formas dessas faces, como os que são 
citados a seguir.
• Os meniscos e discos articulares são estruturas fibrocartilagíneas em forma de meia lua 
e localizadas no joelho. Os papéis dos meniscos e discos articulares não são totalmente 
entendidos, contudo as conhecidas incluem: (1) absorção de impacto; (2) melhor encaixe entre as 
superfícies ósseas da articulação; (3) oferecimento de superfícies amoldáveis para movimentos 
combinados; (4) distribuição de peso sobre uma superfície de contato maior e (5) propagação 
do líquido sinovial pelas faces articulares da articulação.
279
ANATOMIA
• Os corpos adiposos, geralmente, estão localizados próximo à periferia da articulação, delicadamente 
revestidos pela membrana sinovial. Os coxins de corpos adiposos oferecem proteção para as 
cartilagens articulares e servem como material de arranjo para a articulação como um todo. 
Eles ocupam os espaços produzidos quando os ossos se movimentam e a cavidade articular 
altera de formato.
• A cápsula articular que circunda toda a articulação é contínua com o periósteo dos ossos que 
se articulam. Os ligamentos são estruturas anatômicas acessórias que amparam, fortalecem 
e reforçam as articulações sinoviais. Os ligamentos intrínsecos, ou ligamentos capsulares, são 
adensamentos da própria cápsula articular. Os ligamentos extrínsecos são separados da cápsula 
articular. Esses ligamentos podem ser encontrados externa ou internamente à cápsula articular e 
são chamados ligamentos extracapsulares e intracapsulares, respectivamente.
• Os tendões, ainda que caracteristicamente não componham parte da articulação como uma 
estrutura anatômica essencial ou acessória, geralmente atravessam a articulação ou em sua 
proximidade. A tonicidade muscular normal mantém os tendões tensos e a tensão pode restringir 
a amplitude de movimento. Em algumas articulações, os tendões são partes complementares da 
cápsula articular e oferecem resistência significativa à cápsula.
• As bolsas sinoviais são pequenas estruturas anatômicas preenchidas por líquido sinovial no tecido 
conectivo. São recobertas pela membrana sinovial e podem comunicar-se ou não com a cavidade 
articular. Elas constituem-se onde o tendão ou os ligamentos entram em atrito contra outros 
tecidos. Seu papel é diminuir o atrito e atuar como amortecedor de choque. Elas são localizadas 
ao redor da maioria das articulações sinoviais, como, por exemplo, a do ombro.
• As bainhas tendíneas sinoviais são bolsas tubulares que rodeiam os tendões onde eles atravessam 
as superfícies ósseas. Elas também podem surgir embaixo da pele que recobre um osso ou no 
interior de outros tecidos conectivos sujeitados à atrito ou pressão. As bolsas que se desenvolvem 
em situação anormal ou devido a pressões anormais são chamadas de bolsas adventícias.
Disco articular
Figura 279 – Articulações sinoviais
Fonte: Alves e Cândido (2016, p. 101).
280
Unidade III
As crianças que realizam atividades esportivas vigorosas acumulam cartilagem articular de forma 
mais rápida que as que não realizam as mesmas atividades. Já os meninos tendem adquirir cartilagem 
articular no joelho mais rapidamente que as meninas.
 Observação
As inflamações dos tendões são chamadas de tendinites. A inflamação 
da bolsa sinovial é chamada de bursite. Na presença de cargas elevadas, pode 
acontecer uma inflamação da bainha tendínea, chamada de tendovaginite.
 Saiba mais
Com relação ao tema das lesões esportivas, leia:
ALMEIDA NETO, A. F.; TONIN, J. P.; NAVEGA, M. T. Caracterização de 
lesões desportivas no basquetebol. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, 
v. 26, n. 2, p. 361-368, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3jg6s6q. 
Acesso em: 30 abr. 2019.
BALDON, R. M. et al. Diferenças biomecânicas entre os gêneros e sua 
importância nas lesões do joelho. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, 
v. 24, n. 1, p. 157-166, 2011. Disponível em: https://bit.ly/2SpJLS2. Acesso 
em: 30 abr. 2019.
CARVALHO, B. T. S. et al. Lesões esportivas em atletas de basquete 
masculino veterano de Maringá. Revista Uningá, Maringá, n. 26, p. 21-32, 
2010. Disponível em: https://bit.ly/3qpbf73. Acesso em: 30 abr. 2019.
CRUZ, R. S. et al. Compreendendo as lesões das raízes posteriores dos 
meniscos: da ciência básica ao tratamento. Revista Brasileira de Ortopedia, 
São Paulo, v. 52, n. 4, p. 463-472, 2017. Disponível em: https://bit.ly/2T9RHXX. 
Acesso em: 30 abr. 2019.
8.5 Generalidades dos músculos
A miologia é o estudo dos músculos, que quimicamente consistem em água e sólidos. Tais sólidos são 
as proteínas, os carboidratos, os sais inorgânicos, abrangendo o cloreto de cálcio, o ferro, o magnésio, o 
fósforo, o potássio e o sódio; além das enzimas, dos glóbulos de gordura, dos extrativos nitrogenados, 
como o ácido úrico e a creatina; e os extrativos não nitrogenados, como o ácido láctico e o glicogênio. 
Sem os músculos nós, seres humanos, seríamos pouco mais do que bonecos de lojas de shopping, 
impossibilitados de deambular, articular as palavras, piscar os olhos ou até mesmo segurar uma bola de 
281
ANATOMIA
futebol. Todavia, nenhuma dessas inconveniências nos importunaria, porque também permaneceríamos 
inábeis de respirar. Uma das principais qualidades dos seres humanos é a nossa competência de se mover. 
Porém, também utilizamos os músculos esqueléticos quando não estamos em movimento. Os músculos 
chamados posturais estão constantemente se contraindo para nos manter nas posturas sentado ou em 
pé. Os músculos chamados respiratórios estão constantemente trabalhando para nos manter respirando, 
mesmo durante o sono. A nossa comunicação depende dos músculos esqueléticos, seja para escrever, 
digitar ou conversar. Mesmo a comunicação silenciosa, utilizando sinais manuais ou expressões faciais, 
carece do trabalho dos músculos esqueléticos.
A quantidade de músculos em nosso corpo depende de uma série de fatores e nem todos os indivíduos 
apresentam exatamente a mesma quantidade. Alguns podem surgir em um lado do corpo, entretanto, 
não no lado oposto, como, por exemplo, o músculo psoas menor. Outros estão totalmente ausentes em 
certos indivíduos, como o músculo palmar longo. Essas características, como visto anteriormente, são 
chamadas variações anatômicas. Assim, em conjunto, encontraremos aproximadamente 700 músculos 
no corpo humano, sendo eles controlados voluntariamente com variações de tamanho e formato.
Manter bons estoques de glicogênio muscular é essencial para o desempenho esportivo e a 
recuperação muscular pós-treino. A fim de ter um melhor desempenho diversos atletas e desportistas 
estão buscando a utilização dos recursos ergogênicos, tratamentos ou substâncias usadas para 
melhorar a performance. Elas são classificadas em diferentes tipos sendo recursos mecânicos, fisiológicos, 
farmacológicos, psicológicos ou nutricionais. Dentre os diversos recursos está a creatina.
 Saiba mais
Leia mais sobre o uso dos recursos ergogênicos em:
OLIVEIRA, L. M. et al. Efeitos da suplementação de creatina sobre a 
composição corporal de praticantes de exercícios físicos: uma revisão de 
literatura. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 11, n. 61, 
p. 10-15, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3xaeu4Z. Acesso em: 
13 mar. 2019.
8.5.1 Tipos de músculos
Quando a contração de um músculo resulta de uma ação

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