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Princípios da cirurgia oncológica Cirurgia é o mais antigo tratamento para o câncer, e até recentemente era o único com possibilidade de cura. Primeiro registro de discussão de tratamento cirúrgico para tumor – Papiro egípcio Era moderna do tratamento cirúrgico eletivo para tumores viscerais • Ressecção de tumor de ovário por Ephraim McDowell (EEUU) Aumento no número de procedimentos Introdução da anestesia – Wiliam Morton & Crawford Long Introdução dos princípios da antissepsia – Joseph Lister Momentos marcantes: Primeiras gastrectomia, laringectomia e esofagectomia (Albert Theodore Billroth) Ressecção do câncer de reto (Richerd von Volkmann) Tireoidectomia (Theodore Kocher) Primeira mastectomia radical (William Stewart Halstead) Primeira prostatectomia radical (Hugh Young) Primeira histerectomia radical (Ernest Wertheim) Momentos marcantes: Primeira amputação abdomino-perineal de reto (W Ernest Miles) Cordotomia para o tratamento da dor (E Martin) Desenvolvimento da cirurgia para tumores cerebrais (Harvey Cushing) Primeira pneumonectomia (Evarts Graham) Primeira pancreatoduodenectomia com sucesso (A O Whipple) Organização da NSABP para condução de ensaios randomizados (Bernard Fisher) • Melhor compreensão da história natural da doença – ressecção com sucesso para um maior número de pacientes. • Melhoras na RTx e QTx – melhor controle de doença sistêmica, permitindo reavaliar a magnitude do tratamento cirúrgico necessário. O PAPEL ATUAL DA CIRURGIA ONCOLÓGICA: • Prevenção • Diagnóstico • Tratamento • Paliação • Reabilitação O tratamento cirúrgico para o câncer tem mudado ao longo das últimas décadas: Quando esses cânceres tem probabilidade de envolver órgãos não vitais, é necessário remover o órgão potencialmente envolvido. Algumas condições congênitas ou traços genéticos, estão associadas a incidência extremamente alta de câncer subsequente. Todo oncologista deve estar ciente das situações de alto risco, que requerem cirurgia para prevenir doença maligna subsequente. Condição Subjacente Câncer Associado Cirurgia Profilática Criptorquidismo Testicular Orquidopexia Polipose colônica Cólon Colectomia Câncer de cólon familiar Cólon Colectomia Retocolite ulcerativa Cólon Colectomia NEM tipos 2 e 3 Medular de tireóide Tireoidectomia Câncer de mama familiar Mama Mastectomia Câncer de ovário familiar Ovário Ooforectomia O maior papel da cirurgia no diagnóstico do câncer, repousa na aquisição de tecido para o correto diagnóstico histológico. AS TÉCNICAS DISPONÍVEIS INCLUEM: Envolve a aspiração de células através de uma agulha inserida no tecido suspeito. 01 02 Um fragmento de tecido é obtido a partir de uma agulha especialmente desenhada e introduzida no tecido suspeito. 04 Refere-se à ressecção de todo o tecido tumoral suspeito, com pouca ou nenhuma margem de segurança. Refere-se à ressecção de uma cunha de tecido de uma massa tumoral, que frequentemente requer um procedimento maior para a ressecção. 03 PRINCÍPIOS NA REALIZAÇÃO DE TODAS AS BIÓPSIAS: 01 02 Cicatrizes e pontos de punção devem ser posicionados no trajeto de eventuais incisões para ressecção da lesão principal. Em extremidades, as incisões devem ser longitudinais, para facilitar o fechamento após excisões subsequentes. Deve-se ter cuidado para não contaminar novos planos teciduais, durante o procedimento de biópsia, com atenção especial à hemostasia e ao instrumental. *Deve-se obter amostra tecidual suficiente para permitir o diagnóstico pelo patologista. PRINCÍPIOS NA REALIZAÇÃO DE TODAS AS BIÓPSIAS: 04 03 Quando o conhecimento da orientação espacial da lesão é importante para o tratamento subsequente, deve-se marcar áreas distintas do tumor, de forma a permitir a correta localização pelo patologista. Colocação de clipes radiopacos durante biópsias ou procedimentos de estadiamento é algumas vezes importante para delimitar áreas de um tumor conhecido, de forma a guiar a oferta subsequente de radioterapia nessas áreas. Cirurgia pode ser um método simples e seguro para curar pacientes com tumores sólidos, quando o tumor está confinado ao sítio anatômico de origem. A extensão da ressecção cirúrgica para incluir áreas de disseminação regional pode curar alguns pacientes. Contudo, a disseminação regional, frequentemente é um indicativo de doença micrometastática indetectável. O papel da cirurgia no tratamento dos pacientes com câncer pode ser dividido em 6 áreas: - Tratamento cirúrgico definitivo para o câncer primário. - Cirurgia para reduzir o volume de doença (citorredução). - Ressecção cirúrgica de doença metastática com intenção curativa. - Cirurgia para o tratamento de emergências oncológicas. - Cirurgia para paliação. - Cirurgia para reconstrução e reabilitação. Tratamento cirúrgico definitivo para o câncer primário: * Avaliação da ressecabilidade * Avaliação da condição clínica do paciente Avaliação da ressecabilidade Realizada por exames de imagem Objetivo – Ressecção R0 R0 – margens macroscópicas e microscópicas livres R1 – margens macroscópicas livres e microscópicas comprometidas R2 – margens macroscópicas comprometidas • Avaliação do risco cirúrgico – ASA e escalas de risco cardiovascular Avaliação do status performance – ECOG/PS ou KPS KPS ECOG / PS 100% Sem sinais ou queixas. Sem evidência de doença. 0 Completamente ativo; capaz de realizar todas suas atividades sem restrição. 90% Mínimos sinais ou sintomas. Capaz de realizar atividades com esforço. 80% Sinais e sintomas maiores. Realiza suas atividades com esforço. 1 Restrição a atividades físicas rigorosas; é capaz de trabalhos leves e de natureza sedentária. 70% Cuida de si mesmo. Não é capaz de trabalhar. 60% Necessita de assistência ocasional. 2 Capaz de realizar todos os auto-cuidados, mas incapaz de realizar qualquer atividade de trabalho. Em pé 50% do tempo. 50% Necessita de assistência considerável e cuidados médicos frequentes. 40% Necessita de cuidados médicos especiais. 3 Capaz de realizar somente auto-cuidados limitados, confinado ao leito ou cadeira >50% do tempo. 30% Extremamente incapacitado, necessita de hospitalização, mas sem iminência de morte. 20% Muito doente, necessita de suporte. 4 Completamente incapaz de realizar auto-cuidados básicos, totalmente confinado ao leito ou cadeira. 10% Moribundo, morte iminente. 0% Morte. CIRURGIA PARA REDUÇÃO DO VOLUME DE DOENÇA – CITORREDUÇÃO Em algumas circunstâncias, disseminação local grosseira do câncer impede a remoção de toda a doença por meio de cirurgia. Ressecção cirúrgica parcial da doença volumosa, no tratamento de alguns cânceres selecionados (ex.: câncer de ovário), aumenta a chance de controle da doença residual, por meio de outras modalidades de tratamento. Exceto em raras situações de paliação, não existe papel para cirurgia citorredutora em pacientes para os quais existem outras poucas terapias efetivas. RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE DOENÇA METASTÁTICA COM INTENÇÃO CURATIVA A princípio, pacientes com lesões metastáticas em sítio único, e que podem ser ressecada sem maior morbidade, podem ser submetidos à ressecção das mesmas. Essa abordagem é especialmente apropriada a neoplasias que não respondem ao tratamento sistêmico (ex.: sarcomas). À medida que a QTx sistêmica evoluiu, alguns tipos de carcinoma também passaram a exibir benefício da ressecção de lesões metastáticas restritas (ex.: câncer colorretal). CIRURGIA PARA EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS / PALIAÇÃO Como em todos os pacientes, emergências requerendo intervenção cirúrgica surgem também nos pacientes oncológicos. Problemas mais comuns: Controle de sangramento Controle de vísceras perfuradas Drenagem de abscessos Procedimentos de derivação ou bypass para obstrução Controle álgico com bloqueio de plexo Técnicas cirúrgicas vêm sendo refinadas para ajudar na reconstrução e reabilitação dos pacientes com câncer, após terapia definitivaA habilidade na reconstrução dos defeitos anatômicos pode melhorar substancialmente a função e a aparência cosmética CIRURGIA PARA RECONSTRUÇÃO E REABILITAÇÃO
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