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Glicólise Visão Geral: · A glicose é o principal substrato oxidável para a maioria dos organismos · Fonte de energia universal · Ocorre no citosol · Glicose: único substrato para hemácias e cérebro a curto prazo · A fosforilação da glicose não garante o destino da molécula para a glicólise · Possíveis caminhos para quais a glicose pode ser destinada: · Apesar da via glicolítica ser uma via catabólica, requer energia · Em relação às reações da via glicolítica: 1ª Reação: Formação da Glicólise-6-Fosfato · Glicose é ativada para as reações subsequentes · Importância do ATP: doador de grupo fosfato; · Reação exergônica · G-6-P: incapaz de atravessar a membrana devido a sua carga negativa, o que garante a permanência na célula · Mg 2+ como cofator · Enzima: hexocinase · Exocinase: · Faz parte do grupo das cinases · Transferem um grupo fosfato para um composto aceptor · 4 isoformas (I-IV) da hexocinase · Atuam sobre diversas hexoses · Hexocinases I a III: maior parte dos tecidos · Hexocinase IV/ glicocinase: fígado e pâncreas 2ª Reação: Formação da Frutose-6-Fosfato · G-6-F sofre Isomerização, formando F-6-F · Reversível · Sem gasto de energia · Enzima: fosfoglicoisomerase · Mg 2+ como cofator 3ª Reação: Formação da Frutose-1,6-Bifosfato · Ponto de controle mais importante · Passo limitante da velocidade da glicólise · Primeira reação comprometida com a via · Gasto de energia · Reação irreversível · Mg 2+ como cofator · Enzima: fosfofrutocinase-1 4ª reação: Formação da Diidroxiacetona-Fosfato e Gliceraldeído-3-Fosfato · Apenas o gliceraldeído 3-fosfato prossegue na glicólise · Conversão da di-hidroxiacetona-fosfato em gliceraldeído-3-fosfato, formando portanto 2 unidades desta última (por isso, a partir desse ponto todos os produtos serão duplicados) · Reação reversível · Enzima: aldolase 5ª REAÇÃO: Formação da Gliceraldeído-3-Fosfato · Isomerização · Conversão da di-hidroxiacetona-fosfato em gliceraldeído-3-fosfato · Enzima: triose-fosfato-isomerase · Reação reversível FIM DA Etapa I: · 5 reações · Gasto de 2 ATPs · Fase preparatória/ de investimento de energia · Até esse momento, não houve nenhuma reação oxidativa 6ª reação: Formação do 1,3-Bisfosfoglicerato · Gliceraldeído 3-fosfato + Fosfato Inorgânico 1,3-Bisfosfoglicerato · Primeira reação de Fosforilação oxidativa (transferência de elétrons) · O Fosfato inorgânico promove a transferência de elétrons para NAD+, causando a redução deste para NADH · Enzima: gliceraldeído3-fosfato-desidrogenase (é uma oxidoredutase) · Esse composto formado é um Anidrido carboxílico-fosfórico, que é rico em energia 7ª reação: Formação do 3-Fosfoglicerato · Fosforilação a nível de substrato: Transferência enzimática de um grupo fosfato, retirado de um intermediário metabólico, para o ADP · Difere da fosforilação oxidativa, que envolve o funcionamento de Cadeias de Transporte de Elétrons · Enzima: fosfogliceratocinase · Mg 2+ como cofator · Geração de 2 ATP 8ª reação: Formação do 2-Fosfoglicerato: · Deslocamento do grupo éster fosfato do carbono 3 para o carbono 2 · Reação reversível · Não há gasto de ATP · Enzima: fosfoglicerato-mutase · Mg 2+ como cofator 9ª reação: Formação do Fosfoenolpiruvato · A formação desse composto rico em energia possibilita a síntese de ATP na reação subsequente · Reação de desidratação · Reação reversível, apesar do produtor ter alta energia · Enzima: enolase · Mg 2+ como cofator 10ª reação: Formação do Piruvato e ATP · Ponto regulatório · Fosforilação a nível de irreversível substrato (porque o Fosfoenolpiruvato é o doador do grupamento para o ADP, formando o ATP) · Enzima: piruvato cinase · Mg 2+ ou K+ como cofator · Reação irreversível · Posteriormente à formação do Piruvato, ele estará em sua forma enólica e sofre uma tautomerização, transformando-se em sua forma cetônica (Forma predominante em pH 7) SALDO GERAL: · Fase preparatória: gasto de 2 ATP · Fase de pagamento: produção de 4 ATP e 2 Pituvatos · Saldo positivo de 2 ATP e 2 Piruvatos, além de 2 NADH destino das moléculas de piruvato: · Varia de acordo com a disponibilidade de oxigênio na célula Glicólise: · Ocorre toda no citoplasma, mas na presença de oxigênio, o piruvato precisa entrar na mitocôndria para que lá ocorra o ciclo de Krebs e a cadeia transportadora de elétrons na fosforilação oxidativa · Então, existe um carreador específico do piruvato chamado carregador mitocondrial de piruvato · O piruvato atravessa a membrana mitocondrial interna e lá sofrerá uma reação de descarboxilação oxidativa pelo complexo da piruvato-desidrogenase, que dá origem a molécula de Acetil-coA · Esse complexo da piruvato desidrogenase é formado por 3 enzimas e 5 coenzimas: · Tiamina pirofosfato · Ácido lipoico · Coenzima A · FAD · NAD Reoxidação anaeróbica do NADH: · NADH é o composto que recebeu os elétrons e por isso precisa ser regenerado para que a glicólise ocorra novamente · Na ausência de oxigênio. ocorre no citosol · A membrana interna da mitocôndria é impermeável ao NADH, por isso há a necessidade de mecanismos específicos (lançadeiras de elétrons): · Malato-aspartato · Glicerol fosfato Malato-aspartato: · Tranfere o elétron do NADH de fora para dentro da mitocôndria · O NADH reduz oxaloacetato através da enzima malato desidrogenase (presente no citosol), ou seja, há a oxidação do NADH ao NAD+ · Malato é oxidado pela malato desidrogenase mitocondrial, voltando a ser oxaloacetato · Ou seja, houve a produção de NADH mitocondrial a partir de NADH citosólico, apesar de não haver permeabilidade da membrana interna ao NADH · Oxaloacetato é transformado em aspartato através da doação de um grupamento a partir do glutamato · O aspartato possui um carreador específico para ele, portanto consegue sair da mitocôndria e retornar ao citosol. Assim, pode ser transformado novamente em oxaloacetato, criando assim um ciclo Glicerol Fosfato: · A diidroxicetona-Fosfato é reduzida em Glicerol-3-Fosfato · Há a oxidação do NADH em NAD+ · Glicerol-3-Fosfato é o substrato para a enzima presente na membrana mitocondrial (Glicerol-3-Fosfato Desidrogenase) · Essa enzima consegue transforma-lo em diidroxicetona-Fosfato · Essa lançadeira transfere o elétrons do NADH para FADH2 · Os elétrons são entregues a coenzima Q Balanço da Glicólise Aeróbica: Fermentação láctica: · Reação reversível na ausência de oxigênio · Ocorre nas hemácias ou em músculos em contração (hipóxia) · O piruvato recebe os elétrons do NADH, reduzindo-se a lactato · Permite a síntese de energia na ausência de oxigênio OUTROS CARBOIDRATOS NA GLICÓLISE: · Dissacarídeos podem entrar na via glicolítica após quebra e conversão em derivados fosforilados REGULAÇÃO METABÓLICA: · Controle a longo prazo (horas ou dias). Ex: regulação da expressão gênica · Controle a curto prazo (segundos ou minutos). Ex: regulação alostérica; regulação por modificação covalente · Controle hormonal: atua em dois níveis principais (expressão gênica e atividade enzimática) REGULAÇÃO DA GLICÓLISE: Hexoquinase (I – III): · Baixo Km (constante de Michaelis, relacionada à cinética enzimática), que é a medida da afinidade da enzima pelo substrato · Tem alta afinidade p/ glicose · Glicoquinase é a 4ª isoforma, mas está presente só em 2 locais específicos (fígado e pâncreas) e é o oposto das outras: alto Km e baixa afinidade p/ glicose · Hexoquinase (I-III) é inibida pela Glicose-6-P, permitindo que o metabolismo posterior da glicose ocorra mesmo quando as concentrações estiverem baixas · Glicoquinase é inibida pela Frutose-6-P · A glicocinase tem propriedades cinéticas relacionadas ao seu pape no fígado: liberar glicose para o sangue quando a glicose sanguínea está baixa, além de captar e metabolizar a glicose quando ela estiver alta no sangue · Então basicamente a glicoquinase só fosforilará a glicose quando ela estiver farta no fígado · Por ter uma menor afinidade pela glicose, isso restringe a captação dessa molécula pelo fígado em glicemia baixa · Em glicemia alta, permite o armazenamento de glicogênio esíntese de ácidos graxos Fosfofrutocinase -1 / PFK-1: · Inibidores alostéricos: ATP (sinaliza energia suficiente) e Citrato (intermediário de Krebs, sinaliza suficiência) · Ativadores alostéricos: AMP (sinaliza baixa energia) e Frutose 2,6-bifosfato Frutose 2,6-bifosfato: · Não é um intermediário da glicólise, tendo função apenas regulatória · É sintetizada no excesso de frutose-6-P · Na maioria dos tecidos dos mamíferos, incluindo o fígado · Quando há uma grande quantidade de Frutose-6-P, há a formação da Frutose-2,6-BP pela enzima PFK2 · A Frutose-2,6-BP causa um aumento de afinidade da PFK1 pela Frutose-6-P, produzindo uma maior quantidade de Frutose 1,6- BP · Esse é um modo de acelerar a glicólise no momento em que há fartura de glicose PIRUVATO CINASE: · Inibidores: ATP e Glucagon (no fígado) · Ativadores: Frutose 1,6 bifosfato e Insulina (desfosforila a enzima e leva à sua ativação) · Piruvato Cinase no cérebro e músculo não é regulada e há regulação alostérica no fígado Complexo da piruvato desidrogenase: · Inibidores: ATP, acetil-CoA e NADH, além de uma alta relação ATP/ADP e NADH/NAD+ · Ativadores: ADP, CoA, NAD+ e Ca+2 Influência dos hormônios insulina e glucagon: · É extremamente importante não só na via glicolítica, mas em diversas outras vias · A insulina sinaliza de que há um estado alimentado e que existe a disponibilidade de substrato para que a via glicolítica ocorra · Já o glucagon é um hormônio secretado em períodos de jejum e sinaliza que não há substrato naquele momento e por isso a via glicolítica não poderá ocorrer Via glicolítica em patologias: · Efeito Warburg/ Câncer: · Descoberto em 1928 · Alta taxa de glicólise anaeróbia em tumores, mesmo quando oxigênio está disponível · Os transportadores de glicose e a maior parte das enzimas glicolíticas estão superexpressos em tumores · Mesmo quando há oxigênio, as células cancerosas fazem, na sua maior parte, a glicólise anaeróbia porque ela gera lactato que causa diminuição do pH · Essa diminuição do pH é favorável para a multiplicação das células cancerosas · Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico: · Há um coágulo que bloqueia o fluxo sanguíneo e de oxigênio numa área específica do cérebro · Ocorre aumento da glicólise anaeróbica (hiperglicólise) que causa o acúmulo de lactato · Esse acúmulo provoca maior dano cerebral e toxicidade
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