Avaliação semiologica em aves silvestres

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CM DE ANIMAIS SELVAGENS – Avaliação semiológica em aves silvestres
Importante identificar (taxonomia) e saber se é mantida em vida livre, cativeiro ou ambiente doméstico.
Diversidade de espécies: 
· passeriformes;
· galiformes; 
· psitacídeos (são os mais mantidos e cativeiro e ambiente doméstico); 
· aves de rapina; 
· granívoras; 
· frugivoras; 
· carnívoras (psiformes, aves de rapina); 
· onívoras.
· Avaliação indireta:
- Hábitos alimentares;
- Comportamentos sociais e reprodutivos;
- Período de atividade (diurno ou noturno);
- Peculiaridades próprias da espécie e/ou do indivíduo;
- Exigências de manejo e estrutura de recinto;
- Interação com o ambiente e estímulos diversos (outros animais, outras espécies, presença humana).
· Características de manejo:
Especificidade alimentar – uma ave frugívera que tem o habito de comer somente aquela determinada fruta/semente, na sua ausência por sazonalidade do fruto ou porque determinada região não se encontra a mesma, isso causa uma busca por esse fruto ou substituição por algo semelhante. 
Exigências de estrutura física de recinto – tem que atender a uma instrução normativa (legislação).
Abordagem e uso de equipamentos de contenção – de proteção de acordo com a forma de defesa dessa ave.
Fatores estressores – onde fica seu recinto, se há outros animais predadores próximos, invasão de animais sinantropicos, vento, chuva, umidade, etc.
· Comportamento:
Comportamento próprio da espécie; Formas de defesa e ataque – grau de periculosidade; Sensibilidade ao estresse; Estereotipias; Gregário ou solitário (grupo, solitário, em casal); Alterações comportamentais.
· Recintos:
Cativeiro doméstico, zoológico, criadouro comercial, criadouro cientifico, centros de triagem, reintrodução, pontos de fuga, riscos de fuga, substratos, enriquecimento ambiental e estrutura operacional e sanitária.
· Avaliação do ambiente:
A destruição do recinto pode ser causada pela própria ave pela sua interação com esse ambiente.
Gaiolas pintadas com tinta à base de chumbo em aves com comportamento de bicar tela de gaiola – intoxicação.
Substratos com textura áspera pode ocasionar pododermatites. 
Não é frequente que as fezes estejam acumuladas somente em um ponto, aves que se movimentam tendem a espalhar essas fezes, a frequência de defecação é grande. Indica gaiola pequena ou dificuldade de mobilidade, além de falta de higienização.
· Avaliação direta:
Região da cera é próxima da narina. Em algumas aves serve como diferenciação de sexo pois macho e fêmea podem ter coloração diferente dessa área.
O desvio do pico por excesso de crescimento faz com que a ave com consiga apreender o alimento ou quebrar semente. O mesmo quando esta fraturado.
Na base da língua se tem entrada da traqueia, assim como nos repteis. 
No palato tem abertura que faz com que o ar que entra pela cavidade oral se comunique com os seios nasais.
Região interescapular, peitoral e inguinal – tem mais elasticidade de pele, dá para ver melhor o grau de hidratação. Tem regiões do corpo onde a pele é mais aderida.
Penas quebradas ou sujas indicam que o animal não está empoleirando ou com poleiro baixo, encostando as penas no substrato ficando aderido fezes e sujidades.
Penas fraturas não recuperam – retirar para uma nova nascer.
Arrancamento das penas pode ser automutilação.
Penas arrepiadas – animal fraco, manejo inadequado, saúde debilitada, etc.
Asas devem estar paralelas e simétricas, com movimentação adequada.
· Contenção física:
Momento de maior sensibilidade ao estresse.
Técnica varia de acordo com o comportamento de cada espécie. Conhecer mecanismos de defesa de cada espécie.
Lembrar que aves possuem respiração comandada pela extensão e contração dos músculos intercostais e peitorais.
Para fazer contenção, pensar em: qual o objetivo, duração, intensidade e frequência.
· Anamnese:
Informar-se sobre as manifestações clinicas ou comportamentais.
Sinais clínicos importantes – excessos ou redução de apetite, sede, micção, defecação, peso, respiração, coordenação motora, comportamento. Início, frequência, intensidade e duração das alterações relatadas, tipo e qualidade de manejo.
Historico clinico atual – mudanças ambientais, introdução de outros animais, medicações, exames, diagnósticos, alterações comportamentais.
Historico clinico anterior – sinais clinicos, diagnostico, exames, recuperação, medicação, sequelas, morbidade, mortalidade, contactantes, reprodução, postura de ovos.
Incluir como informações importantes – temperatura, umidade e ventilação, exposição a luz solar. Pareamento, solicitário ou em recintos coletivos – mesma espécie ou espécies diferentes. Pontos de visão do recinto ao meio externo, bebedouros e comedouros, pontos de fuga, substrato de recintos, tipos de telas e poleiros.
Aves de viveiros com correntes de vento estão com fator estressor constante, péssimo para a manutenção da sua termorregulação.
Exposição a luz solar de forma inadequada pode acarretar problemas ósseos e de vitaminas (ex. aves que tem contato com o sol somente através de uma janela fechada que filtra esse sol, e não contato direto como deveria ser).
O substrato fica abaixo do poleiro. Uso de jornal como substrato também não é ideal por ser a base de chumbo, ideal que sejam telas vasadas onde as fezes passam, facilitando também higienização.
Avaliação das fezes
Coloração, textura, consistência e volume, uratos e urina. Trazem informação sobre o apetite, comportamento gastrointestinal, renal e hepática. Frequência e volume de eliminação de excrementos variam conforme espécies. 
- Aves que consomem frutas defecam com frequência maior;
- Aves carnívoras tem fezes enegrecidas com frequência menor;
- Aves menores têm elevadas taxas metabólicas, com isso maior frequência de defecação;
- Rapinantes eliminam pelos e ossos de suas presas (pelotas) nas fezes;
- Tucanos e araçaris tem transito rápido, alta frequência de defecação;
- Presença de uratos, consistência e ressecamento das fezes fornece boas informações.
Excremento normal de uma ave é composto de material fecal, urato e urina. 
As características físicas das fezes são influenciadas pela espécie, idade, tipo, quantidade, coloração da dieta, disponibilidade de água, fase reprodutiva, estresse, medicação administrada, doenças renais e hepáticas, parasitas, bactérias, fungos, vírus.
Alterações importantes – ressecamento, redução de volume e frequência, presença de alimento pouco digerido, alteração na cor, diarreias.
Ressecamento – privação de alimentos, privação de água, dietas ricas em fibras. 
Redução do volume e frequência – decréscimo no consumo de alimento, redução do tempo de transito gastrointestinal, bloqueio na passagem do conteúdo intestinal, alterações na dieta.
Presença de alimento pouco digerido – volume de excremento aumentado, indicativo de má digestão e má absorção ou indicativo de hipermotilidade (parasitas, pancreatite, proventriculite, ventriculite, doenças intestinais).
Exame direto das fezes:
- extensão em gram: detectar fungos, bactérias e células inflamatórias;
- flotação fecal: pesquisa de helmintos;
- exame direto: pesquisa de protozoários.
Avaliação de uratos e urina:
Os rins secretam uma substancia levemente pastosa, de coloração branco amarelada, e esparsa em uma urina clara, quase sem cor.
A urina deve ser separada do urato para que possa ser analisada.
Poliúria – estresse, dieta, aves em postura, filhotes criados artificialmente, doenças (diabetes, doença renal, emagrecimento progressivo, intoxicações, medicação).
Hematúria – etiologias provaveis trato gastrointestinal, oviduto, rins, testiculos, cloaca.
Alterações na coloração do urato hemolise ou doença hepatica (amarelo esverdeado, dieta rica em proteina).
Urato é a parte branca das fezes. Aves de rapina tem bastante.
Vômito ou regurgitação:
Regurgitação - Secreção pegajosa ou alimento envolvido em muco aderido as penas da cabeça, pelos, pele, face, asas, bico, paredes ou substrato da gaiola ou recinto. Pode ser por um comportamento natural essa regurgitação, mas também terá o habito de se limpar.Pode ser por processo inflamatório no sistema digestivo causando dificuldade de deglutição.
Vômito – Expulsão do alimento ingerido, usualmente ácido, pode apresentar pigmentos biliares, presença de resíduos alimentares digeridos. Processos patogênicos ou manejo alimentar inadequado são etiologias prováveis. Lembrar de manifestações comportamentais (corte, alimentação de filhotes) ou estresse.
FIMM!!