Buscar

Doenças nutricionais em animais silvestres

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

CM DE ANIMAIS SELVAGENS – Doenças nutricionais em animais silvestres
São bastante frequentes na clínica de animais silvestres, principalmente referente aos mantidos em cativeiro doméstico. Etiologia - relacionada a qualidade do manejo.
A estratégia de alimentação, apreensão, laceração, mastigação, iniciação do processo digestorio de cada espécie é importante.
Os nutrientes participam do metabolismo intermediário como substratos e co-fatores de forma a manter as principais estratégias metabólicas da célula.
A falta de nutrientes leva a célula a alterações metabólicas e estruturais.
O acúmulo de danos celulares compromete os tecidos e a função dos órgãos, levando a quadros clínicos de afecção nutricional.
Importante saber a procedência do animal, se ele vem de vida livre e tinha habito alimentar e itens alimentares específicos em vida livre, nem sempre vai ser o mesmo que se tem em cativeiro (fator estressor de adaptação da dieta em cativeiro).
Animais mantidos em cativeiro doméstico, pode haver desconhecimento por parte do tutor sobre de que forma se oferecer dieta adequada, erros de manejo por desconhecimento.
Cardápios e dietas em cativeiro são estabelecidos a partir do conhecimento dos hábitos alimentares na natureza.
Poucos estudos específicos relatam a composição mineral, vitamínica ou os aminoácidos dos alimentos encontrados na natureza. Extrapolações são necessárias em alguns casos.
Grandes desafios alimentar e nutrir o animal em cativeiro (alimento tem que atender as necessidades especificas); transferir para o cativeiro a qualidade das exigências nutricionais encontradas em natureza; preservar as características do comportamento alimentar; avaliar sempre no cativeiro os gatos e necessidades energéticas, grau de atividade e movimentação, fase evolutiva, fase de reprodução.
Importante estimular o comportamento alimentar que o animal teria em vida livre quando ele esta em condição de cativeiro, por ex. não quebrar uma semente e dar para que ele quebre como faz na natureza. Mas deve também ser monitorado, pois como estará presente fatores estressores por estar em outro ambiente, pode não conseguir realizar tal ato.
Se fornecer energia demais e o animal não ter espaço suficiente para movimentação e gasto dessa energia fornecida (lembrar que em vida livre ele gasta energia para procurar alimento, em cativeiro não) pode gerar obesidade ou inatividade (gerando outras comorbidades).
Disponibilidade de itens alimentares pode ocorrer dificuldade em encontrar determinados alimentos por serem sazonais, por falta de fornecedores daquele alimento especifico ou por não ter recursos econômicos suficientes para adquirir. Opção: biotérios para fornecimento de alimentos. É bom porque você fica sabendo a procedência desse alimento mas por outro lado nem todas instituições tem condições de manter uma estrutura dessas. 
Biotérios – podem albergar ratos e camundongos, pintinhos de 1 dia, etc.
Boas práticas de higiene no preparo e distribuição dos alimentos pode ser motivo de morte do animal por conta disto.
Ideal – dieta adequada que estimule comportamento alimentar adequado. A inadequação leva ao fator estressor.
Comportamento alimentar – está relacionado ao manejo alimentar. É baseado em: biologia da espécie (requisitos energéticos, minerais, vitamínicos, textura e formato do alimento); disponibilidade de dietas naturais e suplementos; elaboração de planilhas balanceadas; dietas especiais (adaptações, terapêuticas, filhotes, senis); adequação e observação da distribuição, consumo, sobras, quantidade de comedouros, disputas por alimento, etc. O desconhecimento desses fatores leva a doença nutricional.
Anamnese: Investigar se o animal se alimenta ou não; qualidade e quantidade do alimento; forma de oferecimento; composição dos itens alimentares; frequência de consumo. Associado a isso, exame físico e laboratoriais que ajudam a fechar a hipótese diagnostica. 
Deficiências calórico-proteicas
Baixo consumo de alimentos, ingestão de pouca caloria e aminoácidos. Animal não consome quantidade mínima necessária para se manter.
Efeitos específicos para cada tecido e generalizados conforme a demora na correção da dieta.
Animal não se desenvolve, e há decréscimo progressivo das funções do sistema imune.
Doença ósseo metabólica
Síndrome metabólica relacionada principalmente aos seguintes fatores:
· Dietas inadequadas com prolongada deficiência de cálcio;
· Fornecimento de fonte proteica – relação cálcio:fosforo desequilibrada (ex: carne bovina);
· Deficiência de vitamina D na dieta;
· Exposição inadequada a luz ultravioleta;
· Doença primária renal, hepática ou intestinal.
*Um dos erros de manejo em cativeiro domestico é o animal tomando sol através de uma vidraça, sem contato direto com o sol e consequentemente sem a luz UV. Não sintetiza vitamina D2 eficientemente.
Osteodistrofias
· Osteopenias:
Osteoporose – baixa proteína, baixa produção de tecido osteoide, baixo tecido ósseo.
Raquitismo – baixa mineralização de tecido osteóide, como consequência de deficiência de vitamina D, alterações de cartilagem de crescimento, filhotes.
Osteomalacia – Não mineralização do tecido osteóide decorrente de falta de fósforo ou dificiencia de vitamina D, menor deposição de hidroxiapatita.
Osteodistrofia fibrosa – desmineralização, retirada de cálcio dos ossos mediada pelo paratormônio. Tecido ósseo preenchido por tecido conjuntivo fibroso – hiperparatireoidismo nutricional secundário.
· Osteomegalias:
Fatores predisponentes – manejo incorreto (falta de exercício); supernutrição e crescimento exagerado; filhotes com dietas com excesso de cálcio. 
Condrodistrofia – desvio angular das patas (perose), afeta principalmente aves anseriformes, galiformes e ratitas. Apresentam encurtamento e espessamento da tíbia, desvio de tendão gastrocnêmio fora dos condilos da articulação tibiotarsica.
Doença ósseo metabólica
Sinais clinicos: Fraturas espontâneas, arqueamento dos ossos longos (fêmur, úmero), mandíbula flexível ou mandíbula de borracha (repteis e primatas), alterações osseas na coluna vertebral (escoliose, cifose e lordose), paralisia e relutância em movimentar-se (fragilidade óssea gera dor), tetania hipocalcemica, diminuição de radiopacidade óssea – exames radiográficos. 
· Répteis:
Alterações no formato e amolecimento de carapaça e plastrão.
Iguanas demonstram alterações nos ossos da face (mandíbula de borracha).
· Mamíferos:
Felinos e canídeos são altamente sensíveis - cataratas e estrabismos; deformidades das pernas (cruzamento); deformidades na coluna vertebral e ossos da bacia; manifestações dolorosas a palpação de articulações; claudicação e achinelamentos; fraturas em galho verde.
· Aves:
Aves também são bastante sensíveis a síndrome; sinais ósseos são semelhantes a repteis e mamíferos; queda na produção de ovos e muda das penas são evidentes; aves com alimentação alta em gordura (sementes oleoginosas como girassol) tem alta incidência da doença.
Alterações radiológicas:
Esse exame é fundamental para fechamento do diagnóstico da doença ósseo metabólica. 
Levar em consideração a variação – idade, espécie, grau de deficiência, tempo de deficiência, presença de doença concomitante.
O exame nos aponta: qualidade da densidade óssea, alterações observadas em quadros avançados da doença, alteração dos padrões ósseos trabeculares. Em casos pouco acentuados não deve ser a principal pesquisa diagnostica, no entanto não pode ser descartada.
Tratamento: Corrigir a dieta/manejo alimentar; correção dos níveis de cálcio e fósforo na dieta; promover exposição adequada a luz ultra-violeta; determinar etiologia de possível doença renal ou hepatica; suplementação de vitaminas e minerais (auxiliam no metabolismo); investigação de outras comorbidades que interfiram na dinâmica de absorção.
Vitamina A – Funções: Manutenção estrutural de células epiteliais, formação da rodopsina ou purpura visual, manutenção de imunocompetência (síntese de glicoproteínas), participação na atividade osteoblástica.
Hipovitaminose A
Acomentimento dos epitélios– metaplasia escamosa presente na pele, mucosa intestinal e conjuntival.
Olhos – xenoftalmia. Ressecamento, neovascularização da córnea, opacidade, infecções.
No protocolo terapêutico provavelmente terá que suplementar vitamina A na dieta.
Aves (sinais clínicos): Imunidade humoral e celular reduzida, infecções respiratórias (sinusites, coriza), problemas reprodutivos, estomatites, falhas no empenamento, arranchamento de penas.
O fato da imunidade estar abalada, abre portas para agentes oportunistas, levando a um quando de infecção paralela.
Répteis (sinais clínicos): Edema de estruturas anexas aos olhos (caseos), anorexia, emaciação (ex. pálpebras), estomatites, infecções respiratórias, imunossupressão.
Tratamento: Correção da dieta, prevenção e investigação de infecções secundárias.
Hipovitaminose B1
Deficiência de Tiamina. Em cativeiro está associado ao consumo de peixe congelado, que contem enzima chamada tiaminaze, inativando tiamina. 
Sinais clinicos (alguns inespecíficos) – anorexia, emagrecimento, transtornos gastrointestinais, sinais neurológicos (paralisia muscular, opistotono, incoordenação, tremores musculares).
Diagnostico diferencial – traumas e doenças neurológicas.
Tratamento – suplementação de vitamina B1 (injetável ou oral).
Hipovitaminose C
A vitamina C é necessária a diversas reações enzimáticas. Hidroxilação da prolina – colágeno.
Alguns animais tem habilidade de sintetizar a vitamina C a partir da glicose (rins e fígado). Porém a maioria dos primatas, roedores e aves são incapazes.
Sinais clinicos – fragilidade do tecido gengival (hemorragias); predisposição a infecções secundárias; anemia; redução de ferro sérico; fragilidade da derme e epiderme (diminuição da síntese de colágeno).
Lagartos e serpentes – estomatite ulcerativa, fragilidade do tecido gengival, invasão bacteriana secundária, gengivite, osteíte, osteomielite.
Mamíferos (primatas) – escorbuto (hemorragias gengivais); anemia; perda de tecido ósseo; fraturas patológicas; exoftalmia.
Hipovitaminose K
Importancia nos processos de coagulação sanguínea. 
Tamanduás tem especial atenção. Sinais clinicos sugestivos - hemorragias nos membros, focinho, ao redor dos olhos. Fazer suplementação.
Hipervitaminose A
Superdosagens de vitamina A podem ser toxicas para quelônios. 
Hipervitaminose A iatrogênica – desprendimento de escamas, fragilidade de epiderme (eritema e vesículas).
Não tende a ocorrer pela ingestão de algum alimento tão rico em vitamina A, e sim pela forma iatrogênica, devido erro de protocolo terapêutico (superdosagem de vitamina A, principalmente por via sistêmica). Risco de lesão hepática e dificuldade de metabolismo dela.
Gota úrica
Resultantes finais do metabolismo proteico, ácido úrico e sais de urato em excesso no organismo do animal, cristalizam-se e depositam-se em diferentes tecidos.
Gota úrica visceral, gota úrica articular ou gota úrica periarticular.
São encontrados no saco pericárdico, rins, fígado, baço, pulmões, tecido subcutâneo, articulações, espaço periarticular e outros tecidos moles.
Fatores predisponentes – Dietas com níveis excessivos de proteína, desidratação, doença renal, temperatura e umidade inadequadas.
Diagnóstico – histórico e avaliação clínica, imagem radiográfica (articulações), avaliação dos fatores predisponentes, achados de necropsia.
Sinais clinicos – dor articular, formações nodulares nas articulares ou periarticulares.
Tratamento – terapia de suporte, diurese, inibidores do ácido úrico, correção de manejo e alimentação.
Síndrome do fígado gorduroso
Degeneração hepática gordurosa, lipidose hepatica, esteatose hepatica. Perda de função do fígado por deposição excessiva de tecido gorduroso.
Ocorre com frequência em psitacídeos e quelônios.
Etiologias múltiplas, mas principalmente por acumulo de gordura nos hepatócitos.
Sinais clínicos associados a insuficiência hepática.
Urolitíase
Descrição em herbívoros – girafas, bovídeos, cervídeos, camelídeos.
Sinais clínicos estão relacionados a espécie acometida, além do número, tipo e localização do cálculo no trato urinário.
Lobos guarás são particularmente acometidos por urólitos de cistina.
Hemocromatose
Elevada morte em ranfastídeos (tucanos).
Acúmulo de ferro – deposição de grânulos de hemosiderina no fígado.
Dietas com altas concentrações de ferro são contraindicadas aos tucanos.
Sinais clínicos inespecíficos.
Relatos em micos leões.
Síndrome do emagrecimento progressivo
É tratado como síndrome pois ainda não se tem etiologia exata. 
Wasting disease.
Diferentes espécies – callithriquideos.
Sinais clinicos – emagrecimento progressivo, perda de massa muscular, alternância (diarreia/fezes volumosas), distenção abdominal, rarefação de pelos, alterações cutâneas (hiperpigmentação).
Obesidade
Primatas do velho mundo (principalmente grandes primatas) e felinos.
Acúmulo de tecido adiposo.
Dieta inadequada e inatividade física no cativeiro.
Disturbios articulares, osteoartrites, discopatias, diabetes, hipertensão, dermatopatias, distúrbios reprodutivos.
Fimm!!!

Continue navegando