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Neonatologia em bovinos - exame clinico do neonato

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NEONATOLOGIA EM BOVINOS
EXAME CLINICO DO NEONATO
Inicialmente se faz avaliação pré parto para verificar viabilidade fetal e características do neonato ainda na barriga da mae. Se colhe histórico e se faz exame clinico do neonato que compreende aparencia física, peso, condição corporal, exame da cabeça, boca, narina, olhos e ouvidos, pescoço, costas, tórax, abdome, umbigo, sistema musculo esquelética, períneo, genitália externa, temperatura e fezes.
· Avaliação da viabilidade no peri-parto:
Avaliação da condição do neonato antes dele nascer.
Durante o parto o animal pode estar na apresentação anterior (sai com a cabeça e membros anteriores) ou posterior (sai com a região posterior, membros posteriores e cauda).
Na apresentação anterior é possivel avaliar com o reflexo de sucção e o reflexo interdigital. Coloca-se a mao dentro da boca do animal e espera que ele succione/mame o dedo. Pode também comprimir entre os digitos do animal (é biungulado) e ele tem reflexo de retirada.
Na apresentação posterior também se tem o reflexo interdigital, o anal (contrai o ânus e aperta o dedo) e o pulso do cordão umbilical.
Uma resposta baixa já indica desequilíbrio ácido básico.
Os mamíferos tem a característica de nascer, na maior parte das vezes, com desequilíbrio acido básico e acidose metabólica + respiratória.
A ausência de reflexo ou reflexo muito fraco não indica morte fetal, indica severidade maior de acidose em bezerro que pode estar vivo.
Alguns critérios usados para avaliar a viabilidade dos neonatos após nascer:
Critérios – respiração, aparência do pelo 
Boa viabilidade – 50 a 75 mpm, respiração mais torácica; pêlo coberto por fluido placentário (liquido alantoideano e aminiotico); não tem edema; mucosas rosas e boa capilaridade; reflexo de movimentação da cabeça vigorosa, mexe os olhos, succiona; batimentos cardíacos 100 a 150 bpm, regulares; temp. retal 39 a 39,5 posteriormente cai mas não muito; alcança decúbito esternal com 5 minutos; com 1 hora permanece em pé.
Viabilidade ruim – apnéia, respiração mais abdominal, barulho ao respirar; pêlo recoberto por mecônio (primeiras fezes, coloração mais amarelada/amarronzada) isso pode ser porque entrou no estado de sofrimento fetal dentro da mãe; edema de língua; mucosa pálida, cianótica, de baixa perfusão capilar; reflexos baixos ou sem resposta; batimentos cardíacos 150 bpm e depois bradicardia, irregulares; temp. retal de 39,5 a 40, posteriormente também cai mais ainda do que no animal que tem viabilidade boa, ficando abaixo de 38,5 ficando com hipotermia; fica deitado lateralmente; demora para ficar em pé, as vezes não consegue ficar em pé nesse intervalo de tempo.
De acordo com a boa ou ruim viabilidade, se consegue estabelecer um tratamento desde o nascimento do animal.
Animal com baixa viabilidade tende a entrar em quadro de hipotermia, acidose metabólica e respiratória. Importante corrigir com liberação de vias aéreas, e quem sabe soroterapia com bicarbonato.
· Comportamento neonatal anormal pós-parto:
Resultado de hipóxia, acidose metabólica e respiratória. 
Parâmetros neonatais indicativos/normais: endireitamento da cabeça logo após o nascimento, tendo a manter decúbito esternal entre 2-4 minutos, tentativa de levantar entre 15-30 minutos.
Inicialmente o animal é forte e vigoroso, mas com o agravamento da hipóxia tem dificuldade de manter decúbito esternal, tem depressão e/ou ausência na sucção, lento para ficar em pé ou permanecer reclinado.
· Principais características do neonato:
Frequência cardíaca normal – 100 a 150 batimentos por minuto imediatamente após o nascimento que estabiliza dentro de minutos. 
Bezerros em risco – taquicardia periparto (>150 bpm) seguido por bradicardia (<80 bpm).
Temperatura retal normal – recém nascido tem temperatura maior, entre 39 a 40 graus, e cai gradualmente (1grau) dentro de 3 a 5 horas.
No parto distócico – hipertermia (> 39,5 graus) ao nascimento, queda nas próximas horas (< 38,5 graus hipotermia) e demora para retornar ao normal.
Se o animal não atinge o decúbito em 15 minutos após o nascimento, possivelmente tem comprometimento da viabilidade de 84% e tem risco de morte muito mais elevado.
Muito difícil o bezerro nascer com doença infecciosa que vai manifestar nos primeiros dias de vida, como bacteremia. Grande parte da mortalidade do bezerro se dá entre o primeiro e segundo dia de vida. Grande parte da mortalidade neonatal está relacionada à alterações metabólicas.
Posição quadrupedal e amamentação – variação entre espécies e raças; tempo médio para ficar em pé de 35 minutos; tempo médio de amamentação de 81 minutos. Bezerros de vacas com aptidão para produção de leite levam o dobro do tempo normal para ficar de pé e amamentar. Ex.: raça guzerá.
Falhas na amamentação – causa para o animal redução do vigor; vacas com baixa habilidade materna pode desencadear essa falha; conformação anatômica úbere/glândula mamária (longo ou curto) e piso seco também podem levar a essa falha. O piso de terra seria o melhor para amamentação. Piso escorregadio, molhado, como da própria ordenha, dificulta. Bezerros tem dificuldade de localizar tetos baixos (<45 cm do solo) e succionar tetos de diâmetro >35mm.
· Observação da interação materna e neonato:
É fundamental. A língua da mãe passa sobre as regiões do corpo do bezerro (região torácica) e é uma estimulação da respiração do animal. 
Facilita intervenção se a conformação materna ou comportamento não for adequado.
Falhas no vínculo materno filhos múltiplos, primípara, cesariana. 
Primiparas tem dificuldade maior para reconhecer seu neonato.
· Outras causas de comportamento neonatal anormal:
Anomalias congênitas neurológicas;
Infecções no útero, por agentes bacterianos ou virais – coleta do soro dos bezerros antes da colostragem. Imunoglobulina sérica pré colostral em animais normais: igM 0,126 – 0,015 mg/Ml; igG 0,044 – 0,003 mg/mL. Imunoglobulina serica pré colostral animal com infecção uterina: altos níveis de IgM e IgG, necessidade de testes sorológicos para ver qual agente está causando esse aumento. Se coletar pós colostro vai ter alteração.
Distocia, estresse pelo frio, nutrição, infecções virais, bacterianas, fungos, protozoários, riquettzias, levam a natimortalidade ou mortalidade perinatal em ruminantes. Outros fatores são traumas, toxinas, alterações genéticas.
Exame clínico do neonato
Alterações do neonato envolvem risco de sepse, malformações congênita e doenças específicas do período neonatal. 
Histórico + exame físico + investigação diagnóstica.
Sistema imune no período neonatal frágil, inúmeros fatores podem levar ao aumento do risco de sepse, sendo prognostico desfavorável. 
Historico animal como foi o nascimento e as principais questões relacionadas a isso.
Investigação diagnostica se vai indicar fluidoterapia, se vai fazer US, etc.
Saber separar quando a alteração é individual e quando é de rebanho. Individual basear o diagnostico em uma observação a distância (animal com cabeça baixa, fica deitado muito tempo, não ingere comida ou água, varias observações podem ser feitas a distancia). Além disso se observa junto o ambiente como um todo, se a agua é limpa, se o piso é compatível com a sobrevivência do animal, qual o tipo de alimento. Fazer também avaliação dos sinais vitais, e fazer exame físico. Rebanho exame dos indivíduos afetados, histórico, ambiente, nutrição, colostragem, vacinação.
Historico investigação deve levar em conta o período definido de risco e a distribuição temporal de doenças infecciosas. Risco de doenças infecciosas determinada pelo equilíbrio entre imunidade do hospedeiro, ambiente e dose e a virulência do patógeno. A imunidade do hospedeiro determinada pelo processo de colostragem, muito importante boa colostragem e que esse colostro seja de boa qualidade. A colostragem é o ponto chave na instalação de doenças infecciosas. Importante monitoramento da colheita, armazenamento e administração do colostro.
Importante boa higienização do teto, bom local de acondicionamento do leite, fazer avaliação da qualidade do colostro.Não importa somente o momento em que o colostro é fornecido (primeiras horas de vida), esses outros fatores também são importantes.
Semiologia do neonato se a gestação ocorreu normalmente, se houve falha de manejo, anormalidade ou subnutrição na mãe. Se o parto ocorreu normalmente, se houve distocia, como estavam a placenta e condições ambientais. Depois, sobre o puerpério – se mamou colostro, se teve alteração congênita, se o tamanho fetal era compatível, nível de consciência normal ou não, postura normal ou não, se movimenta normalmente, se tem dificuldade respiratória, fazer exame físico especifico região umbilical (palpação, US), exame físico geral (temp., FC, FR, mucosas, linfonodos).
Exame a distância compreende a avaliação comportamental, condição corporal e postura. Orelhas e cabeça caída – sinal precoce de doença (exceto animal girr que tem orelha grande e dificilmente as mantem em alerta). Bezerros doentes passam grande parte do tempo deitados e deixam de comer e beber agua. Quando há edema no úbere da mãe (gado de corte) significa que o bezerro não esta conseguindo succionar o leite. Redução do consumo e necessidade de estimulo para amamentar (gado de leite).
Doença relacionada a alteração de orelha e cabeça – dificuldade respiratória, quadro de defeito congênito, do SN (meningoencefalite por ex.), otite. Fazer diagnostico diferencial.
Importante avaliar também no exame a distancia o contorno abdominal dos bezerros. Reflete no consumo nos últimos dias. Importante avaliar em seu habitar natural. Observações da postura (decúbito dorsal), visão, contorno abdominal, claudicação, frequência respiratória, dispneia e tosse, secreção nasal e ocular.
Fatores de risco para doenças infecciosas (levando em consideração ambiente) densidade de animais, faixas etárias mistas (não indicado, pois animal mais velho tem capacidade de resposta do sistema imune mais eficiente, sendo um instrumento de contaminação de bezerros mais novos), ventilação ou sombra inadequadas, condições úmidas e lamacentas, proteção inadequada contra clima adverso, falta de higiene, oferta de ração inadequada, excesso de moscas.
Exame clinico do neonato 
Quanto mais bem feita mais assertivo é o diagnostico. Inicialmente compreende aparência física, peso e condição corporal. Desordens congênitas – alteração do aspecto físico do animal. A questão do peso esta relacionada a fatores infecciosos/infecções uterinas, fazer mensuração do peso com fita logo após o nascimento, importante para saber o grau de enfermidade no rebanho. O padrão de peso varia de acordo com a raça e a genética (ex. inseminação com touro pesado, se espera que aqueles bezerros nasçam com peso corporal maior). 
· Cabeça
Reflete a função dos nervos cranianos; avalia posição e movimento do globo ocular; expressão facial, posição de orelha e pálpebras; movimentação do animal no bezerreiro (visão); comportamento de sucção normal; ausência de atrofia no pescoço; reflexo da pálpebra e córnea; reflexo pupilar em resposta a luz. 
Posição do globo ocular e tensão da pele – importante para avaliar a desidratação e estimar o déficit hídrico dos bezerros com diarreia neonatal. *não é a diarreia em si que mata o animal, e sim o quadro de desidratação intenso gerado. 
O estado de consciência estão relacionados a quadros de sepse/diarreia e distúrbios metabólicos. 
Globo ocular fundo – desidratação. 
Na maioria das vezes a septicemia esta relacionada a meningite bacteriana, que leva a desarranjos metabólicos e estado depressivo. Está relacionada a animais mais velhos. 
· Boca, narinas, olhos e ouvidos
Mucosa – úmida e rosa pálido. TPC – menor que 2 segundos. Alteração pode ser decorrente de desidratação ou distúrbio cardíaco. 
Mucosa cianótica – hipóxia grave, colapso circulatório, choque hipovolêmico ou anomalias cardiovasculares.
Petequias na mucosa oral ou nasal e erosões orais estão relacionados a trombocitopenia relacionado a BVD.
Outras alterações orais: lesões proliferativas (estomatites); defeitos congênitos (fenda palatina); lesões necróticas (faringe/laringe); dispneia inspiratória ou boca aberta respirando (atresia, laringite ou edema faríngeo). Animal com fenda palatina - leite entrando pela via aérea superior e causando pneumonia por aspiração.
Olhos – avaliados quanto presença de entrópio, ectrópio (pálpebra voltada para fora), ulceras de córnea, uveíte e hifema (sangue na esclera), catarata congênita, microftalmia (olho com tamanho reduzido), cisto dermóides da córnea (cisto com presença de pelo, osso, etc), conjuntivite e hemorragia escleral. Entrópio (pálpebra voltada para dentro) deve ser corrigido antes de uma ulceração de córnea. Casos leves – penicilina G procaína na parte inferior pálpebra (subcutânea). Casos cirúrgicos – suturas de colchoeiro vertical ou horizontal na pálpebra afetada.
Esclera – pode ser importante para detectar icterícia (doenças hepáticas ou hemolíticas) e hemorragias. Fibrina na câmara anterior é indicativo de sepse. Hemorragia equimótica na esclera esta relacionada com BVD tipo 2, pancitopenia neonatal bovina, coagulopatia intravascular disseminada ou trauma no nascimento.
Orelhas – a queda bilateral é indicativo de doença no bezerro, fazer exame mais detalhado. Queda unilateral pode ser otite (por Mycoplasma spp., pasteurella spp., haemophilus spp.) ou paralisia do nervo facial. Abcessos auriculares – contaminação dos equipamentos usados para colocar marcas auriculares. A orelha tem que estar sempre quente e móvel, quando mais fria pode indicar hipotermia. 
Pescoço e costas – avaliação para determinar presença de alterações congênitas (má formação). Alterações mais frequentes relacionados a retardo de crescimento, malformação vertebral e artrogripose simétrica (anomalias congênitas relacionada principalmente com deformidade nos membros, ocorre mais em bezerros e pode ser incompatível com a vida). Pescoço e peito avaliar preenchimento da jugular (doenças cardiovasculares) e detectar edema torácico. Linfonodo parotídeo e pré-escapular palpar, ver tamanho e simetria.
· Tórax 
Avaliar taquipneia, que em bezerros neonatos relaciona com temperatura elevada, febre, disfunção de termorregulação, excitação, dor, estresse, doença respiratória, hipóxia (doença cardíaca, pulmonar), desidratação, choque, toxemia ou acidose metabólica. Apnéia periódica e respiração lenta – distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia), hipotermia, prematuridade, supressão induzida por hipóxia no centro respiratório. Dispnéia e tosse – insuficiência cardíaca congestiva, mas fazer diferencial para estenose de traqueia e alterações do sistema respiratório. 
Ainda sobre o tórax, agora sobre avaliação da frequência cardíaca. Taquicardia está relacionado com excitação e dor, lesão/inflamação, toxemia, desidratação, doença infecciosa, alteração metabólica (acidose, hipocalemia, hipocalcemia), doença cardíaca, choque. Bradicardia relaciona com disfunção do sistema nervoso central, hipercalemia, hipotermia, fome. A auscultação é feita de forma sistemática, fazer a cada meia hora por ex. para ver a regularidade desses batimentos. Verificar sons normais ou murmúrios/sopros.
Sons cardíacos – no período neonatal se tem facilidade de auscultar o 1º e 2º sons cardíacos, são mais audíveis. O 3º som não é audível, e o 4º é audível raramente. Isso tudo é fisiológico. Presença de murmúrios não são incomuns nesse período, não dá para determinar que o animal tem ou vai ter disfunção cardíaca. Pode-se dizer que muitas anomalias cardíacas graves não estão acompanhadas de sopro. Em resumo o sopro nessa faze não é determinante para diagnosticar alteração cardíaca. O fechamento do ducto arterioso produz murmúrio alto. 
Doenças cardíacas congênitas em bovinos: prevalência de 0,7%, sendo o defeito no septo ventricular mais comum. Anomalias podem ou não estar associadas a sopros.
Dá para fazer avaliação pela percussão torácica – identifica presença de fluido, consolidação pulmonar e atelectasia. Quando animal tem diarreia e perde muito eletrólito, há aumento de potássio sérico que alteraexcitabilidade cardíaca, causando paralisação atrial progressiva, fibrilação ventricular e assistolia. Ou seja, diarreia altera padrão cardíaco. 
Taquiarritimia – relacionado a cardiomiopatias, intoxicação por ionóforo, hipomagnesemia. 
Cardiomiopatia – deficiência de selênio, ingestão acidental (intoxicação) de gossipol, monensina e lasalocida (ionóforo).
Estridor respiratório – obstrução das vias aéreas superiores.
Aumento da força abdominal na expiração – doença pulmonar que leva a redução da complacência.
As doenças pulmonares no neonato são geralmente difusas, resultantes de infecção adquirida no útero. Sinais clínicos – aumento do trabalho respiratório (alargamento das narinas, retração das costelas), aumento do esforço abdominal. Animais com pouca/nenhuma anormalidade torácica audível podem ter doença respiratória grave. Ou, o animal pode ter atelectasia pulmonar associada a imaturidade, decúbito ou disfunção do surfactante.
Tosse e secreção nasal em bezerros normalmente está relacionado a animais mais velhos (ainda bezerros). Em neonatos dificilmente se tem doenças pulmonares que levem a tosse e secreção nasal, pode ser que tenha ocorrido aspiração do fluido uterino no momento do nascimento.
· Abdômen
Avalia sistema TGI a partir do contorno abdominal, apetite, consistência e volume fecal. Normalidade – contorno abdominal normal + apetite vigoroso + volume apropriado de fezes pastosas. Não é desejável fezes muito secas. Contorno abaulado do abdômen indicaria acumulo de liquido. 
Distenção abdominal – atresia de cólon, reto e anus congênita do TGI, dificulta eliminação das fezes. Acompanha redução de apetite e de volume de fezes.
Palpação abdominal – depende do animal e tensão abdominal; importante para avaliação da veia e artérias umbilicais e anel inguinal (hérnia).
Contorno abdominal – fundamental para avaliar funcionamento anormal de compartimentos estomacais.
Odor putrefeito do fluido ruminal neonatal – indigestão putrefativa (leite no rumen, ele não deveria estar aqui, pode ser falha da goteira esofágica, ou devido refluxo para esse rumen). Resumindo, há duas situações para leite no rumen – refluxo abomasal excessivo (abomaso muito cheio de leite devido sobre-alimentação) ou escape da goteira esofágica. Avaliar PH ruminal e atividade de renina. PH ruminal maior que 7 indica putrefação ruminal, menor que 7 indica refluxo abomasal. A renina geralmente está presente no suco abomasal, quando ela está presente no liquido ruminal pode determinar que é refluxo abomasal. 
Inflamação e obstrução do abomaso também podem causar refluxo para o rumen.
· Umbigo
Ruptura do cordão umbilical – retração das artérias umbilicais – se tornam ligamentos laterais da bexiga – tração passiva do úraco para trás – contração do musculo liso do abdome – colapso da veia imbilical – fechamento do lumen umbilical. 
A bainha umbilical encolhe e seca 3 dias pós parto. 
Parede abdominal fecha ao redor das estruturas umbilicais algumas semanas pos nascimento.
Como fazer o exame do umbigo – pode fazer palpação usando ambas as mãos com animal em pé ou em decúbito. Se avalia presença de dor (animal relutante, relacionado processo inflamatório), diâmetro e secreção (processo infeccioso/inflamatório).
Onde avaliar – artérias umbilicais estão caudalmente em direção a bexiga. Veia umbilical está cranialmente até o fígado.
Pode fazer pressão caudal ao xifoide, animal solta leve grunhido - umbigo séptico e peritonite. 
Alterações – inflamação de estruturas umbilicais e adesão de intestino (grande massa intra-abdominal palpável); anormalidades umbilicais (hérnias, onfaloflebite, abcesso umbilical externo, abcesso uracal e onfaloarterite); desordens no úraco e/ou artéria umbilical (polaciúria e postura esticada/de cavalete para urinar). Polaciúria – alta frequência de micção com baixo volume.
Exames US – realizado preferencialmente com animal em pé, porem decúbito lateral esquerdo é + fácil identificar veia umbilical. Com 3 semanas de vida o US na veia umbilical intra-abdominal torna-se impossível em 50% dos bezerros saudáveis. 
No US artéria e veia umbilical inflamadas aumentam de diâmetro e ficam hiperecogenicas. 
· Sistema musculo esquelético
Em busca de traumas do nascimento – fratura de ossos longos, costela e mandíbula; lesão do plexo braquial; edema de cabeça e língua (tração excessiva ou compressão canal pélvico).
Coluna, costela e membros – palpados para ver edema e dor.
Travamento do quadril em distocias – paralisia do nervo femoral.
Coccígena média, braquial e auricular – extremidades devem permenecer aquecidas.
Membros – avaliado quanto a frouxidão, flexão e ângulo de deformidade; bezerros prematuros/pequenos avaliar frouxidão do tendão flexor; extração forçada de bezerros verificar hiperextensão unilateral ou bilateral do tarso. A ruptura do ligamento fibular terciária causa hiperextensão do tarso. 
Pode-se ter também algumas alterações congênitas no tendão flexor, é comum em bovinos, as etiologias são fatores hereditários, mau posicionamento no útero e superlotação causada pelo tamanho do feto em relação a mãe.
Na artrogripose ocorre fixação anormal das articulações (danos ou contraturas de tecidos moles). Hereditário, infecção com vírus teratogênicos durante período fetal ou ingestão de plantas teratogênicas (tremoço 40-70 dias gestação).
Miopatia do musculo esquelético – animal fica para trás e cai de decúbito esternal. Exame – palpação para verificar firmeza de tríceps e quadríceps (dor a palpação). Sinias – calor, inchação, edema ou dor ao redor das articulações, claudicação. Observar – neonato tem alta propensão a SEPSE. Até que se prove o contrário, articulação edemaciada é articulação infectada.
A sepse provoca aumento dos linfonodos pré escapular ou pré femoral correspondente. Vários animais – etiologia infecciosa Salmonelose, Micoplasmose, ou colostragem insuficiente. Diagnóstico – coleta de fluido articular para citologia e cultura.
Doença metabólica óssea – relacionado a bezerros mais velhos. Diferencial para claudicação por alargamento da placa de crescimento. Dieta com alta energia, alta proteína, baixo cálcio, alto fosforo. Ganho de peso rápido e alta carga física em ossos comprometidos metabolicamente (reduz mineralização). Deformidades ungulares de membros. Palpação das vértebras lombares – processo transverso fica mole e dobra.
· Períneo
Avaliação inclui ECC, temperatura, palpação da artéria coccígena (pulso), mucosas vaginal e coleta de fezes e urina. Exame da cauda também pode revelar evidências de diarreia (pelos sujos, duros).
· Genitália externa
Examinada para determinação de má formação congênita.
Defeitos congênitos – aplasia de ovários, dupla cérvix, persistência de hímen, constrição retovaginal.
Urolitíase congênita (oxalato de cálcio) – associado a outras anormalidades congênitas.
Freemartinismo quando se tem gestação gemeçar de sexo diferente. Nele ocorre anastomose no período embrionário, passagem de hormônios masculinos para a femea, oque determina má formação do trato genital feminino. Vulva pequena, com pelos longos e hipertrofia de clitóris. Fazer passagem de tubo de ensaio, se o animal estiver sadio a vagina aceita 12-14 cm do tubo de ensaio, se é freemartin entra 4-5 cm apenas.
· Temperatura
Retal, bezerros durante 4 primeiros dias de vida – 37,2 e 38,9 graus.
Sinal difícil interpretação – febre pode ser transitória ou animal apresentar quadros de hipotermia ou normotermia em septicemia, infecção, desidratação ou choque circulatório. Monitorar constantemente a temperatura.
Prematuros – mais propensos a hipotermia.
Clones – hipertermia na primeira semana de vida.
· Fezes
Palpação retal é impossível de ser realizada.
Pequena quantidade de sangue pode ser observada nas fezes de animais saudáveis.
Sangue + fibrina: inflamação (possivelmente por salmonelose ou coronavírus).
Melena: enterite infecciosa (por clostridiose ou salmonelose).
Fezes muito secas não são desejáveis. 
A diarreia infecciosa é a principal causa de mortalidade em bezerros entre 3-21 dias de vida. Tem mais de 1 patógenoenvolvido. Exame físico não indica agente. PH fecal indicador. Na maior parte dos casos ocorre por falta de higiene, associado a má colostragem.
Avaliação do PH fecal como indicador – ph alcalino indica diarreia secretora por E. coli enterotoxigênica. Ph mais ácido indica má absorção e má digestão. Necessários testes auxiliares para o diagnostico etiológico.
FIMM!!!

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