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1 NUTRIÇÃO HOSPITALAR MELISSA CRISTINA ALVES N U T R I C I O N I S TA – U N I V E R S I D A D E PA U L I S TA ( U N I P ) P Ó S G R A D U A D A E M N U T R I Ç Ã O C L Í N I C A E E S P O RT I VA – U N I V E R S I D A D E D E M A R Í L I A ( U N I M A R ) Desde os tempos remotos a humanidade já utilizava os alimentos e ervas para fins medicinais, pois, ainda não existiam o que chamamos hoje de medicamentos. Hipócrates, foi considerado o Pai da Medicina, afirmou há mais de 2 mil anos: “Que teu remédio seja teu alimento e que teu alimento seja teu remédio”. Dietoterapia 2 Dietoterapia É a parte da ciência da nutrição que se dedica às dietas específicas para cada enfermidades (doença), a fim de ofertar ao organismo debilitado os nutrientes adequados, e favorecer a recuperação de sua saúde e de seu adequado estado nutricional. Dieta: consiste em uma mudança de hábitos alimentares onde o principal objetivo é fazer com que nos alimentemos corretamente e de acordo com a necessidade de cada um. Dietas hospitalares são divididas em 3: • Dietas de Rotina (Geral ou Livre, Branda, Leve, Pastosa, Líquida, Hídrica) • Dietas modificadas (Hipo, Hiper, A) • Dietas especiais (Para diabético, hipertenso, sem lactose, sem glúten) Dietas hospitalares 3 DIETAS DE ROTINAS São aquelas que não necessitam de restrições ou modificações em sua composição. Apenas sofrem modificações quanto a consistência, possibilitando melhor adaptação em períodos de maior dificuldade na aceitação alimentar ou em fases de transição relativamente curtas. São elas: • Geral ou Livre • Branda • Leve • Pastosa • Líquida • Hídrica DIETA GERAL ou LIVRE A dieta geral tem como objetivo manter o estado nutricional de pacientes hospitalizados que não necessitam de restrições específicas e que apresentam funções de mastigação e gastrintestinais preservadas. Possui uma consistência normal. O paciente pode receber qualquer tipo de alimento/preparação de acordo com sua tolerância alimentar e o que é disponível no hospital. 4 Exemplo de cardápio Geral Café da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Ceia Café com leite Pão francês com margarina Mamão Salada de alface e cenoura Bife cozido, couve flor arroz e feijão Suco de maracujá Gelatina Chá mate e Pão francês com geleia Melão Salada de alcelga e tomate Sobrecoxa de frango refogada Brócolis refogado Arroz e feijão Suco de laranja Flan de coco Chá de camomila Bolo DIETA GERAL ou LIVRE 5 DIETA BRANDA Para indivíduos que necessitam poupar o trabalho digestivo, dificuldade parcial na mastigação e/ou deglutição, apresentados através de problemas mecânicos em que haja a necessidade de abrandar os alimentos para uma melhor aceitação e utilização orgânica. Muito indicada em situações pós-cirurgicas e para idosos. A dieta branda pode também ser indicada em um período de transição para a evolução de uma dieta de menor consistência até uma de maior consistência. Dieta composta por alimentos muito bem cozidos e macios. A dieta Branda não pode ter alimentos de difícil digestão como: óleos, frituras, sementes, fibras, saladas cruas, frutas dura e casquinha de feijão. DIETA BRANDA 6 salada cozida e vegetais cozidos no forno, água, vapor e refogados carnes cozidas ou desfiadas frutas (sucos, assadas, ou bem maduras sem a casca – banana e mamão, pêra , maçã , pêssego); torradas, biscoitos (não-integrais), pão macio sopas/bolos simples/geléia; leite, queijo magros, iogurtes e margarina; Arroz macio caldo de leguminosas Preparações permitidas: Exemplo de cardápio (Branda) Café da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Ceia Leite com café Pão de leite mamão Salada de cenoura cozida Cubos e filé de frango refogado arroz e caldo feijão Suco de laranja coado Gelatina Chá erva cidreira Bolo de fubá Suco de acerola polpa Coado Salada de beterraba cozida Carne moída refogada Couve refogada Arroz e caldo de feijão Suco de tangerina coado Flan de baunilha Chá de camomila Biscoitos cream crackers 7 Dieta Leve Indivíduos com alterações acentuados na mastigação ou deglutição de alimentos sólidos; pode ser indicada também para determinados preparos de exames alguns pré e pós-operatório, nos quais a função do TGI esteja moderadamente comprometida. Indicada como dieta de transição para dietas de maior consistência. Consistência semilíquida dos alimentos oferecidos na forma de: Sopas ou cremes, composta de caldos espessos ou ralos, Carne ( moída ou desfiada), purês, frutas macias, vitaminas, mingau, bolacha. 8 Preparações permitidas: Chá mingau/vitamina/leite frutas macias ou cozidas e sucos; sopas em geral, com pedaços. sorvetes, gelatinas, pudins, cremes, flan; biscoitos, bolo simples (sempre acompanhados de líquido) purê de vegetais Dieta Leve Café da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Ceia leite bolo Banana madura Sopa de macarrão carne desfiada e legumes variados ( chuchu, cenoura , abobrinha) Suco de melão coado Vitamina de leite com mamão e maçã coado Creme de abóbora com frango desfiado Suco de abacaxi coado Flan de cacau Papa de leite com biscoito maisena Dieta Leve 9 DIETA PASTOSA A dieta pastosa é indicada para pacientes com dificuldades em mastigar ou engolir, ou após cirurgias no sistema digestório, pois diminui o esforço do trato gastrointestinal para digerir os alimentos. Os alimentos devem estar em forma de: purês, amassados, Papa, Cremes, Sólidos macios servidos ou imergidos em líquido. Pode também ser indicada em um período de transição para a evolução de uma dieta de menor consistência até uma de maior consistência. 10 DIETA PASTOSA Preparações permitidas: - Papa de pão ou papa de bolacha com leite e café. - Mingau de amido de milho, aveia ou Mucilon. - Frutas macias amassadas ou cozidas amassadas. - Vitamina de leite com frutas. - Iogurte cremoso. - Sopa de legumes, verduras e carne batida no liquidificador (Sopa de batata com alho poro e carne, Caldo verde, Creme de espinafre, Sopa de abóbora, milho e carne). - Purê de batata, batata doce, cenoura, mandioquinha ou inhame, caldo de feijão. - Pudim, sorvete de massa e gelatina. Café da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Ceia Papa de leite integral com bolacha tipo maisena 1 copo de suco de mamão com laranja coado Sopa de legumes, verduras e carne, batido no liquidificador. 1 copo de vitamina de banana com maçã coado Purê de batata, com caldo de feijão. Pudim de leite Mingau de baunilha Fruta amassada DIETA PASTOSA 11 A Dieta líquida pode ser considerada como uma dieta de transição. Se for utilizada em períodos prolongados, pode ocorrer carência de nutrientes, tornando-se necessário uma complementação nutricional para evitar a desnutrição. Dieta pobre em resíduos e de fácil digestibilidade, indicada para indivíduos incapazes de tolerar alimentos sólidos no TGI ou apresentem baixas condições de mastigação e/ou deglutição. Utilizada em determinados preparos de exames, em alguns pré operatório e em pós operatórios que requerem pouco resíduo no TGI. DIETA LÍQUIDA 12 Consistência líquida/fluida sopas liquidificadas e coadas alimentos na forma líquida BAIXO valor calórico e nutricional, geralmente não atende as necessidade nutricionais do paciente. Se a dieta for liquida restrita, não se coloca o leite e derivados. Preparações permitidas: Leite, iogurte ralo, mingau ralo, vitaminas rala, chá, sucos de frutas coados sopas liquidificadas ou peneiradas; Gelatinas Carne acrescidas as sopas liquidificadas e coadas DIETA LÍQUIDA Café da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Ceia Leite com suplemento em pó. Suco de frutas Sopa de batata, mandioquinha e cenoura , e carne bovina ( batidos no liquificador) Apresentação cremosa Suco de laranja coado Gelatina Suco de mamão com laranja coados Gelatina Suplemento Sopa de fubá com carnemoída e cenoura ( batidas no liquificador) Suco de mamão coado Gelatina Chá Gelatina Suplemento DIETA LÍQUIDA 13 É utilizada em pós-operatório imediato para avaliar a aceitação da alimentação por parte do paciente. Pré operatório de cólon intestinal, neste não pode haver resíduo algum na hora da cirurgia (paciente com dieta hídrica 24 horas antes da cirurgia). Para transição da dieta enteral para dieta oral, mantêm a enteral e inicia a hídrica. Possui consistência hídrica, de água, onde todas as preparações são coadas para que não haja presença de nenhum resíduo intestinal. Alimentos permitidos: Água, chá, água de coco, Gatorade, caldo de carne ou legumes, sucos coados e gelatina. DIETA HÍDRICA 14 Café da manhã Lanche da manhã Almoço Lanche da tarde Lanche da tarde Jantar Lanche da noite Ceia Chá de camomila Suco de Laranja e maçã Coado Suco de acerola coado Caldo de frango com legumes Gelatina Bebida isotônica Água de coco Suco de laranja coado Caldo de carne com couve e abóbora Coado Gelatina Suco de maracujá com pêra coado Chá de erva cidreira DIETA HÍDRICA 15 DIETAS MODIFICADAS São dietas que sofreram modificações em seus nutrientes podem ocorrer o acréscimo ou a retirada de um determinado nutriente. Estas dietas normalmente recebem a nomenclatura de: hipo quando se reduz algum componente hiper quando se acrescenta algum nutriente A quando é isenta de algum nutriente Ex: Hipossódica, hipolipídica, hipercalórica, Assódica... As dietas podem ser de rotinas e modificadas ao mesmo tempo, Ex: pastosa hipossódica. • Dieta Hipercalórica: Com mais calorias, Indicadas em casos de recuperação do peso corporal, doenças hipercatabólicas e em queimados, fornecem de 30 a 35 Kcal por kg dia, podendo progredir para 40 kcal dependendo da necessidade. Pode ser indicado suplementos energéticos. • Dietas Hipocalóricas: Com menos calorias, Indicadas em casos de controle na ingestão de calorias ou necessidade de redução do peso corporal, de 20 a 25 Kcal por kg dia. DIETAS HIPER E HIPO 16 • Hiperproteica: Com mais proteínas, Pode ser indicada em períodos de recuperação, doenças infecciosas e em pacientes queimados. Aumento de leite e derivados, carnes/ovos, leguminosas ou suplementos. • Hipoproteica: Com menos proteína, Pode ser indicada para pacientes com patológias hepáticas e renais. Com diminuição ou retirada de leite e derivados, carnes/ovos, leguminosas. DIETAS HIPER E HIPO • Hipolipídica: Com menos gordura, Indicada para pacientes que apresentem doenças pancreática ou da vesícula biliar ( coliscistite e colelitíase ou pós operatório de colecistectomia), restrita em alimentos gordurosos. DIETAS HIPER E HIPO 17 • Hipossódica: Com menos sódio. Indicação: edema, hipertensão arterial, ascite (extravasamento de líquido da veia para dentro da cavidade abdominal). Contém até 2500 mg de Na/dia de adição. O paciente normalmente recebe 2 gramas de cloreto de sódio (sal de cozinha) por dia, podendo variar até 4 gramas por dia • Ássodica: Sem adição de sal. Indicação: edema, hipertensão arterial, ascite (severos). Consta apenas do sódio intrínseco dos alimentos. DIETAS HIPER E HIPO São dietas planejadas especificamente para alguma patologia e que sofreram modificações nas proporções de macro ou micro nutrientes. Ex: dieta para pacientes renais, para diabéticos, dieta para intolerante a lactose, ao glúten... DIETAS ESPECIAIS 18 • Dieta para diabéticos: Indicação: controle da glicemia pré e pós - prandial. Características: adequada em nutrientes e calorias, restrita em carboidratos simples. • Dieta para úlcera/gastrite: Indicação: reduzir a secreção e motilidade gástrica, bem como proteger a mucosa. Características: adequada em nutrientes e calorias, de consistência branda, de fácil digestão, sem alimentos ácidos. DIETAS ESPECIAIS • Dieta para hepatopatas: Indicação: para doenças hepáticas. Características: isenta de álcool, frituras, leite e derivados, embutidos e excesso de carnes. • Dieta para doenças biliares: A maioria dos casos de doenças biliares é feita intervenção cirúrgica. Manter o cuidado nutricional até 6 semanas pós cirurgia, para que ocorra uma adaptação à ausência da vesícula se faz necessário. A dieta deve ser adequada em calorias. Normoproteíca e normoglicídica e hipolipídica. DIETAS ESPECIAIS 19 Dieta isenta de glúten – específica para portadores diagnosticados com doença celíaca. O paciente não deve então consumir alguns cereais e seus derivados – trigo, centeio, cevada e aveia. Dieta baixa em purinas – dieta específica para portadores de gota, doença caracterizada pelo aumento exagerado de ácido úrico no sangue. Evitar o consumo de alimentos como carne vermelha, frutos do mar, peixes, como sardinha e salmão, e miúdos. Dieta para pacientes renais crônicos – indivíduos com doença renal crônica, necessitam uma dieta específica, com controle da ingesta de potássio, fósforo, sódio, proteínas e líquidos. DIETAS ESPECIAIS Dietas para preparo de exames: precisam de restrições alimentares ou de preparo específico. Para cada exame existe a indicação nutricional específica. • Pesquisa de Gordura nas Fezes: observar presença de gordura nas fezes. Característica principal: consumir uma grande quantidade de gordura/dia. Deve ser iniciada três dias antes da realização do exame. • Colonoscopia: visualizar todo o cólon. Características: dieta líquida sem resíduos com maior oferta hídrica. - Tempo: oferecer na véspera do exame. • Pesquisa de Sangue Oculto nas fezes: observar presença de hemácias nas fezes. - Características: não consumir carnes de qualquer tipo (vermelhas e brancas), vegetais (beterraba, rabanete, tomate, cenoura, nabo, abóbora, espinafre, alface), feijão, gema de ovo, goiabada. - Tempo: 3 a 4 dias antes do exame. DIETAS ESPECIAIS 20 NUTRIÇÃO ENTERAL É uma alternativa para alimentar pessoas que não podem e/ou não conseguem se alimentar pela boca em quantidade suficiente para manter a saúde. A nutrição enteral é administrada ao paciente por meio de uma sonda fina, que é um tubo fino, macio e flexível, e que leva a dieta líquida diretamente para o estomago ou intestino. A mesma pode ser posicionada via nasal (no nariz) ou oral (na boca), ou ainda implantada através de procedimento cirúrgico, realizado pelo médico, no estômago, duodeno ou jejuno (ostomia). Inúmeros fatores podem levar a quadros em que o paciente não pode ou não consegue se alimentar. Entre eles, pode-se destacar: Problemas temporários ou permanentes em órgãos do aparelho digestivo, como boca, esôfago ou estômago; Falta de apetite e perda de peso acentuada; Pessoas com problemas de deglutição, que correm risco de asfixia ou aspiração de líquidos para os pulmões; Quadros de desnutrição ou subnutrição; Pacientes em coma; Pacientes que sofrem com outras doenças ou condições clínicas que comprometem a deglutição, como disfagia, AVC, Alzheimer, doenças neurológicas, câncer ou ainda pessoas que estejam se preparando ou se recuperando de uma cirurgia também podem ter a indicação de uso de dieta enteral. 21 Vias de acesso Via nasoenteral A sonda é passada pelo nariz e se direciona até o estômago ou intestino delgado. Gastrostomia A sonda é implantada cirurgicamente e permanece em um orifício (estoma) diretamente no estômago. Jejunostomia A sonda é implantada cirurgicamente e permanece em um orifício (estoma) diretamente no intestino delgado (jejuno). A via de acesso para recebimento da dieta é escolhida pela equipe médica, conforme cada caso, bem como a sua retirada para retorno da alimentação pela boca. 22 Tipos de dieta Dieta caseira (artesanal) É a dieta preparada em domicílio com alimentos em sua forma natural (leite, ovos, carnes, legumes, verduras, óleo, entre outros) e pode ser adicionadas ou não, de módulos de nutrientes (maltodextrina, albumina, proteína, fibras, vitaminas e minerais). Ela deve ser liquidificada e coada adequadamenteaté se obter a consistência ideal, evitando o risco de entupir o equipo ou a sonda. Dieta industrializada É uma dieta pronta e nutricionalmente completa. Possui todos os nutrientes necessários. Pode ser encontrada na forma de pó, que necessita de diluição em água, ou na forma líquida, pronta para administração diretamente no frasco. 23 Tipos de administração Gravitacional: Consiste na administração da dieta durante 20 a 35 minutos, a cada 3-6 horas. A infusão é livre, deixando-se fluir através do equipo, apenas impulsionada pela força da gravidade, devendo ser de forma lenta o gotejamento (1 gota por segundo). Bolus: Consiste em infundir a dieta enteral, com uma seringa de 20 a 60 ml, a cada 3-4 horas, durando a infusão pelo menos 15 a 30 minutos, infundindo-se lentamente. Bomba de infusão: É a infusão contínua de nutrientes durante as 24 horas ou menos, através de uma bomba que controla o gotejamento da dieta. Responsabilidades • Médico: responsável por indicar, prescrever e acompanhar os pacientes em uso de nutrição enteral. • Nutricionista: responsável por realizar todas as operações inerentes à prescrição dietética, composição e orientação sobre a preparação da nutrição enteral. • Enfermeiro e técnicos de enfermagem: responsável por realizar a administração da nutrição enteral e água, a checagem no prontuário, anotar os episódios de evacuação e motivos caso não administre a dieta. • Farmacêutico: responsável por orientar sobre o uso de medicamentos por via enteral. • Fonoaudiólogo: responsável por realizar prescrição quanto à segurança da deglutição e à consistência de dieta por via oral. 24 CUIDADOS DE ENFERMAGEM Elevar a cabeceira entre 30 e 45 graus, ou manter o paciente sentado durante a administração da dieta, e conservar o paciente nesta posição de 20 a 30 minutos após a infusão da dieta; Verificar se a dieta esta em temperatura ambiente; Conectar o equipo ao frasco; Colocar o frasco em um suporte acima do nível da cabeça do paciente; Abrir a pinça de rolete do equipo, permitindo que a dieta preencha todo o equipo; Ao término da dieta, desconectar o equipo da sonda e do frasco, injetar na sonda 50 ml de água mineral ou potável, com a seringa de 20 ml, para limpar os resíduos de alimentos que ficaram; Fechar a sonda. Intercorrências •Náuseas •Vômitos •Diarreia •Desidratação •Entupimento •Saída acidental 25 Dieta Parenteral A nutrição parenteral (NP) é a infusão intravenosa de nutrientes diretamente na circulação sanguinea, é produzida em farmácias especiais. É utilizada em casos mais graves como: Remoção de grande parte do intestino delgado Síndrome do intestino curto Fístula enterocutânea de alto débito Pseudo oclusão crônica do intestino Enterotomia proximal Doença de Crohn grave Mal formações congênitas graves Cirurgia múltiplas Pancreatite ou doença inflamatória intestinal grave Atrofia da mucosa do intestino com má-absorção persistente Doença ulcerativa crônica Fase paliativa do câncer Síndrome de supercrescimento bacteriano (SBID) - Enterocolite necrosante - Complicação da doença de Hirschsprung Vias de administração Periférica (NPP) é realizada através de um cateter venoso periférico, que é colocado em uma veia menor do corpo, geralmente no braço ou mão. Este tipo é mais indicado quando a nutrição é mantido por até 7 ou 10 dias, ou quando não é possível colocar um cateter venoso central Central é feita através de um cateter venoso central, que é um pequeno tubo que é colocado dentro de uma veia de grande calibre, como a veia cava, e que permite a administração de nutrientes por um período superior a 7 dias; 26 Composição da solução: Sistema glicídico binário ou “dois em um” – solução de aminoácido e glicose; Normalmente líquido transparente. Sistema lipídico ternário ou “três em um” – solução de aminoácidos, glicose e lipídios. Normalmente líquido esbranquiçado. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Lavar as mãos com água e sabão; Parar qualquer infusão de soro ou medicamento que esteja sendo administrada pelo cateter; Desinfetar a conexão do sistema de soro, utilizando uma compressa esterilizada com álcool; Retirar o sistema de soro que estava no local; Injetar lentamente 20 mL de soro fisiológico; Conectar o sistema da nutrição parenteral. Todo este procedimento deve ser feito com a utilização do material indicado pelo médico ou enfermeiro, assim como uma bomba de administração calibrada que garanta que a alimentação é fornecida na velocidade correta e pelo tempo indicado pelo médico. 27 COMPLICAÇÕES MECÂNICAS: Relacionadas ao cateter: deslocamento, perfuração do vaso, pneumotórax, hemotórax, desconexão do cateter com perda sanguínea ou embolia gasosa; METABÓLICAS: Sobrecarga hídrica Hiperglicemia; Hipoglicemia; Hipertrigliceridemia; Hipercapnia; Deficiência de ácidos graxos essenciais; Síndrome de retroalimentação; Distúrbios eletrolíticos; Distúrbios hepatobiliares; Gastrite; Úlcera de estresse; INFECCIOSAS: Sepse relacionada ao cateter, tendo como agentes etiológicos mais freqüentes: Staphylococcus epidermidis, fungos, bacilos Gram negativos (Escherichia coli, Serratia marcescens, Enterobacter cloacae) e Staphylococcus aureus. Dieta para Prematuros É utilizado leite materno ou fórmulas infantis. Podendo ser via oral ou enteral. Em casos mais graves é usado a dieta parenteral.