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BIOTECNOLOGIAS DA REPRODUÇÃO Maria Eduarda Rocha BIOTECNOLOGIAS DE SÊMEN Biotecnologia de sêmen diz respeito à qualquer processamento feito com o sêmen (resfriamento, congelação, diluição, sexagem), visando a conservação do material por maior tempo. SÊMEN (espermatozoides + parte líquida): suspensão celular contendo espermatozoides e fluido secretado pelas glândulas acessórias do trato genital masculino. - Porção celular: espermatozoides (formados no interior dos túbulos seminíferos) - Porção fluida: plasma seminal (transportador e protetor dos espermatozoides) PROCESSAMENTO DO SÊMEN: - Manter viabilidade por mais tempo - Varia com a espécie · Algumas espécies apresentam problemas ao congelamento (ex: suínos) - O processamento depende do que se pretende fazer com o sêmen COLETA DO SÊMEN: - Técnica de acordo com a espécie (eletroejaculação, manipulação digital, vagina artificial, manipulação manual) - Análises físicas (motilidade, vigor, turbilhonamento, concentração) - Análises morfológicas - OBS: não se processa sêmen de qualidade ruim! - Todo o material para trabalhar com processamento de sêmen deve estar aquecido. O sêmen pode ser: - FRESCO (mantido a 37°C – banho-maria) · Pouco utilizado atualmente - REFRIGERADO - CONGELADO (-196°C no nitrogênio líquido) · Palhetas – 0,25 e 0,5 ml · Pellet – gelo seco (em ovinos e pesquisas) · Máquinas de congelar ou caixa isotérmica · O sêmen fica preservado por tempo indeterminado, desde que o nitrogênio líquido seja mantido Crescimento da IATF: Com o crescente aumento da biotecnologia de IATF, temos que trabalhar para garantir melhores processos, técnicas bem desenvolvidas e qualidade do sêmen, para que o sêmen dê resultado! CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN: A criopreservação do sêmen consiste na utilização de substâncias específicas, como os crioprotetores, que possibilitam o armazenamento das doses de sêmen, por período indeterminado em nitrogênio líquido a -196ºC. - Processo de tratamento em meios especiais e congelamento para uso posterior. - A criopreservação do sêmen busca a suspensão do metabolismo espermático e a manutenção de suas características por um período prolongado. - O objetivo é “pausar” o metabolismo do espermatozoide, para que seja preservado por muito tempo, pois é uma célula muito ativa e em pouco tempo reduz-se sua atividade. Ao congelar, esse metabolismo é suspendido e ao descongelar os espermatozoides retornam à ativa. - Como o próprio nome diz, a técnica tem o intuito de “preservar” o sêmen, pois é de suma importância a qualidade do mesmo para se obter bons percentuais de prenhez, uma vez que o uso de sêmen de má qualidade poderá prejudicar os resultados de todo o programa de inseminação artificial, por exemplo. O uso da criopreservação do sêmen depende da manutenção do potencial fertilizante dos espermatozoides (integridade e funcionalidade). - Flagelo (para garantir produção de ATP e motilidade) - Núcleo (para manter estável o armazenamento do DNA) - Acrossomo (para manter a fecundação) - Segmento equatorial (para que ocorra a ativação do ovócito) O objetivo é manter a célula com a maior qualidade possível, para não perder a qualidade do sêmen. A criopreservação possibilita o armazenamento de células espermáticas por um longo prazo, e esse material genético pode ser utilizado em algumas biotécnicas reprodutivas. USO DO SÊMEN CONGELADO: - Comercialização nacional e internacional - Biobancos (armazenamento de material genético) - IA - Produção in vitro de embriões (FIV e ICSI) - Transferência de gametas (GIFT) - Programa de transferência de embriões - Pesquisa científica A demanda de sêmen criopreservado aumentou no Brasil nas últimas décadas, tornando-se essencial para a aplicação das biotécnicas reprodutivas, como inseminação artificial, transferência de embriões (TE) e fertilização “in vitro” (FIV), eliminando as limitações de tempo e distância. A técnica de criopreservação permitiu que os espermatozoides fossem congelados, armazenados por tempo indeterminado e utilizados com sucesso na inseminação artificial. Além do melhoramento genético, o congelamento de sêmen serve como banco de reserva genética para animais de alto padrão racial e comercial, propicia maior intercâmbio entre criatórios das mais variadas regiões e países. A criopreservação também contribui para minimizar perdas econômicas advindas da morte de reprodutores de alto valor comercial. Tanto o congelamento, quanto o descongelamento devem ser feitos de forma correta. Se acertar no congelamento, mas errar no descongelamento, o espermatozoide também perderá qualidade! - A preservação das estruturas espermáticas ao congelamento/descongelamento é obtida através do uso de DILUIDORES e CRIOPROTETORES. - As curvas de resfriamento buscam minimizar os danos causados pelo choque térmico, formação de cristais de gelo e desidratação celular. Reduz-se gradativamente a temperatura de 37°C para -196°C (curva de resfriamento), pois se fosse de uma vez o espermatozoide sofreria choque térmico. DESVANTAGENS À CÉLULA: - Formação de cristais de gelo - Injúrias oxidativas - Alterações na membrana dos espermatozoides - Lesões no DNA - Estresse osmótico - Toxicidade dos crioprotetores · Todos os crioprotetores são tóxicos para a célula, porém são necessários para manter o sêmen. - 50% de mortalidade celular · Ao realizar o congelamento, se perde em média 50% da viabilidade das células. · Apesar dos efeitos benéficos do crioprotetor, não existe uma técnica de criopreservação celular que permita 100% de sobrevivência após o congelamento e descongelamento. Durante o processo de criopreservação, o espermatozoide passa por mudanças estruturais nas membranas, que resultam em diminuição da fertilidade (por morte celular e danos na capacidade funcional dos espermatozoides sobreviventes). A motilidade e estrutura dos espermatozoides são afetadas de diferentes formas. Todo processo de congelamento gera “sofrimento” à célula, mas quanto melhor a qualidade inicial do sêmen, menos alterações ele sofrerá. DILUIÇÃO DO SÊMEN: - Vantagens da diluição: · Aumentar o volume do ejaculado · Adicionar preservativos para manter a viabilidade do sêmen e sua qualidade · Grande número de fêmeas inseminadas a partir de um pequeno conteúdo · Atóxico · Pressão osmótica e acidez ideal · Baixo custo · Fácil preparo Diluente ideal: - Deve fornecer energia e nutrientes aos espermatozoides: glicose e/ou frutose - Deve manter a pressão osmótica e o balanço eletrolítico, visto que o sêmen é isotônico aos fluidos corpóreos como sangue, plasma e leite (o responsável pela manutenção desta característica é citrato) - Deve compensar a diferença de pH devido à formação do ácido lático pela movimentação dos espermatozoides, apresentando, portanto, um pH de 6,5 a 6,9. - Deve inibir o crescimento de microorganismos, sendo para tal necessário a presença de antibióticos, como gentamicina ou tilosina. - Deve fornecer proteção contra o choque térmico e rápido resfriamento: gema de ovo ou leite. - Os diluentes podem ainda conter substâncias crioprotetoras, que diminuem a formação de cristais de gelo intracelulares, como o glicerol e DMSO. Componentes dos diluentes: - Nutrição: citrato de sódio, gema de ovo, leite, fosfatos, glicídios, TRIS, EDTA - Antibióticos - Crioprotetores: glicerol, metanol, etilenoglicol, dimetilsulfóxido → Citrato gema de ovo: · No preparo desse diluidor utiliza-se basicamente citrato de sódio, glicerol e gema de ovo. → Meios à base de leite: · Meios à base de leite são particularmente populares nos EUA devido principalmente a sua facilidade de preparo e baixo custo. · Principal desvantagem: opacificação do meio, que dificulta observação microscópica individual dos espermatozoides (os glóbulos de gordura presente no leite deixam o meio opticamente opaco). → TRIS – gema de ovo: · É o meio mais utilizado comercialmente devido aos ótimos resultados obtidos quanto a congelabilidade do sêmen e posterior motilidade ao descongelamento, frente aosoutros meios diluidores. → Meios diluidores comerciais: · Congelação de sêmen a campo ou em laboratórios poucos tecnificados · Entre os principais meios comerciais, destacam-se: - Plus x - Biladyl/Triladyl - Europhos - Continental - Biociphus - Instant → Gema de ovo: - Atua na membrana, protege contra o choque térmico durante o resfriamento (inibe a perda de fosfolipídeos da membrana). 15-30% - Problemas de exportação: receio de contaminação (bactérias, Mycoplasma) → Água de coco: - Fitormônio que previne a ação da fosfolipase A no ejaculado - Principal substância: ácido acético - Ideal: osmolaridade de 320 mOsm/kg e pH 6,8 Exemplos de diluidores de sêmen comerciais (prontos para uso): De forma geral, o diluente tem que ter uma fonte de energia, citrato, antibiótico, gema de ovo ou leite (evitar choque térmico) e o crioprotetor. Ou seja, realiza-se uma mistura para preservar o sêmen da melhor maneira possível. OBS: Em equinos usa-se mais o leite, e em bovinos a gema de ovo. PASSOS DA CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN: 1. Diluição · A primeira etapa da criopreservação espermática é a diluição do sêmen em meios específicos para garantia da manutenção do movimento celular. Sua composição influencia na sobrevivência espermática durante o processamento e na refrigeração ou congelação, fator crucial para a preservação da integridade espermática e habilidade de fertilização dos espermatozoides bovinos · Diluentes · Seus componentes devem garantir nutrição, proteção, pH (6,5 a 6,9) e osmolaridade adequados (300 mOsm), e atividade antibacteriana · Logo após a coleta, o sêmen deve ser diluído em meio de manutenção para dar suporte até o processamento de criopreservação (transporte) · A diluição inicial deve ser feita para dar um suporte para o sêmen. · Diluição na proporção 1:1 (sêmen:diluente) · Crioprotetores · Classificados como externos e internos de acordo com a capacidade de penetração da membrana plasmática · Devem provocar a desidratação celular, proteger e estabilizar a membrana plasmática, e evitar a formação de cristais de gelo · O que destrói uma célula são os CRISTAIS DE GELO. · Crioprotetores internos: · São moléculas pequenas que atravessam a membrana plasmática · Glicerol, etilenoglicol, propilenoglicol, propanodiol, dimetilsulfóxido, dimetilformamida · O glicerol é o crioprotetor interno mais utilizado em quase todas as espécies · Atuam nos meios intra e extracelulares · Possuem o ponto de congelação muito mais baixo do que o da água · Aumentam a osmolaridade do meio extracelular e promovem a saída de água da célula (até recuperar volume inicial) · Evitando o acúmulo de água e a formação de cristais de gelo intracelular · Crioprotetores externos: · São moléculas grandes e não conseguem atravessar a membrana plasmática · Proteínas (da gema do ovo – LDL – e do leite desnatado) · Açúcares (frutose, glicose, manose, rafinose ou trealose) · Polímeros sintéticos (polivinilpirrolidona e metilcelulose) · Agem como solutos ou colóides, pois contribuem para as propriedades osmóticas e afetam o movimento de água para dentro e para fora da célula · Toxicidade dos crioprotetores · Crioprotetores são usados em menor concentração, pois são tóxicos · Crioprotetores são tóxicos ao espermatozoide, pois causam injúrias bioquímicas e danos osmóticos · Altas concentrações (10 a 20%) de crioprotetores desestabilizam os lipossomos, dissolvendo os fosfolipídeos, enquanto em concentrações moderadas previnem os efeitos prejudiciais da desidratação · Bovinos: tris-gema e glicerol são os que apresentam os melhores resultados · Equinos: dimetilformamida é o mais usado · Caprinos: leite desnatado + glicose + glicerol · Aditivos · EDTA 0,1% · Quela cálcio e magnésio que danificariam a célula no resfriamento · Criopreservação -> ROS (radical livre superóxido e peróxido de hidrogênio) · O EDTA pode ser utilizado ou não, não faz muita diferença. · Antibióticos · Penicilina (1000 UI/ml) · Estreptomicina (1 mg/ml) 2. Resfriamento · O resfriamento lento abaixo de 0°C promove maior saída de água da célula, podendo levar a desidratação celular intensa · O resfriamento rápido é insuficiente pra permitir a saída · A taxa de resfriamento ideal resulta em suficiente retirada de água intracelular, formando pequenos cristais de gelo intracelulares e sobrevivência após o descongelamento · O resfriamento não pode ser rápido demais, e nem lento demais · O ponto mais melindroso de um resfriamento é entre 19° até 8°C (principal entrave) · Se rápida = muitas lesões por choque térmico · Essas lesões causam movimento circular ou retrógrado, rápida perda de motilidade, lesão em acrossoma e dano a membrana plasmática · Ideal = resfriamento lento + período de equilíbrio por 5 horas · Fase de equilíbrio · Possibilita a troca de lipídeos entre a membrana e o diluente: aumenta a resistência no congelamento e descongelamento · A temperatura não pode variar 4-5°C · Manter na geladeira em banho-maria num recipiente · Quanto mais tempo deixar em equilíbrio, melhor será a qualidade do sêmen · Indica-se 5h, mas deixar pelo menos 2h · 4-5h: 64-71% de fertilidade · Consiste em deixar o espermatozoide interagir com o meio · Choque térmico: · Alterações irreversíveis nos padrões normais de motilidade (movimento circular ou retrógrado) · Perda rápida de motilidade · Danos no metabolismo da membrana plasmática e do acrossoma · Mudanças na bioquímica e no funcionamento das células espermáticas, incluindo: · Diminuição da taxa da glicólise, da respiração celular e da frutólise · Aumento na degeneração do ácido desoxirribonucléico · Liberação de material intracelular 3. Envase do sêmen · Palhetas plásticas de 0,5 ml ou 0,25 ml · Envase das palhetas: · Métodos automáticos: envasador próprio para palheta, de origem francesa -> alto custo, sendo viável apenas em centrais de congelamento onde o volume de sêmen processado é muito grande · Bomba a vácuo · Método manual: pipetas e seringas, envasando uma palheta por vez (mais utilizado à campo, onde a quantidade de sêmen a ser envasado é pequena) · Na palheta deve conter: · Nome e número de registro do touro · Partida do sêmen ou data da colheita · Nome ou código do estabelecimento 4. Congelamento (criopreservação celular) · Processo físico-químico · O sucesso da congelação espermática é baseado no bloqueio dos processos metabólicos das células espermáticas · Troca de água e calor entre os meios · Mudanças de estado físico · Pontos importantes: · Desidratação celular · Evitar formação de grandes cristais de gelo intracelular · Da temperatura ambiente para -5°C · NÃO CONGELAMENTO · SUPER RESFRIAMENTO · De -5°C para -15°C · CONGELAMENTO EXTRACELULAR · SUPER RESFRIAMENTO INTRACELULAR · Formação de gelo de água pura · Aumenta a concentração de soluto · Aumenta o gradiente osmótico · Iguala concentração dos meios intra e extracelular · Desidratação celular · Zona crítica do congelamento: -15°C para -65°C · Taxa de resfriamento: · Taxa lenta – efeito solução · Taxa rápida – efeito cristais de gelo intracelular · Necessidade de curva ótima · Efeito dos cristais de gelo: · Quantidade de cristais pequenos não promovem lesões · T (-85°C até -45°C) – descongelamento · Fenômeno da recristalização migratória · Cristais grandes – lesões mecânicas · Descongelamento rápido ( > 100°C/min) · Curva de resfriamento/congelamento: · Curva de resfriamento 5°C/1h e 15 min (0,25°C/min) · Curva de congelamento até -80°C (-15°C/min) · Curva de congelamento até -120°C (-10°C/min) · Imersão em nitrogênio líquido (-196°C) · Armazenagem 5. Armazenamento · Em botijões de nitrogênio líquido (-196°C) · As palhetas são colocadas em raques identificadas · O nível do nitrogênio líquido é verificado e mantido periodicamente (15 dias) · Armazenamento por tempo ilimitado · Quando congelados da forma correta, os materiais podem ficar armazenados por muitos anos 6. Descongelamento · Retira do nitrogênio líquido e coloca em banho-maria · Em banho-maria a37°C por 30 segundos · Cortar uma das extremidades da palheta para retirada do sêmen · Velocidade de descongelamento: · Depende da velocidade de congelamento · Congelamento rápido -> descongelamento rápido · Congelamento lento -> descongelamento lento (choque osmótico) · Descongelamento em palhetas: · 0,5 ml: 37°C/30 segundos · 0,25 ml: 37°C/15 segundos TESTES PARA AVALIAR VIABILIDADE DO SÊMEN: - TTR (teste de termo-resistência): · O TTR tem o intuito de avaliar o comportamento do sêmen após ser descongelado, e garantir que quando colocado dentro da fêmea terá capacidade de fecundar · Rápido – 46°C/30 min · Lento – 38°C/5 horas · Estressado – lento + refrigerador (5°C/4h) · APROVADO -> maior ou igual de 15% de motilidade progressiva - ASMA (automated sperm morphometry analyses): · Sistema computadorizado realizadas por esfregaços corados (1.000 x) · As imagens destinadas a avaliação da morfometria da cabeça dos espermatozoides são avaliadas pelo software · Concentração de 200 milhões de espermatozoides/ml · Existem padrões para cada espécie · Espermatozoides são mais delgados quando subférteis - Testes de viabilidade de membrana: · Teste hiposmótico: · Em uma solução hiposmótica (150 mOsm) a água entra no espermatozoide na tentativa de se alcançar o equilíbrio osmótico · Capacidade do flagelo de se dobrar na presença de uma solução hiposmótica indica que a membrana está íntegra e funcional · O teste hiposmótico é um teste simples, prático e confiável · Live/Dead (Invitrogen): · SYBR 14 e iodeto de propídio · PI cora células com danos de membrana · O Live/Dead é um kit para teste de viabilidade de membrana utilizado após congelamento/descongelamento · FITC-PSA: · Para avaliar a integridade do acrossomo de células espermáticas, através da capacidade de ligação a glicoproteínas específicas · Teste utilizado para avaliar crioinjúrias após congelamento/descongelamento · Fluorescein Isothiocyanate-conjugated-Pisium sativum agglutinin SELEÇÃO DO MACHO DOADOR → COLETA DE SÊMEN → AVALIAÇÃO SEMINAL → CONGELAMENTO/DESCONGELAMENTO → AVALIAÇÃO SEMINAL PARTICULARIDADES DAS ESPÉCIES: - Bovinos · Refrigeração: · A refrigeração é pouco utilizada · O resfriamento deve ser gradativo · Diluidor (citrato-gema) · 5°C – 3 dias (dependendo da qualidade do sêmen) · Sêmen para uso rápido, não é para comercialização · Geralmente feito na própria fazenda · Congelação: · Método mais utilizado · Diluentes – citrato gema, lactose gema, tris gema, água de coco · Crioprotetor: glicerol · Palhetas de 0,25 ou 0,5 ml · Diluições: sêmen e diluidor na mesma temperatura, gota a gota com homogeneização constante · Diluições: · Sêmen e diluidor na mesma temperatura · Gota a gota com homogeneização constante · 1ª diluição em banho-maria · Transfere para a geladeira (4-5°C) · Diluições seriadas a cada 15 minutos · Terminada a diluição: tempo de equilíbrio de 1 hora · Envazar o sêmen · Congelar · Cálculo de diluição: · A quantidade de diluente colocado para primeira diluição deve ser a mesma quantidade do sêmen que foi coletado (ex: 10 ml de sêmen – 10 ml de diluente) · 20 ml (10 ml de diluente + 10 ml de sêmen) · A quantidade de espermatozoides na palheta (dose na palheta) não é padronizada, então é variável · Protocolos de congelação: · Vários · O congelamento das palhetas de sêmen pode ser realizado através de sistema automatizado, onde a curva de resfriamento é controlada eletronicamente ou pelo sistema convencional em que a curva de resfriamento não é controlada · Automática · Máquina de congelamento – precisão · 0,25°C/min até 5°C (1,5 horas) · -15°C/min (-5°C até -80°C) · -10°C/min até -120°C · Mergulha no nitrogênio líquido · Manual · Caixa de isopor · Palheta em plataforma · Técnica de Jondet · Diluições em banho-maria e geladeira · Sêmen a 4°C em geladeira · 4°C até -15°C = 1°C/min · -15°C até -30°C = 1°C/3 min · -30°C até -69°C = 1°C/2 min · Estabiliza a 3 cm acima N2/15 min · Mergulha no N2 líquido a -196°C · O sêmen congelado só pode ser comercializado se estiver dentro dos padrões: · É fundamental o uso de métodos adequados de coleta, armazenamento e de criopreservação do sêmen bovino, para garantir a qualidade e obter maiores índices de fertilidade nos rebanhos. Para que a criopreservação ocorra de forma eficiente é necessário que a diluição seja realizada de forma correta, o que resultará num sêmen de melhor qualidade e na maior quantidade de doses inseminantes, permitindo a inseminação de maior número de fêmeas, proporcionando o melhoramento genético e tornando o processo mais lucrativo. Utilizar sêmen com qualidade é imprescindível para a fertilidade e sucesso da reprodução de bovinos - Equinos: · Refrigeração: · Mais utilizado e o tempo de viabilidade depende do diluidor · Diluidores – base de leite desnatado, gema de ovo, Kenney, E-Z-Mixin, INRA 82, Berlinger, Dimitropulos · Proteção de membranas – glicose e gelatina · Taxa de refrigeração = 1°C/min · -0,05°C/min entre 19 e 8°C – onde há maiores lesões de membranas · Sucesso do uso do sêmen resfriado: · Taxa de resfriamento · Temperatura de armazenamento · Composição do diluidor · Qualidade do sêmen a fresco · Manuseio do sêmen · Duração: · Diluente a base de leite desnatado (Kenney) – 24 a 70 horas · Glicina/gema de ovo (Dimitropoulos) – 24 horas a 5°C · Dose: · 500 x 106 sptz viáveis – 20 a 40 ml · Congelação: · Resultado fraco pós-descongelação · Depende muito do sêmen, principalmente membranas · Centrifugar sêmen – tirar plasma seminal · Diluidores: lactose/gema/EDTA, Kenney, INRA 82, Nagase, etc · Crioprotetor: etilenoglicol, DMSO, etc · Palhetas de 0,5 ou 0,25 ml (melhor curva) · Dose: · 200 x 106 sptz viáveis · Técnica: · Resfriamento do sêmen · Palhetas 3 a 6 cm do nível do nitrogênio líquido por 10 a 20 minutos · Mergulha no nitrogênio · Ideal uso de máquina de congelar · Restrições na utilização da técnica se devem à baixos resultados e técnicas de congelação · Padrões de qualidade: - Suínos: · Não se faz congelamento, pois é a espécie que apresenta o espermatozoide mais sensível, e até mesmo na refrigeração, o resfriamento não é muito (entre 15 a 18°C) · Refrigeração: · Método mais utilizado para suínos · Espermatozoide é muito sensível – acrossomo · Temperatura utilizada: 15 a 18°C · Duração: 3 a 7 dias · Diluentes mais utilizados: · IVT, BTS, Kiew, Androrep, MR-A · Temperaturas mais baixas – alta lesão de acrossomo · Cálculo da dose para suínos: Para o cálculo de suínos, a motilidade deve estar contida na multiplicação. Nas outras espécies também pode ser usado, mas em suínos tem que ser usado! · Diluição: · O diluente deve ser adicionado no sêmen de forma lenta para que as células espermáticas se adaptem ao novo ambiente · Após diluição, homogeiniza-se a solução e fraciona as doses · Manter as doses em temperatura de 24°C por 2 horas · Após acondicionar na conservadora de sêmen a 15 a 18°C · Congelação: · Alta sensibilidade ao congelamento e descongelamento · Diferença na bicamada lipídica da membrana do espermatozoide · Menor porcentagem de moléculas de colesterol · Distribuição de assimetria do colesterol na membrana · Glicerol – melhor crioprotetor – 3-4% · Manter células por 2 horas com plasma seminal · Diluidores – BL1, Kiew · Velocidade de congelamento deve ser 30°C/min · Velocidade de descongelamento de 120°C/min · Congelamento: · Palhetas de 0,5 ml · Peletização em gelo seco · Armazena a -196°C · Existe o congelamento para suínos, mas não é usado. · Padrões de qualidade: - Ovinos e caprinos: · Refrigeração: · Duração por tempo curto · Deve-se fazer diluição devido a alta concentração celular e o baixo volume · Diluente: a base de leite desnatado, tris, água de coco · Dose = 200 x 106 espermatozoides/ml · Viabilidade: · 15°C – 12 horas · 4°C – 24 horas · Congelação: · Retirar plasma seminal · Diluidor: leite desnatado, glicina/gema ou gema/tris e glicerol · Palhetas de 0,5 ml ou 0,25 ml· Dose = 200 x 106 espermatozoides/ml · Congelamento: · Amostras diluídas e levadas a 4°C · Vapor do nitrogênio líquido por apenas 9 min a 2 cm da lâmina · Mergulhar no N2 · Pellet – em gelo seco · Armazenar a -196°C · Padrão de qualidade: - Cães: · Refrigeração: · Utilizado algum tempo pós coleta ou em local diferente da mesma · Deve-se diluir o sêmen · Utiliza todas as frações coletadas · Meios mais utilizados · Leite desnatado e glicose (meio Kenney) · Tris-glicose · Tris-gema · Pode ser transportado em garrafa térmica · Duração = 4°C – 2 a 5 dias · Congelamento: · Transporte a longa distância · Cai muito a viabilidade · Inseminações devem ser feitas intrauterinas · Diluentes: · Técnicas muito variadas · Tris/frutose, água de coco/gema de ovo/glicerol, etc · Palhetas de 0,5 ml · Melhor crioprotetor: etilenoglicol · Padrão de qualidade: - Gatos: · Semelhante a outras espécies de carnívoros, com grande variação de protocolos · Resfriamento a 5°C – gema de ovo · Diluentes de sêmen: · TES e TRIS, isolados ou conjunto adicionados de frutose ou glicose · 10 a 20% de gema de ovo · Crioprotetor – 3% a 4% de glicerol · Antibióticos – penicilina, estreptomicina ou amicacina · Novos diluentes: · MP-50: rafinose, glicose, lactose, citrato de sódio e potássio, EDTA, gema de ovo, leite em pó desnatado · Meios de cultivo – Hepes, Dubelco e Eagle · Congelamento: · Palhetas · Processo de congelamento causa danos às membranas plasmáticas e acrossomais · Período de equilíbrio a 5°C por 30 a 40 minutos · Congelação vapor de nitrogênio líquido, com imersão subsequente das palhetas · Os resultados pós-descongelação são bastante variáveis: < 30% a > 70% de espermatozoides móveis CONSIDERAÇÕES FINAIS: · A manutenção da fertilidade do sêmen depende essencialmente da presença de crioprotetores capazes de preservar a integridade da membrana plasmática, retardando o processo de capacitação dos espermatozoides · As técnicas de criopreservação convencional e automatizada para o sêmen apresentam resultados semelhantes pós-descongelação para motilidade, vigor e integridade das membranas espermáticas · Há uma grande variedade nos meios diluentes para criopreservação de sêmen, mas ainda é necessário aperfeiçoar os já existentes e criar novos meios capazes de promover maior proteção às células espermáticas dos danos causados pela criopreservação · Para minimizar os efeitos deletérios da criopreservação vêm sendo testados, através das décadas, inúmeros diluentes e crioprotetores, além de aditivos para proteger as células e fornecer substratos para sua manutenção durante e após a congelação · Com o objetivo de conservar a capacidade fecundante do espermatozoide, a congelação proporciona um estado de quiescência ao mesmo tempo reduzindo seu metabolismo e, consequentemente, diminuindo os gastos energéticos e da produção de catabólitos, contribuindo assim para a preservação celular, além de aumentar o número de fêmeas fecundadas com um único ejaculado. Contudo, o ciclo da congelação/descongelação resulta em diminuição da fertilidade quando comparada àquela do sêmen a fresco.
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