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Concreto Armado Liana Parizotto Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 P231c Parizotto, Liana. Concreto armado / Liana Parizotto. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 220 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-090-0 1. Concreto armado – Engenharia civil. I. Título. CDU 624.012.45 Revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS) Professora do curso de Engenharia Civil (FSG) Iniciais_Concreto armado.indd 2 09/06/2017 17:36:38 Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: De� nir as ações e os critérios para o dimensionamento de elementos em concreto armado. Identi� car os tipos de carregamento e suas combinações últimas e de serviço. Avaliar os coe� cientes utilizados nas combinações das ações e na ponderação das resistências. Introdução Para garantir a segurança das estruturas de concreto armado, é necessário que cada um de seus elementos seja dimensionado no estado limite último (garantindo, assim, a sua resistência ao colapso) e verificado no estado limite de serviço (o que impõe limites quanto a sua utilização, como deformações e fissurações excessivas). Em ambos os casos, o valor da resistência do elemento deve ser superior ao valor dos esforços aos quais ele será solicitado, empregando os coeficientes que ponderam as resistências e os coeficientes que majoram as solicitações. As solicitações nos elementos são geradas pelas ações que podem ocorrer sobre a estrutura durante a sua vida útil. Como essas ações são de naturezas diferentes, é necessário considerá-las conforme seus valores, sua duração e sua probabilidade de ocorrência, e combiná-las com seus respectivos coeficientes conforme o estado limite analisado. Como resultado, obtemos o valor a ser comparado com a resistência do concreto armado. Neste U3_C09_ Concreto armado.indd 131 09/06/2017 17:12:50 capítulo você vai conhecer os tipos de ações e de carregamentos, suas combinações e os coeficientes que devem ser utilizados como critérios de segurança para o dimensionamento de elementos em concreto armado. Ações em estruturas e critérios de dimensionamento de elementos em concreto armado O dimensionamento de uma estrutura, no geral, segue a sequência de etapas apresentada a seguir (PFEIL, 1988): avaliação das cargas atuantes: são utilizadas as cargas mais desfavorá- veis que possam atuar na estrutura, e os seus valores são determinados pela norma ABNT NBR 6120:1980; determinação geométrica da estrutura: é feita por comparação com estruturas semelhantes ou por meio de cálculos de pré-dimensionamento; cálculo das solicitações nas seções: as solicitações geradas pelas car- gas atuantes são determinadas para cada seção da estrutura, na sua combinação mais desfavorável; dependendo da situação, as solicitações podem ser multiplicadas por coeficientes de segurança; cálculo das resistências internas: as resistências são determinadas, igualmente, para cada seção da estrutura, levando em conta as resistên- cias características dos materiais utilizados no projeto (concreto e aço); verificação do comportamento: as condições a serem atendidas nas verificações são determinadas pela norma ABNT NBR 8681:2003; os parâmetros verificados podem ser ruptura ou abertura de fissuras nas estruturas, por exemplo; correções geométricas: caso existam deficiências nas verificações, cor- reções geométricas (geralmente na dimensão das seções) são realizadas; as verificações são repetidas até que não existam mais deficiências; detalhamento: apenas algumas seções da estrutura são verificadas, mas, para ter certeza de que a segurança se dará em todos os tramos, é necessário que as armações tenham continuidade; para que isso seja representado, há certas regras de detalhamento a serem obedecidas. As estruturas são dimensionadas de modo a atender a duas situações: coe- ficientes apropriados de segurança relacionados ao colapso e comportamento satisfatório sob a ação de cargas de serviço. Tais situações estão relacionadas Concreto armado132 U3_C09_ Concreto armado.indd 132 09/06/2017 17:12:50 aos estados limites últimos (ELU) e aos estados limites de serviço (ELS), respectivamente. Os estados limites são utilizados para verificar o comporta- mento e a conformidade da estrutura para o seu uso. Ao atingir esses estados limites, a estrutura se torna inadequada. Os estados limites podem ser (PFEIL, 1988): estados limites últimos (ELU): estão relacionados ao máximo da capacidade portante da estrutura e determinam a paralisação do uso da edificação; o ELU é caracterizado pela perda de equilíbrio da estrutura (risco de tombamento, escorregamento) e por deformações excessivas dos materiais (causando instabilidade ou ruptura); estados limites de serviço (ELS): estão relacionados com as condições de utilização normal da estrutura e com a sua durabilidade; o ELS é caracterizado pela abertura de fissuras, deformações e vibrações excessivas. Ações em estruturas Por defi nição, as causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas são chamadas ações, e o cálculo delas irá diferir do ELU para o ELS. As ações são classifi cadas em 3 categorias, conforme a ABNT NBR 8681:2003, em função da sua variabilidade no tempo: permanentes: ocorrem com valores constantes ou pouco variáveis durante aproximadamente a vida toda da estrutura; são divididas em diretas, como o peso próprio da estrutura e dos elementos construti- vos fixos (pisos e forros), e em indiretas, como protensão de cabos e retração dos materiais; variáveis: ocorrem com valores que variam significativamente durante a vida da construção; são cargas acidentais em função do uso da estrutura (pessoas, mobília, veículos, etc.) e também dos efeitos do vento, de forças de impacto, de frenagem, etc.; excepcionais: têm baixa probabilidade de acontecerem durante a vida da construção e possuem duração extremamente curta; são decorrentes de explosões, incêndios, enchentes, colisões de veículos, etc. e aparecem apenas em alguns projetos. 133Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado U3_C09_ Concreto armado.indd 133 09/06/2017 17:12:51 Condições de segurança Além dos requisitos construtivos de segurança exigidos, como detalhamento constante das seções da estrutura e controle de materiais utilizados na cons- trução e na execução da obra, existem requisitos analíticos. Os requisitos analíticos de segurança surgem na análise estrutural e diferem do ELU para o ELS. As condições apresentadas a seguir serão retomadas e melhor esclarecidas nos próximos itens (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003). Para o ELU, deve ser obedecida a seguinte condição: Rd ≥ Sd em que: Rd= esforço resistente de cálculo; Sd= esforço solicitante de cálculo. Para o ELS, deve ser obedecida a seguinte condição: Sd ≤ Slim em que: Sd = esforço solicitante de cálculo; Slim = esforço solicitante limite adotado para o efeito estrutural de interesse. Tipos de carregamentos e suas combinações de ações No item anterior, você viu a classifi cação das ações. No entanto, há ainda outra classifi cação relativa ao tipo de carregamento que a estrutura poderá sofrer ao longo de sua vida. Diferentemente das ações, que se distinguem uma da outra pela variabilidade no tempo (permanentes, varáveis e excepcionais), os carregamentos são classifi cados de acordo com a frequência com que ocorrem. Segundo a ABNT NBR 8681:2003, um carregamento é um conjunto de ações que têm probabilidade de ocorrerem em uma estrutura, concomitan- temente, devendo ser combinadas de diferentes maneiras para cada tipo de carregamento. Você vai ver a seguir os 4 tipos de carregamento: Concreto armado134 U3_C09_ Concreto armado.indd 134 09/06/2017 17:12:51 normal: sua duração se dá por todo o período de vida daconstrução; provém do uso esperado da estrutura, devendo sempre ser considerado em todas as verificações de segurança, tanto para o ELU quanto para o ELS; especial: sua duração é pequena em relação ao período de vida da construção; provém de ações variáveis, com intensidade e natureza especiais, e superam em intensidade os efeitos causados pelo carre- gamento normal; deve ser considerado apenas nas verificações de segurança para o ELU, exceto em casos particulares, em que também é verificado para o ELS; excepcional: sua duração é extremamente curta em relação ao período de vida da construção; provém de ações excepcionais, podendo causar efeitos catastróficos, sendo analisado apenas em determinadas estru- turas; deve ser considerado somente nas verificações de segurança para o ELU; de construção: é transitório, com sua duração sendo definida de acordo com cada caso; provém de ações durante a fase de construção da edifica- ção e é analisado somente nos casos em que exista risco de ocorrência de algum estado limite; deve ser observado nas verificações de segurança de todos os estados limites que são suspeitos de acontecerem durante a fase de construção. Ao fazer a verificação da segurança da estrutura relativa aos estados limites, para cada tipo de carregamento você deve utilizar as combinações que gerarem os efeitos mais desfavoráveis nas seções críticas da estrutura. As ações permanentes são sempre tomadas integralmente, enquanto as variáveis têm apenas as suas parcelas desfavoráveis consideradas (ABNT, 2003). Você vai ver a seguir as combinações de ações para o estado limite último (ELU) e para o estado limite de serviço (ELS). As ações permanentes são sempre tomadas integralmente, enquanto as variáveis têm apenas as suas parcelas desfavoráveis consideradas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003). 135Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado U3_C09_ Concreto armado.indd 135 09/06/2017 17:12:52 Combinações últimas das ações Obtemos o valor de cálculo das ações para a combinação última (Fd) por meio de 3 tipos de combinações últimas das ações, calculadas pelas expressões apresentadas para cada caso (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003): combinações últimas normais: reúnem os valores característicos das ações permanentes (FGi,k) e as combinações das diversas ações variá- veis envolvidas, sendo uma das ações considerada a principal (FQ1,k), enquanto as demais ações (consideradas secundárias) atuam com seus valores reduzidos (ψ0jFQj,k): em que: FGi,k = valor característico das ações permanentes; FQ1,k = valor característico da ação variável considerada como principal; FQj,k = valor característico das demais ações variáveis; ψ0j = fator de combinação para ações variáveis; γgi = coeficiente de ponderação para ações permanentes; γq = coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas; m = número de ações permanentes; n = número de ações variáveis. combinações últimas especiais ou de construção: integram os valores característicos das ações permanentes (FGi,k) e as combinações das diversas ações variáveis especiais envolvidas, sendo uma das ações considerada a principal (FQ1,k), enquanto as demais ações (consideradas secundárias) atuam com seus valores reduzidos(ψ0j,efFQj,k): Concreto armado136 U3_C09_ Concreto armado.indd 136 09/06/2017 17:12:53 em que: FGi,k = valor característico das ações permanentes; FQ1,k = valor característico da ação variável considerada como principal; FQj,k = valor característico das demais ações variáveis; ψ0j,ef = fator de combinação efetivo de cada uma das ações variáveis; γgi = coeficiente de ponderação para ações permanentes; γq = coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas; m = número de ações permanentes; n = número de ações variáveis. combinações últimas excepcionais: envolvem os valores característicos das ações permanentes (FGi,k), o valor representativo da ação transitó- ria excepcional(FQ,exc), e as demais ações variáveis com seus valores reduzidos(ψ0j,efFQj,k): em que: FGi,k = valor característico das ações permanentes; FQ,exc = valor da ação transitória excepcional; FQj,k = valor característico das ações variáveis; ψ0j,ef = fator de combinação efetivo de cada uma das ações variáveis; γgi = coeficiente de ponderação para ações permanentes; γq = coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas; m = número de ações permanentes; n = número de ações variáveis. Combinações de serviço das ações Obtemos o valor de cálculo das ações para a combinação de serviço (Fd,ser) por meio de 3 tipos de combinações de serviço das ações, calculadas pelas expressões apresentadas para cada caso (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003): quase permanentes de serviço: incluem os valores característicos das ações permanentes (FGi,k), sem coeficiente de ponderação das ações, e as ações variáveis envolvidas com seus valores quase permanentes (ψ2j FQj,k): 137Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado U3_C09_ Concreto armado.indd 137 09/06/2017 17:12:53 em que: FGi,k = valor característico das ações permanentes; FQj,k = valor característico das ações variáveis; ψ2j = fator de redução (valor quase permanente) para ações variáveis; m = número de ações permanentes; n = número de ações variáveis. frequentes de serviço: englobam os valores característicos das ações permanentes (FGi,k), sem coeficiente de ponderação das ações; a ação variável principal é tomada com seu valor frequente (ψ1FQ1,k), e as demais ações variáveis envolvidas estão com seus valores quase permanentes (ψ2j FQj,k): em que: FGi,k = valor característico das ações permanentes; FQ1,k = valor característico da ação variável considerada como principal; FQj,k = valor característico das demais ações variáveis; ψ1 = fator de redução (valor frequente) para ações variáveis; ψ2j = fator de redução (valor quase permanente) para ações variáveis; m = número de ações permanentes; n = número de ações variáveis. raras de serviço: reúnem os valores característicos das ações perma- nentes (FGi,k), sem coeficiente de ponderação das ações; a ação variável principal é tomada com seu valor característico (FQ1,k), e as demais ações variáveis envolvidas estão com seus valores frequentes (ψ1j FQj,k): Concreto armado138 U3_C09_ Concreto armado.indd 138 09/06/2017 17:12:53 em que: FGi,k = valor característico das ações permanentes; FQ1,k = valor característico da ação variável considerada como principal; FQj,k = valor característico das demais ações variáveis; ψ1j = fator de redução (valor frequente) para ações variáveis; m = número de ações permanentes; n = número de ações variáveis. Coeficientes de combinação de ações e de ponderação de resistências Você vai ver agora os valores dos coefi cientes das expressões apresentadas anteriormente em tabelas retiradas das normas. As ações devem ser majoradas por meio dos: coeficientes de ponderação das ações (γf); fatores de combinação (ψ0); fatores de redução (ψ1 e ψ2); Já as resistências devem ser minoradas por meio dos coeficientes de pon- deração das resistências (γm). Coeficientes de ponderação das ações (γf) Os coefi cientes de ponderação das ações (γf) podem ter seus índices alterados (a letra subscrita “f” muda) para identifi car a ação considerada. Os coefi cientes usados nas combinações últimas (ELU) servem para as ações permanentes (γg) e as ações variáveis (γq). O valor básico para as ações excepcionais é (γf = 1), salvo indicação contrária. Os coefi cientes usados nas combinações de serviço (ELS) têm como valor básico (γf = 1) (salvo exigência em contrário), portanto, nem aparecem nas expressões (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003). Veja na Tabela 1, da ABNT NBR 6118:2014, os valores dos coeficientes de ponderação, para cada tipo de combinação no ELU, para ações permanentes e variáveis diretas, e também para ações indiretas de protensão e de deformações impostas.Essa tabela é simplificada e considera as ações de forma agrupada. 139Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado U3_C09_ Concreto armado.indd 139 09/06/2017 17:12:54 Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014, p. 65). Combinações de ações Ações Permanentes (g) Variáveis (q) Protensão (p) Recalques de apoio e retração D F G T D F D F Normais 1,4a 1,0 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0 Especiais ou de construção 1,3 1,0 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0 Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0 1,2 0,9 0 0 onde D é desfavorável, F é favorável, G representa as cargas variáveis em geral e T é a temperatura. a Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso próprio das estruturas, especialmente as pré-moldadas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1,3. Tabela 1. Coeficientes de ponderação das ações para o ELU. Você encontra os valores para os casos especiais não contemplados na Tabela 1 na ABNT NBR 8681:2003. As Tabelas 2 e 3 apresentam, separa- damente, os valores das ações permanentes (γg) diretas e das ações variáveis (γq), respectivamente. Concreto armado140 U3_C09_ Concreto armado.indd 140 09/06/2017 17:12:54 Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003, p. 11). Co m bi na çã o Tipo de ação Efeito D es fa vo rá ve l Fa vo rá ve l N or m al Peso próprio de estruturas metálicas Peso próprio de estruturas pré-moldadas Peso próprio de estruturas moldadas no local Elementos construtivos industrializados1) Elementos construtivos industrializados com adições in loco Elementos construtivos em geral e equipamentos2) 1,25 1,30 1,35 1,35 1,40 1,50 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 Es pe ci al o u de co ns tr uç ão Peso próprio de estruturas metálicas Peso próprio de estruturas pré-moldadas Peso próprio de estruturas moldadas no local Elementos construtivos industrializados1) Elementos construtivos industrializados com adições in loco Elementos construtivos em geral e equipamentos2) 1,15 1,20 1,25 1,25 1,30 1,40 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 Ex ce pc io na l Peso próprio de estruturas metálicas Peso próprio de estruturas pré-moldadas Peso próprio de estruturas moldadas no local Elementos construtivos industrializados1) Elementos construtivos industrializados com adições in loco Elementos construtivos em geral e equipamentos2) 1,10 1,15 1,15 1,15 1,20 1,30 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1) Por exemplo: paredes e fachadas pré-moldadas, gesso acartonado. 2) Por exemplo: paredes de alvenaria e seus revestimentos, contrapisos. Tabela 2. Coeficientes de ponderação das ações permanentes diretas consideradas se- paradamente. 141Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado U3_C09_ Concreto armado.indd 141 09/06/2017 17:12:55 Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003, p. 12). Combinação Tipo de ação Coeficiente de ponderação Normal Ações truncadas1 Efeito de temperatura Ação do vento Ações variáveis em geral 1,2 1,2 1,4 1,5 Especial ou de construção Ações truncadas1 Efeitos de temperatura Ação do vento Ações variáveis em geral 1,1 1,0 1,2 1,3 Excepcional Ações variáveis em geral 1,0 1 Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um dispositivo físico de modo que o valor dessa ação não pode superar o limite correspondente. O coeficiente de ponderação mostrado na Tabela 4 se aplica a esse valor limite Tabela 3. Coeficientes de ponderação das ações variáveis consideradas separadamente. Fatores de combinação (ψ0) e de redução (ψ1 e ψ2) das ações Os valores característicos das ações (Fk) podem ser reduzidos, em função da combinação de ações, tanto para o ELU quanto para o ELS. No ELU, o valor reduzido ψ0Fk considera muito baixa a probabilidade de ocorrência simultânea dos valores característicos de duas ou mais ações variáveis de natureza dis- tinta. No ELS, os valores reduzidos ψ1Fk e ψ2Fk estimam valores frequentes e quase permanentes de uma ação variável que acompanha uma ação principal (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2014). Veja na Tabela 4, da ABNT NBR 6118:2014, os fatores de combinação, para o ELU, e de redução, para o ELS, para as ações variáveis. Os valores para casos especiais não contemplados nessa tabela estão disponíveis na ABNT NBR 8681:2003. Concreto armado142 U3_C09_ Concreto armado.indd 142 09/06/2017 17:12:55 Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014, p. 65). Ações γf2 ψ0 ψ1 a ψ2 Cargas acidentais de edifícios Locais em que não há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoasb 0,5 0,4 0,3 Locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevada concentração de pessoasc 0,7 0,6 0,4 Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6 Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0 Temperatura Variações uniformes de temperatura em relação à média anual local 0,6 0,5 0,3 a Para os valores de ψ1 relativos às pontes e principalmente para os problemas de fadiga, ver Seção 23. b Edifícios residenciais. c Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos. Tabela 4. Fatores de combinação e de redução das ações variáveis. 143Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado U3_C09_ Concreto armado.indd 143 09/06/2017 17:12:55 Coeficientes de ponderação das resistências (γm) Encontramos os valores das resistências de cálculo ( fd) dos materiais (aço e concreto) utilizando a seguinte expressão (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2003): f d = f k γ m em que: fk = resistência característica ( fck para o concreto e fyk para o aço); γm = coeficiente de ponderação das resistências (γc para o concreto e γs para o aço). Veja os valores dos coeficientes de ponderação das resistências para o concreto e para o aço no ELU na Tabela 5, retirada da ABNT NBR 6118:2014, de acordo com o tipo de combinação última. Para o ELS, admite-se que γm = 1, pois as resistências não necessitam de minoração nesse caso. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014, p. 71). Combinações Concreto γc Aço γs Normais 1,4 1,15 Especiais ou de construção 1,2 1,15 Excepcionais 1,2 1,0 Tabela 5. Coeficientes de ponderação das resistências no ELU. A condição de segurança que deve ser respeitada para os estados limites últimos (ELU) é dada por: Rd ≥ Sd Obtemos os valores de cálculo dos esforços resistentes (Rd) utilizando os valores de cálculo das resistências dos materiais ( fd) definidos em projeto. Encontramos os valores de cálculo dos esforços solicitantes (Sd) por meio dos valores de cálculo das ações (Fd), abordados no item anterior. Concreto armado144 U3_C09_ Concreto armado.indd 144 09/06/2017 17:12:56 A condição de segurança que deve ser respeitada para os estados limites de serviço (ELS) é dada por: Sd ≤ Slim A abordagem é diferente do ELU, pois os estados limites de serviço (ELS) são atingidos com solicitações menores do que a estrutura pode suportar até a falha. Definimos, então, um valor limite para os esforços atuantes (Slim), o qual deve ser menor do que o valor de cálculo dos efeitos estruturais de interesse (Sd). Lembre-se de que o coeficiente de ponderação das ações para o ELS vale γf = 1. 145Segurança e estados limites: ações em estruturas de concreto armado U3_C09_ Concreto armado.indd 145 09/06/2017 17:12:57 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118:2014. Projeto de estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6120:1980. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8681:2003. Ações e se- gurança nas estruturas – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. PFEIL, W. Concreto armado 1:introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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