Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Revolução francesa, burguesia e a gastronomia. Desde quando alimentação se transformou em lazer foi criado o primeiro restaurante, no período do século XVIII. Esse restaurante era uma espécie onde serviam refeições com propriedades terapêuticas, principalmente caldos. Seu principal objetivo era restabelecer e restaurar a força de indivíduos doentes. Durante as décadas de 1760 e 1770, os mais sensíveis ou doentes tornavam pública sua condição indo a novos estabelecimentos, chamados restauraters rooms. Ali permaneciam, calmamente, aproveitando o caldo restaurador servido. Em 1790, no entanto, o restaurante passou a ser visto como decadente e corrupto. As mesas da Revolução eram locais para uma hospitalidade politicamente correta e um apetite frugal era tido como contrarrevolucionário. Os restaurantes, antes vistos como provedores de comida saudável, passaram a posar como um símbolo da ganância da aristocracia. a transição entre essas instituições a partir da queda da Bastilha. A Revolução Francesa teve grande influência na política, na cultura e, principalmente, nos costumes. Os chefes de cozinha desempregados, cujos patrões membros da alta nobreza, haviam fugido da revolução foram obrigados a encontrar uma outra maneira de realizar o seu trabalho, acabaram por abrir seus próprios restaurantes. Tornando a cozinha, antes simples e reconfortante dos primeiros restaurantes, em cozinha artística dos grandes mestres. Antes só encontrada nas residências dos ricos e poderosos, agora era acessível a quem pudesse pagá-la. No corte real francesa, os banquetes eram grandiosos. O mundo se rende à culinária francesa e à generalização da manteiga e dos molhos aveludados. Era chique usar os condimentos com frequência, já que tinham preços acessíveis e seu emprego era comum. Foram os franceses, em especial os parisienses que inventaram a cultura moderna da comida. A partir do século XIX, o restaurante se transformou num local seguro para a transição da monarquia para a democracia. O aparecimento de um gênero literário até então desconhecido, a literatura gastronômica, conferiu status a pratos como ostras e champanhe e atraiu a atenção de turistas. Americanos e ingleses iam à capital francesa para descobrir os segredos de sua sofisticação em seus restaurantes. Referências Bibliográficas: AMORIM, M.C. Os jantares festivos: o papel da anfitriã burguesa, costumes aristocráticos e consumo alimentar no século XIX. Disponível em: https://www.encontro2018.sp.anpuh.org/resources/anais/8/1531417879_ARQUIVO_Osjantaresfestivos-CORRIGIDO.pdf Acesso em: 05/06/2021. SPANG, R.L. A invenção do restaurante. Rio de Janeiro: Record, 2003.
Compartilhar