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- A visão é a nossa principal fonte de informação do mundo externo. Estima-se que 70% dos inputs sensoriais de uma pessoa é obtido através do olho; - Para que a luz possa ser transduzida em sinal elétrico, são necessários 3 mecanismos: um estímulo luminoso, um órgão receptor (captação) e um sistema de processamento e interpretação dos estímulos (SNC); NATUREZA: pode ser considerada uma onda eletromagnética ou uma partícula (é composta por fótons). O comprimento de onda da luz visível ao ser humano varia de 400 a 700 nm; VELOCIDADE: no vácuo = 300.000 km/s; POLARIZAÇÃO: o polarizador filtra a luz incidente tridimensional, deixando-a passar em somente um plano; INTERFERÊNCIA: quando duas ondas de origens/fontes distintas se propagam ao mesmo tempo e suas fases coincidem, pode haver interferência construtiva ou destrutiva; Quando a luz passa por um anteparo com dois orifícios, ela sofre difração (ocorre um encurvamento dessas ondas, as quais começam a se espalhar). À medida que elas se espalham, como são independentes, em um determinado ponto, sofrerão interferência; REFLEXÃO: ao incidir em uma superfície, a luz pode sofrer alguns tipos de reflexão: O raio incidente é igual ao raio refletido, logo, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão (quando a superfície é lisa) – reflexão especular. Os raios, ao incidirem em uma superfície irregular, sofrem desvios e então, os ângulos de incidência e reflexão serão diferentes – reflexão difusa; REFRAÇÃO: está relacionada à alteração da velocidade de propagação da luz, quando ela passa de meios de índices de refração diferentes, levando a um desvio do raio luminoso; Ex.: o arco-íris é causado por uma refração da luz quando ela incide em uma gota d’água, a qual funciona como um prisma: a luz branca do sol sofre refração ao passar pela gota (ar > líquido), havendo uma decomposição da luz (os raios batem na outra superfície da gota e sofrem reflexão. Em seguida, sofrem uma segunda refração (líquido > ar); REFLEXÃO TOTAL DA LUZ: ocorre na existência de um ângulo crítico – quando a fonte luminosa emite raios que se aproximam do ângulo de 90° com a normal; Lentes convergentes: biconvexas – os raios convergem no ponto focal (F). Lentes divergentes: bicôncavas – os raios divergem do ponto focal (F), formando uma imagem virtual; - O poder de refração das lentes pode ser chamado de DIOPTRIA (D), que pode ser calculada pelo inverso da distância focal (D= 1/f). Lentes convergentes têm sinal positivo, enquanto lentes divergentes têm sinal negativo; - As diversas estruturas do olho humano servem para: conduzir a luz até os fotossensores, focalizar a imagem dos objetos sobre os fotorreceptores, conduzir as informações visuais para o SNC, processar as informações visuais, etc; - A parede anterior do olho é formada por uma mucosa (CONJUNTIVA) e pela CÓRNEA, a qual é transparente e tem forma de cúpula. A parede das demais regiões do olho é formada por três membranas: ESCLERA: camada mais externa de tecido conjuntivo fibroso que ajuda a dar o formato do olho; CORIOIDE: camada intermediária, ricamente irrigada, responsável pela nutrição da retina e reduz a reflexão da luz no interior do globo ocular; RETINA: camada mais interna, onde estão os fotorreceptores. Nela também ocorre o primeiro estágio do processamento das informações visuais (fototransdução); - Outra estrutura essencial para o processo da visão é a FÓVEA CENTRAL. Localizada na retina, é o ponto onde se forma a imagem que será transmitida ao cérebro. Está no eixo óptico do olho, em que convergem os raios de luz, e é considerada a região de maior acuidade visual; - Há algumas estruturas que ajudam no processo de refração necessário para que o raio seja convergido. Dentre elas, temos a córnea (o índice de refração entre ar e córnea é o maior); - O CRISTALINO é uma lente biconvexa de geometria variável, que se encontra sustentada pelos ligamentos suspensores, também chamados de fibras da zônula. Sua forma pode ser alterada pelos músculos ciliares que estão situados no corpo ciliar. Quando eles se contraem, o cristalino é relaxado e, devido à sua elasticidade, suas faces tornam-se mais curvas. A ativação dos músculos ciliares se faz através das fibras parassimpáticas do nervo oculomotor; - A emergência do nervo óptico cria na retina uma região especial, chamada de DISCO ÓPTICO ou ponto cego. Nessa área, não existem fotorreceptores e para ela convergem os vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição dos tecidos do olho e pela formação dos humores transparentes; - O olho humano possui uma convergência que varia entre 51D e 64D. A interface ar-córnea contribui com 43D e o cristalino com 13D a 26D. A interface córnea-humor aquoso funciona como uma lente divergente com -5D; Imagem virtual, invertida e menor; - A adaptação à luz se faz pela modificação do diâmetro pupilar e pela variação da concentração dos fotopigmentos ao nível da retina. A acomodação à distância é feita por modificação da geometria do cristalino, que, variando os seus raios de curvatura, leva a uma alteração do seu poder de convergência; - Normalmente, a musculatura ciliar do olho acomodado para a visão de um objeto distante apresenta-se relaxada e o cristalino tenso pelos ligamentos suspensores. Todavia, quando o olho focaliza em um objeto próximo, os músculos ciliares se contraem e o cristalino, em virtude da sua elasticidade, relaxa, assumindo uma forma mais esférica; - O humor aquoso é produzido pelo corpo ciliar e é drenado das câmaras oculares para as veias por meio do canal de Schlemm. O volume do humor aquoso é quem determina a pressão intra-ocular. O aumento dessa pressão, geralmente produzido pela dificuldade de drenagem através do canal de Schlemm, caracteriza um quadro patológico grave, conhecido como glaucoma. A pressão intra-ocular aumentada dificulta a irrigação sanguínea da retina e, assim pode levar à cegueira por destruição das células sensoriais da retina; - É a menor distância que um objeto pode estar da córnea, de modo a ser visto com nitidez. À medida que o objeto se aproxima do olho, os raios luminosos por ele emitidos vão se tornando cada vez mais divergentes em relação às lentes do olho. A partir de uma certa distância, os meios refrativos do globo ocular não são mais capazes de focalizar a imagem sobre a retina e, por isso, a imagem passa a ser percebida sem nitidez; - Com o envelhecimento, o ponto próximo vai progressivamente se afastando do olho, caracterizando um defeito de visão chamado de presbiopia, que se deve a uma diminuição da elasticidade do cristalino e a uma perda de força dos músculos ciliados. Com isso, há dificuldade para acomodar o olho para objetos próximos; - Contém fotorreceptores (cones e bastonetes) e alguns neurônios (células bipolares, ganglionares, horizontais e amácrinas). As células amácrinas são interneurônios que irão modular a informação que passará das células bipolares para as células ganglionares; - A camada de células de melanina é necessária para absorver o excesso de raios luminosos, fazendo com que os fotorreceptores absorvam somente o necessário; Quando a luz incide nos fotorreceptores (mais especificamente no segmento externo com presença de discos que contêm o fotopigmento – nos bastonetes, é a rodopsina, enquanto nos cones é outra fotopsina), desencadeia uma cadeia enzimática que leva à uma hiperpolarização dos cones e dos bastonetes e, consequentemente, à uma despolarização das células bipolares, seguida da despolarização das células ganglionares e assim por diante. Assim, a informação sai pelo nervo óptico; - A membrana dos bastonetes que foram adptados ao escuro apresenta canais iônicos em estado aberto, por onde passam íons. Por isso, nessa situação, pode ser detectada uma corrente elétrica contínua entre os dois segmentos do bastonete, chamadade “corrente de escuro” ou “corrente sensível à luz”, sendo transportada pelos íons sódio e potássio. Essa corrente mantém a célula despolarizada, fazendo com que haja a liberação de um neurotransmissor (glutamato) ao nível das células bipolares e horizontais; - A luz, ao ser absorvida pela rodopsina dos discos, promove uma reação em cadeia. A rodopsina excitada ativa uma G-proteína TRANSDUCINA, a qual ativa uma FOSFODIESTERASE que, por sua vez, reduz a quantidade de GMP cíclico (hidrolisa o GMPc formando GMP) e, consequentemente, reduz a quantidade de sódio que entra na célula a partir do fechamento dos canais, hiperpolarizando a membrana. O aumento do potencial transmembrana inibe a formação do glutamato, passando a informação da excitação luminosa para as células bipolares e horizontais; VIAS NEURAIS DA VISÃO: as fibras que vêm da retina nasal vão se juntar com as fibras que vêm da retina temporal para chegar no nervo óptico e, então, no quiasma óptico, onde ocorre um cruzamento das fibras (vão para lados opostos). Ao sair do quiasma, vai para o trato óptico, que enviará as informações a um conjunto de fibras nervosas em direção ao tálamo (corpo geniculado lateral) e, em seguida, para o córtex visual (lobo occipital); EMÉTROPES: pessoas com boa visão, que precisam de correções menores que 0,5di; AMÉTROPES: pessoas com problemas perceptíveis de visão. Aproximadamente 65% dos adultos precisam de correções da ordem de 1,0di; ASTIGMATISMO: a córnea ou o cristalino apresentam imperfeições de curvatura (diferenças no raio). Sendo assim, a córnea terá seu poder de refração alterado, não havendo mais convergência em um único ponto. Dessa forma, o indivíduo possui problemas de nitidez; CATARATA: o cristalino é uma lente transparente, logo, ao haver uma alteração da sua composição (desnaturação das proteínas), ele passa a ser opaco. Assim, quando os raios luminosos passam pelo cristalino, eles são incapazes de convergir e passarão por um processo similar a uma reflexão difusa, sendo refratado para várias direções. A imagem, então, não é focalizada na retina e o indivíduo perde a nitidez; MIOPIA: em virtude do grande comprimento do globo ocular, os raios paralelos que incidem na córnea convergem para um foco que se situa no interior do humor vítreo. O míope se comporta como emétrope para objetos próximos, pois nessa situação os raios que incidem sobre a córnea são muito divergentes, o que permite que sejam focalizados sobre a retina; HIPERMETROPIA: o olho é muito curto e o foco do sistema óptico situa-se, virtualmente, atrás do globo ocular;