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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM CONTROLADORIA EMPRESARIAL Resenha Crítica de Caso Amauri Silva Junior Trabalho da disciplina Visão Estratégica Tutor: Prof. Eduardo de Moura Contagem-MG 2020 1 A GRANDE MENTIRA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Referência: MARTIN, Roger L. A grande mentira do planejamento estratégico. Harvard Business School, Janeiro – Fevereiro de 2014. Que a estratégia é importante, todos os executivos têm conhecimento. Mas grande parte se assustam quando se veem forçados a confrontar um futuro incerto, um futuro que não pode ser previsto. Acredito que esse medo, está diretamente ligado com o sucesso ou insucesso da carreira profissional dos gestores. Qual seria a saída para minimizar esse temor? Entrar em um mundo já dominado e conhecido e criar um plano longo e minucioso de como a empresa fará seus investimentos. Dessa forma, aquele grande medo inicial, se torna mais aceitável e controlável. Essa saída é única e exclusivamente para lidar com o medo, porque não é, de forma alguma, a maneira correta de fazer estratégia. Muitos pensam que não, mas o medo é faz parte da estratégia bem elaborada e correta. Estratégia sem medo, muito provável que não seja eficaz. A estratégia tem como finalidade elevar a probabilidade de êxito, jamais eliminar risco. Até porque risco não se elimina, apenas se controla. Pensando de uma maneira mais assertiva para a estratégica da forma correta, é muito mais simples e objetiva. Longe dos longos e minuciosos planejamentos onde tudo se encaixa com perfeição. É verificar o que se faz necessário para alcançar o objetivo da empresa e em seguida checar se realmente é atingível. Assim, a estratégica e o medo, estão fora da zona de conforto. Exatamente onde devem estar. Com frequência, quando falamos em “estratégia”, ligamos diretamente ao “planejamento estratégico”. Fazemos isso, e eu me incluo na parcela que assim faz, devido ao planejamento ser algo rotineiro e confortável. Geralmente, os planejamentos estratégicos percorrem os mesmos caminhos para execução, sendo muito semelhante à forma de realização. E quando o plano 2 trata dos resultados financeiros, o orçamento e o planejamento são como duas engrenagens que trabalham em sincronia total. Nessa etapa, tudo é muito bem elaborado, mas não configura estratégia. Alterar o conceito de estratégia com planejamento é uma pratica comum. E não está restrito a níveis hierárquicos mais baixos, até mesmo os grandes gestores cometem esse erro. Estratégia é pensar a longo prazo, mas as metas a curto prazo que constam nos planejamentos, são mais atrativas e chamam mais atenção. Como estão sob o controle da organização, os custos podem ser planejados com uma determinada precisão. E não está errado, pois acredito que uma boa gestão de custos pode determinar o futuro de uma empresa. O que não pode acontecer é aplicar no planejamento de receitas as ferramentas do planejamento de custos. Como dizemos, os custos estão sob controle da organização, mas a receita, quem controla são os clientes. Eles decidem para qual empresa vai o dinheiro. Portanto, a receita, diferente dos custos, não está sob o controle da organização. Não é possível ter uma alta precisão de receita futura. Seja para um resultado extraordinariamente bom, levando a lucros nunca vistos ou para enorme prejuízos. A empresa não tem controle de quanta receita será conquistada. Por isso não podemos usar as mesmas ferramentas para planejamentos completamente diferentes. Outro importante cuidado que deve ser tomado é de não elaborar estratégia baseado estruturas padronizadas. Dessa forma levaria o profissional a criar estratégia dentro de uma zona de conforto, onde a empresa pode controlar. Henry Mintzberg, em 1978, publicou um artigo na Management Science onde apresentou a estratégia emergente. Mostrou a diferença entre a estratégia deliberada, que é intencional e estratégia emergente, que não é intencional e baseia na capacidade de a organização responder uma série de eventos não previstos. De acordo com esse conceito, fica evidente que é muito perigoso manter uma estratégia padrão diante das constantes transformações no mercado. 3 Apesar de ser uma visão bem clara e direcionadora, não foi e ainda não é colocada em pratica por grande parte dos gestores. Alegam que é necessário que os eventos ocorram para que estratégias sejam emergidas. É um argumento que os leva para a zona de conforto, onde já vimos que não é o ideal para uma boa estratégia. Anos mais tarde, alguns novos conceitos de estratégia surgiram, sendo a visão baseada em recursos uma das mais utilizadas no meio corporativo. Essa perspectiva da estratégia entende que a vantagem competitiva de uma organização são seus recursos e capacidades. Tal conceito passa a cair nas graças dos executivos. Se analisarmos com cautela, é possível chegar à conclusão que confortavelmente a estratégia, ou nesse caso planejamento, volta a zona de conforto. Talvez por isso, se tornou tão popular. É fácil desenvolver a estratégia de vantagem competitiva baseada em recursos, criando núcleos tecnológicos e forças de vendas bem elaboradas. A grande realidade é que, as próprias competências e capacidades da empresa não traz receita e não deixa que os imprevistos aconteçam. Saber se a empresa está caindo na grande mentira, é um diagnóstico fácil de ser identificado. Um dos principais sintomas, é saber se a empresa está na zona de conforto. Neste caso, a alta gestão admira e utiliza demasiadamente os serviços dos especialistas em planejamento. O olhar crítico no nível de satisfação e foco ao cliente muitas das vezes não são tratados como deveriam. Não cair nessa grande mentira, apesar de não ser tarefa fácil, é possível. Lembra que falamos que o medo e a estratégia devem andar juntas? Pois bem, não tentar excluir o medo do cotidiano é um ótimo começo. É importante entender que elaborar um boa e verdadeira estratégia é muito mais simples que longos e detalhados planejamentos. O foco no cliente, que é quem traz a receita para a empresa, é primordial. Entender quem é seu cliente e criar valores que superam os concorrentes, não pode ser deixado em segundo plano. Deve ser prioridade. 4 Não menos relevante é reconhecer que a estratégia correta e a exatidão, que pode ser encontrada no planejamento de custos, não se encaixam. É preciso criar uma cultura onde o incerto, a aposta, não sejam vistos como defeitos ou até mesmo inaceitáveis. A estratégia é uma aposta onde durante o percurso, devem ocorrer ações de ajustes. Os clientes, ou receita, são mutáveis e a estratégia também deve ser. Sempre, é claro, entendendo a necessidade e desejo da sua fatia de mercado. Portanto, é fundamental analisar cuidadosa e periodicamente, de forma muito rigorosa, quais definições estão e quais não estão dando certo. Dessa forma, será possível entender as reações do mercado e tomar a melhor decisão estratégica.
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