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TRABALHO ALUNO NOTA 10

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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 
JULIANA APARECIDA MESSIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOMOS DIFERENTES, MAS NÃO DESIGUAIS 
(ALUNO NOTA 10) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORADA NOVA DE MINAS, 20 DE JULHO DE 2021 
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOMOS DIFERENTES, MAS NÃO DESIGUAIS 
(ALUNO NOTA 10) 
 
Trabalho apresentado como 
requisito da disciplina Prática 
Pedagógica Interdisciplinar: 
Temas Transversais, professor 
Gleysson Morais Andrade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORADA NOVA DE MINAS, 20 DE JULHO DE 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A educação é a arma mais 
poderosa que você pode usar para mudar 
o mundo” (Mandela) 
INTRODUÇÃO 
 
 O referido trabalho foi realizado sob a forma de projeto e a notícia escolhida 
foi Marcas da Segregação, publicado na edição 83, de fevereiro de 2014, na revista 
Nova Escola. A mesma fala sobre o apartheid na África e a importância de Nelson 
Mandela para o fim desse processo tão desumano e discriminatório. 
Está relacionada aos seguintes temas propostos: 
 Exclusão e Minorias: diferenças de condições de existência do indivíduo 
deficiente, negro, pobre. 
 Sociodiversidade, Multiculturalismo, Tolerância e Inclusão: sociedade aberta e 
de oportunidades – direitos e deveres (cidadania). 
 
Este foi desenvolvido para educandos com deficiência intelectual e/ou múltipla 
do Ensino Fundamental I e II e abrangerá as disciplinas Língua Portuguesa, Ensino 
Religioso, Matemática, Geografia, História, Arte, Ciências e Educação Física. 
Este projeto pode ser desenvolvido em qualquer escola e com qualquer 
público alvo, basta sofrer adaptações necessárias. 
O aluno nota 10 será aquele que demonstrará atitudes éticas, humanas, 
respeitáveis, participativas antes, durante e após a realização do Projeto Somos 
diferentes, mas não desiguais. Lutar contra o preconceito é papel essencial no 
ambiente escolar e comunidade. Preconceito não só com os negros, mas com todas 
as pessoas que sofrem por serem deficientes, homossexuais, de baixa renda e até 
mesmo por serem mulheres. 
O mundo globalizado deve banir o máximo possível atitudes que atentem 
contra os direitos humanos e cabe a nós educadores proporcionar atividades 
diferenciadas que despertem a consciência no aluno de que pessoas diferentes 
devem e merecem ser respeitadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO INTERDISCIPLINAR 
 
TÍTULO: SOMOS DIFERENTES, MAS NÃO DESIGUAIS 
TEMA: ALUNO NOTA 10 – COMBATENDO TODOS OS TIPOS DE PRECONCEITO 
 
JUSTIFICATIVA: 
 
 A partir da reflexão sobre a realidade atual da sala de aula, surgiu a 
necessidade de desenvolver atividades que oportunizassem dinâmicas que educam, 
forma, de interação social, aspectos afetivo-emocionais, enfim, uma melhoria no 
desenvolvimento humano e no processo de formação do educando. 
 Trabalhar o assunto mencionado é relevante, uma vez que, possibilita aos 
educandos conhecer seus direitos, tornando-se autodefensores e autogestores, 
cumprir seus deveres, adotar boas atitudes e bons valores éticos, despertar 
sentimentos, bem como saber sua própria identidade. 
 Um trabalho que estimule a autoestima, o autoconhecimento e a aceitação de 
si mesmo e do outro, é imprescindível. 
 Por isso, optou-se em trabalhar com os temas mencionados na introdução, 
por acreditar ser uma estratégia eficiente para o resultado que se quer obter. 
 Os objetivos serão conceituais, procedimentais e atitudinais. 
 
OBJETIVO GERAL 
 
 Proporcionar aos educandos momentos reflexivos para que cada um 
reconheça suas potencialidades e limitações, buscando o aperfeiçoamento, bem 
como valorizando e respeitando o outro e a si mesmo na sua individualidade. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Respeitar as diferenças individuais. 
 Despertar sentimentos. 
 Melhorar a autoestima. 
 Melhorar relação aluno/aluno e professor/aluno. 
 Acabar com o preconceito, a discriminação e o bulling na escola e 
sociedade. 
 Conhecer seus direitos. 
 Cumprir seus deveres. 
 Melhorar a criatividade e a socialização. 
 Despertar o espírito de competitividade, aceitando as vitórias e derrotas. 
PROCEDIMENTOS DE ENSINO: DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES 
 
 
 Sondagem: o que será trabalhado. O que os alunos já sabem ou querem 
saber sobre o assunto. 
 Apresentação do Projeto. 
 Dinâmicas variadas: Barquinha dos Sentimentos; Colcha de retalhos; na 
Caixa de Lápis de Cor, o Lápis Branco tem Valor; Corações Partidos; Almoço 
Juntos e Misturado; Caça ao Tesouro; Amigo Oculto (Meu Anjo); Barbante; 
Completando o Outro; Dificuldades X Capacidades; Balão; Cartas a si 
Próprio; Leilão dos Sentimentos, entre outras. 
 Conceituação das Palavras: racismo, preconceito, discriminação, ética, 
diálogo, autogestão, autodefesa, virtude, direito, dever. 
 Músicas Diversificadas: Tocando em Frente; Amigos para Sempre; Canção 
da América, Noites Traiçoeiras; Tente Outra Vez; Vamos Construir; Sonho 
Meu; Entra na Minha Casa; Você é Especial; Depende de Nós; Maria, Maria; 
Mama África; Imagine; Campeão (Conquistando o Impossível); Aos Olhos do 
Pai; O que é, o que é, entre outras que despertem emoção, reflexão. 
 O Anjo: sorteio dos nomes dos alunos. Sempre deixar uma lembrancinha, 
um bilhete, uma mensagem para o seu anjo (em uma caixa). Após um tempo, 
revelar o seu anjo. 
 Mensagens: áudio e vídeo – momento de reflexão: O Menestrel; A Árvores 
e os Amigos; Deficientes; Aos Meus Amigos. 
 Identifique problemas no Brasil e na África do Sul após o fim do apartheid. 
 Estabeleça uma cronologia de registros marcantes dos movimentos contra 
o racismo e a discriminação racial na África do Sul, nos Estados Unidos e no 
Brasil. 
 Filmes para interpretação, debate e reflexão: Aprendiz de um Sonhador; De 
Porta em Porta; A Procura da Felicidade; Ray Charles; Meu Pé Esquerdo; 
Forest Gump; Rain Man; Uma Lição de Amor; No Balanço do Amor; O Óleo 
de Lorenzo; A Bela e a Fera; O Corcunda de Notre Dame; Amargo Regresso; 
O Sino de Anya; Quem quer ser um milionário; Mandela; Gabi, uma História 
Real; Mr. Rolland, Adorável Professor; Garota Mimada; Coach Carter; O 
Domador de Cavalos; Como Estrelas na Terra; Simples como Amar; O 
Selvagem de Aveiron; Mãos Talentosas; Hotel Ruanda. 
 Pesquisa, entrevistas, palestras, passeatas, depoimentos. 
 Comportamento/participação nas aulas de Educação Física. 
 Aulas Expositivas e Práticas. 
 Trabalho de campo e estudo do meio. 
 Gincana. 
 Soletrando (palavras relacionadas). 
 Júri Simulado. 
 Seminários. 
 Concurso de Cartaz. 
 Momentos de encontros e troca de ideias. 
 Jogos variados. 
 Produções de textos orais, escritas, individuais e coletivas, 
 Livro: A magia das Virtudes – CD. Ouvir histórias, interpretá-las. 
 Gráficos e tabelas. 
 Sistema de medidas. 
 Calendário. 
 Situações-problema. 
 Data de Nascimento, idade, endereço. 
 Espaço e tempo. 
 Mapas – localização, comentário, confecção. 
 Identidade. 
 Hábitos e atitudes. 
 História de Vida. 
 Cartão (mensagens). 
 Textos: interpretação, debate, reflexão e dramatização – Bulling na escola; 
Piolho não escolhe cabeça; Preconceito racial; Tem gente olhando; A festa 
das cores. 
 Desfile: caracterização, imitação de personagens. 
 Ornamentação da escola com desenhos, fotos, banners de pessoas 
famosas e não-famosas negras. 
 Teatro: A menina e o Pássaro Encantado de Rubem Alves; Laurinha, A 
menina Convencida; O Palhaço e a Bailarina. 
 Expressão Corporal. 
 Outros textos, mensagens, poesias: Sou deficiente; O lápis chorão; Meu pé 
de laranja lima; O coelhinho branco; A bonequinha preta; O prego do amor; 
menina bonita do laço de fita; O patinho feio; A escola dos bichos; 
Chapeuzinho amarelo; Sucesso; Cantando histórias e ovelhas; Lição de vida. 
 
RECURSOS DIDÁTICOS: 
 Livros, folha A4. 
 Filmes, músicas, som, DVD, computador, Internet. 
 Mapas, cartões. 
 Régua,lápis, borracha, lápis de cor, cola, tesoura, pincel, revistas. 
 Jogos, cartolina, caderno. 
 Roupas, fotos, imagens variadas. 
 Tinta, papeis variados. 
OBS: Serão usados todos os recursos disponíveis na escola para que o projeto seja 
feito. 
 
CULMINÂNCIA 
 
 
 Concurso Aluno Nota 10: mudança de comportamento e atitude; respeito, 
participação, envolvimento; responsabilidade, valorização do outro, apoio, 
compromisso. 
 
AVALIAÇÃO 
 
 
 A avaliação será realizada durante as atividades propostas, valorizando o 
interesse, a participação, cumprimento de combinados, envolvimento, debates, troca 
de experiências, relatos orais e escritos, trabalhos em grupo e dinâmicas variadas. 
 
RESSALVA 
 
 
 De acordo com a dimensão do assunto, o mesmo serás realizado, 
abordado através de um Projeto que é flexível e poderá ser adaptado e/ou sofrer 
alterações caso necessário. 
 
AUTOAVALIAÇÃO 
 
 
 Após o término do Projeto, discutir com a turma pontos positivos e 
negativos. 
 
 Observação: O que acrescentou no processo de aprendizagem do aluno? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Escolhi o tema por causa de sua grande relevância, uma vez que tenho 
certeza que são assuntos muito importantes da atualidade e presente na vida 
familiar, escolar e social do indivíduo deficiente, pobre, negro e a notícia grande 
fonte de pesquisa, desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional. 
 Temas estes que precisam de debate e reflexão por todos os profissionais 
da educação, pois a escola proporciona oportunidades para tais momentos, criando 
alunos críticos e com senso de igualdade e respeito. 
 Os objetivos já forma mencionados, mas o principal é acabar ou diminuir 
com o preconceito, o racismo e a discriminação. 
 Motivei meus educandos através de dinâmicas e intervenções variadas e 
utilizando recursos bem diversificados, principalmente as tecnologias de informação 
e comunicação – Internet, Notebook, Data Show, DVD, Televisão, Som. 
 A cada momento desenvolvido, percebe-se que a maioria dos alunos se 
engaja bem nesse combate ao preconceito, melhorando não só a parte cognitivas, 
mas também a parte afetiva, social, emocional, passando a encarar o outro com 
mais carinho e mais respeito. 
 A escola e demais profissionais não podem nem devem deixar que os 
educandos fiquem com atitudes cheias de ódio, racismo ou preconceito. Escola tem 
que ser lugar de formação de um cidadão ética e humano. 
 Em casa, muitos pais ensinam seus filhos a serem preconceituosos. Uma 
criança quando nasce, não sabe o que é discriminação ou racismo. Isto muitas 
vezes, ou melhor, na maioria das vezes é aprendido com os pais. Quando chegam à 
escola, os alunos começam a demonstrar tais atitudes: não sentam com o 
coleguinha negro, ou pobre ou deficiente. 
 Diante disso, cabe a nós mudarmos tais comportamentos e fazer perceber 
que existem pessoas diferentes sim, mas que elas não são piores ou melhores. Que 
todos nós estamos no mesmo patamar de igualdade, independente da classe social. 
 Se o professor não participa ativamente no processo de formação do 
educando, o aluno será petulante, discriminador e egocêntrico. Como diz aquele 
ditado, é de pequeno que se torce pequeno. Dificilmente, um adolescente ou adulto 
mudará sua opinião. Então, trabalhar bem com os educando dos anos iniciais e nos 
anos finais e ensino médio só reforçar a importância de atitudes éticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações 
Étnico–Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 
2005. 35p. 
 
BENJAMIN, Roberto. A África está em nós. João Pessoa, PB: Ed. Grafset, 2005. 
 
GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA: formação de professoras/es em 
Gênero, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de conteúdo. – Rio 
de Janeiro: CEPESC; Brasília: SPM, 2009. 
 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. 
 
REVISTA NOVA ESCOLA. Marcas da Segregação. Edição 83. Editora Abril. 
Fevereiro de 2014. 
 
ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque Pedagógico Afro-brasileiro – 
Uma Proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no 
cotidiano escolar. Belo Horizonte; Mazza Edições, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 
 
Marcas da segregação 
A África do Sul pós-Mandela tem uma sociedade democrática, mas ainda apresenta muitas 
desigualdades. 
 
Por Sílvio Marcus de Souza Correa 
Quando Nelson Mandela nasceu, em 18 de julho de 1918, a Primeira Guerra Mundial chegava ao seu 
fim. O armistício seria firmado em novembro daquele mesmo ano. Porém, os conflitos sociais e outros 
decorrentes do racismo e da discriminação racial continuariam a fazer parte da realidade sul-africana. 
 
Criada em 1910, a União Sul-Africana tinha um governo próprio, mas sob o domínio britânico. Apesar 
dos traumas da última guerra anglo-bôer (1899-1902), as tropas sul-africanas foram de extrema 
importância durante a Primeira Guerra Mundial. Sem a participação militar sul-africana, mais difícil 
seria a tarefa de vencer os alemães nos territórios africanos controlados pelo II Reich. 
 
Na década de 1920, o menino Mandela crescia enquanto crescia também o nacionalismo dos 
africâneres, ou seja, daqueles cuja origem, em sua maioria, remonta às famílias holandesas que 
colonizaram a África do Sul a partir do século XVII. 
 
Nessa época, a economia sul-africana se estruturava em torno das fazendas dos africâneres e da 
mineração, principalmente nas províncias de Orange e do Transvaal. Nas cidades do litoral, como 
Cidade do Cabo, Natal e Durban, o comércio e os serviços estavam mais nas mãos de ingleses e 
indianos. Aliás, Mahatma Gandhi (1869-1948) trabalhou por 20 anos na África do Sul, onde exerceu a 
advocacia e lutou em defesa dos direitos dos hindus, antes de se tornar o grande líder no processo 
de independência da Índia em 1947. 
 
Na África do Sul, ainda sob o domínio britânico, a mineração favorecia um crescimento urbano e 
industrial jamais visto. Em Moçambique, o porto da cidade
de Lourenço Marques (atual Maputo) era 
estratégico para a vizinha província sul-africana do Transvaal. Também milhares de trabalhadores 
sazonais cruzavam a fronteira com a anuência da administração colonial da então África Oriental 
Portuguesa. 
 
O desenvolvimento econômico sul-africano se fazia através da exploração do trabalho, principalmente 
de negros, mestiços e indianos. Uma série de leis e regulamentos impedia a mobilidade social dos 
trabalhadores e controlava sua mobilidade espacial. Desde o início do século XX, normas como o 
“Ato de Inscrição Asiático” (1907), o “Regulamento do Trabalho Nativo” (1911) e a “Lei da Terra“ 
(1913) pautavam as relações de trabalho e o acesso à terra em uma sociedade plena de 
antagonismos. Mas a dicotomia entre brancos e negros não significava que ambos os grupos fossem 
homogêneos. Entre os “brancos” contavam-se africâneres, ingleses, irlandeses, alemães e outros. 
Também em termos religiosos havia certa clivagem, como anglicanos, calvinistas, luteranos e 
metodistas. Entre os “negros”, além da pluralidade étnico-linguística da África do Sul, milhares de 
migrantes dos países vizinhos vinham, especialmente, para trabalhar nas minas. Havia ainda um 
grupo expressivo de asiáticos, hindus e muçulmanos. 
 
Foi nessa pluralidade étnica, religiosa e linguística que Nelson Mandela cresceu. Aprendeu as 
primeiras letras em uma escola metodista e, depois, ingressou em instituição de ensino superior para 
estudantes “não brancos”. Em 1944, quando se filiou ao Congresso Nacional Africano (CNA), a 
guerra na Europa chegava à última fase, marcada pela liberação da França e conseguinte vitória dos 
Aliados. 
 
A situação social na África do Sul se tornava cada vez mais conturbada, ainda mais porque o regime 
em vigore o partido no poder eram explicitamente antidemocráticos, enquanto a Grã-Bretanha 
enfrentava o nazifascismo. 
 
Em meados do século XX, o governo sul-africano recrudesceu a sua política segregacionista. O 
Apartheid tornou-se oficial. A partir da “Lei da Proibição dos Casamentos Mistos” (1949), uma série 
de legislações racistas foi sancionada na década de 1950. Foi nessa sociedade moldurada pelo 
apartheid que Nelson Mandela tornou-se um dos primeiros advogados negros a trabalhar em 
Johannesburgo. 
 
Cabe lembrar que, sob a liderança de Martin Luther King, o movimento contra o racismo e a 
discriminação racial tomava amplitude nos Estados Unidos e conseguia avanços importantes, como a 
decisão da Suprema Corte, de 13 de novembro de 1956, que considerou inconstitucionais as leis 
segregacionistas vigentes no Alabama. 
 
Em 1956, Nelson Mandela foi preso pela primeira vez. Na África do Sul, os protestos contra o racismo 
eram seguidos de repressão por parte da polícia. Em 1960, outro protesto terminou em um massacre 
em Sharpeville, um subúrbio da cidade de Vereeniging, no Transvaal. No mesmo ano, o CNA foi 
proibido. 
 
Durante as próximas três décadas, o CNA atuaria na clandestinidade. Nelson Mandela e outros 
membros do CNA buscaram alternativas mais radicais para combater o Apartheid. Ataques foram 
realizados tendo como alvo prédios do governo sul-africano. 
 
Em 1961, a elite política africâner instituiu a República da África do Sul e também se desligou da 
commonwealth (Comunidade de Nações, grupo que ainda hoje reúne 53 países – quase todos ex-
colônias da Inglaterra). Além da resistência e dos protestos internos, o governo racista da África do 
Sul teve de fazer frente ao boicote de vários países membros da Organização das Nações Unidas 
(ONU) após a Resolução 1.761, de 1962. 
 
Desde a sua fundação, em 1945, a ONU se empenhava no combate ao racismo e à discriminação 
racial. Os Estados Unidos e a África do Sul eram dois países-alvo
do antirracismo. Em 28 de agosto 
de 1963, foi realizada uma grande marcha a Washington (The March on Washington for Jobs and 
Freedom), quando, então, Martin Luther King proferiu seu famoso discurso na capital americana, no 
qual pronunciou a frase célebre “Eu tenho um sonho” (I have a dream), que marcou toda uma 
geração. 
 
Nos EUA, o movimento contra o racismo e a discriminação racial obtinha resultados, como a lei 
assinada pelo presidente Lyndon Johnson, em 1965, que garantia o direito de voto à população afro-
americana. Na África do Sul aumentava a repressão aos movimentos contra o Apartheid. Episódios 
como o julgamento de Rivônia (1964), a repressão policial durante a passeata de milhares de 
estudantes negros – que resultou no massacre de Soweto, em 1976 – e a morte de Steve Biko, em 
1977, são alguns exemplos. 
 
Apesar do isolamento político da África do Sul, do boicote econômico e do rompimento de certas 
relações comerciais e diplomáticas com países membros da ONU, o poder branco logrou manter o 
sistema de Apartheid durante todo o período da Guerra Fria. Apoiou a política segregacionista de 
países vizinhos, como a Rodésia, hoje Zimbábue, e manteve o regime tutelar sobre a ex-colônia 
alemã do Sudoeste africano (atual Namíbia). O governo da África do Sul esteve também em conluio 
com o colonialismo português em Angola e Moçambique, pois a política colonial auxiliava a 
manutenção de um “poder branco” em suas fronteiras, o que podia escudar o país de influências 
externas. Depois da independência de Angola e Moçambique, em 1975, o regime sul-africano apoiou 
grupos dispostos a sabotar a nova ordem política naqueles países. 
 
Cabe lembrar que, desde a década de 1960, ocorria um franco processo de descolonização e 
independência no continente africano. Países como Tanzânia e Zâmbia acolheram exilados políticos 
sul-africanos, inclusive membros do CNA. Porém, outros foram presos e até mesmo condenados à 
prisão perpétua, como Nelson Mandela, em 1964. 
 
O boicote de alguns países não foi suficiente para fazer o governo sul-africano ceder às pressões 
internacionais, ainda mais depois do auxílio soviético e cubano ao Movimento Popular de Libertação 
de Angola (MPLA). O “perigo vermelho” se confundia ao “perigo negro” nas mentes dos mais 
empedernidos racistas sul-africanos. 
 
Durante as décadas de 1960 e 1970, além do desgaste da imagem do país, a economia nacional – 
industrializada – perdia fôlego. Afinal, a manutenção de uma política segregacionista demandava 
dinheiro com aparato policial, serviço de informação, medidas protecionistas etc. 
 
A partir da década de 1980, o regime sul-africano passou a desenhar um novo cenário tanto para a 
sua política interna quanto para a externa. A repressão ao movimento de independência da Namíbia, 
então sob tutela sul-africana, a prisão à perpetuidade de Mandela e de outros presos políticos e o 
apoio à União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita) e à Resistência Nacional 
Moçambicana (Renamo) tinham um custo alto para o governo sul-africano diante da opinião 
internacional. A saída dos cubanos de Angola favoreceu as negociações para o fim da tutela sul-
africana e para a independência da Namíbia. Também foi no contexto do fim da Guerra Fria que as 
negociações para liberar Mandela foram realizadas. 
 
Em agosto de 1989, Frederik de Klerk assumiu a Presidência da África do Sul. Três meses depois, o 
Muro de Berlim (Alemanha) caía. Na URSS (União Soviética) estavam em pleno curso as reformas 
que ficaram conhecidas pelo binômio Glasnost e Perestroika. A conjuntura política internacional era 
favorável a uma distensão e, no início de 1990, Nelson Mandela saiu de sua prisão domiciliar. Logo 
depois houve a legalização do CNA. No ano seguinte, o Apartheid foi abolido. 
 
Em 1994, fez-se a primeira eleição multirracial na África do Sul e Mandela tornou-se o primeiro 
presidente negro do país. A prioridade foi a reconciliação nacional. 
 
A situação da maioria da população era calamitosa. Confinados à extrema pobreza, milhões de 
pessoas careciam de serviços básicos, como água potável e eletricidade. O déficit de moradia, 
educação e saúde era enorme e afetava diretamente as populações marginalizadas durante o 
Apartheid. Depois de décadas sem investir no bem-estar social do povo, o novo governo sul-africano 
deveria definir uma agenda e avaliar as prioridades para investimentos. 
 
Porém, faltavam recursos e a captação se mostrava difícil. Por um lado, havia ainda fuga de capitais 
e, por outro, concentração de dinheiro nas mãos de um empresariado nacional pouco ou nada 
disposto a cooperar com o primeiro governo do CNA. Além disso, a economia sul-africana teve de 
fazer frente à globalização. Sem experiência competitiva, capacidade de inovação e recursos para 
investimentos, o desenvolvimento econômico parecia não ser mais do que uma promessa. O 
presidente Mandela se deparou ainda com uma dívida externa e uma burocracia que consumiam 
grande parte do Orçamento do Estado. 
 
A partir do mandato do presidente seguinte, Thabo Mbeki, uma nova orientação para a economia 
nacional foi proposta para atrair investidores. O novo plano estratégico enfatizava o crescimento, o 
emprego e a reconstrução. Para isso, o CNA estimulava a competitividade e apoiava a privatização 
de empresas públicas. 
 
Em 2011, um diagnóstico da sociedade e da economia da África do Sul, realizado pelo próprio CNA 
durante a atual Presidência de Jacob Zuma, apontava para a permanência de uma enorme 
desigualdade social, embora existissem aspectos positivos nas últimas décadas, como a adoção de 
uma nova constituição (1996), que garantiu a igualdade de direitos e o estabelecimento da 
democracia. O diagnóstico permitiu ao CNA fazer uma autocrítica. Foi reconhecido o malogro do 
Programa Reconstrução e Desenvolvimento (Reconstruction & Development Programme) no combate 
à pobreza e às desigualdades.Os responsáveis pelo relatório apontaram alguns desafios para o governo da África do Sul que 
podem ser assim resumidos: baixa taxa da capacidade produtiva; baixa qualidade do ensino básico; 
problemas na logística, na manutenção e na capacidade da infraestrutura para relançar o crescimento 
econômico; ordenamento espacial que dificulta a circulação da riqueza; dependência da economia da 
exploração de recursos naturais (que se realiza de maneira não sustentável); sistema de saúde 
pública deficitário diante das pandemias sanitárias (sobretudo da Aids); baixa qualidade dos serviços 
públicos; corrupção; e, por último, uma sociedade ainda dividida. Com base nesse relatório, o atual 
governo lançou o Plano de Desenvolvimento Nacional: Visão para 2030. Trata-se de um projeto 
visionário que busca superar os desafios citados. 
 
Mesmo fazendo parte do grupo de emergentes conhecidos sob a sigla BRICS (Brasil, Rússia, Índia, 
China e África do Sul), o país enfrenta várias dificuldades. A economia de mercado não tem 
favorecido a ação do Estado para suprir os déficits de saúde, moradia e educação. No entanto, o 
Produto Interno Bruto (PIB) local continua o maior do continente africano. 
 
A sociedade sul-africana do pós-Apartheid herdou uma das principais economias do continente e 
sobre ela construiu uma democracia nas últimas duas décadas. O falecimento de Nelson Mandela, 
em 5 de dezembro de 2013, impediu-o, no entanto, de ver realizado plenamente o seu ideal, pelo 
qual estava “pronto para morrer”, conforme seu discurso de defesa no julgamento de Rivônia, em 20 
de abril de 1964. Afinal, se a “sociedade livre e democrática” é uma realidade hoje, a África do Sul 
está ainda longe de ser um país “onde todas as pessoas vivem em harmonia e com igualdade de 
oportunidades”.

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