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Bioquímica II - Metabolismo de ácidos nucleicos - Purinas ● Os produtos de degradação dos nucleotídeos são fosfato - é absorvido e reutilizado em reações bioquímicas, síntese de novo e outras - monossacarídeos - reutilizados no metabolismo de carboidratos como energia - e bases nitrogenadas - síntese de novo degradadas em precursores e sintetizadas de compostos ricos em nitrogênio que são excretados ou sintetizar novos nucleotídeos. ● As bases purínicas são metabolizadas em ácidos úrico e as bases pirimidinas são transformadas em produtos solúveis: CO2, amônia (NH3) e alanina (C3H7NO2) Todos os elementos, CO2, NH3 e C3H7NO2 são utilizados nas próximas sínteses de novos nucleotídeos e aminoácidos. O metabolismo das bases são rotas que se convergem, os elementos não se perdem porque são reutilizados As bases nitrogenadas (purinas) em excesso são transformadas em ácido úrico, esse ác. úrico é transportado até os rins e se une a ureia, que é produto de degradação dos aminoácidos. Mesmo que o ácido esteja presente na urina a concentração de ureia é em maior quantidade pois as bases nitrogenadas não costumam ser “perdidas”, elas são utilizadas em outras cadeias metabólicas, dentre elas a degradação de aminoácidos, então, as bases que sobram dessas cadeias é que serão transformadas em ácido úrico. ● O metabolismo de purinas (bases no geral) envolve a produção e utilização de energia, já que ATP, GTP e entre outros estão presentes e são necessários. O anel das purinas (imidazólico) possui o nitrogênio vindo das proteínas (metabolismo de aminoácidos - doado por glutamina, glutamato, aspartato e entre outros), o O2 e CO2 são vindos pela respiração celular e vitamina B9 (ácido fólico) - (o O2 vem diretamente pelo CO2, são relacionados). ● As bases púricas derivam da hipoxantina (a hipoxantina é a base nitrogenada reutilizada). Os nucleosídeos são os intermediários metabólicos para a formação das bases nitrogenadas. O nucleosídeo possui a base e a ribose, tirando a ribose se forma a base purinicas. Tudo começa com o nucleotídeo, que podem ser o IMP (ou inosinato/inosina monofosfato), o XMP (xantinilato/xantosina monofosfato), o GMP (guanilato/guanosina monofosfato) e o AMP (adenilato/adenosina monofosfato), se transformando em nucleosídeo (perdendo um fosfato e ficando com a base e a ribose), IMP se transforma em inosina; XMP -> xantosina; GMP -> guanosina e AMP -> adenosina, o nucleosídeo perde a ribose e se transforma na base púrica, inosina vira hipoxantina; xantosina -> xantina; guanosina -> guanina e adenosina -> adenina. O IMP vem da via pentose-fosfato e é ele quem dá origem às outras bases, ele forma a hipoxantina e alterando a conformação do anel dela se formam as outras bases. ● Para sintetizar o IMP precisa da via das pentoses fosfato, essa via é anaeróbia que oxida a glicose (glicose-6-fosfato especificamente) sem necessidade de O2 e tem como produto o CO2, 2NADPH e a ribose-5-fosfato. ● A ribose-5-fosfato é o intermediário para a síntese do 5-fosforibosil-1-pirofosfato ou PRPP, a ribose-5-fosfato sofre uma fosforilação pela enzima sintase de PRPP, com o recebimento de dois fosfatos pela enzima, a ribose-5-fosfato vira uma molécula com três fosfatos e uma ribose, ou seja, se torna o PRPP. Com o PRPP pronto, outros elementos próximos como glutamina (em forma de glutamato), alanina, nitrogênios na região, o nucleotídeo se forma, IMP. Isso tudo ocorre no citosol da célula. Para a formação do IMP o PRPP (trifosfatado) perde os dois fosfatos que ganhou. Antes de tudo, o PRPP precisa desses dois fosfatos porque somente ele sendo trifosfatado é que se ativa uma enzima chamada amidotransferase do fosforibosil, essa enzima só reconhece ambiente trifosfatado, ou seja, o PRPP é seu substrato. ● A formação do AMP e GMP ocorre da seguinte forma: modificação do anel. No AMP o que ocorre é uma aminação, troca-se a dupla ligação com o oxigênio no carbono 6 do anel por uma amina (NH2) formando o AMP, quem doa essa amina é o aspartato que sai da reação como fumarato. Já no GMP o anel sofre uma oxidação no carbono 2 (essa oxidação dependendo do NAD+) e se torna um derivado xantínico, o XMP. Depois esse mesmo carbono 2 sofre uma aminação trocando a dupla ligação com o oxigênio por uma amina que veio da glutamina, essa sai como glutamato. (a hipoxantina está diretamente ligada à formação do GMP porém por uma rota menos conveniente ela pode se tornar AMP). A síntese do AMP para formar em ADP e ATP passa por acrescentação de fosfato, essa adição são feitas por enzimas a cinase de nucleosídeos monofosfatados (reconhecem o AMP) e a cinase de nucleosídeos difosfatados (reconhecem substratos difosfatados) ● Na degradação o anel não é quebrado, ele é reestruturado (sem perda do anel) para conseguir ser eliminado. Ele é alterado porque na sua forma “normal” não é solúvel então precisa ser transformado em ácido úrico para ser eliminado na urina. Os níveis anormais de ácido úrico no sangue podem conduzir a doenças inflamatórias, como a gota, imunológicas, metabólicas e dano renal (pedra nos rins e insuficiência renal). A hipoxantina pode ser reestruturada para se transformar em ácido úrico, isso acontece por meio da ação da enzima xantina oxidase que oxida a reação transformando em xantina e depois em ácido úrico . O alopurinol é um fármaco análogo à xantina e hipoxantina (estrutura semelhante) que engana a enzima xantina oxidase e inibe-a e a formação do ácido úrico não acontece, esse é um dos tratamentos utilizados na gota. Os nucleotídeos de guanina geram guanosina e xantina e os de adenina geram adenosina, inosina e hipoxantina. ● A biossíntese de novo é regulada pela ação dos seus produtos finais, ou seja, AMP, IMP e GMP. Os nucleosídeos são salvos por cinases de nucleosídeos e as bases são salvas por transferases de fosforibosil (PRPP re-sintetizado), essa é uma forma do organismo de não perder metabólitos e poupar energia. Alguns fármacos, como o 6-mercaptopurina, podem inibir a ação dessas enzimas fazendo com que a produção das purinas diminua. ● As doenças relacionadas ao metabolismo das purinas são raras porém os exemplos são: gota (sedimentação do ácido úrico nas articulações), síndrome de LeschNyhan (mutação ligada ao cromossomo x e deficiência da enzima hipoxantina guanina fosforilboxiltransferase que aumenta a produção de purinas e alto nível de ácido úrico plasmático) e deficiência de mioadenilato desaminase. Referências Bibliográficas NELSON, L. David; COX, M. Michael. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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