Buscar

Melanie Klein - Resumo sobre suas teorias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Melanie Klein 
 
Melanie Klein foi uma psicoterapeuta austríaca 
com uma vida pessoal marcada de perdas e 
decepções (por 7 anos passou por difíceis 
momentos devido a depressão).
Se deparou com a psicanálise ao ler a obra “O 
sonho e sua interpretação”, de Freud. Com o 
apoio de seu terapeuta Ferenczi, também 
discípulo de Freud, utilizou seu dom em entender 
as crianças para se dedicar a psicanálise, focando 
na criança. 
Melanie observou que as crianças tinham um 
psiquismo diferente (nelas, ocorria de forma mais 
intensa) dos adultos. A criança pequena, mesmo 
quando fala e narra suas brincadeiras, não possui 
ainda a capacidade de fazer associações livres 
pois a angústia “impede” a fala condensada. 
Por causa disso, apesar de para Klein, a essência 
do tratamento ter de ser a mesma para todos, o 
método da associação livre não seria tão eficaz 
com os infans. Foi assim que Melanie desenvolveu 
a ferramenta do play technique, pois percebeu 
que através da brincadeira a criança representa 
simbolicamente suas ansiedades e fantasias, seus 
conflitos inconscientes. 
Assim como os sonhos, para M.K, o brincar 
também deveria ser interpretado. Todo detalhe 
tem muito valor: o brincar gera uma interpretação 
que será assimilada pela criança para ter sua 
angústia diminuída e com isso gerar outra 
brincadeira, outra interpretação e assimilação 
que diminuirá a angústia e assim vai. 
A forma como a criança brinca também muda a 
partir das interpretações feitas por ela durante o 
brincar. Dessa forma, Melanie propôs que desde 
que possamos falar com a criança de maneira 
compreensível, as interpretações dadas a ela 
produzem um efeito profundo em seu psiquismo, 
melhorando sua vida em todos os aspectos 
(social, emocional e intelectual). 
 
 O objetivo do play technique é fazer com 
que a criança alcance, por meio da análise de 
suas interpretações, o domínio da angústia que a 
aflige. 
Para o play technique ser feito, é preciso 
haver a existência de transferência na análise de 
uma criança. A transferência é o processo de 
externalização das relações com os objetos 
internos e externos que o analisando faz quando 
retorna às vivências da primeira infância. 
Nos primeiros anos de vida, os bebês sofrem 
desilusões, experimentam impulsos sexuais e 
angústia. A fonte da ansiedade externa estaria na 
experiência do nascimento: 
o A angústia do nascer seria o motivo de 
todas as futuras angústias em face de um 
momento de frustração ou necessidade. 
o A dor e o incomodo produzido pela perda 
do estado intrauterino são vividos pela 
criança como forças hostis. 
o A angústia persecutória está presente 
desde o começo da vida da criança, 
relacionada ao mundo extrauterino. 
A fonte da ansiedade interna é resultado da ação 
da pulsão de morte que atuaria no interior do 
organismo do indivíduo, na qual existe o temor de 
aniquilação. 
Os bebês não possuem maturidade o suficiente 
para entender o que é o mundo interno e o mundo 
externo, logo pensam que tudo está integrado a 
eles. 
Desde o primeiro momento, as fantasias da 
criança estão ligadas ao objeto externo (seio 
materno). A imagem de dois seios é constituída: o 
seio bom e o seio mau. Essa separação é 
decorrente da imaturidade do ego. 
o Seio bom: é o seio que alimenta o bebê na hora 
que ele sente a necessidade, é gratificante. 
Esse conceito não se trata apenas do alimento 
para o bebê, mas sim de toda a demanda que 
é oferecida quando ele solicita (atenção, 
acolhimento, cuidado). 
 
o Seio mau: é o contrário do seio bom. Também 
o alimenta, mas não trará satisfação quando 
for solicitado. É aquele que satisfaz a fome, 
mas não a necessidade, pois a atenção não é 
voltada somente para o bebê (ex: a mãe está 
amamentando o bebê sem olhar para ele, 
brigando com o marido, outro filho, etc). 
 
Isso gera frustração e agressividade na 
criança, que cria um sentimento de vingança, 
desejo de afastar esse seio por ser ruim (ex: o 
bebê vai querer acabar logo com aquilo, 
morde, arranha, aperta o seio). 
Diferentemente de Freud, Melanie acreditava na 
existência de posições, não de fases. Elas se 
alternariam durante a vida do sujeito e estariam 
constantemente se repetindo. 
o Posição esquizo-paranoide: o bebê nasce 
imerso nessa posição. Possui como principais 
características a fragmentação do ego e a 
divisão do objeto externo (seio da mãe), já que 
este é o primeiro órgão com o qual a criança 
estabelece contato. Surgimento do seio mau, 
percebido pelo bebê como um objeto parcial 
(devido a imaturidade do ego, o seio ainda não 
é percebido como objeto específico). 
 
Ao perceber o seio como um objeto externo, o 
bebê sente-se frustrado, querendo vingança. 
Há ataques sádicos dirigidos à mãe (ex: 
morder, arranhar o seio). 
Ao mesmo tempo, existe um medo desse ódio 
se voltar contra ele, chamado de ansiedade 
persecutória ou paranoide (medo da vingança 
do seio mau). 
 
o Posição depressiva: surge com a elaboração e 
superação dos sentimentos da posição 
anterior. O ego já tem maturidade o suficiente 
para entender que ambos os objetos (seio bom 
e seio mau) são externos ao bebê e fazem 
parte da mesma pessoa (mãe). Dessa forma, 
o bebê aprende a amar e respeitar esses 
objetos. 
 
O ego e os objetos externos (mãe/seio) estão 
integrados. Por agora entender que o seio 
mau e o seio bom são o mesmo objeto, o bebê 
tem medo de perder o seio bom devido aos 
ataques de ódio feitos quando ele achava que 
existia o seio mau. Ele fantasia que esses 
possa ferir o seio bom e de alguma forma 
destruí-lo. Esse medo é chamado de 
ansiedade depressiva. 
Nas fantasias, os bebês têm impulsos 
destrutivos: sentem que morde e despedaçam o 
seio e que depois o seio faz o mesmo dentro deles. 
Identificação projetiva: mecanismo de defesa que 
se manifesta por um processo inconsciente, no 
qual aspetos do próprio sujeito são negados e 
atribuídos ao outro. O indivíduo destaca esse 
conteúdo, que tanto pode ser positivo como 
negativo, e projeta-o. O objeto externo é sentido 
como controlado pelo sujeito (ex: o bebê sente que 
controla o seio e pode tê-lo quando quiser). 
Phantasy: tipo de "atividade lúdica” que ocorre 
dentro da pessoa. Costuma ser frequentemente 
violenta e agressiva, além de ser diferente dos 
sonhos diurnos comuns. É inconsciente. 
Fantasy: representante psíquica do instinto do 
sujeito. Se transforma de acordo com o 
desenvolvimento, no decorrer das experiências 
corporais, sendo ampliada e influenciada pelo ego 
em maturação.

Outros materiais