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1 SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS ORIENTAÇÕES AOS PAIS E RESPONSÁVEIS DICA PARA O ALUNO QUER SABER MAIS? Caro (a) estudante, A suspensão das aulas em virtude da propagação do COVID-19 foi uma medida de segurança para sua saúde e da sua família. Mas, não é motivo para que você deixe de estudar e aprender sempre, lembrando que você inicia uma nova etapa da Educação Básica, que é a Educação Profissional. Dessa forma, você: 1- Receberá Plano de Estudos Tutorado de cada um dos componentes curriculares. 2- Terá acesso aos conceitos básicos da aula. 3- Realizará algumas atividades. 4- Precisará buscar informações em diferentes fontes. 5- Deverá organizar o seu tempo e local para estudar. Anotar é um exercício de seleção das ideias e de maior aprendizado, por isso… (1) Ao anotar, fazemos um esforço de síntese. Como resultado, duas coisas acontecem. Em primeiro lugar, quem anota entende mais, pois está sempre fazendo um esforço de captar o âmago da questão. Repetindo, as notas são nossa tradução do que entendemos do conteúdo. (2) Em segundo lugar, ao anotar, nossa cabeça vaga menos. A disciplina de selecionar o que será escrito ajuda a manter a atenção no que está sendo dito ou lido, com menos divagações ou preocupações com outros problemas. Quando bate o sono ou o tédio, é a melhor maneira de retomar a atenção. Caro(a) estudante, busque anotar sempre o que compreendeu de cada assunto estudado. Não fique limitado aos textos contidos nas aulas. Pesquise em outras fontes como: livros, internet, revista, documentos, vídeos etc.DE TEXTO A SER INSERID PLANO DE ESTUDO TUTORADO 1º BIMESTRE COMPONENTE CURRICULAR: GESTÃO DE COMPRAS E LOGÍSTICA DE CADEIA DE SUPRIMENTOS NOME DA ESCOLA: Escola Estadual Monsenhor Antônio José Ferreira PROFESSOR(A):MARIANA A. O. LOPES TURMA: Curso Técnico em Logística TURNO: Noite MÊS: AGOSTO/SETEMBRO TOTAL DE SEMANAS: 05 NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: 04 NÚMERO DE AULAS POR MÊS: 16 2 SEMANA 1 EIXO TEMÁTICO: Gestão e Negócios OBJETO DE CONHECIMENTO: Função de Compras nas organizações: histórico, evolução, conceitos, objetivos e relevância. HABILIDADE(S): -Conhecer a função de compras e seus conceitos. -Refletir como deve ser gerida a atividade de compras nas organizações. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Gestão de compras, Função compras INTERDISCIPLINARIDADE: Gestão de compras e logística de cadeia de suprimentos ATIVIDADES Função de Compras nas organizações: histórico, evolução, conceitos INTRODUÇÃO A gestão ou administração da aquisição (compras) assume, atualmente, um importante papel estratégico para as organizações que a olham com a relevância necessária que merece. Esse papel altamente estratégico, ao qual a função compras está diretamente relacionada se deve ao grande volume de recursos envolvidos, principalmente financeiros. Antes da Primeira Guerra Mundial, a gestão de compras tinha uma função essencialmente burocrática. Com o passar dos anos, essa mistificação continuou firme, no entanto, quando o mundo passou pela crise do petróleo, a oferta de várias matérias-primas (insumos) se tornou escassa, já que muitos desses insumos eram advindos do petróleo. Como as matérias- primas estavam escassas e a procura era grande, os seus preços dispararam. Nesse cenário, de intensa modificação, saber o que, quanto, quando e como comprar começava a assumir condições de sobrevivência organizacional. Logo, o pouco atraente departamento de compras começa a ser visto de maneira estratégica. Essa nova visão se deve ao fato de as 3 empresas passarem por profundas reestruturações, ao avanço demasiado (excessivo) ágil da tecnologia e novos relacionamentos com os fornecedores e clientes, os quais se tornaram cada vez mais exigentes em diversos vetores, tais como: qualidade, quantidade, rapidez na entrega e na compra, etc. No entanto, percebe-se hoje que as empresas não agem mais como antes da década de 70 e nem poderiam, pois se agissem, com absoluta certeza o seu concorrente não agiria. O objetivo da função de compras é conseguir tudo ao mesmo tempo: qualidade, quantidade, prazo de entrega e preço. Uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo. Um bom fornecedor é aquele que tem a tecnologia para fabricar o produto na qualidade exigida, tem a capacidade de produzir as quantidades necessárias e pode administrar seu negócio com eficiência suficiente para ter lucros e ainda assim vender um produto a preços competitivos. Como se sabe, a gestão de compras está intimamente relacionada aos fornecedores. Visto isso, há alguns fatores que influenciam a escolha dos fornecedores, a saber: habilidade técnica (o fornecedor tem habilidade técnica para produzir ou fornecer o produto desejado?), capacidade de produção (a produção deve ser capaz de satisfazer às especificações do produto de forma consciente ao mesmo tempo produzindo o menor número possível de defeitos), confiabilidade (ao selecionar o fornecedor, deve-se escolher o que possua melhor reputação e confiabilidade, pois se não houver confiança quanto à qualidade do produto, isso implicará no produto final), serviço pós-venda (caso o produto tenha natureza técnica ou provavelmente precisará de peças de reposição, o fornecedor deve ter um bom serviço de atendimento pós- venda), localização do fornecedor (uma localização próxima auxilia na redução dos tempos de entrega e significa que os produtos em falta podem ser entregues rapidamente) e preços (o fornecedor deve ser capaz de oferecer preços competitivos). A definição de uma estratégia correta de compras pode dar à empresa uma grande vantagem competitiva, pois se por um lado ela decidir produzir mais internamente, ganha dependência, mas perde flexibilidade; por outro lado, se decidir comprar mais de terceiros pode se tornar dependente. Há algum 4 tempo atrás os subprodutos vitais do produto final eram fabricados internamente, contudo essa concepção está mudando com o desenvolvimento de parcerias estratégicas que visem à racionalização dessa fabricação, já que a empresa tem vários custos envolvidos, não só de fabricação, mas de pessoal, operacional, etc. Um ótimo exemplo é o que as industriais automobilísticas fazem: a incorporação de células de produção, as quais geralmente são formadas por fornecedores externos de peças não constantes no portfólio da empresa e que reduzem bruscamente os custos de pedido e de fabricação se houvesse. Gestão de Compras Conceito A gestão de compras é um segmento essencial da Administração de Materiais, a qual tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativa e qualitativamente, verificar o recebimento efetivo do que foi comprado e providenciar andamento, dispor os produtos no momento certo com as quantidades corretas. Qualquer atividade industrial necessita de matérias-primas, componentes, equipamentos e serviços para que possa operar eficientemente. No ciclo de um processo de fabricação, antes de se dar início à primeira operação, os materiais e insumos gerais devem estar disponíveis e mantendo-se a continuidade de seu abastecimento em atender as necessidades ao longo do período. Logo, a quantidade dos materiais, bem como a sua qualidade deve ser compatível com o processo produtivo da organização. Segundo Arnold (1999), “a gestão de compras é um segmento organizacional responsável pelo abastecimento da empresa no que tange distintos produtos, desde matéria-prima (insumos primários de produção) até um simples detergente”. No entanto, o gestor de compras está mais atrelado à área estratégica da organização, ou seja, está disponível para efetuar transações que atinjam diretamente a produção.Outros tipos secundários de compras estão voltados à responsabilidade de aquisição de cada setor – com orientação, supervisão, controle e avaliação da Gestão de Compras. 5 Gestão de compras como fator estratégico Toda operação produtiva depende fundamentalmente de insumos obtidos de terceiros, caracterizando-se uma relação entre comprador e vendedor. Ao longo dos últimos anos, essa relação teve sua amplitude aumentada em função do crescimento dos volumes e valores negociados. A área de compras passou a ser, então, mais importante e visível na organização, participando mais efetivamente tanto da aquisição como do gerenciamento dos materiais usados em produtos e serviços cada 7 vez mais adequados às necessidades do cliente final. A área de compras passou a assumir responsabilidades mais abrangentes, indo além da tarefa típica de compras, isto é, de negociar preço, prazo e qualidade junto ao fornecedor, tornando-se interlocutora na difusão das estratégias organizacionais em termos de produto, processo e suprimentos. Assim, as decisões de compras deixaram de ser isoladas e estão cada vez mais integradas às decisões de outras áreas (qualidade e finanças, por exemplo) que exercem um papel igualmente estratégico para a empresa. Nos últimos anos, tem aumentado nas empresas a importância da atividade de compras tanto na gestão de materiais e suprimentos como na seleção e desenvolvimento das fontes de financiamento. Vários fatores contribuíram e ainda contribuem para o aumento da importância e do papel estratégico da atividade de compras. Alguns desses fatores são citados a seguir: Segundo Baily (2000), “as organizações que adotam abordagens de vantagem competitiva na administração de materiais estão colocando em 6 prática ideias de integração que são pelo menos em parte, baseadas no papel estratégico e integrado das compras. O sucesso demonstrado por essas organizações está estimulando esse maior interesse e, à medida que outras organizações tentam repetir esse sucesso, a gestão de compras se torna cada vez mais atual”. O crescimento dos gastos envolvidos nas negociações de compras e a necessidade de uma maior integração entre as áreas das empresas compradora e fornecedora dos materiais aumentam a importância e o reconhecimento da atividade de compras, cuja responsabilidade é ampliada à medida que as negociações não se restringem apenas às cotações envolvendo fatores superficiais, como: preço, prazo, quantidade e qualidade dos materiais. Objetivos Os objetivos de compras devem estar alinhados aos objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente externo e interno. Essa preocupação tem tornado a função compras extremamente dinâmica, utilizando-se de tecnologias cada vez mais sofisticadas e atuais. Segundo Pooler (1992), existem três objetivos da área de compras mais notáveis nas organizações: 1) controlar custos; 2) assegurar a economia com fornecimento; e 3) contribuir para o lucro. Esses objetivos aumentam a abrangência da área de compras no caso de aquisições, uma vez que as negociações envolvem fornecedores globais. Uma definição bem conhecida dos objetivos de compras é: comprar a qualidade de material correta, no tempo certo, na quantidade exata, da fonte certa, no tempo certo, na quantidade exata, da fonte certa e ao preço adequado. Os objetivos básicos da gestão de compras seriam: Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender os programas de produção; Coordenar esse fluxo de maneira eficiente para que seja aplicado o mínimo de investimento sem afetar a operacionalidade da empresa; 7 Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a padrões de quantidade e qualidade definidos; Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para a empresa, principalmente em condições de pagamento; Administrar estoques para proporcionar o melhor serviço possível aos usuários e ao menor custo; e Desenvolver funcionários, políticas, procedimentos e organização para assegurar o alcance dos objetivos. Além disso, podemos acrescentar alguns objetivos mais específicos como: produtos; Monitorar as tendências do mercado de suprimentos; Negociar eficazmente para trabalhar com fornecedores que buscarão benefício mútuo por meio de desempenho economicamente superior. Um dos parâmetros importantes para o bom funcionamento da gestão de compras e, consequentemente, para o alcance de todos os objetivos é a previsão das necessidades de suprimento. Nunca é demais insistir na informação dessas quantidades, das qualidades e prazos que são necessários para a fábrica operar. São estas informações que fornecem os meios eficientes para o comprador executar o seu trabalho, devendo as áreas de compras e produção dispor do tempo necessário para negociar, fabricar e entregar os produtos solicitados. Com os preços de venda extremamente competitivos, os resultados da empresa deverão vir do aumento da produtividade, da melhor gestão de material e de compras mais econômicas. A necessidade de se comprar cada vez melhor é enfatizada por todos os empresários juntamente com as necessidades de estocar em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo. Comprar bem é um dos meios que a empresa deve usar para reduzir os custos de obtenção. 8 Existem certos mandamentos que definem como comprar bem, os quais incluem, ainda, a verificação dos prazos, preços, qualidade e volume. No entanto, manter-se bem relacionado com o mercado fornecedor, antevendo na medida do possível eventuais problemas que possam prejudicar a empresa no cumprimento de suas metas de produção, é talvez o mais importante na época de escassez e altos preços. ATIVIDADE 01 Atividades de aprendizagem 1)Qual a importância da gestão de compras? 2)Quais as responsabilidades a área de compras passou a assumir? 3) Quais fatores contribuíram para a importância e o papel estratégico da gestão de compras? 4) Qual seria uma definição dos objetivos básicos na gestão de compras? 5)Qual a diferença entre custo e despesa 6)Cada centavo economizado nas compras impacta diretamente na melhoria do resultado da empresa. Uma empresa que fatura R$ 100.000,00 e gasta R$40.000,00 em compras de materiais e tem um lucro de R$10.000,00, caso faça uma economia nas compras de R$2.000,00, conseguiria obter um lucro no valor de: a) R$100.000,00 b) R$12.000,00 c) R$10.000,00 d) R$2.000,00 REFERÊNCIAS Fonte bibliográfica: Rede E-tec de educação 9 SEMANA 2 EIXO TEMÁTICO: Gestão e Negócios OBJETO DE CONHECIMENTO: Função estrátegica da atividade de compras nas empresas; Decisões estrátegicas na atividade de compras; HABILIDADE(S): - Identificar a importância de tratar as atividades relacionadas a atividades de compras como sendo estratégicas para melhorar os resultados da organização e para aumentar as suas vantagens competitivas; -Conhecer algumas das decisões estratégicas que as empresas precisam tomar em relação aos seus processos de compras; CONTEÚDOS RELACIONADOS: Gestão de compras, Gestão de fornecedores INTERDISCIPLINARIDADE: Gestão de compras e logística de cadeia de suprimentos ATIVIDADES FUNÇÃO ESTRÁTEGICA DA ATIVIDADE DE COMPRAS NAS EMPRESAS O papel de compras modificou-se muito. Até a década de 70, as áreas de compras estavam restritas a um papel meramente operacional dentro das organizações. A função básica de compras era: comprar materiais e serviços externos para atender as necessidades dos usuários. Porém, com o passar do tempo e aumento do volume de transações, o departamento de compras limitou-se a processar pedidos de compras.Grande número de fornecedores, alto número de atividades que não agregavam valor e processos altamente padronizados originaram um grande número de atividades burocráticas, que impediram a existência de um pensamento estratégico sobre o negócio da empresa (Riggs & Robbins, 2001). A partir da década de 80, sob a influência da filosofia japonesa Just in time, muitas empresas norte -americanas e brasileiras, começaram 10 a adotar a compra em pequenos lotes. A partir da década de 90, a globalização, a reengenharia de atividades, o aumento da competição e a pressão para redução de custos, fizeram com que a atenção das empresas fosse desviada para a área de Compras. “A partir de agora, irá existir um grande benefício das relações entre as empresas e seus fornecedores. Esta oportunidade será fonte de vantagem competitiva e não pode mais ser negligenciada” (Drucker apud Baily, 2000). Dentre os benefícios que contribuíram para o aumento da importância da área de Compras a partir da década de 90, pode -se citar: A reengenharia de processos – A reengenharia de processos fez com que as abordagens interfuncionais superassem as antigas visões funcionais dentro da organização. Esta abordagem fez com que a área de Compras tivesse foco no processo interfuncional e não apenas na função isolada de compras (Baily et al. (2000). O fracasso das técnicas tradicionais de reduções de custos – As empresas mediante a competição global buscaram meios de reduzir custos de mão de obra, processos e materiais. A área de compras tentou reduzir custos através de árduas negociações com fornecedores e da adoção de práticas de terceirização. O fracasso das práticas mais usadas de redução de custos geraram a necessidade de obtenção de outras formas de extração de valor da área de compras (Wright apud Moncza et al.,1998). O fracasso das relações adversárias com fornecedores – O exemplo da relação de colaboração com fornecedores das indústrias japonesas mostrou-se mais adequado para o contexto atual, do que a tradicional abordagem de adversários. 11 As áreas de compras começaram a preocupar-se a entregar maior valor para o cliente final (Laserte, 1998).Baily et a l. (2000) acrescentam que o grande avanço da tecnologia fez com que o conceito de compras fosse visto como um processo contínuo que visava integrar os fornecedores a os processos da organização. Deste modo, seria possível, adquirir vantagens competitivas oriundas de reduções de custos, desenvolvimento tecnológico, melhoria da qualidade e redução do tempo do ciclo de desenvolvimento dos produtos. Laserte (1998) afirma que a pesar da constatação da necessidade de transformação, as mudanças ainda são lentas e o foco da área de compras ainda reside em processos funcionais. Conforme Baily (2000), a percepção de que a função compras não é mais uma atividade rotineira de administração de “pedidos”, está mais reconhecida. Neste novo cenário, a área de Compras passa a ter um papel pró-ativo em contraste com o antigo papel reativo que desempenhava. Conforme Rigg s & Robbins (2001), “É preciso repensar o processo de compras, substituindo o sistema moroso e antiquado por um processo gerencial simples que crie valor em cada compra”. De acordo com Brites (2006), em resultado de sua crescente importância nas organizações, a função de Compras tem sido alvo de constantes alterações nos últimos anos. O desenvolvimento de parcerias com fornecedores e a sistematização dos processos de negociação apresentam ótimas oportunidades de melhoria, bem como a execução dos processos operacionais e a formação dos profissionais de compras. A importância da função de Compras continuará a intensificar-se, verificando-se um maior foco em atividades que promovam o aumento da eficiência operacional e a redução dos custos de compra, aumentando a contribuição para a criação de valor nas organizações. É por esta razão que cada vez mais empresas promovem uma maior colaboração, transparência e 12 profissionalismo na relação com os clientes internos, o desenvolvimento de relacionamentos ganha-ganha com fornecedores, parcerias de longo -prazo e qualificação dos seus profissionais Para conseguir todos esses benefícios a atual configuração do setor de Compras abrange as seguintes funções: coordenação do fluxo de produtos e materiais, equilibrando as demandas e o estoque, que não deve estar em excesso; aquisição de materiais e serviços, além da verificação dos pedidos para identificar se estão condizentes com a ordem de compra; abastecimento de materiais nas empresas de manufatura; negociação de políticas de abastecimento com os fornecedores, com o objetivo de garantir prazo, qualidade e preço; desenvolvimento e capacitação de fornecedores para eles atenderem às necessidades e padrões definidos pela empresa; avaliação da performance dos fornecedores realizada por meio de indicadores com a consequente elaboração de um plano de ação quando necessário; pesquisa do mercado fornecedor a fim de conseguir algo inovador; análise da previsão de vendas junto a outros setores da empresa a fim de assegurar que as aquisições realizadas sejam adequadas à realidade. A Administração do Processo Compras tornou a função do comprador essencial para a saúde financeira da empresa, em tempos de alta competitividade. O comprador exerce a função de analista, tendo que se levar em conta analise tributária, analise técnica, analise financeira do contrato e da empresa visando o melhor momento de colocação do pedido. Estas práticas vão propiciar redução dos estoques, disponibilidade do produto no momento certo. O resultado final é o aumento do lucro para todos os envolvidos no processo, por esta razão a função de compras tem -se tornado uma das mais importantes nas organizações 13 DECISÕES ESTRÁTEGICAS NA ATIVIDADE DE COMPRAS FABRICAR OU COMPRAR As decisões sobre fabricar ou comprar envolvem avaliações minuciosas entre os aspectos ligados à estratégia global da empresa e dos custos. Atualmente incluem também a decisão entre terceirizar ou não a prestação de serviços que não são o negócio principal da empresa, tais como limpeza e manutenção, Deve levar em consideração alguns questionamentos, tais como: • A que volume de produção anual deve-se deixar compra e passar a fabricar? • Qual investimento de capital é necessário para fabricar os bens? • Qual será o pico de demanda desse material? • Qual risco associado à tecnologia exigida? • Quanto desperdício (ou custo de retrabalho) podemos esperar? • Qual nível de estoque manteremos (nós e o fornecedor)? • Qual duração do contrato? • Que variações podem ser esperadas nos custos dos materiais? • Podemos produzir mais, concentrando nas competências especiais, do que economizar, fazendo internamento o trabalho? Dessa forma, a empresa deve ser perguntar continuamente: “em que negócio estamos?”, “em que negócio devemos entrar?” e “quais as principais forças de nossas empresas e como elas são mais bem protegidas e desenvolvidas no mercado em que atuam?” CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE COMPRAS A maioria dos grupos de empresas ou grandes organizações que operam 14 vários estabelecimentos adotam algum compromisso entre a compra centralizada e a compra local descentralizada, visando balancear as vantagens da força dessa flexibilidade. Bailyet al. (2000) afirma que existem basicamente 3 alternativas: 1) Descentralização total: seguindo autonomia plena em cada uma das unidades; 2) Centralização total: na prática significa que, independentemente das compras locais de pequeno valor, todas as compras são feitas a partir de um escritório central; ou 3) Uma combinação das duas. Para Baily et al. (2000) de um modo geral, as vantagens de uma abordagem são as desvantagens de outra. Assim, uma combinação de ambas é frequentemente usada para obter o benefício das melhores características de cada abordagem, evitando-se as desvantagens. Ainda, segundo o autor, o departamento de compras centralizado é responsável por: Determinação de políticas, padrões, procedimentos e especificações gerais; Negociação dos contratos de materiais comuns usados por todas as unidades em qualquer volume; Grandes contratos de construção de fábricas, aquisição de equipamentos e projetos que envolvem muito capital; Contratos para materiais importados e para exportações relevantes; Assuntos legais relacionados a suprimentos; Coordenação da estocagem de todas as unidades; Educação e desenvolvimento do pessoal de suprimentos de todas as unidades e orientação para o recrutamento de funcionários. 15 CENTRALIZAÇÃO Uma área de compras centralizada é responsável por todas as aquisições, negociação de contratos, gestão de stocks, aprovação de compras locais e definição de procedimentos gerais de compra das várias empresas do grupo. Esta centralização traz vantagens: O pode de negociação aumenta com a agregação de necessidade dos vários clientes internos, reduzindo não apenas os preços unitários, como o custo total da aquisição; A equipe de compras é especializada e está focada em atingir os melhores preços; Os fornecedores locais têm menos influência, permitindo uma negociação com parceiros que podem ser mais vantajosos. Contudo, também apresenta desvantagens: O tempo de aquisição não é tão ágil, devido ao excesso de processos e á burocracia; Além disso, há falta de foco no cliente interno, o que pode impactar no resultado final. A necessidade e a urgência do cliente interno podem não ser tão importantes para área de compras centralizada, que tem múltiplos clientes para satisfazer; A comunicação com o cliente interno pode falhar, levando à perda de tempo na negociação, seleção de fornecedores incorreta, especificações incompletas e, consequentemente, compras deficientes. DESCENTRALIZAÇÃO A área de compras descentralizada, por sua vez, segue as diretrizes da empresa e está subordinada à gestão da unidade de negócio. O objetivo é comprar material e serviço ao menos preço e/ou específicos e/ou fornecidos 16 pelo mercado local e/ou urgentes. Algumas das vantagens de descentralizar a compra são: A responsabilidade do custo e produtividade é da equipe de compras local; O cliente interno tem maior controle sobre o processo, uma vez que a compra é feita localmente; A resposta é mais rápida pois o cliente interno pode pressionar o comprador; A comunicação é mais rápida, pois o cliente interno está mais próximo do comprador; Os compradores locais conhecem o mercado local e mantém boas relações com fornecedores, que podem ser úteis nas compras. Como desvantagens, podemos apontar: A pressão que o cliente interno e o fornecedor fazem podem afetar o custo final; As prioridades do cliente interno e do comprador são diferentes: o primeiro quer apenas garantir que o produto/serviço fica disponível quando for necessário, como a maior quantidade possível; o segundo tem se preocupar ainda com o preço e com a variedade de opções de fornecedores; A pressão do tempo e a diversidade de material/serviço a comprar não permitem que a equipe de compras se especialize numa determinada área de negócios; A escala de compras local não suporta salários adequando a um comprador profissional, o que pode afetar o nível de qualificação dos compradores da área de compras; Baixa agregação de compras não permite savings (redução de custos) grandes 17 TERCEIRIZAÇÃO DE COMPRAS Temos observado que, no decorrer dos anos, vem acontecendo a terceirização das atividades que era tradicionalmente executadas pelo comprador da empresa. A terceirização de compras tem ocorrido pelas seguintes razões: • o desenvolvimento atingido pela função compras na empresa não é suficiente para proporcionar vantagem competitiva para a organização; • a terceirização da atividade de compras a outras empresas mais eficientes pode proporcionar ganhos consideráveis para a empresa. ATIVIDADE 2 1) Todas as afirmativas abaixo estão vinculadas ao papel estratégico da função Compras, EXCETO: a) Gerenciar a base de fornecedores b) Participar do processo de planejamento estratégico da empresa c) Realizar previsões das necessidades de suprimentos d) Contribuir para a redução de custos da empresa e) Integrar as ações de Compras no processo de planejamento de pessoal 2) Dentre os benefícios que contribuíram para o aumento da importância da área de Compras qual está relacionado com a função “desenvolvimento e capacitação de fornecedores para eles atenderem às necessidades e padrões definidos pela empresa”. Explique como deve ser a relação comprador x fornecedor a partir de uma visão estrategista. 3) Observe as conclusões de uma artigo sobre a centralização de compras 18 de uma do setor automobilístico: A empresa pesquisada foi uma empresa do setor automobilístico, para a qual existem várias empresas prestadoras de serviços do mesmo grupo espalhadas por todo o Brasil e no exterior. Por se tratar de uma empresa onde o custo das aquisições influência de forma grandiosa nos custos finais dos produtos ou serviços, e o mercado está a cada dia mais competitivo a empresa resolveu investir em uma equipe destinada somente às aquisições das empresas. Hoje a equipe é formada por vários colaboradores, entre eles existe a equipe responsável na compra da Matéria Prima (aço, alumínio, polímero e outros). Além de outras áreas como Material Indireto e Serviço, Contratação de Transportes e Viagens que trabalham da mesma forma que a equipe citada acima. A centralização das compras foi criada para padronizar os custos da matriz e das filiais tendo como resultado uma redução considerável dos custos, nas empresas com aquisições de baixa escala tem um aumento no poder de negociação juntos aos fornecedores, beneficiando todo Grupo. Segundo informação de alguns dos integrantes da equipe de compras os benefícios da centralização são tantos que a tendência é centralizar ainda mais as aquisições, trazendo terceiros para participarem da equipe como forma de parametrizar todas as compras e reduzir ainda mais os custos. A empresa que já obtém os maiores volumes de aquisições, neste caso a matriz, após a centralização de compras, obteve ainda uma redução nos custos de 5% em um dos produtos mais adquiridos. FONTE: MEDEIROS Kleber Oliveira; ELIAS, Felipe. Os Efeitos da Centralização das Compras Objetivando Minimizar os Custos de Aquisições em uma Empresa do Setor Automobilístico. Techoje. Disponível em < http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1202> Sobre o texto responda: a) Quais foram as vantagens encontradas para a centralização das http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1202 19 compras dessa empresa? b) “Os fornecedores locais têm menos influência, permitindo uma negociação com parceiros que podem ser mais vantajosos.” Destaque no texto argumento apresentado pelo autor que comprova essa vantagem que centralização apresenta. REFERÊNCIAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração deMateriais: uma introdução. Ed. Atlas, 1999. BAILY, Peter. Et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000. BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de matérias e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1995. _______________. Gerenciamento da Cadeira de Suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D. J; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. Ed. Atlas DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. Ed. Atlas MARTINS, Petrônio G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Ed.Saraiva 20 SEMANA 3 EIXO TEMÁTICO: Gestão e Negócios OBJETO DE CONHECIMENTO: Variáveis-chave de compras: qualidade, tempo/prazo; preço; condições de pagamento e descontos e quantidade. HABILIDADE(S) - Relacionar as variaveis-chave de compras com o sucesso da atividade de compras nas organizações. - Entender o impacto da garantia da qualidade dos fornecimentos para a qualidade do produto final da organização. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Qualidade INTERDISCIPLINARIDADE: Gestão de compras e logística de cadeia de suprimentos ATIVIDADES VARIÁVEIS-CHAVE DE COMPRAS QUALIDADE As empresas precisam convencer seus clientes de que é possível atender-lhes as exigências, em termos de qualidade, antes de competirem em preço. A qualidade do produto ou serviço é vista como uma “qualificação” ou “diferencial” do fornecedor. Abaixo, vamos verificar como a qualidade se relaciona aos termos desempenho e conformidade. Para isto, precisamos definir qualidade: Qualidade é tudo que o cliente considera como tal. Pode ser considerada, ainda, como um conjunto amplo de características de um produto ou serviço relevantes para atender às exigências BAILY (2000). Qualidade de Desempenho e Qualidade de Conformidade Os fornecedores estão preocupados com a qualidade a partir de dois pontos de vista: 21 Qualidade de Desempenho: especificamos o material correto para o trabalho e comunicamos nossa exigência ao fornecedor de modo claro; Qualidade de Conformidade: quando o fornecedor fornece o material de acordo com as nossas especificações. A garantia da qualidade deve começar com uma especificação clara e precisa dos materiais, passando pela correta seleção dos fornecedores e sua avaliação para assegurar que eles podem alcançar desempenho satisfatório, bem como atividade de inspeção e testes, dentre outras. Dentro desse contexto, existe o conceito de Administração da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM), que significa que toda cadeia de suprimentos além dos clientes, incluindo, portanto, os fornecedores, estão envolvidos no processo de determinação da qualidade. A inspeção e avaliação dos fornecedores são estimuladas por uma abordagem compartilhada para a eliminação de trabalho defeituoso, com ênfase na prevenção e na detecção e no reparo. Especificações Basicamente, há duas abordagens para especificações dos produtos ou serviços aos fornecedores: desempenho e conformidade. Especificação de Desempenho: trata-se de assegurar que o fornecedor foi comunicado claramente sobre o propósito, a função, a aplicação e o desempenho esperados do produto ou serviço que irá fornecer e que também foi estimulado a fornecer um produto apropriado; Especificação de Conformidade: se refere à especificação do produto ou serviço, não da aplicação. A empresa compradora deve deixar bem claro o que deve ser atendido e de que forma pretende ser atendida. Todavia, as especificações efetivas de conformidade são difíceis de serem definidas e entendidas pelo 22 fornecedor. Ele (o fornecedor) pode entregar o produto ou serviço que atende às suas próprias especificações, e não as do cliente. TEMPO/PRAZO É muito importante que a entrega do suprimento seja feita no tempo ideal. Se uma empresa está buscando vantagem competitiva ao prepara-se melhor para responder às necessidades dos clientes, é natural que exija maior grau de responsabilidade de seus fornecedores. Sendo assim, obter a entrega em tempo é o objetivo padrão da função compras. Se os produtos ou serviços chegarem atrasados ou o trabalho não for concluído no tempo correto, as vendas podem ser perdidas, a produção prejudicada e as cláusulas contratuais de danos invocadas por cliente insatisfeitos. Frequentemente, os problemas de entrega têm origem nas ações dos próprios compradores, que organizam as programações de entrega sem rigor e aceitam promessas irreais de tempo de entrega. A primeira etapa para obtenção de entrega no tempo certo é decidir, firme e precisamente, o que é exigido e quando é exigido. É importante que os prazos sejam definidos levando-se em consideração o lead time dos fornecedores e as realidades de mercado. Devemos tomar cuidado para que haja entendimento, tanto do comprador quanto do vendedor, quanto do usuário/requisitante, sobre a expressão lead time (tempo de pedido). A figura abaixo mostra que expressão pode ter vários significados de acordo com cada visão: 23 Figura: Algumas percepções do lead time Reproduzido de BAILY, Peter. Et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000. PREÇO A pesquisa de preços se refere à cotação de preços no mercado, obtida através da oferta de diversos fornecedores em relação ao material ao qual foi solicitada a compra. É intenção de uma negociação. Recomenda-se que sejam consultados, no mínimo, três fornecedores, exceto no caso de fornecedor exclusivo. Isto para que o comprador tenha informação para avaliar os níveis de preços daquele item no mercado. Existem vários métodos, mas quatro são amplamente utilizados pelos fornecedores para comunicar os preços: disponibilidade de uma lista de preços; preços cotados por solicitação, tomando -se por base uma lista de preços não disponível para os clientes; preços baseados em estimativas; preços cotados em propostas “fechadas”. A coleta de preços é registrada em um documento no qual são relacionados os dados da mercadoria desejada, como espécie, qualidade, 24 marca, tipo, cor, número, ou seja, as especificações, bem como quantidade e outros. CONDIÇÕES DE PAGAMENTO E DESCONTOS Um dos objetivos de uma boa compra é conseguir as melhores condições de pagamento. Hoje em dia a tendência a padronização dificulta a ação do comprado, exigindo maior habilidade na tentativa de obter maiores prazos e que as entregas sejam realizadas dentro dos prazos determinados. Toda negociação de compra e venda de algum produto ou serviço baseia-se na negociação de preços e logicamente de descontos. Sendo que os descontos podem ser obtidos através de negociação de quantidade, prazos de pagamento legítimos, justos ou lucrativos. As principais categorias de descontos são: PRAZO DE PAGAMENTO • A vista em dinheiro. • A vista em cheque/faturado. • Prazos menores. QUANTIDADE • Quantidade de produtos. • Valos ou quantidade acumulada em determinado período. Tipo de Cliente • Revendedor. • Produtor/montador. • Cliente preferencial. ESPECIAIS • Sazonais. • Promocionais • Liquidação. Os descontos de pagamento à vista já estão integrados totalmente em qualquer negociação de produtos industriais ou não. O que se precisa levar em 25 consideração é o diferencial em percentual do preço à vista e do preço faturado, por um período de tempo. Podem ocorrer situações em que existem vantagens substanciais para o pagamento à vista, e do mesmo modo as vantagens podem ser para o pagamento parcelado. Quando o oferecimento de desconto está simplesmente vinculado à alteração das condições de pagamento, como regra simplesde análise, deve- se verificar se o percentual diferenciado de desconto é maior que as tacas de juros, em aplicações no mercado financeiro para remuneração de capital. Existem também os descontos para quantidades que são aqueles conseguidos através da redução de preços em função de um aumento da quantidade comprada. Esses tipos de descontos normalmente são de difícil análise, pelo envolvimento de todo o estoque da empresa no cálculo. Entretanto efetuar uma compra em grandes quantidades em função um desconto em função do pode levar a um descontrole do estoque da empresa, aumentando os custos de manutenção dentre outros desperdícios. Dessa forma, quando identificada uma oportunidade de descontos substanciais ou até mesmo dilatação do prazo de pagamento, em função de compras em lotes maiores, o comprador deve levar a proposta para discursão com outros setores da empresa, tais como, a unidade requisitante do material, o setor responsável pela armazenagem, o setor financeiro e até mesmo o comercial para avaliar se a empresa terá demanda suficiente para utilização da quantidade a ser comprada, e só depois de uma análise detalhada, fechar ou não o negócio. QUANTIDADE CORRETA A quantidade correta para pedir mercadorias nem sempre é realmente a requisitada. Isso é possível no caso de exigência isolada, como a substituição de máquinas e equipamentos, mas a maioria das compras é feita para atendimento de demandas regulares. As compras regulares são feitas para a estocagem ou para uso direto 26 em operações ou produção. Parte da função de planejamento e controle de estoque e de planejamento e controle de produção é calcular quando é que quantidade são necessárias para atender às exigências de estoque ou de produção. Entretanto é importante o envolvimento também do setor de compras nesse planejamento para que sejam analisadas questões como lote econômico de compras, disponibilidade do produto no mercado, tempo de ressuprimento de cada material dentre outros. Assim, através de um planejamento estratégico dos setores de produção, logística de armazenamento, compras, financeiro e outros é possível planejar bem as compras a médio e longo prazo e assim garantir uma atuação mais sofisticada do setor de compras para a organização. ATIVIDADE 03 1) Como você a influência do conceito Administração da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM nos processos de compras e na atuação do comprador. 2) O prazo de entrega dos suprimentos necessários para empresa é um fator crucial para continuidade de seus processos, assim na sua visão quais são os cuidados o comprador deve ter em relação variável “Tempo” de suas compras como um todo. 3) Como deve ser a influência do setor de compras no planejamento das quantidades corretas das compras realizadas pela empresa? O comprador deve realizar a compra sempre nas quantidade requisitadas, ou pode existir casos em que a situação deve ser reanalisada? Exemplifique. 4) Na visão estratégica de função de compras, o preço da cotação deve ser fator decisivo e de maior relevância para escolha do fornecedor? Justifique sua resposta. 27 Estudo de Caso – SAMSUNG GALAXY NOTE 7 VIROU UMA “BOMBA” Em 2016 o então lançamento da Samsung o Galaxy Note 7 era grande aposta da marca. Entretanto apesar de querer abalar o setor com a novidades tecnológicas do modelo, a Samsung não esperava que ele se tornasse literalmente uma “bomba”. Acontece que um defeito de fabricação das baterias empregadas no novo modelo levou a diversos eventos de explosões com os smartphones já comercializados. O Galaxy Note 7 foi produzido com dois tipos de baterias. Para facilitar a compreensão, a Samsung as denominou bateria A e bateria B. No que foi classificado como uma infeliz coincidência, as investigações mostraram que os dois tipos podem sofrer curto-circuito, ainda que por razões diferentes. A bateria A, fabricada pela divisão Samsung SDI, foi usada nas primeiras unidades do Galaxy Note 7. Após os primeiros casos de incêndio, a Samsung decidiu produzir o smartphone com baterias da chinesa Amperex Technology — estas são as baterias B. Mesmo com a troca, os problemas continuaram. De acordo com as investigações, as baterias A têm, essencialmente, um excesso de compactação, que causa uma pressão que favorece ocorrências de curto-circuito. No projeto, as baterias B são mais seguras. Porém, um defeito de fabricação causou problemas na soldagem que, por sua vez, criam “rebarbas” microscópicas capazes de penetrar na bateria, basicamente. Quando isso acontece, o risco de curto aumenta sobremaneira. Apesar de fabricadas por outra companhia, a Samsung assumiu a responsabilidade pelas baterias B. Em pronunciamento oficial , a companhia informou que focará em melhorar a segurança de produtos para consumidores ao fazer mudanças significativas nos seus processos de garantia de qualidade. FONTE: Adaptado de ALECRIM, Emerson. Samsung finalmente explica como o Galaxy Note 7 virou uma “bomba”. Tecnoblog, 2017. Disponível em: < 28 https://tecnoblog.net/206208/galaxy-note-7-explicacao-samsung/> SOBRE O ESTUDO DE CASO, RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO: 1) O caso apresentado mostra como a preocupação com a qualidade dos fornecimentos pode afetar a empresa. Aponte quais impactos a empresa Samsung pode ter sofrido por causa do problema com a qualidade das baterias. 2) Quais os possíveis erros de gestão de fornecedores/compras podem ter levado ao problema de fornecimento da bateria B? 3) “A companhia informou focará em melhorar a segurança de produtos para consumidores ao fazer mudanças significativas nos seus processos de garantia de qualidade”. Aponte quais podem/devem ser os cuidados com a garantia de qualidade que empresas devem realizar ao decidirem comprar a fabricação de componentes tão importantes para seus produtos finais. REFERÊNCIAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais: uma introdução. Ed. Atlas, 1999. BAILY, Peter. Et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000. BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de matérias e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1995. _______________. Gerenciamento da Cadeira de Suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D. J; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. Ed. Atlas DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. Ed. Atlas MARTINS, Petrônio G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Ed.Saraiva MAXIMINIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2008 29 SEMANA 4 EIXO TEMÁTICO: Gestão e Negócios OBJETO DE CONHECIMENTO: Programação de suprimento: Just-in-Time, Kanban, planejamento de necessidades de materiais – (MRP - Material Requirements Planning) HABILIDADE(S): -Conhecer tipos de programação de suprimentos e seus impactos na gestão de compras das organizações. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Suprimentos; Controle de estoques INTERDISCIPLINARIDADE: Gestão de compras e logística de cadeia de suprimentos ATIVIDADES PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS JUST-IN-TIME A programação just-in-time (JIT) é uma fisolosia operacional que representa alternativa ao uso dos estoques para que se possa cumprir com a meta de disponibilizar os produtos certos, no lugar certo e no tempo certo. A programação just-in-time pode ser definida como: Uma filosofia de planejamento em que todo o canal de suprimentos é sincronizado para reagir às necessidades das operações dos clientes. CORREA E GIANESI (1993) Suas principais características são: relações privilegiadas com poucos fornecedores e transportadores; eliminação de desperdício nos de tempo em todas as suas formas (na 30 movimentação interna de materiais, no fluxo de informações, nas atividades de expedição e transporte) informação compartilhada entre compradores e fornecedores; produção/compra e transporte de mercadorias em pequenas quantidades são frequentes e se traduzem em níveis mínimos de estoques; eliminação das incertezas sempre que possível ao longo do canal de suprimentos; metas de alta qualidade. O efeito global do planejamento de acordo com a filosofia JIT é a criação de fluxos de produtos que são cuidadosamente sincronizados com as respectivas demandas. Assim, O JIT se difere das práticas de operações tradicionais à medida que enfatiza a eliminação de desperdícios e o tempo de trânsito rápido, ambos que contribuem para estoque baixos. Kan Ban É o sistema de programação da produção Toyota, e talvez um dos mais conhecidos exemplos de programação JIT. É um sistema de controle baseado em cartões de produção. O cartão Kan aciona o centro de trabalho ou um fornecedor para produzir um lote mínimo predeterminado de componentes ou itens de montagens no centro de trabalho. São utilizados como gatilho para a produção e a movimentação de materiais. Na linha de produção, o Just in Time funciona como um supermercado. O operador que precisa de peças entrega um cartão especificando o que deseja e leva outro, que acompanha o material que recebeu. O cartão chamado kanban, é o sinalizador da movimentação de suprimentos. 31 PLANEJAMENTO DE NECESSIDADES DE MATERIAIS – (MRP - Material Requirements Planning) É um método de programação de suprimento usado, principalmente, para planejamento da produção ou aquisição de peças, materiais e suprimentos por encomenda de alto valor, cuja demanda é razoavelmente conhecida. A finalidade do MRP é evitar, tanto quanto possível, manter estes itens em estoques. MRP quer dizer planejamento das necessidades de matérias, que são sistemas de demanda, dependente, que calculam necessidade de materiais para satisfazer as necessidades da produção é o princípio por trás do MRP. Dessa forma, o momento exato dos fluxos de materiais para satisfazer as necessidade da produção é o princípio por trás do MRP. O fluxo de materiais é controlado pelo momento de fazer o pedido de materiais, dado pelo momento necessário subtraído do tempo de abastecimento. A abordagem MRP para o tempo de compra supõe que as necessidades no programa mestre sejam conhecidas. Como elas podem variar durante o horizonte do planejamento, alguma proteção de estoques de segurança é necessária. Por isso, as empresas mantêm o estoque de segurança. O desafio de planejar e controlar os estoques e acarretar a satisfação dos clientes, sejam internos ou externos, com o menor investimento possível, é o objetivo primordial deste sistema, onde serão constantemente calculadas as variações através de: Rotatividade de estoque – na análise de Custo do capital; Custo de manutenção/ armazenagem, obsolescência, Atendimento ao cliente – nas faltas de material, onde reprogramações para a eliminação de custos como horas extras e desgastes com os clientes, · 32 Produtividade – em paralisações de equipamentos e da produção da organização ou desperdícios em geral. Utilização da capacidade – na utilização econômica dos recursos das instalações, Custo de material – nas decisões de O que?, Como?, Quando? E Onde? Devem ser avaliadas a fim de evitar custos adicionais. Custos do sistema – na eliminação de retrabalhos, em que resultam no conhecido apagar incêndios. ATIVIDADE 04 1) Em qual momento deve ser iniciado o processo de compras com a utilização do MRP? 2) Explique como o você enxerga que MRP pode ajudar o setor de compras? REFERÊNCIAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais: uma introdução. Ed. Atlas, 1999. BAILY, Peter. Et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000. BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de matérias e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1995. _______________. Gerenciamento da Cadeira de Suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D. J; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. Ed. Atlas DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. Ed. Atlas MARTINS, Petrônio G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Ed.Saraiva 33 SEMANA 5 EIXO TEMÁTICO: Gestão e Negócios OBJETO DE CONHECIMENTO: Técnicas de pesquisa de mercado e critérios de desempenho para escolha de fornecedores. HABILIDADE(S): - Conhecer o que são fontes de fornecimento das empresas e suas classificações. -Entender quais os critérios fundamentais para seleção e avaliação de fornecedores e quais impactos dessa escolha para empresa. - Refletir sobre como deve ser a condução da gestão dos fornecedores nas empresas e suas relações. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Seleção, escolha e Critérios para o desenvolvimento de fornecedores INTERDISCIPLINARIDADE: Gestão de compras e logística de cadeia de suprimentos ATIVIDADES Seleção de Fornecedores A busca para produzir um produto da mais perfeita qualidade e que permaneça capaz de disputar no mercado, tem obrigação de ter bons fornecedores, que atendam às necessidades da empresa seja em qualidade da matéria apresentada, seja em prazo de entrega aceitável e preço acessível. A primeira decisão a ser feita é sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor adequado, ou seja, aquele que tem a técnica correta para fazer o produto na qualidade estabelecida, habilidade de lançar as quantidades necessárias podendo conduzir seu negócio com eficiência e eficácia suficiente obtendo lucros e ainda sim comercializar um produto a preços competitivos. A seleção de fornecedores é considerada igualmente ponto-chave do processo de compras. A potencialidade do fornecedor deve ser verificada, assim como suas instalações e seus produtos e isso é importante. O seu balanço deve ser cuidadosamente analisado. Com um cadastro atualizado e completo de fornecedores e com cotações de preços feitas semestralmente, muitos problemas serão evitados. 34 Autoridade para compra; Registro de compras; Registro de preços; Registro de estoques e consumo; Registro de fornecedores; Arquivos de catálogos. Assim, o responsável pela pasta de compras pode utilizar fontes que melhor se encaixam ao produto que se deseja produzir. Tais fontes podem ser chamadas de: única, múltipla e simples, como verificado a seguir: 1 Fonte única: fornecedor que atenda de forma exclusiva, ou seja, implica que apenas um fornecedor está disponível devido a patentes, especificações técnicas, matéria-prima, localização e assim por diante; 2 Fonte múltipla: são utilizados mais de um fornecedor para um item. Esse tipo de fonte oferece concorrência que gera preços mais baixos e melhores serviços havendo assim um prosseguimento no abastecimento. Na prática, existe uma tendência de relação competitiva entre fornecedor e cliente; e 3 Fonte simples: esta é uma decisão mais esquematizada pela organização, com intuito de eleger um fornecedor para um componente existindo várias fontes disponíveis, visando à criação de uma parceria de longo prazo. O quadro abaixo apresenta algumas vantagens e desvantagens de se trabalhar com fornecedores único ou múltiplos. 35 Quadro 1 – Fornecedores únicos e fornecedores múltiplos Fonte: Slack et al. 2002 apud Pires,2004. Escolha de fornecedores A seguir, alguns fatores que influenciam a escolha dos fornecedores: Habilidade técnica: na prática de umaprovável compra, deve-se levar em consideração se o fornecedor tem uma estrutura apropriada para atender a solicitação, caso exista um programa de desenvolvimento do produto, para tal a habilidade técnica para produzir ou fornecer a matéria- prima; Capacidade de produção: a produção do fornecedor deve atender as especificações do produto, tendo um controle de qualidade e quantidade exigidas, com baixo índice de defeitos; 36 Confiabilidade: criar um vínculo de confiabilidade ao selecionar um fornecedor, pois ele deve ser reputado e sólido monetariamente, isto para que o fornecimento seja garantido dentro do prazo estabelecido; Serviço pós-venda: se o produto tem natureza técnica ou provavelmente necessitará de peças de reposição ou apoio técnico, o fornecedor deve ter um bom serviço de atendimento pós-venda, ou seja, um atendimento bem organizado e um estoque apropriado de peças sobressalentes. Localização do fornecedor: de preferência é desejável que o fornecedor esteja próximo do comprador, pois uma localização próxima é essencial na redução dos tempos de entrega significando que os produtos em deficiência podem ser entregues rapidamente ou então que pelo menos conserve um estoque local; Preços e qualidade: o fornecedor precisa ser capaz de proporcionar preços competitivos. Isso necessariamente não significa menor preço e sim, a capacidade do fornecedor em fornecer mercadorias necessárias na quantidade e na qualidade que são estabelecidas sempre no tempo desejado. Critérios para o desenvolvimento de fornecedores O desenvolvimento de fornecedores requer fortes investimentos do departamento de compras em ferramentas que garantam a estratégia aplicada, entretanto nem todas as empresas precisam desenvolver fornecedores, devido a fatores como o volume de compras do fornecedor, que pode ser tão pequeno que não se justifica nenhum tipo de investimento no desenvolvimento. Entretanto, todos os itens devem ser analisados e classificados no tocante à sua importância estratégica para a empresa cliente. 37 Atividades de aprendizagem 1. Quais são os tipos das fontes de fornecimento? Explique-as . 2. Quais os principais fatores que influenciam na escolha de um fornecedor? 3. O que vem a ser desenvolvimento de fornecedores? 4. Quando tomar uma decisão de desenvolvimento de fornecedores? REFERÊNCIAS Rede E-tec de educação
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